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O "case" de negócios para trabalhar com seus críticos mais ferrenhos

  • 0:01 - 0:06
    Quem se lembra dessa infame
    embalagem de isopor?
  • 0:06 - 0:08
    (Aplausos)
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    Ela sem dúvida mudou a mim,
    mudou minha empresa
  • 0:12 - 0:14
    e precipitou uma jornada reveladora
  • 0:14 - 0:18
    sobre como os adversários
    podem ser nossos melhores aliados.
  • 0:18 - 0:19
    No final dos anos 1980,
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    esta embalagem do Big Mac
    foi o símbolo de uma crise sobre o lixo.
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    As pessoas estavam bem irritadas.
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    Por exemplo, milhares de jovens estudantes
  • 0:29 - 0:33
    do mundo todo enviavam cartas,
    culpando o McDonald's,
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    porque usávamos milhões
    dessas embalagens na época.
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    E ninguém no McDonald's sabia nada
    sobre embalagens ecológicas,
  • 0:41 - 0:42
    inclusive eu.
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    Nos dez anos anteriores,
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    tinha sido encarregado da logística
    e dos motoristas de caminhão.
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    Então, do nada, meu chefe chega pra mim
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    e diz: "Olha, queremos que você salve
    esta embalagem de poliestireno pra empresa
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    e encabece o esforço para reduzir
    os resíduos dentro do McDonald's".
  • 0:58 - 1:00
    Olhei pra ele e perguntei:
  • 1:00 - 1:02
    "O que é poliestireno?"
  • 1:02 - 1:04
    (Risos)
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    Mas aquilo me soou intrigante,
  • 1:06 - 1:09
    porque me levou de volta às minhas raízes.
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    Vejam só, cresci no final
    dos anos 60, início dos anos 70,
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    numa época de grande agitação social
    nos Estados Unidos.
  • 1:21 - 1:24
    E eu era bem ligado
    nos mais diversos tipos de protestos,
  • 1:24 - 1:26
    o sentimento anti-Vietnã,
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    e sentia que havia uma necessidade
    enorme de questionar a autoridade.
  • 1:31 - 1:33
    No entanto, ao entrar pra universidade,
  • 1:34 - 1:38
    percebi que não ia ganhar
    a vida protestando.
  • 1:38 - 1:40
    Além disso, todo esse movimento
    já havia diminuído,
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    e meu espírito ativista ficou adormecido.
  • 1:44 - 1:45
    Bem, eu precisava trabalhar,
  • 1:45 - 1:48
    e me envolvi no mundo dos negócios.
  • 1:48 - 1:51
    Por isso, aqueles estudantes
    contrários à poluição,
  • 1:51 - 1:54
    que enviavam essas cartas
    de protesto ao McDonald's,
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    me lembraram de mim mesmo 20 anos antes.
  • 1:58 - 2:00
    Eles estavam questionando a autoridade.
  • 2:00 - 2:03
    Só que agora o "alvo" era eu.
  • 2:03 - 2:04
    (Risos)
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    Eu era o engravatado.
  • 2:07 - 2:10
    O cara que representava a autoridade.
  • 2:10 - 2:12
    E à época estava surgindo
  • 2:12 - 2:14
    a chamada responsabilidade
    social corporativa,
  • 2:14 - 2:17
    que virou sustentabilidade corporativa,
  • 2:17 - 2:20
    e vi que ali eu teria
    a chance de fazer a diferença.
  • 2:21 - 2:23
    Assim, essa jornada
  • 2:23 - 2:26
    começou quando o McDonald's
    concordou com uma parceria
  • 2:26 - 2:29
    com o Fundo de Defesa Ambiental, o EDF.
  • 2:29 - 2:30
    Eles eram uma ONG
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    fundada com o princípio
    de "processar os sacanas".
  • 2:36 - 2:38
    E logo fiquei imaginando:
  • 2:38 - 2:40
    "O que será que eles pensam
    sobre mim e minha equipe?"
  • 2:40 - 2:43
    Quando fui conhecer o Richard Denison,
  • 2:43 - 2:46
    que era o cientista sênior da EDF,
  • 2:46 - 2:48
    eu estava muito apreensivo.
