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Quatro lições de robôs sobre como ser humano | Ken Goldberg | TEDxBerkeley

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    Obrigado. Tivemos ótimos
    palestrantes hoje.
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    Conversávamos nos bastidores,
    e quero dizer que todos nós concordamos
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    que vocês têm sido uma tremenda audiência.
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    Achamos que vocês merecem
    aplausos por serem tão incríveis.
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    (Aplausos)
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    Sei que vai parecer estranho,
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    mas acho que os robôs podem nos inspirar
    a sermos melhores seres humanos.
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    Eu cresci em Bethlehem na Pensilvânia,
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    lar da siderúrgica Bethlehem.
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    Meu pai era engenheiro
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    e, enquanto eu crescia, ele me ensinava
    como as coisas funcionavam.
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    Nós fazíamos projetos juntos,
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    como foguetes e autoramas.
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    Aqui está o kart que construímos juntos.
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    Sou eu na direção,
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    com minha irmã e meu melhor amigo.
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    E um dia,
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    ele voltou para casa, eu tinha
    mais ou menos dez anos,
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    e anunciou, na mesa de jantar,
  • 1:33 - 1:37
    que nosso próximo projeto
    seria a construção...
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    de um robô.
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    Um robô.
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    Eu estava entusiasmado com isso,
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    porque na escola, havia
    um menino chamado Kevin,
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    que pegava no meu pé,
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    porque eu era o único judeu da classe.
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    Eu mal podia esperar
    para começar a trabalhar nisso,
  • 1:54 - 1:56
    para poder apresentar Kevin ao meu robô.
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    (Risos)
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    (Sons de robô)
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    (Risos)
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    Mas não era esse tipo de robô
    que meu pai tinha em mente.
  • 2:12 - 2:13
    (Risos)
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    Veja, ele tinha uma empresa de cromagem,
  • 2:17 - 2:23
    e tinham que mover peças pesadas de metal
    de um tanque para outro.
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    Então ele precisava de um robô
    industrial como este,
  • 2:26 - 2:28
    que fizesse o trabalho pesado.
  • 2:29 - 2:33
    Mas meu pai também não entendeu
    direito o tipo de robô que ele queria.
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    Nós trabalhamos nisso por anos,
  • 2:36 - 2:41
    mas isso era nos anos 70, e a tecnologia
    disponível na época para amadores
  • 2:41 - 2:42
    não havia chegado lá ainda.
  • 2:43 - 2:46
    Meu pai continuou fazendo
    esse tipo de trabalho à mão.
  • 2:47 - 2:49
    E, alguns anos depois,
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    ele foi diagnosticado com câncer.
  • 2:53 - 2:55
    Veja você,
  • 2:55 - 2:58
    o que o robô que tentávamos construir
    estava dizendo a ele
  • 2:58 - 3:00
    não era nada sobre o trabalho pesado.
  • 3:00 - 3:01
    Era um aviso
  • 3:01 - 3:03
    sobre sua exposição a produtos tóxicos.
  • 3:05 - 3:07
    Ele não percebeu naquela época,
  • 3:07 - 3:09
    e teve leucemia.
  • 3:09 - 3:11
    E morreu com 45 anos.
  • 3:13 - 3:15
    Fiquei arrasado.
  • 3:15 - 3:18
    E nunca esqueci do robô
    que tentamos construir.
  • 3:20 - 3:23
    Quando estava na faculdade, decidi
    estudar engenharia, como meu pai.
  • 3:25 - 3:29
    Fui para Carnegie Mellon,
    onde consegui meu PhD em robótica.
  • 3:29 - 3:31
    Tenho estudado robôs desde então.
  • 3:32 - 3:37
    Quero contar para vocês
    sobre quatro projetos de robôs,
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    e como eles me inspiraram
    a ser um ser humano melhor.
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    Em 1993, eu era um jovem
    professor na USC,
  • 3:49 - 3:52
    e estava construindo meu próprio
    laboratório de robótica,
  • 3:52 - 3:55
    e esse foi o ano em que a Internet surgiu.
