[Cidadãos do mundo]
[Enfrentamos uma crise global
sem precedentes]
[Por favor, assistam à mensagem]
[do Secretário-Geral da ONU,
António Guterres]
(Vídeo) A emergência climática
é a crise que define o nosso tempo.
Estamos em uma corrida contra o tempo
e estamos perdendo.
Há uma crescente onda de impaciência,
especialmente entre os jovens,
com a falta de ação global.
Precisamos de mais ambição de todos:
governos, cidades, empresas, investidores
e pessoas de todos os lugares.
Então, estou feliz que vocês estejam
lançando a TED Countdown.
Sua influência e ideias
podem ajudar a acelerar o impulso
para um mundo neutro em carbono até 2050.
Essa é a única maneira de evitar
os piores impactos do aquecimento global.
Temos as ferramentas,
a ciência e os recursos.
Vamos agora entrar nessa corrida
com vontade política e energia.
Fazer menos que isso será uma traição
a toda nossa família humana
e às gerações que estão por vir.
Obrigado.
Locutor: Agora, por favor, recebam
uma das arquitetas do Acordo de Paris,
Christiana Figueres,
e o diretor do TED, Chris Anderson.
(Aplausos)
Chris Anderson: Bem-vindos.
Algo notável vai acontecer
na próxima hora.
O desafio mais alarmante do mundo,
que se parece com isso...
está prestes a ficar cara a cara
com algumas das mentes mais incríveis
e alguns dos corações
mais corajosos do mundo,
que se parecem com vocês.
A audiência extraordinária que temos aqui
em Nova York e ao redor do mundo.
Christiana, é enorme a multidão
com que vamos passar esta manhã.
Christiana Figueres: Com certeza é.
É uma coisa boa que todos
estejam aqui juntos
porque, na verdade, esta iniciativa
que estamos prestes a lançar
precisa da participação de todos.
E aqui está.
Countdown.
CA: Countdown é uma iniciativa global
para reduzir os gases do efeito estufa.
Ela busca soluções ousadas
em cinco grandes áreas,
imaginando o que se alcançaria
se grupos diferentes saíssem
de seus silos e atuassem juntos.
A partir de hoje, você pode acessar
countdown.ted.com
e se juntar à iniciativa.
No início de 2020, vamos compartilhar
ideias de como você pode se conectar
com outros na sua empresa,
sua cidade ou sua escola
para se envolver nesta questão.
Tudo levará a encontros globais
no dia 10/10/2020.
Todos no mundo estão
convidados a participar.
CF: E é por isso que,
embora eu tenha participado
de muitas iniciativas ao longo dos anos,
estou realmente empolgada com esta.
Porque a Countdown é um convite
para que todos, todos,
desempenhem o seu papel
em salvar o nosso planeta
e criar um futuro empolgante.
Políticos e cidadãos,
CEOs e seus clientes,
seus empregados, seus investidores,
velhos e jovens,
norte e sul.
CA: (Risos) Vejo o que você fez ali.
(Risos)
Mas, veja, nosso objetivo não é mergulhar
em algo novo que compita
com as incríveis iniciativas
que já existem lá fora.
Não.
É identificar as melhores soluções
que já foram trabalhadas,
fertilizá-las, combiná-las, amplificá-las
e, então, colocá-las em ação,
reunindo esses diferentes grupos.
CF: E, se isso acontecer,
acreditamos que há uma saída
para a crise climática.
É isso que queremos facilitar.
Mas agora, Chris, uma pergunta.
Por que você e o TED
estão interessados em participar
e, realmente, ativar a agenda climática,
quando pensei que vocês
apenas se propunham a espalhar ideias?
CA: Bem, de fato, esse tem sido o foco
da nossa missão nos últimos 15 anos:
ideias que merecem ser espalhadas.
Mas, no verão passado,
concluímos que a urgência
de algumas questões,
sobretudo as relativas ao clima,
exigia que tentássemos fazer
mais do que só espalhar ideias,
que realmente tentássemos ativá-las.
Somos uma organização sem fins lucrativos
relativamente pequena,
não seria um problema se falhássemos
em trazer outras pessoas a bordo.
Mas o incrível é que isso aconteceu.
Todos com quem conversamos sobre isso
ficaram animados em participar.
E um dos momentos-chave foi, francamente,
quando você entrou a bordo, Christiana.
Você foi a chave do Acordo de Paris.
E o mundo ficou surpreso
com o consenso que surgiu lá.
Qual foi a chave para criar esse consenso?
CF: Diria que foi realmente desafiar
e mudar a suposição das pessoas
sobre o que é possível se definirmos
uma intenção compartilhada
e, então, coletivamente,
persegui-la e alcançá-la.
Assim, nosso mantra era, e continua sendo:
"Impossível não é um fato,
é uma atitude".
De fato, é apenas uma atitude,
e isso é algo que podemos mudar.
CA: Vamos ter que nos agarrar
a esse mantra nos próximos meses
porque o consenso científico,
na verdade, está piorando.
Para um breve relatório do fronte,
aqui está o presidente
dos milhares de cientistas
que formam o IPCC, Dr. Hoesung Lee.
(Vídeo) Hoesung Lee: Recentemente,
liberamos três relatórios especiais
que mostram os danos e riscos das mudanças
climáticas passadas e futuras.
