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Saca um "ollie" e inova!

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    Vídeo:
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    (Música)
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    (Fim de música)
  • 1:07 - 1:10
    (Aplausos)
  • 1:13 - 1:15
    Então, foi isto
    que fiz da minha vida.
  • 1:16 - 1:16
    (Risos)
  • 1:16 - 1:19
    (Aplausos)
  • 1:19 - 1:21
    Obrigado.
  • 1:25 - 1:28
    Em criança, cresci numa quinta na Flórida,
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    fazia o que fazem
    a maioria das crianças.
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    Joguei um pouco de basebol,
    fiz coisas desse género,
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    mas sempre tive a sensação
    de ser um estranho.
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    Só no dia em que vi fotos em revistas
  • 1:39 - 1:41
    de outros miúdos a fazer skate,
    é que percebi:
  • 1:41 - 1:43
    "Uau, isto é feito para mim!"
  • 1:43 - 1:45
    Porque não há nenhum treinador
    sempre em cima deles,
  • 1:45 - 1:47
    e estes miúdos estavam apenas
    a ser eles próprios.
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    Não havia nenhum adversário direto.
  • 1:49 - 1:53
    Adorei esse sentimento,
    e comecei a praticar skate
  • 1:53 - 1:56
    quando tinha 10 anos, em 1977.
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    Quando comecei,
    apanhei-lhe logo o jeito.
  • 1:59 - 2:03
    Estão aqui imagens de 1984.
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    Só em 1979 é que venci
    o meu primeiro campeonato amador.
  • 2:08 - 2:11
    Depois, em 1981, com 14 anos,
  • 2:11 - 2:14
    ganhei o meu primeiro
    Campeonato do Mundo,
  • 2:14 - 2:16
    o que foi incrível para mim.
  • 2:16 - 2:19
    De certa forma,
    foi a minha primeira vitória.
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    Ah, vejam isto.
  • 2:21 - 2:23
    Este é um "casper slide",
    com o skate ao contrário.
  • 2:23 - 2:25
    Nota mental, nesta.
  • 2:25 - 2:26
    (Risos)
  • 2:27 - 2:29
    E este aqui? Um "ollie".
  • 2:31 - 2:35
    Bem, como ela mencionou,
    esta é exagerada, com certeza,
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    mas é por isso que me chamam
    o padrinho do moderno skate de rua.
  • 2:39 - 2:42
    Eis algumas imagens.
  • 2:46 - 2:49
    Eu estava mais ou menos
    a meio da minha carreira,
  • 2:49 - 2:52
    em meados dos anos 80.
  • 2:52 - 2:56
    Desenvolvemos o Freestyle
    com todos estes truques que viram
  • 2:56 - 2:59
    mas estava a surgir
    uma nova forma de "skateboarding",
  • 2:59 - 3:03
    em que a malta levava estes truques
    para as ruas,
  • 3:03 - 3:06
    e usavam o "ollie",
    como eu vos mostrei.
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    Eles usavam-no para subir às coisas
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    como bancadas e corrimões e escadas
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    e todo o tipo de coisas fixes.
  • 3:12 - 3:15
    Por isso, as coisas estavam a evoluir.
  • 3:15 - 3:17
    Na verdade, quando alguém hoje
    diz que é skater,
  • 3:17 - 3:19
    provavelmente quer
    dizer skater de rua,
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    porque o Freestyle,
    demorou cerca de cinco anos a morrer.
  • 3:22 - 3:25
    Nessa altura, eu tinha sido
    o campeão dos "campeões"
  • 3:25 - 3:29
    durante 11 anos, o que... uau!
  • 3:30 - 3:33
    E de repente tudo acabou para mim.
  • 3:33 - 3:36
    Foi-se. Tiraram o meu modelo
    profissional da prateleira,
  • 3:36 - 3:39
    o que publicamente declarava o meu fim.
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    É assim que se ganha dinheiro, sabem?
  • 3:41 - 3:45
    Tínhamos um skate assinado,
    rodas e sapatos e roupas.
  • 3:45 - 3:47
    Eu tinha tudo isso, e foi-se tudo.
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    O estranho era que havia
    um lado libertador nisto tudo,
  • 3:51 - 3:53
    porque eu já não tinha de proteger
  • 3:53 - 3:56
    o meu recorde de campeão.