  • 2:48 - 2:50
    Pensei: "Ele é um abraçador de árvores,
  • 2:50 - 2:53
    e deve achar que só penso em dinheiro".
  • 2:53 - 2:59
    Mas queríamos a equipe do EDF
    para nos dar soluções pé no chão.
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    Daí fizemos a coisa mais lógica.
  • 3:02 - 3:05
    Nós os colocamos pra fritar hambúrguer
    em nossos restaurantes.
  • 3:05 - 3:07
    Imaginem só o Richard,
  • 3:07 - 3:10
    que aliás é doutor em física,
  • 3:10 - 3:13
    tentando preparar um hambúrguer grande,
  • 3:13 - 3:16
    tendo de colocar dois jatos
    de ketchup, um de mostarda,
  • 3:16 - 3:20
    três picles, cebola, e passar pro próximo,
    e tudo isso muito rápido.
  • 3:20 - 3:22
    Ele não conseguiu fazer
    nenhum direito o dia todo.
  • 3:22 - 3:24
    E ficou bem frustrado.
  • 3:24 - 3:27
    Mas eu fiquei muito impressionado,
  • 3:27 - 3:31
    porque ele estava tentando
    entender o nosso negócio.
  • 3:31 - 3:33
    No fim, a equipe do EDF
  • 3:33 - 3:38
    concluiu que os reutilizáveis
    seriam o Santo Graal do nosso negócio.
  • 3:38 - 3:41
    Minha equipe e eu logo
    pensamos: "Reutilizáveis?
  • 3:41 - 3:44
    Exigem espaço demais, vai virar
    uma bagunça e atrasar nosso trabalho".
  • 3:44 - 3:46
    Mas não rejeitamos a ideia.
  • 3:46 - 3:52
    Visitamos um restaurante em DC, que eles
    escolheram, e fomos para os fundos.
  • 3:52 - 3:55
    A lava-louças não funcionava
    direito, saía tudo mal lavado,
  • 3:55 - 3:58
    e a área da cozinha era suja e encardida.
  • 3:58 - 4:02
    Comparada com a experiência deles
    no McDonald's, que é limpo e organizado,
  • 4:02 - 4:05
    eles puderam ver a diferença gritante.
  • 4:05 - 4:08
    Também sentamos num McDonald's o dia todo
  • 4:08 - 4:11
    e observamos os clientes comendo,
  • 4:11 - 4:12
    o comportamento deles.
  • 4:12 - 4:15
    Vimos que muitos saíam com a comida,
  • 4:15 - 4:16
    iam embora com a bebida.
  • 4:16 - 4:19
    E o próprio EDF chegou à conclusão
  • 4:19 - 4:22
    de que os reutilizáveis
    não iam funcionar para nós.
  • 4:22 - 4:26
    Mas eles deram muitas ideias
    que acabaram funcionando.
  • 4:26 - 4:29
    E nunca teríamos pensado nelas sozinhos,
  • 4:29 - 4:31
    sem a equipe do EDF.
  • 4:31 - 4:35
    Minha favorita foi a troca
    da cor do saco para viagem
  • 4:35 - 4:37
    de branco para marrom.
  • 4:42 - 4:45
    Usávamos um saco branco.
  • 4:45 - 4:47
    Era material virgem,
  • 4:47 - 4:51
    alvejado com cloro,
  • 4:51 - 4:53
    e eles sugeriram: "Usem
    um saco sem alvejantes,
  • 4:53 - 4:55
    sem produtos químicos.
  • 4:56 - 4:57
    É feito de conteúdo reciclado,
  • 4:58 - 5:00
    principalmente caixas
    de papelão ondulado reciclado".
  • 5:00 - 5:04
    E resultou que o saco era mais forte,
    a fibra era mais forte,
  • 5:04 - 5:05
    e não nos custou mais dinheiro.
  • 5:06 - 5:07
    Todos saíram ganhando.
  • 5:13 - 5:15
    Outra ideia que eles tiveram
  • 5:15 - 5:19
    foi que deveríamos reduzir
    2,5 cm do nosso guardanapo
  • 5:19 - 5:21
    e fabricá-lo com papel
    reciclado de escritório.