Também mostram que estabilizar o clima
dependeria de uma redução drástica
nas emissões de gases
do efeito estufa no curto prazo.
A sociedade terá que passar
por mudanças sem precedentes
para atingir esta meta.
Mesmo limitar o aquecimento a 1,5 °C
trará um clima mais extremo,
aumento do nível do mar,
escassez de água em algumas regiões
e ameaças à segurança alimentar
e à biodiversidade.
Temperaturas mais altas
trarão mais desses danos,
ameaçando a vida
e os meios de subsistência
de milhões de pessoas ao redor do mundo.
CA: Temos a sorte de ter conosco
outro cientista líder mundial,
Johan Rockström.
Ele foi responsável por criar
a estrutura de fronteiras planetárias.
Johan, quão séria é nossa situação?
(Vídeo) Johan Rockström: Semana passada,
publicamos na "Nature"
a atualização de dez anos
do risco de cruzar pontos de inflexão
irreversíveis, no sistema terrestre.
Conhecemos 15 desses pontos de inflexão,
como a Groenlândia,
o manto de gelo da Antártida Ocidental
e o permafrost na tundra
siberiana, por exemplo.
Hoje temos evidências observacionais,
evidências empíricas,
que 9 dos 15 já acordaram
e estão em movimento.
Não cruzamos o ponto de inflexão ainda,
a janela ainda está aberta,
mas eles estão nos avisando
que agora é a hora de realmente mudar,
porque, no momento em que os cruzarmos,
por exemplo, nos aproximando de um ponto
de inflexão na Floresta Amazônica,
correríamos o risco de perder a batalha
porque o planeta assumiria o controle
e amplificaria o próprio aquecimento.
Por isso esta iniciativa
é tão incrivelmente importante.
Vamos lá.
CA: Bem dito.
(Aplausos)
Ambos são muito claros
que a agenda de redução de emissões
é absolutamente crucial.
Como isso está indo?
CF: Não muito bem,
porque, apesar do que sabemos,
apesar de tudo que a ciência nos disse,
apesar de tudo que fizemos,
incluindo a adoção do Acordo de Paris,
na verdade, aumentamos
consistentemente os gases de efeito estufa
nas últimas décadas,
ao ponto de termos agora 55 gigatoneladas
de equivalentes de dióxido de carbono
sendo emitidas todo ano,
coletivamente, como humanidade.
E, como ouvimos, temos um caminho,
um caminho que temos que seguir, e é este:
começar agora a diminuir as emissões,
em vez de subir, baixar,
reverter a tendência, dobrar a curva.
Reduzir as emissões, a partir de 2020,
para estar na metade
do nível atual de emissões até 2030
e continuar diminuindo
até chegar ao ponto zero em 2050.
É o único caminho que podemos aceitar.
CA: Como começar a enfrentar
um objetivo tão assustador quanto esse?
CF: Bem, poderíamos começar dividindo
o desafio simples, mas assustador,
em suas partes constituintes,
cinco áreas principais.
CA: Essas cinco áreas juntas são,
na realidade, todas enormes,
e, se pudermos achar soluções
convincentes em cada uma delas,
realmente contribuiriam
para um plano de ação
que corresponda à escala do problema.
Bem, aqui estão as cinco.
CF: Energia.
Quão rapidamente podemos passar
para 100% de energia limpa?
CA: O ambiente construído.
Como podemos reprojetar
as coisas que nos rodeiam?
CF: Transporte.
Como transformar o modo
como nos locomovemos e transportamos bens?
CA: Comida.
Como podemos provocar uma mudança global
para sistemas alimentares mais saudáveis?
CF: E, certamente, natureza.
Quão extensamente podemos
tornar a Terra verde de novo?
Agora, vale a pena notar
que as respostas para essas perguntas
e as medidas que tomaríamos
não apenas reduzem as emissões líquidas,
certamente, juntas, as levam a zero,
mas também apontam
o caminho para um futuro
muito melhor e genuinamente animador.
Pensem em novas e interessantes
formas de transporte,
ar limpo, comida mais saudável,
belas florestas
e oceanos cheios de vida.
Então, resolver a crise climática
não é sobre fazer sacrifícios
e se contentar com um futuro medíocre,
é exatamente o oposto.
É sobre criarmos juntos
um futuro muito melhor para todos nós.
CA: Então, como respondemos
a essas perguntas?
(Risos)
CA: Vamos pegar esta pergunta
e pensar sobre ela.
Quão extensamente podemos
tornar a Terra verde de novo?
Obviamente, existem muitas respostas
para esta pergunta, muitas propostas.
É, essencialmente, sobre
"Como aumentamos a quantidade
de fotossíntese sustentável
no planeta Terra".
A fotossíntese sequestra carbono.
Podem haver propostas sobre florestas
gigantes de algas ou ervas marinhas,
ou sobre formas de plantas
com raízes mais profundas
que podem sequestrar carbono
por todo o planeta.
Mas suponha que tenha surgido uma proposta
importante sobre reflorestamento.
Uma campanha massiva
de reflorestamento global.
Uma única organização,
não importa o tamanho dela,
não pode assumir isso.
A chave é que todos juntem forças,
que governos criem zonas,
empresas invistam,
investidores façam os investimentos,
grupos ambientais
e os filantropos que os apoiam,
e somente um movimento massivo
entre os cidadãos de todos os lugares,
transformando seus gramados,
suas cidades, seus bairros,
indo em viagens juntos.
