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Exploração mineira no espaço | David Gump | TEDxCibeles

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    Foguetões, satélites, expedições humanas,
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    tudo tem de obedecer
    ao mandamento espacial:
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    Façam o que for preciso
    e demorem o tempo que precisarem
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    para garantirem que não falham
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    que o foguetão não explode
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    e que a tripulação espacial não morre
    quando entrar em órbita.
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    Este é o primeiro mandamento.
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    Se, por exemplo, lançarem um giroscópio,
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    depois de fazerem 37 testes diferentes
    e ele funcionar,
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    da próxima vez que o lançarem,
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    farão os mesmos 37 testes,
    mais uns quantos.
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    E isso continuará assim
    no futuro, infindavelmente.
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    Se lançarem um computador
    e ele funcionar,
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    voltarão a usar o mesmo computador,
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    vezes sem conta.
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    Muitas vezes, um computador desaparece
    porque o fabricante deixa de o fabricar.
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    O resultado disso
    é que as empresas espaciais
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    que costumavam ser
    a vanguarda da tecnologia,
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    agora estão atrasadas.
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    Provavelmente, vocês têm,
    na secretária,
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    um computador mais potente
    do que o que alimenta
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    muitas das naves espaciais
    que andam hoje no ar.
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    Todo o processo de garantir
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    que não mudam nada
    e seguem o manual das regras
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    transformou as tradicionais
    atividades espaciais
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    numa área muito condicionada
    e difícil de mudar,
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    de certo modo semelhante...
  • 1:38 - 1:40
    ... semelhante...
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    (Risos)
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    — já está! —
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    ... a esta pobre rã presa no âmbar.
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    Nunca mais vai conseguir
    dar um salto gigantesco.
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    É isto que a tradicional indústria
    aeroespacial enfrenta.
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    Felizmente, nos últimos anos,
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    muitos independentes estão a abrir caminho
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    no jogo do aeroespaço e a abaná-lo.
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    Um dos mais interessantes
    é Elon Musk da SpaceX.
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    Ajudou a fundar o Paypal,
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    ganhou 300 milhões de dólares e disse:
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    "O que é que hei de fazer
    com o meu dinheiro?
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    "Acho que o que gostava
    de fazer com o meu dinheiro
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    "era fazer um terrário em Marte
    e cultivar uma planta no planeta vermelho.
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    "Era o que eu gostava de fazer".
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    Assim, foi comprar o foguetão
    de que ia precisar.
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    Foi à Rússia que, nessa época,
    tinha baixado os preços
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    das rampas de lançamento,
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    obteve um bom preço
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    mas, depois, infelizmente,
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    os russos descobriram
    que ele era muito rico
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    e duplicaram o preço.
  • 2:41 - 2:42
    (Risos)
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    Elon disse: "Vão para o diabo.
  • 2:44 - 2:47
    "Qual é a dificuldade de construir
    um foguetão? Eu vou fazer um".
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    Assim, construiu o Falcon 1
    e lançou-o. Mas falhou.
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    Construiu outro e melhorou-o,
    lançou-o e falhou.
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    Fez mais uns melhoramentos,
    lançou-o e falhou pela terceira vez.
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    Felizmente, tinha dinheiro suficiente
    para poder lançá-lo pela quarta vez.
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    E funcionou. Entrou em órbita.
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    Mas, nessa altura,
    já estava com falta de dinheiro.
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    Uma coisa que acabou por
    favorecê-lo foi uma mudança na NASA.
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    Um grupo de pessoas, na área
    da comercialização espacial,
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    estava a trabalhar na NASA para
    conseguir que eles considerassem
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    uma alternativa para a ideia
    de voltarem à Lua e irem a Marte.
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    Todos sabiam que a NASA teria de gastar
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    dezenas de milhares de milhões de dólares
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    com a Boeing, a Lockheed
    e a Northrop Grumman
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    e, muito lentamente,
    iam fazer progressos.
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    E a NASA talvez agarrasse
    em 5% desse dinheiro
  • 3:51 - 3:56
    e apostasse em formas não tradicionais
    de fazer a exploração espacial.
  • 3:57 - 3:59
    Assim, mais ou menos na altura
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    em que Elon provou ter capacidade
    de continuar a tentar,
  • 4:02 - 4:06
    a NASA encheu-se de coragem,
    e apostou naquilo a que se chamou
  • 4:06 - 4:10
    o Programa de Serviços de Transporte
    Orbital Comercial.
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    Em resumo, disseram:
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    "Vamos dar-vos, para começar,
    cerca de 300 milhões de dólares,
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    "para construírem uma versão maior
    do vosso foguetão
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    "que possa transportar
    carga e, talvez pessoas,
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    para a Estação Espacial Internacional".
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    Por fim, acho que lhes atribuíram
    mais uns 800 milhões de dólares.