  • 5:23 - 5:26
    Pensei: "Só 2,5 cm não tem problema".
  • 5:26 - 5:30
    Fizemos, e isso reduziu os resíduos
    em 1,3 milhão de quilos por ano.
  • 5:30 - 5:32
    Ou seja, 16 mil árvores salvas.
  • 5:32 - 5:34
    (Aplausos)
  • 5:36 - 5:40
    O mais legal foi que mudamos
    aquele guardanapo branco brilhante,
  • 5:40 - 5:44
    pois o conteúdo reciclado
    ficou cinza e manchado,
  • 5:44 - 5:46
    e fizemos um visual
  • 5:46 - 5:49
    em sintonia com os clientes.
  • 5:51 - 5:54
    Então, acabei gostando muito
  • 5:54 - 5:57
    do tempo em que trabalhei
    com a equipe do EDF.
  • 5:57 - 6:02
    Tivemos muitos jantares, discussões
    tarde da noite, fomos a um jogo juntos...
  • 6:02 - 6:04
    Nós nos tornamos amigos.
  • 6:05 - 6:07
    E foi aí que aprendi uma lição:
  • 6:07 - 6:10
    que aqueles militantes de ONGs
  • 6:10 - 6:12
    não eram diferentes de mim.
  • 6:12 - 6:14
    Eles se importavam,
    tinham paixão pelo que faziam;
  • 6:14 - 6:16
    não éramos diferentes.
  • 6:16 - 6:18
    Assim, tivemos uma parceria de 6 meses
  • 6:18 - 6:23
    que acabou produzindo um plano de ação
    com 42 pontos para redução de resíduos,
  • 6:23 - 6:25
    para reduzir, reutilizar, reciclar.
  • 6:25 - 6:27
    Fizemos uma medição
    durante a década de 1990
  • 6:28 - 6:33
    e, em cerca de 10 anos, reduzimos
    136 milhões de quilos de resíduos.
  • 6:35 - 6:38
    E se estão se perguntando
    sobre aquela embalagem de poliestireno,
  • 6:38 - 6:40
    sim, nós a abandonamos.
  • 6:40 - 6:43
    E ainda por cima não perdi meu emprego.
  • 6:45 - 6:47
    E foi uma parceria tão bem-sucedida
  • 6:47 - 6:52
    que passamos a reciclar
    a ideia de trabalhar com críticos,
  • 6:52 - 6:55
    nos unir a eles em soluções
    que poderiam funcionar
  • 6:55 - 6:58
    para a sociedade e para os negócios.
  • 6:59 - 7:02
    Mas será que essa colaboração
  • 7:02 - 7:05
    funcionaria com pessoas mais antagônicas?
  • 7:05 - 7:09
    E com questões que não estavam
    sob nosso controle direto,
  • 7:09 - 7:11
    como os direitos dos animais?
  • 7:12 - 7:13
    Organizações assim
  • 7:13 - 7:16
    obviamente não concordam
    com o abate de animais para consumo.
  • 7:16 - 7:19
    O McDonald's é provavelmente
    o maior comprador de carne
  • 7:19 - 7:20
    na indústria de alimentação.
  • 7:20 - 7:23
    Portanto, havia um conflito natural ali.
  • 7:23 - 7:24
    Mas pensei que seria melhor
  • 7:24 - 7:29
    conhecê-los e aprender
    com os críticos mais ferozes e vigilantes
  • 7:29 - 7:31
    que tínhamos naquele tempo,
  • 7:31 - 7:35
    que eram Henry Spira,
    chefe da Animal Rights International,
  • 7:35 - 7:37
    e Peter Singer,
  • 7:37 - 7:39
    que escreveu o livro "Libertação Animal",
  • 7:39 - 7:42
    considerado o tratado moderno
    sobre os direitos dos animais.
  • 7:43 - 7:45
    Li o livro do Peter para me preparar,
  • 7:45 - 7:47
    tentar entender seu modo de pensar
  • 7:47 - 7:51
    e, tenho de admitir, foi difícil...
    eu não ia virar vegano,
  • 7:51 - 7:54
    minha empresa não ia seguir nessa direção,
  • 7:54 - 7:56
    mas pensei que poderíamos aprender muito.