É aí que, de repente, podemos sonhar
com algo realmente grande.
CF: Então, podemos testar essa teoria?
Porque temos a sorte de ter conosco hoje
alguém que cresceu dentro
de um movimento de plantio de árvores,
talvez o movimento mais reconhecido
de plantio de árvores.
Ela é filha da vencedora do Prêmio Nobel
Wangari Maathai
e hoje dirige a Fundação Wangari Maathai.
Então, podemos convidar
nossa querida amiga Wanjira Mathai?
(Aplausos)
(Vídeo) Wanjira Mathai: Muito obrigada,
Christiana e Chris, por fazerem isso.
As árvores têm sido, de fato,
parte da minha vida desde sempre,
mas também sabemos que, durante séculos,
árvores e florestas nos protegeram
dos severos impactos da variação climática
por muitos anos.
Na minha vida, minha mãe,
através do Green Belt Movement,
como você mencionou,
inspirou o plantio
de mais de 50 milhões de árvores
através do trabalho de uma organização,
o Green Belt Movement,
Mas o mundo agora precisa
que plantemos 100 vezes mais árvores
do que já plantamos.
E a única maneira de fazer isso
é por meio da união de todos nós,
cidades, cidadãos, governos,
empresas, organizações ambientais,
e devemos acreditar, portanto,
na capacidade de cada um de nós
de ser um potente agente de mudança.
E que juntos, somos uma força.
E espero que todos vocês se juntem a nós.
(Aplausos)
CF: Então, juntos, somos uma força.
Acho que Wanjira
realmente chegou ao ponto-chave
porque se trata de colaborar
através de um amplo espectro de pessoas.
E, felizmente, há representantes
de todos esses grupos aqui hoje.
E convidaremos vocês
para um maior envolvimento.
Mas, hoje, queríamos apresentar a vocês
algumas dessas pessoas
a partir da perspectiva delas mesmas.
Então, gostaríamos de começar
com a voz de um político.
É uma honra ter aqui conosco hoje
o ex-primeiro ministro do Butão,
e quero que saibam que o Butão
é o único país do mundo
que realmente absorve
mais carbono do que emite.
Nosso bom amigo, Tshering Tobgay.
(Aplausos)
Tshering Tobgay: Meu país
é típico do Sul Global,
pois não fomos causadores
desta crise das mudanças climáticas.
Na verdade, somos abençoados
com florestas exuberantes
e muitos rios abundantes
que permitiram que meu país, Butão,
permanecesse negativo em carbono.
Ainda assim, as mudanças climáticas
ameaçam destruir nossas florestas;
e transformar esses mesmos rios
em perigos terríveis para o nosso povo,
enquanto as geleiras do Himalaia derretem
e ameaçam com inundações a curto prazo
e com a perda de nossas reservas
naturais de água a longo prazo.
Então, tenho orgulho de participar
desta iniciativa da Countdown
e trabalhar com todos vocês
e com você e com você,
(Risos)
de forma construtiva, para encontrar
soluções poderosas e justas.
Obrigado.
(Aplausos)
CA: Obrigado.
(Aplausos)
CA: As empresas, é claro,
têm um papel crucial nisso,
assim como aqueles que controlam os vastos
fundos globais de capital de investimento.
Tive o prazer de conhecer, recentemente,
o diretor de investimentos
do fundo de pensão de US$ 1,6 bilhão
do governo do Japão.
Na verdade, é o maior fundo
de pensão do mundo.
Ele está disposto e interessado
a vir conosco nesta jornada
e trazer outros com ele.
Então, em algum lugar está o Hiro.
Hiro Mizuno.
Você está ao vivo. Bem-vindo, Hiro.
(Vídeo) Hiro Mizuno: Ótimo.
Obrigado, Chris e Christiana,
e a equipe do TED,
por tornar isto possível.
Como responsável pelo maior
fundo de pensão do mundo
e responsável pela garantia dos benefícios
da pensão para várias gerações,
gerenciar riscos climáticos
é uma questão extremamente importante.
Analisamos recentemente
se nosso portfólio global
está alinhado com o Acordo de Paris.
Diagnosticamos que nosso portfólio está
mais de três graus desviado do caminho.
Bem longe dos objetivos
do Acordo de Paris.
Nosso portfólio não é apenas
de um tamanho considerável,
mas também um dos mais
diversificados globalmente.
Isso significa que o mundo
está neste caminho.
Estou cansado de ouvir
o mesmo comentário, repetidamente,
das empresas do nosso portfólio
e de profissionais de investimento:
"Nós somos realistas".
Desculpe, mas ser "realista"
não é mais uma opção.
Sabemos da nossa responsabilidade
como maior proprietário de ativos do mundo
de inspirar mudanças
no mercado de capitais.
Estaremos envolvidos ativamente
com todos os atores do mercado de capitais
para ajustar a bússola.
Estou animado para participar
deste diálogo crucial com todos vocês.
Obrigado.
(Aplausos)
CF: Tenho certeza que todos vocês sabem
que, nos últimos 12 a 18 meses,
o que tem sido realmente novo,
poderoso e emocionante
são as vozes incríveis de tantos jovens,
milhões de jovens
que estão lá fora nas ruas,
com raiva, com indignação e desespero
e também pedindo que façamos nossa parte.