  • 3:56 - 3:59
    Lembro de meus estudantes
    me contando sobre ela,
  • 3:59 - 4:01
    e estávamos deslumbrados.
  • 4:01 - 4:05
    Começamos a brincar com ela,
  • 4:05 - 4:09
    e percebemos que poderíamos usar
    essa nova interface universal
  • 4:09 - 4:13
    para que qualquer um no mundo
    pudesse operar nosso robô.
  • 4:15 - 4:19
    Então em vez de fazer o robô lutar
    ou fazer trabalho industrial,
  • 4:20 - 4:22
    decidimos montar um canteiro,
  • 4:22 - 4:24
    colocar o robô no centro,
  • 4:24 - 4:26
    e o chamamos de Telegarden.
  • 4:27 - 4:32
    Colocamos uma câmera no braço do robô,
  • 4:32 - 4:35
    e escrevemos alguns scripts e software,
  • 4:35 - 4:39
    de forma que qualquer um poderia
    se juntar e, clicando na tela,
  • 4:39 - 4:42
    podia mover o robô ao redor
    e visitar o jardim.
  • 4:43 - 4:47
    Mas também desenvolvemos outro software
  • 4:47 - 4:51
    que permitia a sua participação,
    você poderia aguar o jardim remotamente.
  • 4:51 - 4:53
    E se você o aguasse algumas vezes,
  • 4:53 - 4:56
    te daríamos suas próprias
    sementes para plantio.
  • 4:57 - 5:00
    Era um projeto de engenharia,
  • 5:00 - 5:04
    e publicamos alguns artigos
    sobre o projeto desenvolvido,
  • 5:04 - 5:07
    mas também pensamos nele
    como uma instalação artística.
  • 5:08 - 5:10
    Ele foi convidado, depois do primeiro ano,
  • 5:10 - 5:13
    para o Ars Electronica Museum na Áustria,
  • 5:13 - 5:16
    para ser instalado na entrada.
  • 5:17 - 5:21
    Estou feliz em dizer que ficou lá,
    on-line, 24 horas por dia,
  • 5:21 - 5:23
    por quase nove anos.
  • 5:24 - 5:28
    Aquele robô foi operado por mais pessoas
  • 5:28 - 5:30
    do que qualquer outro robô na história.
  • 5:31 - 5:32
    Um dia,
  • 5:32 - 5:36
    recebi uma ligação de um estudante,
  • 5:37 - 5:41
    que me fez uma pergunta
    muito simples, mas profunda.
  • 5:42 - 5:45
    Ele disse: "Esse robô é de verdade?"
  • 5:46 - 5:48
    Todos assumiram que era,
  • 5:48 - 5:51
    e sabíamos que era,
    porque trabalhávamos com ele.
  • 5:51 - 5:52
    Mas eu sabia o que ele queria dizer,
  • 5:52 - 5:57
    porque seria possível tirar
    algumas fotos de flores em um jardim
  • 5:57 - 6:00
    e basicamente colocá-las em um computador,
  • 6:00 - 6:03
    assim pareceria ser um robô de verdade,
  • 6:03 - 6:04
    mas não seria.
  • 6:05 - 6:06
    E quanto mais eu pensava nisso,
  • 6:06 - 6:10
    não conseguia pensar em como
    poderíamos mostrar a diferença.
  • 6:10 - 6:14
    Na época recebi uma proposta
    para trabalhar aqui em Berkeley.
  • 6:14 - 6:16
    E, quando cheguei,
  • 6:16 - 6:18
    procurei por Hubert Dreyfus,
  • 6:18 - 6:21
    um renomado professor de filosofia.
  • 6:22 - 6:25
    Conversei com ele sobre isso, e ele disse:
  • 6:25 - 6:29
    "Esse é um dos problemas
    mais antigos e centrais da filosofia.
  • 6:29 - 6:33
    Remonta aos céticos e Descartes.
  • 6:33 - 6:36
    É a questão da epistemologia,
  • 6:36 - 6:39
    o estudo de como sabemos
    que algo é verdadeiro".