  • 7:56 - 7:59
    Então marquei um café de negócios
    na cidade de Nova York.
  • 7:59 - 8:01
    E lembro que, sentado lá, me preparando,
  • 8:01 - 8:04
    decidi que não ia pedir
    meu café da manhã favorito,
  • 8:04 - 8:06
    que dá pra imaginar qual é:
    bacon, linguiça e ovos.
  • 8:06 - 8:08
    (Risos)
  • 8:08 - 8:11
    Eu ia comer só bolo e biscoitos.
  • 8:11 - 8:12
    Mas, tenho de admitir,
  • 8:12 - 8:15
    eu já estava esperando
    uma discussão acalorada.
  • 8:15 - 8:17
    E isso nunca aconteceu.
  • 8:17 - 8:20
    Henry e Peter eram perfeitamente gentis,
  • 8:20 - 8:24
    atenciosos, inteligentes,
    fizeram perguntas interessantes...
  • 8:24 - 8:28
    Expliquei que a questão do bem-estar
    animal era complicada para o McDonald's,
  • 8:28 - 8:31
    uma vez que nossos fornecedores diretos
    só moldavam a carne do hambúrguer.
  • 8:32 - 8:36
    Os animais estavam três ou quatro etapas
    distantes da nossa influência.
  • 8:36 - 8:38
    E eles foram muito empáticos.
  • 8:38 - 8:41
    Apesar do fato de estarmos
    em posições tão opostas
  • 8:41 - 8:43
    em termos da missão
    das nossas organizações,
  • 8:43 - 8:45
    senti que tinha aprendido muito.
  • 8:45 - 8:49
    E o melhor de tudo, eles me deram
    uma excelente recomendação.
  • 8:49 - 8:50
    Me falaram:
  • 8:50 - 8:53
    "Vocês deviam trabalhar
    com a Dra. Temple Grandin".
  • 8:53 - 8:56
    Eu não a conhecia à época,
  • 8:56 - 8:57
    mas vou dizer uma coisa,
  • 8:57 - 9:03
    ela é a especialista mais renomada,
    então e agora, em comportamento animal.
  • 9:03 - 9:07
    Ela sabe como os animais
    se deslocam e reagem em currais.
  • 9:08 - 9:09
    Daí, acabei conhecendo-a,
  • 9:09 - 9:12
    e ela é o melhor tipo
    de crítico que existe,
  • 9:12 - 9:16
    no sentido de que ela simplesmente
    ama os animais e quer protegê-los,
  • 9:16 - 9:20
    mas também entende
    a realidade do negócio da carne.
  • 9:20 - 9:21
    E nunca me esqueço...
  • 9:21 - 9:24
    eu nunca tinha estado
    num matadouro na vida...
  • 9:24 - 9:26
    e então fui, pela primeira vez, com ela.
  • 9:26 - 9:29
    Eu não sabia o que esperar.
  • 9:29 - 9:34
    Descobrimos que os manejadores do gado
    têm bastões elétricos nas mãos,
  • 9:34 - 9:39
    e basicamente dão choques
    em quase todos os animais no curral.
  • 9:39 - 9:42
    Nós dois ficamos horrorizados,
    mas ela dava pulos de raiva
  • 9:42 - 9:45
    dizendo: "Não é possível;
    isto não está certo.
  • 9:45 - 9:48
    Poderíamos usar bandeirinhas,
    usar sacos plásticos,
  • 9:48 - 9:51
    redesenhar os currais para facilitar
    o comportamento natural".
  • 9:52 - 9:54
    Daí, reuni Temple com nossos fornecedores
  • 9:54 - 9:57
    para estabelecer padrões e diretrizes,
  • 9:57 - 10:01
    e maneiras de avaliar suas ideias
    de implementar o bem-estar animal.
  • 10:01 - 10:04
    Fizemos isso nos dois
    aos cinco anos seguintes.
  • 10:04 - 10:07
    E tudo foi integrado e implementado.
  • 10:07 - 10:10
    Com isso, rompemos o contrato
    com dois fornecedores
  • 10:10 - 10:11
    que não seguiram nosso padrão.