Eles foram inspirados por Greta Thunberg
e por tantos outros jovens fantásticos
em quase todos os países do mundo.
E hoje, estamos encantados
por ter quatro jovens ativistas,
venham se juntar a nós.
(Aplausos)
(Vivas)
(Aplausos)
Alexandria Villaseñor: Nesta sexta,
completarei 52 semanas de greve climática.
Isso é um ano inteiro.
Durante esse tempo, vi que muitas pessoas
não sabem sobre mudanças climáticas
ou quão séria é a crise climática.
Então, eu fundei
a Earth Uprising International
para ensinar jovens
sobre mudanças climáticas,
porque quando eles conhecem
a ciência e os impactos,
eles querem agir.
Ser ativista significa
fazer a mudança acontecer.
Jamie Margolin: Virei ativista climática
porque minha vida depende disso.
Estou me inscrevendo em faculdades,
tentando planejar o meu futuro,
mas não haverá nada pelo que esperar
se não tomarmos medidas urgentes
para acabar com a crise climática agora.
Comecei o movimento de justiça climática
para jovens chamado Zero Hour, em 2017,
porque esta é a hora zero
para atuar sobre as mudanças climáticas.
Não temos mais tempo.
Ficou claro para mim que nossos líderes
não tomariam medidas reais
a menos que as pessoas
se levantassem e exigissem,
então foi exatamente o que fizemos.
Natalie Sweet: Virei ativista climática
porque, se eu não lutar
pelos direitos das pessoas hoje,
e pelas pessoas do futuro,
quem vai?
Xiye Bastida: Me tornei
ativista da justiça climática
quando percebi que a crise climática
afeta mais as comunidades marginalizadas,
incluindo minha cidade no México.
Faço greve toda sexta-feira
com a Fridays for Future
porque nosso movimento
não é sobre ganhar impulso,
mas sobre provocar mudanças culturais.
Mas o fato de milhares de estudantes
fazerem greve pelo clima
significa que já estamos
implementando justiça climática
em todos os aspectos de nossas vidas,
o que já está redefinindo o mundo.
JM: Ao longo de nossas vidas,
vimos a Terra se deteriorar
a uma velocidade rápida
e grupos de pessoas
traumatizadas e desalojadas
por um número cada vez maior
de desastres naturais.
Em 2030, vou ter 28 anos.
AV: Vou ter 24 anos.
XB: Vou ter 27.
NS: Vou ter 26.
Queremos poder entregar
o planeta aos nossos filhos
e aos filhos dos nossos filhos,
assim como muitos de vocês
foram capazes de fazer.
AV: Então, a menos que todos,
governos, empresas, escolas,
cientistas e cidadãos
se comprometam a reverter
os danos que causamos,
será muito tarde.
XB: Não estamos apenas pedindo
a você para cuidar do nosso futuro,
também estamos pedindo
para cuidar do nosso passado.
Os povos indígenas cuidaram
da Terra por milhares de anos,
por isso a filosofia indígena é crucial
na implementação de ações climáticas.
JM: Esta crise climática pode parecer
algo impossível de consertar.
Mas não é. E não pode ser,
porque o fracasso não é uma opção.
Falhar significa perder tudo o que amamos
e tudo o que importa.
Muitos de nós já estão trabalhando
para salvar o futuro do nosso mundo,
mas a solução não pode depender
apenas da próxima geração.
É um fardo pesado demais para ser
colocado só sobre os ombros dos jovens.
Está na hora de todos
começarmos a trabalhar
e fazer o que estiver ao nosso alcance
antes que seja tarde demais.
Vocês estão conosco?
Público: Sim.
(Aplausos) (Vivas)
(Aplausos)
CA: Obrigado. Muito obrigado.
E, então, é claro,
há um papel crucial a ser desempenhado
pelos contadores de histórias do mundo,
e por aqueles com influência
nas plataformas de mídia social.
Cada um destes expressou entusiasmo
em fazer parte deste projeto.
Eles nos emprestaram seus nomes e apoio.
Alguns deles estão aqui hoje.
Muito obrigado por estarem aqui.
E vamos ouvir um deles, na verdade.
(Vídeo) Jimmy Kimmel: Sou Jimmy Kimmel,
e me pediram para explicar
porque adoro o tema da mudança climática.
E a razão para isso é a mesma
pela qual pessoas que estão se afogando
são apaixonadas por salva-vidas.
Me preocupo com este planeta
porque vivo nele.
Não quero me mudar para Marte,
Marte parece terrível.
Quero que meus filhos e os filhos deles
possam viver na Terra,
com ar que possam respirar
e água que possam beber.
Por isso me preocupo
com as mudanças climáticas.
E também porque tenho uma queda
pelo Leonardo DiCaprio.
(Aplausos)
CF: Então, com todas essas
pessoas se unindo,
temos a oportunidade de explorar
um novo espaço de possibilidades
para soluções baseadas
no trabalho em conjunto,
desafiando um ao outro
e inspirando um ao outro.
Então, em outubro do próximo ano,
convidaremos mais ou menos mil pessoas
de diferentes setores para um encontro
em Bergen, na Noruega,
para alinhar respostas específicas
às nossas cinco grandes perguntas.
CA: Certamente, será um evento épico.