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    Aquela foto mostra a nave
    espacial privada de Elon
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    a acostar na Estação
    Espacial Internacional.
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    É uma mudança enorme na forma
    como se trabalha no espaço.
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    Elon não é o único
    que está a abrir caminho.
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    Paul Allen, que foi
    um dos fundadores da Microsoft.
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    está atualmente a construir
    o maior aeroplano do mundo
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    para poder transportar
    um foguetão a grande altitude
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    e dar-lhe uma posição de vantagem
    para entrar em órbita.
  • 4:59 - 5:02
    E mais, é a primeira
    plataforma reutilizável
  • 5:02 - 5:06
    que pode voltar para trás
    e ficar pronto para lançar outro a seguir.
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    Jeff Bezos está a usar uma parte
    da sua fortuna com o Amazon.com
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    numa coisa a uma escala mais pequena.
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    Está a construir uma espécie
    de nave espacial para três pessoas
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    porque é o que ele quer fazer
    com os seus milhares de milhões.
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    Estes nem sequer são os únicos
    multimilionários envolvidos.
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    Também temos Sir Richard Branson,
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    que está por detrás da Virgin Galactic,
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    para fazer várias pequenas
    viagens espaciais
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    e, posteriormente, evoluir
    para entrar em órbita.
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    Nem sequer é preciso ser multimilionário.
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    Há um tipo fantástico,
    chamado Jeff Greason,
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    que foi "designer" de "chips"
    para a Intel.
  • 5:44 - 5:48
    Decidiu: "Também gostava
    de construir uma nave espacial".
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    Assim, tem estado a construir,
    na sua empresa XCOR, a nave espacial Lynx
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    que talvez venha a voar ao mesmo tempo
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    que a nave espacial de Sir Richard.
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    O que está a chegar é uma era
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    em que ir para o espaço
    será muito menos caro do que é hoje.
  • 6:06 - 6:08
    Teremos muitas opções diferentes.
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    A questão é esta: "Como é que tornamos
    menos caro mantermo-nos no espaço
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    "funcionar ali e montar
    uma empresa no espaço?"
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    Eu estou envolvido na utilização
    de recursos espaciais,
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    sobretudo asteroides
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    para conseguir fornecer carburante
    e outras coisas às empresas em órbita.
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    Estão a ver no ecrã agora
    os asteroides que aprendemos em miúdos.
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    São os principais asteroides do cinturão
    em órbita entre Marte e Júpiter.
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    Estão a uma enorme distância e não são
    estes que iremos procurar na nova era.
  • 6:50 - 6:54
    Em vez disso, vamos procurar
    "asteroides perto da Terra".
  • 6:54 - 6:57
    Como veem, a linha azul
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    e o ponto azul
    que está a subir do lado direito,
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    é a Terra a girar em volta do Sol.
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    Como veem, há muitos asteroides
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    que têm a mesma órbita,
    estão muito perto.
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    Há diferenças no tempo que levam
    a dar a volta ao Sol
  • 7:17 - 7:23
    e, por isso, a maior aproximação
    de um asteroide à Terra
  • 7:23 - 7:28
    acontece cada dois anos, cada cinco anos,
    cada 10 anos ou 20 anos,
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    consoante o asteroide e a sua órbita.
  • 7:32 - 7:37
    Já encontrámos cerca de 10 000
    e encontramos mais uns 1000 todos os anos,
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    mas calculamos que haja dois milhões
    de asteroides perto da Terra.
  • 7:42 - 7:46
    Estamos muito entusiasmados com isto
    porque eles podem proporcionar recursos
  • 7:46 - 7:49
    que tornem muito mais acessível
    trabalhar e viver no espaço.
  • 7:50 - 7:54
    O tipo de coisas que queremos fazer
    com estes asteroides
  • 7:54 - 7:56
    é substituir coisas
    que são lançadas da Terra.
  • 7:56 - 7:58
    Mesmo com os novos serviços
    de lançamento,
  • 7:58 - 8:02
    ainda é muito dispendioso
    pôr qualquer coisa no espaço,
  • 8:02 - 8:04
    são cerca de 17 milhões de dólares
    por tonelada.
  • 8:05 - 8:08
    A piscina do nosso jardim,
    se estivesse numa órbita geossíncrona,
  • 8:08 - 8:11
    valeria quase mil milhões de dólares.
  • 8:11 - 8:15
    Isso explica melhor até que ponto
    é caro pôr qualquer coisa,
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    mesmo que seja água, a essa altitude,
    disponível para ser usada.
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    Mas, se nos pudermos virar
    para os asteroides,
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    podemos obter carburante dos asteroides
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    para reabastecer, por exemplo,
    os satélites de comunicações.
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    São lançados com todo o combustível
    que usarão.
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    Quando o combustível acabar,
    dentro de 10 a 15 anos,
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    ficarão imprestáveis.