  • 10:11 - 10:13
    E o melhor de tudo:
  • 10:13 - 10:17
    todos esses parâmetros acabaram
    se estendendo para toda a indústria,
  • 10:17 - 10:20
    e acabaram-se os choques nos animais.
  • 10:20 - 10:25
    Bem, e quanto a outras questões,
    em outras áreas, de que éramos acusados?
  • 10:25 - 10:27
    Como o desmatamento.
  • 10:27 - 10:29
    Nessa questão, sempre achei que era papel
  • 10:29 - 10:32
    dos gestores de políticas
    públicas e do governo.
  • 10:32 - 10:35
    Nunca achei que isso acabaria no meu colo.
  • 10:35 - 10:38
    Mas ocorre que, em abril de 2006,
  • 10:38 - 10:40
    abri meu Blackberry
  • 10:40 - 10:44
    e li sobre ativistas do Greenpeace
  • 10:44 - 10:48
    no Reino Unido, aos montes,
  • 10:48 - 10:50
    fantasiados de galinhas,
  • 10:50 - 10:52
    tomando café da manhã no McDonald's
  • 10:52 - 10:56
    e se acorrentando às cadeiras e mesas.
  • 10:56 - 10:58
    Eles atraíram muita atenção,
  • 10:58 - 10:59
    inclusive a minha.
  • 10:59 - 11:02
    E eu quis saber mais sobre o relatório
    recém-lançado por eles,
  • 11:02 - 11:05
    chamado "Comendo a Amazônia".
  • 11:05 - 11:08
    A soja é um ingrediente-chave
    na alimentação do frango,
  • 11:08 - 11:11
    e essa era a conexão com o McDonald's.
  • 11:11 - 11:14
    Então liguei pros meus amigos
    no Fundo Mundial para a Natureza,
  • 11:14 - 11:16
    liguei para a Conservação Internacional,
  • 11:16 - 11:21
    e logo descobri que o relatório
    do Greenpeace era preciso.
  • 11:21 - 11:23
    Daí, consegui apoio da empresa
  • 11:23 - 11:27
    e, no dia seguinte, depois da campanha,
  • 11:27 - 11:28
    liguei para eles
  • 11:28 - 11:30
    e disse: "Concordamos com vocês".
  • 11:31 - 11:34
    E convidei: "Que tal trabalharmos juntos?"
  • 11:34 - 11:37
    Assim, três dias depois,
  • 11:37 - 11:39
    como por milagre,
    quatro pessoas do McDonald's
  • 11:39 - 11:41
    e quatro pessoas do Greenpeace
  • 11:41 - 11:44
    nos reunimos no Aeroporto
    de Heathrow, em Londres.
  • 11:44 - 11:46
    E tenho de confessar
    que a primeira hora foi estranha,
  • 11:46 - 11:49
    não havia um clima de confiança na sala,
  • 11:49 - 11:52
    mas parecia que as peças se encaixavam,
  • 11:52 - 11:57
    porque todos ali
    queriam salvar a Amazônia.
  • 11:57 - 11:58
    E durante nossas discussões
  • 11:58 - 12:00
    não dava pra saber, acho,
  • 12:00 - 12:04
    quem era do Greenpeace
    e quem era do McDonald's.
  • 12:05 - 12:08
    E uma das melhores coisas que fizemos
  • 12:08 - 12:12
    foi uma viagem com eles,
    durante nove dias, pela Amazônia,
  • 12:12 - 12:16
    no avião e no barco do Greenpeace.
  • 12:16 - 12:19
    E nunca vou me esquecer,
  • 12:19 - 12:22
    imaginem, viajar centenas
    de quilômetros a oeste de Manaus,
  • 12:22 - 12:25
    a capital do estado do Amazonas.
  • 12:25 - 12:27
    E é uma beleza tão intocada,
  • 12:27 - 12:29
    não há estruturas artificiais,
    não há estradas,
  • 12:29 - 12:31
    nem um fio, nem uma casa.
  • 12:32 - 12:34
    Mas, quando viajamos a leste de Manaus,
  • 12:34 - 12:37
    vemos a flagrante
    destruição da floresta tropical.
  • 12:39 - 12:45
    Assim, essa colaboração tão improvável
    produziu excelentes resultados.