    "Campeão" outra vez.
  • 3:56 - 3:59
    Campeão soa tão pateta,
    mas é mesmo assim, não é?
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    A liberdade, que me atraíra
    para o "skateboarding",
  • 4:03 - 4:05
    tinha sido recuperada,
    e eu podia apenas criar coisas,
  • 4:05 - 4:08
    porque era aí que residia
    a alegria para mim,
  • 4:08 - 4:10
    foi sempre criar coisas novas.
  • 4:10 - 4:13
    A outra coisa que me restava
    era uma mão cheia de truques
  • 4:13 - 4:16
    que foram a raiz
    destes truques em terreno plano.
  • 4:16 - 4:19
    As coisas que os miúdos normais
    faziam eram muito diferentes.
  • 4:19 - 4:21
    Por mais humilde
    e danificado que eu estivesse
  • 4:21 - 4:25
    — e se estava em mau estado —
    eu ia aos parques de skate,
  • 4:25 - 4:27
    e era considerado, como o
    "gajo famoso," certo?
  • 4:27 - 4:29
    Todos pensavam que eu era bom.
  • 4:29 - 4:31
    Mas neste novo terreno,
    eu era horrível.
  • 4:32 - 4:33
    Logo, as pessoas começavam,
  • 4:33 - 4:36
    "Oh, ele... o que é
    que aconteceu ao Mullen?"
  • 4:36 - 4:37
    (Risos)
  • 4:37 - 4:40
    Por mais humilhante que fosse,
    eu comecei de novo.
  • 4:40 - 4:43
    Aqui estão alguns truques
    que eu comecei a fazer
  • 4:43 - 4:45
    neste novo terreno.
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    Novamente, esta camada subjacente
    de influência do Freestyle
  • 4:49 - 4:50
    que me fez...
  • 4:51 - 4:54
    Oh, esta? Esta é, tipo,
    a coisa mais difícil que eu já fiz.
  • 4:54 - 4:56
    OK, olhem só para isto. É um "darkslide".
  • 4:56 - 4:59
    Veem como desliza na parte de trás?
  • 4:59 - 5:02
    Estes são super divertidos.
    E não são tão difíceis.
  • 5:02 - 5:06
    Sabem, na origem deste,
    estão a ver, "caspers",
  • 5:06 - 5:07
    veem como se atira?
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    Tão simples quanto isto, certo?
    Nada demais.
  • 5:10 - 5:11
    (Risos)
  • 5:11 - 5:13
    E o pé da frente,
    a maneira como se agarra é...
  • 5:15 - 5:17
    Vi alguém deslizar assim
    com a parte de trás do skate,
  • 5:17 - 5:19
    e pensei:
    "Como posso fazer isto?"
  • 5:19 - 5:21
    Porque nunca tinha sido feito.
  • 5:21 - 5:23
    Depois, ocorreu-me, e aqui está
    em parte o que vos digo.
  • 5:23 - 5:26
    Eu tinha uma base.
    Eu tinha uma camada profunda,
  • 5:26 - 5:29
    que era tipo:
    "Ó meu Deus, é apenas o teu pé".
  • 5:29 - 5:31
    É apenas a maneira
    como se atira o skate.
  • 5:31 - 5:33
    Basta deixar a borda fazer isto,
    e é fácil.
  • 5:33 - 5:35
    Quando nos damos conta,
    criaram-se mais 20 truques
  • 5:35 - 5:37
    baseados nas variações.
  • 5:37 - 5:39
    Então esse é o tipo de coisas que,
    vejam...
  • 5:39 - 5:41
    Aqui está outra, e eu não vou exagerar.
  • 5:41 - 5:43
    Um pouco indulgente, eu entendo.
  • 5:43 - 5:46
    É uma coisa chamada um "primo slide".
  • 5:48 - 5:50
    É o truque mais divertido de se fazer.
  • 5:54 - 5:56
    É como "skinboarding".
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    E este, vejam como desliza lateralmente,
    em todos os sentidos.
  • 5:59 - 6:02
    Ok, quando se faz skate e se cai,
  • 6:02 - 6:05
    o skate desliza para um lado
    ou para o outro. É meio previsível.
  • 6:05 - 6:08
    Assim? Desliza por todo o lado.
    Parece um desenho animado,
  • 6:08 - 6:10
    e isso é o que eu mais adoro.