Mas mais significativo
do que acontecerá na Noruega
é o que vai acontecer
em outras partes do mundo.
Porque, no último dia desta conferência,
estamos planejando uma grande ativação
da nossa comunidade global do TEDx.
O TEDx permite a organização
de eventos locais
e, agora, existem 4 mil
desses eventos anualmente.
Eles são assim.
(Vídeo)
Acontecem em mais
de 200 países diferentes,
geram mais de 1 bilhão de visualizações
por ano no YouTube.
Esperamos ver eventos
em centenas de cidades.
Conectaremos nossos organizadores do TEDx
com prefeitos comprometidos
com um futuro limpo para suas cidades.
Esta é a chave para isso.
Esta conexão entre os poderosos,
que, geralmente, assumem a conversa,
e milhões de pessoas em todo o mundo.
Com a mudança de "zeitgeist"
que aconteceu no último ano ou dois,
de repente, podemos começar algo aqui,
porque há uma massa crítica suficiente.
Se pudermos dar visibilidade mútua
às pessoas, conexão um com o outro,
vamos sonhar um pouco aqui,
e nos permitirmos sonhar.
CF: Nosso objetivo aqui
é construir conexões
com e entre todas as outras organizações
que estão trabalhando na questão do clima.
Por exemplo, o Solutions Project
é uma iniciativa maravilhosa
fundada por Mark Ruffalo e Don Cheadle.
E vamos ouvir algumas das líderes
que eles apoiaram.
CA: Bem-vindas, vocês estão ao vivo.
(Risos)
(Vídeo) Wahleah Johns:
Olá, meu nome é Wahleah Johns,
sou do Native Renewables,
e estamos trabalhando para fornecer
energia solar para tribos
ao redor do mundo.
Temos mais de 15 mil
famílias nativas norte-americanas
que não têm acesso à eletricidade,
e estamos trabalhando para fornecer
energia solar e baterias
para essas famílias nos Estados Unidos
que não têm acesso à eletricidade.
Elas estão localizadas
na minha reserva, a Navajo Nation.
Anna Lappé: Olá a todos,
sou Anna Lappé, da Real Food Media,
e trabalhamos para elevar as histórias
de agricultores e pecuaristas
como uma solução fundamental
para a crise climática.
Hoje, o sistema alimentar global
é um grande colaborador desta crise,
mas não precisa ser assim.
Vemos agricultores e fazendeiros
como a vanguarda da solução da crise.
Então, tentamos compartilhar as histórias
dos milhões de agricultores,
de Andhra Pradesh, na Índia
até as terras altas de Oaxaca,
que usam agricultura regenerativa
para criar um solo saudável
e rico em carbono,
cultivar boa comida
e promover o tipo de comunidade
resiliente de que precisamos.
Rahwa Ghirmatzion: Olá, direto
da PUSH Buffalo, meu nome é Rahwa,
aqui todos os dias, os residentes estão
visualizando, planejando e projetando
uma vizinhança justa, holística e sagrada,
como a de onde estou ligando, School 77,
um prédio escolar vago reformado
que possui o primeiro painel solar
comunitário 100% acessível
no estado de Nova York
instalado pelos residentes locais.
Também oferece 30 apartamentos
para idosos a preços acessíveis
e uma mistura de espaços intergeracionais
que servem como centros comunitários,
onde praticamos
novas estratégias econômicas
em direção a um planeta habitável.
CF: Obrigada.
CA: Bravo.
(Aplausos)
CA: Isso é ótimo.
(Aplausos)
CF: Então, você vê, isso é sobre todos.
É sobre cidades,
é sobre organizações de base,
mas também é, claro, sobre negócios.
Então, estamos convidando
todas as empresas,
enfatizando o "todas",
para participar desta iniciativa,
para se envolver com seus funcionários
e ver como podem proteger melhor o planeta
e o seu futuro, ao mesmo tempo.
No início do ano que vem,
vamos compartilhar um kit de ferramentas
que pode orientar as empresas
para se mover, rapidamente,
em direção a metas baseadas na ciência,
que as leve a gerar zero emissões
até 2050, o mais tardar.
CA: Pensem nisso,
porque, como indivíduo,
muitas pessoas se sentem
impotentes nesta questão.
Mas, se você se unir
com outras pessoas na sua empresa,
pode se surpreender
com quanto poder realmente tem.
Quase todas as emissões
provêm de alguma empresa
em algum lugar do planeta.
E o fato é que muitos CEOs hoje
estão realmente ansiosos
para ajudar a resolver o problema.
Acabamos de ouvir esta manhã
de Anand Mahindra,
que lidera o maior grupo
de negócios da Índia,
que ele está comprometido com esta questão
e quer fazer parte desta jornada conosco,
ele é um apoiador da Countdown.
Os CEOs poderão se mover mais rapidamente
se houver um grupo de funcionários lá
para ter ideias com eles, para apoiá-los,
para manter esse senso
de urgência sobre o tema.
Nosso site ajudará você a se conectar
com outras pessoas na sua empresa
e dar orientação sobre perguntas
inteligentes para serem feitas,
iniciativas para sugerir,
porque, se as empresas podem
ser persuadidas a fazer a coisa certa,
de repente, esse problema
parece ter solução.