  • 12:45 - 12:46
    Trabalhando juntos,
  • 12:46 - 12:50
    engajamos mais de uma dúzia
    de outros varejistas e fornecedores
  • 12:50 - 12:52
    na mesma causa.
  • 12:52 - 12:55
    E, em três meses,
  • 12:55 - 12:58
    uma moratória sobre essas práticas
    de extração ilegal
  • 12:58 - 13:00
    foi anunciada pela indústria.
  • 13:00 - 13:05
    E o próprio Greenpeace declarou
    uma queda espetacular no desmatamento,
  • 13:05 - 13:08
    que está em vigor desde então.
  • 13:09 - 13:12
    Bem, imagina-se que esses tipos
    de colaboração que descrevi
  • 13:12 - 13:14
    sejam comuns hoje em dia.
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    Mas não são.
  • 13:16 - 13:18
    Quando as empresas são atacadas,
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    a reação em geral é negar e rebater,
  • 13:22 - 13:24
    soltar algum tipo de declaração tosca,
  • 13:24 - 13:27
    e nenhum progresso é feito.
  • 13:27 - 13:30
    Posso afirmar que a colaboração
    é realmente poderosa.
  • 13:30 - 13:32
    Quero dizer, não vai resolver tudo,
  • 13:32 - 13:34
    e certamente há mais a se fazer,
  • 13:34 - 13:36
    mas essa ideia de trabalhar com críticos
  • 13:36 - 13:39
    e tentar fazer mais bem à sociedade,
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    o que na verdade é bom para os negócios,
  • 13:41 - 13:44
    acreditem em mim, é possível.
  • 13:44 - 13:46
    Mas começa com a ideia
  • 13:46 - 13:51
    de que precisamos acreditar
    nas melhores intenções de nossos críticos.
  • 13:51 - 13:54
    Assim como temos as melhores intenções.
  • 13:54 - 13:55
    E, em segundo lugar,
  • 13:55 - 13:58
    precisamos olhar além
    de muitas dessas táticas.
  • 13:58 - 14:01
    Admito que não gostei
    de muitas das táticas
  • 14:01 - 14:03
    usadas contra minha empresa.
  • 14:03 - 14:06
    Mas, em vez disso,
    concentrem-se na verdade,
  • 14:06 - 14:08
    na coisa certa a se fazer,
  • 14:08 - 14:10
    na ciência, nos fatos.
  • 14:11 - 14:13
    E, por último, eu diria:
  • 14:13 - 14:18
    temos de abrir as portas aos críticos,
    mostrar a eles os bastidores.
  • 14:18 - 14:20
    Não escondam os detalhes,
  • 14:20 - 14:22
    porque, se quisermos aliados e apoio,
  • 14:22 - 14:25
    precisamos ser abertos e transparentes.
  • 14:26 - 14:29
    Seja você um engravatado,
  • 14:29 - 14:31
    ou um abraçador de árvores,
  • 14:31 - 14:34
    da próxima vez que for criticado,
  • 14:34 - 14:36
    procure ajuda, escute, aprenda.
  • 14:36 - 14:40
    Você vai ser melhor,
    sua organização vai se tornar melhor,
  • 14:40 - 14:43
    e você ainda poderá fazer bons amigos
    ao longo do caminho.
  • 14:43 - 14:44
    Obrigado.
  • 14:44 - 14:46
    (Aplausos)
Title:
O "case" de negócios para trabalhar com seus críticos mais ferrenhos
Speaker:
Bob Langert
Description:

Como um "engravatado empresarial" (em suas próprias palavras) e ex-vice-presidente de sustentabilidade do McDonald's, Bob Langert, trabalha com empresas e seus críticos mais ferozes na busca de soluções que sejam boas para os negócios e a sociedade. Nesta palestra voltada para a ação, ele compartilha histórias da transição de décadas para a sustentabilidade corporativa no McDonald's, incluindo seu trabalho com parceiros improváveis, ​​como o Fundo de Defesa Ambiental e a Dra. Temple Grandin, e mostra por que nossos adversários às vezes podem ser nossos melhores aliados.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:00

Portuguese, Brazilian subtitles

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