  • 6:10 - 6:14
    É tão divertido. Na verdade,
    quando eu comecei a fazê-los,
  • 6:14 - 6:17
    lembro-me porque me magoei,
    tive de ser operado ao joelho.
  • 6:17 - 6:20
    Por isso houve uns dias,
    na realidade, umas semanas,
  • 6:20 - 6:22
    em que não pude andar de skate.
  • 6:22 - 6:24
    Passava-me da cabeça e ia vê-los,
  • 6:24 - 6:26
    ia a um armazém onde um monte de tipos
  • 6:26 - 6:28
    meus amigos iam andar de skate,
    e eu dizia:
  • 6:28 - 6:30
    "Oh pá, eu tenho que fazer algo de novo.
  • 6:30 - 6:32
    "Eu quero começar de novo."
  • 6:32 - 6:34
    Na noite antes da cirurgia,
    eu via e pensava:
  • 6:34 - 6:36
    "Como é que vou fazer isto?"
  • 6:36 - 6:38
    Então levantei-me, saltei
    para o meu skate,
  • 6:38 - 6:40
    abaixei-me e virei-o para baixo.
  • 6:40 - 6:43
    Lembro-me de pensar, despreocupado
  • 6:43 - 6:46
    se o meu joelho não aguentar,
    eles vão ter mais trabalho amanhã.
  • 6:47 - 6:48
    (Risos)
  • 6:48 - 6:50
    E assim, foi uma coisa louca.
  • 6:50 - 6:52
    Não sei quantos de vocês
    já foram operados.
  • 6:52 - 6:54
    (Risos)
  • 6:54 - 6:56
    Estamos completamente indefesos, certo?
  • 6:56 - 6:58
    Estamos deitados na maca
    a ver o teto passar.
  • 6:58 - 7:00
    É sempre assim.
  • 7:00 - 7:03
    Quando eles me colocaram
    a máscara antes de adormecer,
  • 7:03 - 7:04
    eu só pensava:
  • 7:04 - 7:07
    "Pá, quando acordar e ficar melhor,
  • 7:07 - 7:09
    "a primeira coisa que vou fazer
    é filmar aquele truque."
  • 7:10 - 7:12
    E assim foi.
    Foi a primeira coisa que filmei,
  • 7:12 - 7:14
    o que foi incrível.
  • 7:15 - 7:18
    Eu contei-vos um pouco
    a evolução destes truques.
  • 7:18 - 7:20
    Considerem esse conteúdo,
    num certo sentido...
  • 7:20 - 7:24
    O que fazemos como skaters de rua é,
    temos estes truques,
  • 7:24 - 7:26
    estou a treinar os "darkslides",
  • 7:26 - 7:28
    ou um "primo",
    que vocês agora já conhecem.
  • 7:28 - 7:30
    (Risos)
  • 7:30 - 7:33
    O que se faz é atravessar as mesmas ruas
  • 7:33 - 7:35
    que atravessámos centenas de vezes
    mas, de repente,
  • 7:35 - 7:39
    porque temos um objetivo definido,
  • 7:39 - 7:42
    ficamos, tipo,
    o que pode igualar este truque?
  • 7:42 - 7:45
    Como é que posso expandir,
    como pode o contexto,
  • 7:45 - 7:48
    como pode o meio ambiente
    alterar a natureza do que faço?
  • 7:48 - 7:52
    Então andamos e andamos,
    e tenho de admitir,
  • 7:52 - 7:55
    estou a conter-me por estar aqui,
  • 7:55 - 7:59
    mas vou dizer, não imaginam,
    estar aqui diante de vocês,
  • 7:59 - 8:02
    mas o privilégio que é
    estar no campus da USC,
  • 8:02 - 8:05
    porque fui corrido daqui
    tantas vezes.
  • 8:05 - 8:07
    (Risos)
  • 8:07 - 8:10
    (Aplausos)
  • 8:11 - 8:13
    Então deixem-me dar outro exemplo
  • 8:13 - 8:16
    de como o contexto forma o conteúdo.
  • 8:16 - 8:20
    Este é um lugar não muito longe daqui.
    É um bairro degradado.
  • 8:20 - 8:21
    A nossa primeira preocupação é:
  • 8:21 - 8:24
    "Vou ser espancado?"