CF: Esses esforços estão sendo feitos
tendo em vista um dia fantástico:
sábado, 10 de outubro de 2020,
"10/10/2020", fácil de lembrar,
quando este encontro fantástico
acontecerá em todo o mundo.
Esperamos ter, até então,
notícias emocionantes do relatório
de soluções muito específicas
no qual nações, cidades,
empresas, cidadãos,
na realidade, já vão estar
colaborando até lá.
É um dia em que todo cidadão do planeta
está convidado a participar.
Ser um cidadão do planeta é seu ingresso.
CA: É chave para o sucesso do evento
que isso aconteça em escala.
Queremos que seja fácil
para todos e para cada um
conhecer a iniciativa
e desempenhar um papel ativo nela.
Mas como fazer isso?
Vocês sabem, o mundo
é um lugar barulhento.
A plataforma TED pode ajudar um pouco,
mas há uma plataforma de conteúdo
muito maior por aí,
chamada YouTube.
Estamos encantados por trabalhar
com eles nesta iniciativa.
Convidaremos muitos
de seus principais criadores
para fazer parte da Countdown.
Juntos, poderiam alcançar
uma audiência de muitos milhões.
De fato, vamos conhecer um deles,
Dr. Joe Hanson, da "Hot Mess",
uma nova websérie sobre o impacto
das mudanças climáticas em todos nós.
(Vídeo) Joe Hanson: Meu nome é Joe Hanson
e sou um educador do YouTube.
Podem contar comigo.
Trabalho com cientistas,
inventores e líderes do amanhã,
e eles merecem saber a verdade
do que a ciência diz,
para que possam nos ajudar a inventar
um futuro melhor para todos.
CA: Imagine isso multiplicado por muitos,
honestamente, é muito, muito emocionante.
CF: E, claro, quando se trata
de espalhar a palavra,
todos vocês nesta sala
podem de fato fazer a sua parte.
Então, se você tem alguma
maneira de alcançar alguém
que esteja preocupado
com a construção de um futuro melhor,
e esse deveria ser
o caso de cada um de nós,
por favor, convide-o
para participar da Countdown.
CA: Temos mais um carta na manga.
Estamos empolgados em revelar
uma campanha de mídia global.
Esta campanha tem uma diferença.
Assim como o TEDx explodiu
por ter a permissão de crescer
como um fenômeno popular,
esta campanha foi criada para ser cooptada
em qualquer lugar do planeta.
Se você possui uma empresa de outdoor
ou uma estação de TV ou de rádio
ou um site
ou uma conta em uma mídia social,
convidamos todos vocês a usar
as imagens que estão prestes a ver
e apenas espalhá-las por toda parte.
Nosso site facilitará isso.
Na verdade, planejamos
traduzi-las em muitos idiomas,
cortesia do nosso exército de voluntários
com mais de 20 mil tradutores no mundo.
Alguns estão conosco aqui.
Se você é tradutor do TED,
poderia acenar, por favor?
CF: Aí estão.
(Aplausos)
CA: O trabalho de vocês espalha
ideias poderosas por toda a Terra.
Estamos tão orgulhosos e gratos a vocês.
Portanto, esta campanha foi projetada
para chamar a atenção
e para comunicar, sim, a urgência,
mas também um pouco de esperança.
Essa pode ser a combinação necessária
para realmente impulsionar a ação.
Gostaríamos que vocês nos contassem
o que acham sobre estas peças.
CF: Agora.
[Escolha seu futuro.]
(Aplausos)
[Transforme medo em ação.
Junte-se à Countdown.]
(Aplausos)
[Ação inspira ação.
Junte-se à Countdown. A Terra agradecerá.]
(Aplausos)
[10/10/20 Dia do Destino do Clima.
Estão convidados.]
CF: Lembrem-se da data.
[Destruição em massa.
Nada demais. Se a impedirmos.]
(Aplausos)
[Asteroide gigante em nossa direção.
Inimigo comum que pode nos unir.]
(Aplausos)
[Adoramos desastres naturais.
Ninguém nunca disse isso.
Por que os causamos?]
(Aplausos)
[Relaxe, você não pode fazer nada
em relação ao clima.
A menos que trabalhe em uma empresa.
Ou tenha um telefone. Ou um cérebro.]
[Causa da morte: apatia.
Mas há um antídoto.]
(Aplausos)
[Pare de f*der tudo.
A inércia no clima é obscena.]
CA: Demais?
CF: Não, não muito, vá em frente.
(Aplausos)
[Conseguiu alguma ação recentemente?
Aqui está sua chance.
Ajude a mudar a maré do clima.]
(Risos)
CA: Não gostei desta,
mas minha equipe, vocês sabem...
CF: Aparentemente, muitos gostam dessa.
(Risos)
[Desistimos. Sinceramente, TED.
Espalhar ideias não é suficiente.
É hora de agir. Vamos?]
CA: Isso é mais verdadeiro
do que imaginam.
[Certas coisas importam
mais que política partidária
Venha lutar contra o inimigo que nos une.]
(Aplausos)
[Não se esgote. Sua empresa
pode ajudar a salvar a Terra.]
[Dê ao planeta mais do que você tira dele.
Junte-se à Countdown.]
[Desespero, conheça a esperança.
Evitaremos a catástrofe se agirmos agora.]
CA: É isso aí.
(Aplausos) (Vivas)
CF: Para fechar o círculo,
gostaríamos de trazer
alguém muito especial.