  • 6:40 - 6:42
    Começamos a trabalhar juntos,
  • 6:42 - 6:45
    e criamos um novo termo:
    "telepistemologia",
  • 6:46 - 6:48
    o estudo do conhecimento à distância.
  • 6:49 - 6:55
    Convidamos artistas, engenheiros
    e filósofos para escrever artigos,
  • 6:55 - 6:58
    e os resultados foram compilados
    nesse livro do MIT Press.
  • 6:59 - 7:02
    Graças a esse estudante,
  • 7:02 - 7:05
    que questionou o que todos
    assumiram ser verdade,
  • 7:05 - 7:09
    esse projeto me ensinou
    uma grande lição sobre a vida,
  • 7:09 - 7:12
    que é sempre questionar.
  • 7:13 - 7:15
    Agora, o segundo projeto que vou falar
  • 7:16 - 7:17
    nasceu do Telegarden.
  • 7:18 - 7:20
    Enquanto ele operava,
    meus alunos e eu ficamos interessados
  • 7:20 - 7:23
    em como as pessoas interagiam
    umas com as outras
  • 7:23 - 7:25
    e o que estavam fazendo com o jardim,
  • 7:25 - 7:26
    então pensamos:
  • 7:26 - 7:28
    e se o robô deixasse o jardim
  • 7:28 - 7:31
    e fosse para outro ambiente interessante?
  • 7:31 - 7:33
    Por exemplo, um jantar
  • 7:33 - 7:35
    na Casa Branca?
  • 7:35 - 7:37
    (Risos)
  • 7:38 - 7:41
    Como estávamos mais interessados
    no projeto do sistema
  • 7:41 - 7:44
    e na interface do usuário
    do que no hardware
  • 7:44 - 7:50
    decidimos que, em vez de um robô
    substituir um humano na festa,
  • 7:50 - 7:52
    teríamos um humano substituindo o robô.
  • 7:53 - 7:55
    Demos o nome de Tele-Actor.
  • 7:55 - 7:57
    Selecionamos uma pessoa,
  • 7:58 - 8:01
    alguém bem sociável e gregária,
  • 8:01 - 8:05
    que vestiria um capacete
    com vários equipamentos,
  • 8:05 - 8:06
    câmeras e microfones,
  • 8:06 - 8:09
    e uma mochila com acesso à internet.
  • 8:10 - 8:13
    A ideia era que ela iria
  • 8:13 - 8:15
    para um ambiente interessante e afastado
  • 8:15 - 8:17
    e, pela internet,
  • 8:17 - 8:20
    ela poderia compartilhar suas
    experiências com outras pessoas.
  • 8:20 - 8:23
    Elas veriam o que ela veria
  • 8:23 - 8:26
    e, mais importante, poderiam participar
  • 8:26 - 8:29
    interagindo entre si
  • 8:29 - 8:35
    e trazendo ideias sobre o que ela poderia
    fazer em seguida, e onde poderia ir,
  • 8:35 - 8:38
    e transmiti-las à Tele-Actor.
  • 8:39 - 8:41
    Assim tivemos a chance
    de levar a Tele-Actor
  • 8:41 - 8:44
    ao prêmio Webby em São Francisco.
  • 8:45 - 8:48
    Naquele ano, o apresentador
    era Sam Donaldson.
  • 8:50 - 8:52
    Pouco antes das cortinas
    se abrirem, tive 30 segundos
  • 8:53 - 8:56
    para explicar a ele o que faríamos.
  • 8:58 - 9:01
    Eu disse: "A Tele-Actor
    vai se juntar a você no palco.
  • 9:01 - 9:04
    Este é um projeto experimental,
  • 9:04 - 9:06
    as pessoas estão assistindo em suas telas,
  • 9:06 - 9:09
    temos câmeras e microfones envolvidos,
  • 9:09 - 9:11
    ela tem um fone de ouvido,
  • 9:11 - 9:15
    e pessoas do mundo todo estão dando dicas
    a ela sobre o que fazer em seguida".
  • 9:15 - 9:16
    E ele disse: "Espere aí.
  • 9:17 - 9:19
    Isso é o que eu faço".