    Saímos e... veem esta parede?
  • 8:25 - 8:30
    É bastante suave e está a pedir
    para se fazer truques de "bank", certo?
  • 8:31 - 8:33
    Mas também dá para fazer "wheelies",
  • 8:33 - 8:37
    Então vejam isto.
    Alguns truques, novamente...
  • 8:37 - 8:40
    como o ambiente
    muda a natureza dos nossos truques.
  • 8:40 - 8:43
    Freestyle orientado,
    "wheelie" para baixo.
  • 8:43 - 8:45
    Vejam este. Adoro isto.
  • 8:45 - 8:47
    É como se estivéssemos a surfar
    a forma como o fazemos.
  • 8:47 - 8:51
    Este, é um pouco rebuscado
    a andar para trás,
  • 8:51 - 8:53
    vejam o pé de trás, vejam.
  • 8:53 - 8:54
    Ops!
  • 8:55 - 8:56
    (Risos)
  • 8:56 - 8:59
    Nota mental ali mesmo.
    Mais uma vez, já lá vamos.
  • 9:00 - 9:03
    Aqui, pé de trás. Ok, aquilo?
  • 9:03 - 9:05
    Aquilo chama-se "360 flip".
  • 9:05 - 9:08
    Observem como o skate girou
    ambos os eixos desta forma.
  • 9:10 - 9:14
    E outro exemplo de como o contexto mudou,
  • 9:14 - 9:18
    o processo criativo para mim
    e para a maioria dos skaters
  • 9:18 - 9:22
    é sair do carro, ver se
    há seguranças, procurar cenas.
  • 9:22 - 9:24
    (Risos)
  • 9:24 - 9:26
    É engraçado, ficamos a conhecer
    os ritmos deles.
  • 9:26 - 9:29
    Eles andam de um lado para o outro,
  • 9:29 - 9:31
    O skate é uma coisa tão humilde, meu.
  • 9:31 - 9:34
    Não importa o quão és bom,
    tens de lidar com...
  • 9:34 - 9:37
    Vamos contra esta parede,
    a primeira coisa que fazemos
  • 9:37 - 9:40
    é cair para a frente, e ficamos tipo:
    "Ai, ai".
  • 9:40 - 9:43
    Á medida que ajustamos,
  • 9:43 - 9:46
    empurramos para cima,
    e quando eu o devia fazer,
  • 9:46 - 9:48
    virava o ombro, assim.
  • 9:48 - 9:53
    Enquanto o fazia, pensava:
    "Uau, isto pede mesmo um "360 flip".
  • 9:53 - 9:56
    Porque é assim
    que começamos um "360 flip".
  • 9:56 - 9:58
    E é isto que eu quero realçar,
  • 9:58 - 10:01
    como podem imaginar,
    todos esses truques são feitos
  • 10:01 - 10:06
    de sub-movimentos,
    de funções motoras mais granulares
  • 10:06 - 10:08
    numa medida em que não sei bem dizer.
  • 10:08 - 10:11
    mas uma coisa eu sei:
    todos os truques são combinações
  • 10:11 - 10:13
    de dois ou três ou quatro
    ou cinco movimentos.
  • 10:14 - 10:17
    Á medida que vou avançando,
    estas coisas flutuam
  • 10:17 - 10:20
    e temos que deixar relaxar
    um pouco a mente cognitiva
  • 10:20 - 10:22
    e deixar a nossa intuição guiar-nos.
  • 10:23 - 10:25
    Estes sub-movimentos parece que flutuam
  • 10:25 - 10:28
    e quando batem na parede, eles ligam-se
  • 10:28 - 10:30
    e ai a mente cognitiva reage e pensamos:
  • 10:30 - 10:32
    "Oh, 360 flip, vou fazê-lo."
  • 10:32 - 10:34
    É assim que funciona, para mim,
    o processo criativo,
  • 10:34 - 10:36
    o processo em si do skate de rua.
  • 10:36 - 10:40
    Próximo. Atenção.
    Estes são a comunidade.
  • 10:40 - 10:42
    Estes são alguns
    dos melhores skaters do mundo.
  • 10:43 - 10:46
    Estes são meus amigos.
    Oh meu Deus, eles são tão porreiros.
  • 10:46 - 10:50
    A beleza do "skateboarding"
    é que ninguém é o melhor.