(Vídeo) Oi, eu sou Claire O'Neill.
Sou a presidente designada da COP
para a Conferência das Partes de 2020,
diálogo anual da ONU sobre clima,
que acontecerá no Reino Unido,
e esperamos recebê-los lá.
Mas agora estou na Espanha, em Madri,
na COP25, um evento anual
em que enviamos negociadores
e ativistas de todo o mundo
para ver o que podemos fazer
para reduzir as emissões de CO2.
Mas o problema é: as emissões
estão aumentando, não diminuindo.
E sinto que 2020 é o ano da ação,
o ano em que temos
que parar de falar e começar a agir.
Não apenas aqui,
nestes centros de conferência,
mas todo mundo.
E, assim, o valor do processo do TED,
o valor do que estamos fazendo juntos
é que estamos espalhando as conversas
e as soluções de dentro deste espaço
para todo mundo.
Estou realmente ansiosa para trabalhar
com o grupo TED no próximo ano.
Para mim, 2020 será o ano mais importante
para a ação climática,
e todos nós vamos conseguir isso juntos.
(Aplausos)
CF: Bem, amigos, então, estamos quase lá,
mas ainda vamos ter
mais alguns trechos muito especiais.
Primeiro, uma palavra
de uma das maiores mentes
que vai nos acompanhar nesta jornada.
Uma mensagem do grande autor,
historiador e futurista
Yuval Harari.
(Vídeo) Yuval Harari: Mudança climática
é sobre desigualdade.
Desigualdade entre os ricos,
os principais responsáveis por ela,
e os pobres, que sofrerão mais.
Desigualdade entre nós, Homo sapiens,
que controlamos este planeta,
e os outros animais,
que são nossas vítimas indefesas.
Desigualdade entre os cientistas,
que buscam, meticulosamente, a verdade,
e os enganadores profissionais,
que espalham falsidades
com o apertar de um botão.
A mudança climática
é sobre fazer uma escolha.
Que tipo de planeta queremos habitar?
E que tipo de humanos queremos ser?
Uma escolha entre ganância e compaixão,
entre descuido e responsabilidade,
entre fechar os olhos para a verdade
e abrir nossos corações para o mundo.
A mudança climática é uma crise,
mas, para os humanos, uma crise
também é sempre uma oportunidade.
Se fizermos as escolhas certas
nos próximos anos,
podemos não apenas salvar o ecossistema,
mas também podemos criar
um mundo mais justo
e nos tornar pessoas melhores.
(Aplausos)
CF: Não é esse um enquadramento poderoso
do que temos pela frente?
E, honestamente, acho trágico
que o poder da transformação
que temos pela frente
seja tão severamente diminuído por aqueles
que gostariam de politizar a questão
e separá-la em política partidária.
Não pode ser uma questão partidária,
não se pode politizar este tema.
Felizmente, algumas pessoas
estão trabalhando contra isso.
Hoje, temos uma dessas pessoas aqui,
uma cientista do clima
fantasticamente corajosa,
que é uma cristã comprometida
e que tem trabalhado este tema
com conservadores e com as comunidades
religiosas e espirituais por anos,
com uma coragem incrível.
Katharine Hayhoe.
(Aplausos)
Katherine Hayhoe: Ao ouvir
"mudança climática", pensamos:
"Isso é só uma questão ambiental.
Abraçadores de árvores
e cientistas se preocupam com isso,
ou talvez pessoas que estão
à esquerda do espectro político".
Mas a realidade é que, sabendo ou não,
todos nos preocupamos com as mudanças
do clima, não importa quem somos.
Por quê?
Porque a mudança climática afeta
tudo o que importa para nós hoje.
Afeta nossa saúde,
afeta a comida que comemos,
a água que bebemos, o ar que respiramos.
A mudança climática afeta
a economia e a segurança nacional.
Me preocupo com um clima que muda
porque é, como os militares chamam,
um multiplicador de ameaças.
Ele pega questões como pobreza e fome,
doença, falta de acesso a água limpa,
até instabilidade política,
e as exacerba ou amplifica.
Por isso, para se preocupar com o clima,
não temos que ser um certo tipo de pessoa.
Um termômetro não é azul ou vermelho,
liberal ou conservador,
ele nos dá o mesmo número,
não importa como votamos.
E todos somos afetados
pelos impactos da mudança climática.
Então, para se preocupar com o clima,
só precisamos ser uma coisa:
um humano vivendo no planeta Terra.
O que todos nós somos.
(Aplausos)
CF: E, finalmente,
o homem que, tão poderosamente,
trouxe esta questão à atenção de todos
anos atrás
e continuou, incansavelmente,
a trabalhar nesta questão desde então.
O único e muito único, Al Gore.
(Aplausos)
(Vídeo) Al Gore: Obrigado.
(Aplausos)
Muito obrigado, Christiana,
e obrigado por sua excelente liderança,
e obrigado, Chris Anderson
e toda a comunidade do TED,
YouTube e todos os outros
que estão se juntando
a esta iniciativa fantástica.
Tenho apenas três mensagens.
Número um: esta crise
é incrivelmente urgente.
Ontem, os cientistas nos deram o informe
de que as emissões ainda estão subindo.
Todos os dias,
colocamos 150 milhões de toneladas
de poluição geradas pelo homem
na fina camada de atmosfera
que cerca nosso planeta.