  • 9:19 - 9:22
    (Risos)
  • 9:24 - 9:25
    Ele amou nossa ideia,
  • 9:25 - 9:28
    e quando a Tele-Actor subiu ao palco,
  • 9:28 - 9:30
    foi em direção a ele
  • 9:30 - 9:32
    e deu um beijão na boca dele.
  • 9:32 - 9:34
    (Risos)
  • 9:34 - 9:37
    Ficamos surpresos, não sabíamos
    que aquilo iria acontecer,
  • 9:37 - 9:40
    e ele foi ótimo, deu um abraço nela
  • 9:40 - 9:41
    e tudo funcionou perfeitamente.
  • 9:41 - 9:44
    Mas naquela noite,
    enquanto guardávamos tudo,
  • 9:44 - 9:48
    perguntei à Tele-Actor
    como os participantes decidiram
  • 9:48 - 9:51
    que ela deveria beijar Sam Donaldson?
  • 9:53 - 9:54
    E ela disse que eles não decidiram.
  • 9:55 - 9:57
    Ela contou que estava
    prestes a entrar no palco,
  • 9:57 - 10:00
    e os participantes ainda estavam
    decidindo sobre o que fazer,
  • 10:00 - 10:04
    então ela entrou no palco
    e fez o que pareceu mais natural.
  • 10:04 - 10:07
    (Risos)
  • 10:08 - 10:11
    O sucesso da Tele-Actor naquela noite
  • 10:11 - 10:15
    foi porque ela era uma ótima atriz.
  • 10:15 - 10:18
    Sabia quando confiar em seus instintos.
  • 10:18 - 10:23
    E esse projeto me ensinou
    outra lição sobre a vida, que é:
  • 10:23 - 10:26
    se estiver em dúvida, improvise.
  • 10:26 - 10:27
    (Risos)
  • 10:28 - 10:33
    O terceiro projeto nasceu
    da minha experiência
  • 10:33 - 10:35
    da época em que meu pai
    estava no hospital.
  • 10:37 - 10:40
    Ele estava fazendo quimioterapia,
  • 10:40 - 10:44
    e existe um tratamento associado
    chamado braquiterapia,
  • 10:44 - 10:48
    no qual minúsculas sementes radioativas
    são colocadas no corpo
  • 10:48 - 10:50
    para tratar tumores cancerígenos.
  • 10:51 - 10:54
    Como podemos ver aqui,
  • 10:54 - 10:58
    os cirurgiões inserem agulhas no corpo
  • 10:58 - 10:59
    para aplicar as sementes.
  • 10:59 - 11:03
    E todas essas agulhas
    são inseridas paralelamente.
  • 11:04 - 11:09
    É muito comum que algumas agulhas
    atinjam órgãos sensíveis.
  • 11:10 - 11:17
    Como resultado, as agulhas
    causam danos aos órgãos,
  • 11:17 - 11:19
    o que leva a trauma e efeitos colaterais.
  • 11:20 - 11:22
    Eu e meus estudantes pensamos:
  • 11:22 - 11:26
    e se pudéssemos alterar o sistema
  • 11:26 - 11:29
    para que as agulhas penetrem
    em ângulos diferentes?
  • 11:30 - 11:32
    Fizemos uma simulação,
  • 11:32 - 11:35
    desenvolvemos alguns algoritmos
    específicos e simulamos.
  • 11:35 - 11:39
    E pudemos demonstrar
    que poderíamos evitar esses órgãos
  • 11:39 - 11:44
    e, ainda assim, atingir
    os tumores com radiação.
  • 11:45 - 11:48
    Então estamos trabalhando
    com médicos do UCSF
  • 11:48 - 11:51
    e engenheiros do John Hopkins,
  • 11:51 - 11:53
    e construindo um robô
  • 11:53 - 11:57
    com um projeto específico,
    com várias articulações
  • 11:57 - 12:02
    que permitem que as agulhas sejam
    inseridas em vários ângulos.
  • 12:02 - 12:06
    Como vocês podem ver,
    elas conseguem evitar os órgãos
  • 12:06 - 12:08
    e ainda atingir as áreas necessárias.