  • 10:50 - 10:53
    Sim, eu sei que isto é foleiro de dizer,
  • 10:53 - 10:56
    eles são meus amigos, mas alguns deles
  • 10:56 - 10:58
    não parecem muito confortáveis no skate.
  • 10:58 - 11:02
    O que os torna bons
    é como eles usam o skate
  • 11:02 - 11:04
    para se individualizarem.
  • 11:04 - 11:06
    Cada um deles, olhem para eles,
  • 11:06 - 11:09
    podem ver uma silhueta deles,
    e reconhecem-nos logo.
  • 11:09 - 11:11
    "Oh, é ele, o Haslam, este é o Koston,
  • 11:11 - 11:14
    é fulano, é beltrano.
  • 11:15 - 11:18
    Acho que os skaters
    tendem a estar à margem,
  • 11:18 - 11:22
    mas procuram um sentimento de pertença,
  • 11:22 - 11:24
    mas uma pertença
    segundo os seus próprios termos.
  • 11:25 - 11:29
    O respeito real é obtido
    por aquilo que aprendemos
  • 11:29 - 11:32
    com o que outros fazem,
    estes truques básicos, os "360 flips".
  • 11:32 - 11:36
    Aprendemos, adaptamos
    e contribuímos de volta
  • 11:36 - 11:38
    para a comunidade internamente
  • 11:38 - 11:40
    o que edifica a própria comunidade.
  • 11:40 - 11:42
    Quanto maior a contribuição,
  • 11:42 - 11:46
    mais podemos expressar e formar
    a nossa individualidade,
  • 11:46 - 11:48
    que é tão importante para muitos de nós
  • 11:48 - 11:51
    que, para começar,
    nos sentimos rejeitados.
  • 11:51 - 11:53
    A soma de tudo isso
  • 11:53 - 11:57
    dá-nos algo que nunca poderíamos
    alcançar como um indivíduo.
  • 11:58 - 11:59
    Devo dizer isto.
  • 11:59 - 12:04
    Existe uma bela simetria em que o grau
    com que nos ligamos a uma comunidade
  • 12:04 - 12:07
    é proporcional à nossa individualidade,
  • 12:07 - 12:09
    que nós expressamos com o que fazemos.
  • 12:10 - 12:11
    Próximo. Estes tipos.
  • 12:11 - 12:16
    Há uma comunidade muito parecida
    que é extremamente favorável à inovação.
  • 12:16 - 12:20
    Observem estas fotos da polícia.
  • 12:20 - 12:23
    Mas é muito semelhante.
    Quero dizer, o que é piratear?
  • 12:23 - 12:26
    É conhecer uma tecnologia tão bem
    que se pode manipulá-la
  • 12:26 - 12:30
    e orientá-la para fazer coisas
    que não são supostas fazer, certo?
  • 12:30 - 12:32
    E eles não são todos maus.
  • 12:32 - 12:36
    Podemos ser um "hacker" do Linux Kernel,
    e torná-lo mais estável, certo?
  • 12:36 - 12:37
    Mais seguro, mais protegido.
  • 12:37 - 12:39
    Podemos ser um "hacker" do iOS,
  • 12:39 - 12:42
    pôr um iPhone a fazer coisas
    que não é suposto fazer.
  • 12:42 - 12:45
    Não é autorizado, mas não é ilegal.
  • 12:45 - 12:47
    Temos alguns destes tipos, certo?
  • 12:47 - 12:50
    Eles fazem algo muito semelhante
    ao nosso processo criativo.
  • 12:50 - 12:52
    Eles ligam informações díspares,
  • 12:52 - 12:56
    e juntam-nas de uma forma
  • 12:56 - 12:59
    que um analista de segurança
    não espera, certo?
  • 12:59 - 13:01
    Não faz deles boas pessoas,
  • 13:01 - 13:06
    mas está no coração do engenho,
    no coração de uma comunidade criativa,
  • 13:06 - 13:08
    uma comunidade inovadora.
  • 13:08 - 13:10
    E na comunidade de código aberto,
  • 13:10 - 13:14
    o seu "ethos" básico é pegar no que
    as pessoas fazem e torná-lo melhor,
  • 13:14 - 13:16
    dar-lhe a volta,
    de modo a que evolua ainda mais.
