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Gênero? Eu gosto da pessoa! | Fran Weitzman | TEDxRíodelaPlata

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    Há uns meses, fui a uma festa.
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    Era na casa de um garoto da escola,
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    e fui com um grupo de amigos,
    para ver se era legal.
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    A festa estava boa.
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    Havia boa música, não havia muita luz,
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    e conheci muita gente;
    era um lugar bonito.
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    Um tempo depois, fomos conversar
    com uns conhecidos dos meus amigos
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    e vi alguém de quem gostei.
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    Não tinha prestado
    muita atenção no princípio,
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    mas depois me aproximei para conversar,
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    porque era a única pessoa
    que não conhecia ninguém.
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    Sua simpatia e a facilidade de encontrar
    assuntos para conversar me atraíram,
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    e passamos o resto da festa juntos.
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    A pessoa que conheci era o Juan.
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    Naquela noite, enquanto voltava para casa,
    havia uma confusão na minha cabeça,
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    porque antes nunca tinha pensado
    em me relacionar com um garoto.
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    Quando vou a uma festa, não vou
    pensando com quem vou me relacionar,
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    mas procuro aproveitar e me divertir.
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    Entretanto, não pensei
    que poderia chegar a gostar,
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    porque não era comum para mim,
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    ia contra o que acontecia naturalmente.
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    Naquela noite, também havia várias
    perguntas na minha cabeça.
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    Por exemplo, qual são os critérios
    que levamos em conta
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    no momento de determinar
    se gostamos ou não de alguém?
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    Seu físico? Seu gênero? Sua personalidade?
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    Uma combinação de características?
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    Nem entendia por que estava
    me fazendo essas perguntas.
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    Se com coisas bem comuns
    essas dúvidas não existiam,
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    era porque não havia resposta para elas.
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    Por exemplo, por que gosto
    tanto de bife à milanesa?
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    (Risos)
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    Não sei! Gosto e pronto!
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    A situação toda,
    as perguntas, as respostas
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    me levaram a pensar em duas coisas.
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    A primeira: por que temos a necessidade
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    de classificar as pessoas
    quanto a seu físico,
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    seu gênero, sua personalidade
    e sua inteligência?
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    A segunda: como gostamos de alguém
    por essas qualidades?
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    Não entendo direito.
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    Mas acho que funcionamos
    como uma espécie de filtros
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    que marcam o que é bom
    e ruim em uma pessoa,
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    de acordo com o nosso critério.
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    Depois de muito tempo,
    concluí que esse critério, para mim,
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    era simplesmente se eu gostava da pessoa
    e se me sentia confortável do lado dela.
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    Não me importava quem ela era.
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    nem do que gostava,
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    se era homem ou mulher,
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    ou o que fosse.
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    Se essa pessoa gostava de mim
    e eu gostava dela,
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    não havia mais razão para me preocupar.
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    Vejo a orientação sexual
    não como um gênero de preferência,
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    mas como um conjunto de filtros
    com o qual cada um escolhe.
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    Para mim, não existe isso de ser "gay",
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    heterossexual, pansexual, bissexual,
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    porque não entendo o conceito de gênero.
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    Não entendo o que nos faz homem
    ou o que nos faz mulher.
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    Por isso, não consigo entender
    a sexualidade segundo os costumes.
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    Mesmo assim, continua sendo difícil
    determinar nossos gostos, certo?
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    Por que é assim?
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    Porque a ideia de amor
    nesse sistema social
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    no qual vivemos e nos relacionamos
    é a de nos casarmos lá pelos 30,
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    ter uma relação monogâmica,
    com alguém do sexo oposto,
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    com 2 filhos, primeiro um menino,
    depois uma menina.
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    Isso é o que nos falam para fazer,
    consciente e inconscientemente
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    a cada um de nós,
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    e não seguir o que, no fundo,
    cada um gosta.
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    Esses filtros foram trocados,
    modificados e até flexibilizados
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    graças ao fato de serem repensados
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    ao longo da história.
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    Acho que vivemos
    em um momento muito particular,
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    no qual não só há uma nova abordagem
    mas também profunda desses filtros.
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    E também há a diminuição daqueles
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    que foram impostos por alguém
    além de vocês mesmos.
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    Vejo isso todos os dias.
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    Na rua, nos protestos, na escola,
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    e é algo muito bom!
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    Porque cada vez mais pessoas pensam assim.
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    Isso é a continuação da luta
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    pelo livre direito da expressão sexual.
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    O que acontece comigo
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    é que não tenho mais o filtro "gênero".
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    E talvez muitas outras pessoas
    não o tenham daqui a 5, 10, 20 anos.
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    Se esse filtro não existisse
    na cabeça de ninguém mais,
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    então problemas atuais
    graves não existiriam,
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    como a discriminação, a desigualdade
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    e o não exercício de direitos
    por ser quem é.
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    Muito obrigado.
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    (Aplausos) (Vivas)
Title:
Gênero? Eu gosto da pessoa! | Fran Weitzman | TEDxRíodelaPlata
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

O que nos faz gostar de algo? Francisco nos explica algumas das razões pelas quais gostamos ou não de algo, e expõe quais acha que vão deixar de fazer sentido nos próximos 10 anos. Tem 16 anos e estuda na Escola Superior de Comércio Carlos Pellegrini, na cidade de Buenos Aires.

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Video Language:
Spanish
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
06:15

Portuguese, Brazilian subtitles

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