  • 12:10 - 12:15
    Assim, questionando a premissa
    de que as agulhas deveriam ser paralelas,
  • 12:15 - 12:17
    esse projeto me ensinou
    uma importante lição:
  • 12:18 - 12:22
    quando seu caminho está bloqueado, desvie.
  • 12:23 - 12:27
    E o último projeto também tinha
    a ver com medicina robótica
  • 12:28 - 12:31
    e surgiu de um sistema
  • 12:31 - 12:35
    chamado robô cirúrgico da Vinci.
  • 12:35 - 12:38
    É um aparelho disponível
    comercialmente,
  • 12:38 - 12:41
    usado em mais de 2 mil
    hospitais em todo mundo.
  • 12:42 - 12:46
    A ideia é permitir que o cirurgião
    opere confortavelmente
  • 12:46 - 12:48
    em seu próprio campo de coordenadas.
  • 12:50 - 12:56
    Muitas das tarefas em uma cirurgia são
    rotineiras e tediosas, como dar pontos,
  • 12:56 - 12:58
    e frequentemente são realizadas
  • 12:58 - 13:02
    sob o controle específico do cirurgião.
  • 13:03 - 13:05
    Então o cirurgião fica cansado.
  • 13:06 - 13:07
    E estávamos pensando,
  • 13:07 - 13:11
    que se pudéssemos programar o robô
    para que ele pudesse fazer essas tarefas,
  • 13:11 - 13:13
    e assim liberar o cirurgião
  • 13:13 - 13:16
    para que ele possa focar
    tarefas mais complicadas
  • 13:16 - 13:19
    e diminuir o tempo da cirurgia;
  • 13:19 - 13:22
    e ainda se pudéssemos fazer
    com que o robô as fizesse mais rápido?
  • 13:22 - 13:26
    Não é fácil programar o robô
    para fazer coisas assim delicadas.
  • 13:26 - 13:31
    Mas meu colega Peter Abbeel,
    que está aqui em Berkeley,
  • 13:31 - 13:36
    desenvolveu uma série de técnicas
    para ensinar os robôs através de exemplos.
  • 13:37 - 13:39
    Ele fez robôs pilotarem helicópteros,
  • 13:39 - 13:43
    fazerem acrobacias lindas,
  • 13:43 - 13:45
    por meio de especialistas que os guiavam.
  • 13:46 - 13:48
    Então pegamos um desses robôs.
  • 13:48 - 13:50
    Começamos a trabalhar
    com Peter e seus estudantes.
  • 13:50 - 13:54
    E pedimos a um cirurgião
    para fazer uma tarefa,
  • 13:56 - 13:57
    com o robô.
  • 13:57 - 14:00
    Pedíamos ao cirurgião
    que fizesse seu trabalho
  • 14:00 - 14:03
    e gravávamos os movimentos do robô.
  • 14:03 - 14:04
    Um exemplo.
  • 14:04 - 14:07
    Vou usar o desenho
    de um oito como exemplo.
  • 14:08 - 14:11
    Aqui está o resultado, quando o robô...
  • 14:11 - 14:14
    esse três exemplos são o traçado do robô.
  • 14:14 - 14:19
    São muito melhores
    do que um novato como eu faria,
  • 14:19 - 14:21
    mas ainda está bagunçado e impreciso.
  • 14:21 - 14:24
    Então gravamos todos esses
    exemplos, esses dados,
  • 14:24 - 14:27
    e passamos por uma sequência de passos.
  • 14:28 - 14:31
    Primeiro usamos uma técnica chamada
    "dynamic time warping", ou DTW,
  • 14:31 - 14:32
    de reconhecimento de voz.
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    Isso nos permitiu alinhar
    todos os exemplos.
  • 14:36 - 14:42
    Então aplicamos o filtro de Kalman,
    uma técnica da teoria de controle,
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    que nos permitiu analisar
    o ruído estatisticamente
  • 14:45 - 14:49
    e extrair a trajetória desejada
    que está por trás delas.