  • 13:17 - 13:19
    Comunidades muito parecidas,
    muito mesmo.
  • 13:19 - 13:21
    Também temos um lado mais ousado.
  • 13:22 - 13:24
    É engraçado, o meu pai tinha razão.
  • 13:24 - 13:26
    Estes são os meus pares.
  • 13:26 - 13:29
    Eu respeito o que eles fazem
    e eles respeitam o que eu faço,
  • 13:29 - 13:32
    porque eles sabem fazer coisas,
    é incrível o que eles podem fazer.
  • 13:32 - 13:35
    Um deles foi considerado
    pela Ernst & Young
  • 13:35 - 13:37
    o empreendedor do ano
    do condado de San Diego.
  • 13:39 - 13:41
    Nunca se sabe com quem estamos a lidar.
  • 13:41 - 13:44
    Todos nós tivemos algum grau de fama.
  • 13:44 - 13:47
    Na verdade, eu tive tanto sucesso
  • 13:47 - 13:49
    que, estranhamente,
    sempre me senti indigno.
  • 13:49 - 13:52
    Eu tinha uma patente, e isso era fixe
    e criámos uma empresa,
  • 13:52 - 13:54
    que cresceu e tornou-se a maior,
  • 13:54 - 13:56
    depois caiu e depois era a maior de novo,
  • 13:56 - 13:59
    o que é mais difícil uma segunda vez,
    e depois vendemo-la,
  • 13:59 - 14:01
    depois vendemo-la outra vez.
  • 14:01 - 14:03
    Então, eu tive algum sucesso.
  • 14:04 - 14:07
    No fim, tiveste todas estas coisas,
    o que nos continua a motivar?
  • 14:07 - 14:10
    Como disse, a lesão no joelho
    e todas essas coisas,
  • 14:10 - 14:11
    o que nos dá incentivo?
  • 14:11 - 14:13
    Porque não é apenas a mente.
  • 14:13 - 14:16
    O que nos dá incentivo
    para fazermos algo,
  • 14:16 - 14:19
    e levá-lo para outro nível,
    quando já tivemos tudo,
  • 14:19 - 14:23
    às vezes, morre-se na praia,
    com todo este talento.
  • 14:24 - 14:26
    Uma das coisas que tivemos,
    todos nós, foi fama.
  • 14:26 - 14:29
    O melhor tipo de fama, penso eu,
    porque pode-se tirá-la.
  • 14:29 - 14:31
    Andei por todo mundo,
  • 14:31 - 14:34
    havia milhares de crianças
    a gritar o meu nome,
  • 14:34 - 14:36
    é uma experiência tão estranha, visceral.
  • 14:36 - 14:38
    É como se fosse desorientador.
  • 14:38 - 14:40
    Entramos num carro e vamo-nos embora,
  • 14:40 - 14:42
    andamos 10 minutos e saímos,
  • 14:42 - 14:45
    ninguém quer saber de nós.
  • 14:45 - 14:46
    (Risos)
  • 14:46 - 14:48
    Isso põe as coisas em perspetiva, meu.
  • 14:48 - 14:52
    Eu sou apenas eu,
    a popularidade que significa?
  • 14:52 - 14:53
    Não muito.
  • 14:53 - 14:56
    É o respeito dos meus pares que me motiva.
  • 14:56 - 14:58
    É o que nos faz fazer o que fazemos.
  • 14:58 - 15:02
    Eu tive mais de uma dúzia de fraturas.
    Estes tipos tiveram, 8 ou 10 concussões,
  • 15:02 - 15:04
    ao ponto de ser comédia, não?
  • 15:05 - 15:08
    É realmente comédia, ficou apanhado.
  • 15:09 - 15:13
    Próximo. Isto é algo mais profundo.
  • 15:14 - 15:18
    Eu acho que estava em tournée,
    estava a ler uma das biografias de Feynman.
  • 15:18 - 15:20
    Era a vermelha ou a azul?
  • 15:20 - 15:24
    Ele fez esta declaração
    que foi tão profunda para mim.
  • 15:27 - 15:29
    Ele disse que o prémio Nobel
  • 15:29 - 15:32
    era a lápide de todas as grandes obras.
  • 15:32 - 15:36
    Aquilo ressoou em mim
    porque eu ganhei 35 dos 36 torneios
  • 15:36 - 15:39
    em que entrei durante 11 anos
    e passei-me.
