♪ [música] ♪ [Alex] Vamos agora para a segunda das propriedades da mão invisível: o equilíbrio das indústrias. Veremos também sobre os vendavais da destruição criativa. A propriedade nº1 da mão invisível diz que a produção de qualquer quantidade de um bem será alocada entre as empresas desse setor de forma a minimizar os custos totais do setor. Mas a questão é: o quanto deve ser produzido em cada indústria? A propriedade nº1 da mão invisível diz que se vamos porduzir 5,4 toneladas de trigo então podemos ter certeza de que se tivermos um mercado competitivo, essas 5,4t serão alocadas pelas diferentes empresas de maneira a ser minimizado o custo total da atividade. Mas devemos produzir 5,4t, 13,6t ou 27,2t de trigo? Como o trigo deve ser comparado a milho, carros ou livros? É a segunda questão sobre como a produção de bens é equilibrada entre as indústrias que a propriedade nº2 da mão invisível se resume. A fim de maximizar o valor dos recursos, queremos cada indústria produzindo a quantidade certa -- nem trigo a mais, nem a menos, mas a quantidade certa. E a entrada ou saída é o que garantem que capital e mão-de-obra circulem entre diferentes setores para que a produção seja otimizadamente equilibrada e nossos recursos escassos tenham a melhor aplicação possível. E para mostrar isso, nós na verdade não precisamos usar nenhuma técnica nova, precisamos apenas reinterpretar algumas das coisas que já apredemos. Vejamos. Lucro é o sinal que aloca capital e mão-de-obra entre indústrias de tal maneira que maximiza o valor total. Logo, lembre-se, se preço é maior que o custo médio, significa que os lucros estão acima do normal. Agora, o que significa lucros acima do normal? Significa que o produção desse setor vale mais do que seus insumos. O sinal do lucro está indicando que queremos mais desse bem. Esse bem vale mais do que a mão-de-bra e o capital empregados para criá-lo, e assim, produz-se mais dele. Assim, o lucro sinaliza e incentiva capital e mão-de-bra a entrarem nesse setor, isto é, sair de um setor de baixo valor para um de alto valor. Analogamente, se o preço é menor que o custo médio, isso significa que o lucro está abaixo do normal, que por sua vez significa que a produção nesse setor está valendo menos que seus insumos. Então, o sinal de perda está dizendo: nós queremos menos desse bem. A perda sinaliza e incentiva capital e mão-de-obra a deixarem o setor, isto é, saírem de uma atividade de baixo valor, onde há prejuízos, para um setor de alto ou de mais valor. Devido a essa entrada e saída, a taxa de lucro em todos os setores competitivos tendem a convergir para o mesmo nível. E isso é o que equilibra a produção em todos os setores a fim de maximizar o valor total do que é produzido. Se os lucros fossem maiores em um setor do que em outro, isso indica que a produção nesse setor valeria mais, portanto deveríamos ter mais desses bens. E isso é exatamente o que o sinal de entrada faz. E o mesmo vale para a saída. Vejamos algumas consequências de seguir esses sinais de lucros e prejuízos. Primeiro, o princípio da eliminação. Lucros acima do normal são eliminados pela entrada e abaixo do normal são eliminados pela saída. Assim, recursos sempre tendem a circular em direção a um aumento no valor de produção e empreendedores aqui são fundamentais. São eles os que alocam os recursos de uma atividade não-rentável para uma rentável. Outra implicação disso é que lucros acima do normal são sempre temporários. Para lucrar acima do normal você tem que fazer algo diferente. Você precisa inovar. Joseph Schumpeter, o grande economista austríaco, era muito eloquente na importância da inovação em uma economia capitalista. Ele dizia em seus livros o que é competição. Trata-se de empurrar o preço para baixo, para o custo médio, e criar lucros normais. Porém, "Na realidade capitalista, diferentemente dos livros didáticos, o tipo de competição que conta é a competição das novas commodities, das novas tecnologias, das novas fontes de suprimento, dos novos tipos de organizações... [competição] que acerta não nas margens dos lucros e da produção das firmas existentes, mas nos seus próprios alicerces e suas próprias vidas. Esse processo de destruição criativa é o fato essencial sobre o capitalismo." Grande declaração de Joseph Schumpeter. Veja, a mão invisível é admirável, mas não miraglosa. Ela funciona quando temos instituições específicas. Não funciona todas as vezes. Especificamente, não funcionará se os preços não sinalizarem custos e benefícios precisamente . Se isso acontece, não teremos o balanço otimizado entre setores. E, mais tarde, quando falarmos sobre externalidades, apresentaremos certas situações em que preços não estarão sinalizando de forma precisa. Segundo, a mão invisível funciona melhor quando mercados são competitivos. Quando não o são, quando há monopólios e oligopólios, ela não vai funcionar corretamente. Falaremos mais sobre isso nos capítulos futuros, mas você pode pensar da seguinte forma. Monopólios e oligopólios ganham lucros acima do normal, mas a entrada não empurra esse lucro para baixo. É por isso que são monopólios e oligopólios -- porque entrada não está funcionando. Porque os lucros não são empurrados para baixo, teremos muito pouco daqueles bens rentáveis sendo produzidos. Falaremos mais disso depois. De novo, isso é só um lembrete de que a mão invisível requer uma série de instituições para que funcione. Assim, para resumir, propriedade nº1 diz que a condição L = CM resulta na minimização dos custos totais do setor. Propriedade nº2 da mão invisível diz que entrada e saída resultam na melhor aplicação dos nossos recursos escassos. O princípio da eliminação diz que lucros acima do normal são temporários e, de fato, para se ter lucros acima do normal uma empresa deve inovar. E aqui é onde está a importância da destruição criativa para a economia capitalista. Se você realmente deseja lucrar muito, você tem que criar algo diferente. Você tem que trazer alguma coisa nova para o jogo. Você trazer a inovação. - [Narrador] Se quiser fazer um teste, clique "Practice Questions". Se está pronto para continuar, clique "Next Video". ♪ [música] ♪