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    Se pudermos usar recursos espaciais
    para os reabastecer,
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    cada um desses satélites de comunicações
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    gerará mais 100 milhões de dólares
    de receitas, por satélite,
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    para os seus proprietários.
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    Esse mesmo carburante pode ser usado
    para enviar expedições à Lua e a Marte
  • 8:50 - 8:54
    a um custo muito menor do que enviar
    o carburante a partir da Terra.
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    Também podemos prestar
    serviços aos habitats espaciais.
  • 8:57 - 9:00
    Eles precisam de carburante
    para manterem a órbita.
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    As tripulações precisam de água
    para sobreviverem,
  • 9:03 - 9:08
    e, à medida que processarmos
    esses voláteis e esses metais,
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    os desperdícios que concentrarmos
    em metais preciosos,
  • 9:12 - 9:14
    como o ouro e a platina,
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    acabam por ser exportados para a Terra.
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    O que temos hoje no espaço,
    o nosso único posto avançado no espaço,
  • 9:25 - 9:27
    é a Estação Espacial Internacional
  • 9:27 - 9:29
    que utiliza os orçamentos conjuntos
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    dos EUA, da Rússia, da Europa,
    e do Japão, para poderem funcionar.
  • 9:35 - 9:40
    Ficou pronta após
    10 anos e meio de construção.
  • 9:40 - 9:42
    Agora estão a prestar atenção
  • 9:42 - 9:45
    para fazerem coisas ali,
    em vez de estarem a construí-la.
  • 9:45 - 9:47
    Estão a começar a fazer
    descobertas espantosas
  • 9:47 - 9:50
    quanto ao que podemos aprender
    funcionando numa gravidade zero.
  • 9:50 - 9:53
    Grande parte disso tem a ver
    com a investigação médica.
  • 9:53 - 9:56
    Descobriu-se, por exemplo,
    que o genoma humano
  • 9:56 - 9:57
    e os genomas das plantas,
  • 9:57 - 10:03
    quando expostos a uma microgravidade,
    exprimem partes do seu ADN
  • 10:03 - 10:06
    que não são expressos no terreno.
  • 10:06 - 10:09
    Vamos encontrar uma evolução
    quase instantânea
  • 10:09 - 10:13
    na mudança que sofre
    aquela planta ou aquele organismo.
  • 10:16 - 10:19
    Conseguimos, ao fim de muitos esforços,
  • 10:19 - 10:25
    começar a provar que há muitas coisas
    a aprender e a produzir no espaço.
  • 10:25 - 10:27
    Mas, se isso precisar de usar
  • 10:27 - 10:31
    o conjunto das quatro das nações
    mais ricas do mundo,
  • 10:31 - 10:33
    vai ser um progresso muito lento.
  • 10:33 - 10:35
    O melhor que vai acontecer a seguir
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    é a venda do espaço,
  • 10:39 - 10:42
    é irmos ter ali empresas privadas.
  • 10:42 - 10:44
    É entusiasmante.
  • 10:45 - 10:49
    Aquele tipo no centro é Bob Bigelow,
    um multimilionário de Los Angeles
  • 10:50 - 10:55
    que tem dois habitats privados
    em órbita, neste momento.
  • 10:56 - 10:59
    Tem um acordo com a NASA,
  • 10:59 - 11:03
    para testar um dos seus insufláveis
    gigantes na Estação Espacial
  • 11:04 - 11:07
    e, depois, construir
    estações espaciais privadas.
  • 11:07 - 11:09
    Assim, vamos fazer a transição
  • 11:09 - 11:12
    de uma coisa que exige
    um nível enorme de esforços
  • 11:12 - 11:16
    para uma coisa que um magnata
    de Las Vegas pode fazer sozinho.
  • 11:16 - 11:18
    É este o futuro para onde
    nos encaminhamos,
  • 11:19 - 11:20
    com um custo mais baixo
    de lançamento,
  • 11:20 - 11:24
    com recursos que obtemos no espaço
    em vez de os lançarmos a partir da Terra
  • 11:24 - 11:27
    e fazendo a instalação do espaço
  • 11:27 - 11:30
    numa base comercial
    e numa base sustentável.
  • 11:31 - 11:36
    Isto vai acabar por nos levar
    à expansão do grande futuro no espaço
  • 11:36 - 11:40
    que nos prometeram e agora
    está a tornar-se verdade.
  • 11:40 - 11:42
    Muito obrigado pela vossa atenção.
  • 11:42 - 11:45
    (Aplausos)
Title:
Exploração mineira no espaço | David Gump | TEDxCibeles
Description:

Os métodos tradicionais de exploração espacial são dispendiosos e lentos. Neste vídeo, observem David Gump a explicar como a exploração mineira dos asteroides pode baixar os custos da exploração espacial e como a iniciativa privada está a mudar a forma como é feita a exploração espacial.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
11:52

Portuguese subtitles

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