  • 15:39 - 15:42
    Na verdade, ganhar não é a palavra.
    Só ganhei uma vez.
  • 15:42 - 15:44
    As restantes estava apenas
    a defender o título
  • 15:44 - 15:47
    entramos num estado depressivo, sabem?
  • 15:47 - 15:50
    Somos roubados da alegria
    daquilo que amamos fazer
  • 15:50 - 15:53
    porque já não estamos a criar
    nem a divertir-nos.
  • 15:53 - 15:56
    Quando tudo acabou,
    foi das coisas mais libertadoras
  • 15:56 - 15:58
    porque eu podia criar.
  • 15:58 - 16:03
    Eu sei que estou à beira
    de estar a dar um sermão.
  • 16:03 - 16:04
    Eu não estou aqui para isso.
  • 16:04 - 16:07
    É só que estou na frente
    de uma plateia privilegiada.
  • 16:07 - 16:09
    Se vocês ainda não são líderes
    na vossa comunidade,
  • 16:09 - 16:13
    provavelmente irão ser,
    e se há algo que vos posso dar
  • 16:13 - 16:16
    que transcende o que aprendi com o skate,
  • 16:16 - 16:19
    as únicas coisas com significado,
    e que ficam,
  • 16:19 - 16:21
    não é a fama, não é nada disso.
  • 16:22 - 16:25
    Existe sim um valor intrínseco
    em criar algo
  • 16:25 - 16:28
    só porque sim e, melhor do que isso,
  • 16:28 - 16:31
    porque eu tenho 46 anos ou vou ter,
  • 16:31 - 16:33
    como é patético ainda andar de skate.
  • 16:33 - 16:35
    (Risos)
  • 16:35 - 16:39
    Existe algo belo em entrar numa comunidade
  • 16:39 - 16:42
    que nós próprios criámos e vê-la crescer,
  • 16:42 - 16:46
    ver skaters mais novos, mais talentosos
    ou apenas diferentes,
  • 16:46 - 16:49
    levá-la para níveis que nunca imaginámos,
    porque isso perdura.
  • 16:49 - 16:51
    Então, obrigado pelo vosso tempo.
  • 16:51 - 16:54
    (Aplausos)
  • 17:01 - 17:03
    Krisztina Holly:
    Tenho uma pergunta para ti.
  • 17:05 - 17:09
    Então, já te reinventaste no passado,
  • 17:09 - 17:11
    passaste do Freestyle para a rua.
  • 17:11 - 17:15
    Há cerca de 4 anos, segundo creio,
    retiraste-te oficialmente.
  • 17:15 - 17:17
    O que se segue?
  • 17:17 - 17:19
    Rodney Mullen: Essa é uma boa pergunta.
  • 17:19 - 17:21
    KH: Algo me diz que não é o fim.
  • 17:21 - 17:25
    RM: Sempre que procuramos algo
  • 17:25 - 17:27
    é engraçado, não importa
    o quão bom somos,
  • 17:27 - 17:30
    eu sei que com tipos como este,
    parece que falamos para uma parede.
  • 17:30 - 17:32
    (Risos)
  • 17:34 - 17:36
    E eu pensei,
    a única forma de expandir isto
  • 17:36 - 17:39
    é mudar algo na infraestrutura.
  • 17:39 - 17:43
    Foi isso que fiz, através de uma
    longa história de desespero.
  • 17:44 - 17:48
    Se o fizer, em vez de falar,
    serás a primeira a saber.
  • 17:48 - 17:49
    KH: Ok, não perguntamos mais nada.
  • 17:49 - 17:51
    RM: Vais receber uma mensagem.
  • 17:51 - 17:53
    KH: Obrigada. Bom trabalho.
  • 17:53 - 17:54
    RM: Obrigado.
  • 17:54 - 17:57
    (Aplausos)
Title:
Saca um "ollie" e inova!
Speaker:
Rodney Mullen
Description:

A última coisa que Rodney Mullen, o padrinho do skate de rua, queria era vitórias competitivas. Nesta palestra exuberante, Rodney partilha o seu amor pela comunidade aberta do "skateboard" e como o seu ambiente único influencia a criação de novas manobras — promovendo a criatividade puramente pela paixão.
(Filmado em TEDxUSC).

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
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18:19
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