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    Pegamos aquelas demonstrações humanas,
    todas com ruídos e imperfeições,
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    e deduzimos uma trajetória das tarefas
  • 14:58 - 15:00
    e uma sequência de controle para o robô.
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    Então executamos isso no robô
  • 15:03 - 15:05
    e observamos o que acontecia,
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    ajustamos os controles
  • 15:06 - 15:09
    usando uma série de técnicas
    chamada aprendizado iterativo.
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    Então aumentamos um pouco a velocidade.
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    Observamos os resultados,
    ajustamos os controles mais uma vez,
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    e observamos o que acontecia.
  • 15:21 - 15:23
    Fizemos isso várias vezes.
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    E aqui está o resultado.
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    Esta é a trajetória inferida,
  • 15:26 - 15:29
    e aqui está o robô, se movendo
    na velocidade de um humano.
  • 15:29 - 15:32
    Aqui, quatro vezes
    a velocidade de um humano.
  • 15:32 - 15:33
    Aqui sete vezes.
  • 15:35 - 15:39
    E aqui está o robô operando dez vezes
    mais rápido que um humano.
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    Fomos capazes de fazer com que o robô
    fizesse uma tarefa delicada,
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    como uma tarefa em uma cirurgia,
  • 15:47 - 15:49
    dez vezes mais rápido que um ser humano.
  • 15:50 - 15:52
    Então esse projeto também,
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    por conta de seu envolvimento
    prático e aprendizado
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    repetindo uma tarefa várias vezes,
  • 15:56 - 15:59
    também tem uma lição, que é:
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    se você quer fazer algo bem feito,
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    não existe substituto
    para praticar, praticar e praticar.
  • 16:11 - 16:15
    Essas são as quatro lições que aprendi
    dos robôs ao longo dos anos.
  • 16:17 - 16:22
    E a robótica se tornou muito melhor
    ao longo dos anos.
  • 16:24 - 16:26
    Hoje, estudantes do colegial
    constróem robôs,
  • 16:26 - 16:29
    como o robô industrial que eu
    e meu pai tentamos construir.
  • 16:30 - 16:33
    Mas...
  • 16:33 - 16:37
    Agora eu tenho uma filha,
  • 16:37 - 16:39
    chamada Odessa.
  • 16:39 - 16:40
    Ela tem oito anos.
  • 16:41 - 16:43
    E ela também gosta de robôs.
  • 16:43 - 16:45
    Talvez seja algo de família.
  • 16:45 - 16:46
    (Risos)
  • 16:46 - 16:48
    Gostaria que ela
    tivesse conhecido meu pai.
  • 16:50 - 16:53
    E agora posso ensiná-la
    como as coisas funcionam,
  • 16:53 - 16:55
    e podemos fazer projetos juntos.
  • 16:55 - 16:58
    E me pergunto que tipo de lições
    ela tirará deles.
  • 17:00 - 17:04
    Robôs são as mais humanas
    de nossas máquinas.
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    Eles não podem resolver todos
    os problemas do mundo,
  • 17:07 - 17:11
    mas acho que eles têm
    algo importante a nos ensinar.
  • 17:12 - 17:14
    Convido a todos
  • 17:14 - 17:17
    a pensar sobre as inovações
    em que estão interessados,
  • 17:18 - 17:20
    as máquinas que vocês desejam.
  • 17:21 - 17:24
    E pensar no que elas estão te dizendo.
  • 17:25 - 17:28
    Porque tenho um palpite
    de que muitas inovações tecnológicas,
  • 17:28 - 17:30
    os aparelhos que sonhamos,
  • 17:32 - 17:35
    podem nos inspirar
    a sermos melhores seres humanos.
  • 17:35 - 17:37
    Obrigado.
  • 17:37 - 17:39
    (Aplausos)
Title:
Quatro lições de robôs sobre como ser humano | Ken Goldberg | TEDxBerkeley
Description:

Quanto mais os robôs entram em nosso cotidiano, mais somo forçados a nos examinar como pessoas. Nesse TEDxBerkeley, Ken Goldberg divide conosco quatro lições humanas que ele aprendeu trabalhando com robôs.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:44

Portuguese, Brazilian subtitles

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