A quantidade acumulada retém agora
tanta energia extra todos os dias
quanto seria liberada por 500 mil
bombas atômicas de primeira geração
explodindo todos os dias.
E as consequências
são cada vez mais claras,
tudo que a mãe natureza está nos dizendo,
os incêndios, a elevação do nível do mar,
as inundações, os deslizamentos de terra,
e a perda de espécies vivas.
Mas minha segunda mensagem
é que a esperança é muito real.
Na verdade, as soluções
estão disponíveis para nós.
Infelizmente, é verdade, neste momento,
que a crise está piorando mais rápido
do que estamos mobilizando essas soluções.
Mas energia renovável, veículos elétricos,
baterias, agricultura regenerativa,
produção circular,
e todas essas outras soluções
estão ganhando força.
O falecido economista Rudi Dornbusch,
na articulação do que é conhecido
como a lei de Dornbusch, disse:
"As coisas demoram mais
para acontecer do que você pensa.
Mas, então, acontecem mais rápido
do que você pensou que poderiam".
Podemos acelerar o ritmo.
Estamos ganhando impulso
e, em breve, estaremos vencendo a crise.
Mas é essencial que todos participem,
pessoas de todas convicções políticas,
de todas convicções ideológicas,
todas nacionalidades;
toda divisão deve ser apagada
para que nós, humanos,
possamos nos unir.
E, para encerrar, diria para quem duvida
que nós, como seres humanos,
temos a capacidade
de tirar proveito desta situação,
em que tudo está em jogo,
basta lembrar que a vontade política
é em si um recurso renovável.
(Risos)
(Aplausos)
CA: Muito obrigado.
Muito obrigado, Al, por sua liderança
neste tema por tantos anos.
Nada disso seria possível
sem uma extraordinária
e crescente lista de parceiros.
Gostaria de agradecer a eles.
(Aplausos)
Se você está assistindo
e acredita que sua organização
deva fazer parte disto,
que você pode ajudar de alguma forma,
junte-se a nós, envie um e-mail
para chris@ted.com.
Esta iniciativa vai precisar de todos.
Certo, antes das perguntas e respostas,
quero apenas te fazer
uma pergunta, Christiana.
O que você realmente acha?
(Risos)
Você já esteve em muitas iniciativas.
Esta aqui tem alguma chance?
CF: Bem, primeiro de tudo,
estamos no ponto onde tudo conta.
Tudo conta.
Estou realmente empolgada com isso
porque tem sido doloroso para mim
ver como, nos últimos 12 a 18 meses,
por causa da resposta
tragicamente insuficiente
que tivemos às mudança climáticas,
como esse zeitgeist vem mudando
de onde estávamos em Paris,
quando era bastante positivo e otimista,
para o desespero,
o desamparo e a raiva de hoje.
É isso que está lá fora,
vagando pelas ruas.
E eu não os culpo,
tenho os mesmos sentimentos.
Mas o ponto é que temos que ser
capazes de transformar isso
em algo que faça a diferença.
Acho que é isso que esta iniciativa
está, potencialmente, pronta para fazer,
que é dar a cada pessoa
que se sente desamparada
uma ferramenta para fazer alguma coisa.
Alguns contribuirão com pequenos esforços,
alguns com grandes esforços,
depende da sua área de influência.
Para aqueles que sentem raiva e desespero,
dê a eles também uma oportunidade
para canalizar essa energia,
que é uma energia muito poderosa,
em soluções.
E, finalmente, o que é
muito emocionante sobre isso
é a escala, Chris, certo?
Basta olhar os parceiros que estarão lá.
Já tentamos muitas, muitas coisas
para aumentar a escala.
Mas esta, eu acho, é a iniciativa
mais promissora que já vi,
capaz de proporcionar uma escala maior,
trazer esforços e soluções
para uma escala maior.
E velocidade.
Porque se há uma coisa
em que não podemos falhar
é abordar as mudanças do clima,
mas não só isso,
fazer isso em tempo hábil.
CA: Obrigado, isso é eloquente.
E obrigado a vocês.
É isso aí.
(Aplausos)
Bem, temos vários membros dos principais
veículos de comunicação do mundo aqui.
Faremos uma sessão de perguntas,
eles, provavelmente,
deveriam ter prioridade.
Se ficar um silêncio sepulcral,
outra pessoa pode perguntar.
Se você é membro da mídia,
fique à vontade para levantar a mão,
levaremos um microfone até você
e faremos o nosso melhor.
Rachel Crane: Oi, Rachel Crane da CNN.
Minha pergunta para vocês
é sobre ações mais específicas
que vão nascer da Countdown.
Ouvimos muito hoje sobre como ela está
mobilizando o mundo quanto a este tema,
tirando as pessoas e empresas
para fora de seus silos,
mas estou curiosa para saber,
dê um panorama para nós
de como, potencialmente, pode ser
a ação que sairá dessa iniciativa.
Sei que tudo está nas fases iniciais,
não pediremos detalhes sobre isso.
CA: Há um processo intenso
acontecendo entre agora e outubro,
em que estamos tentando engajar
todos os melhores do mundo
que estão pensando sobre o clima
em torno dessas cinco grande áreas.
Esperamos ter até lá múltiplas propostas
que, coletivamente, abordem
uma parte substancial desses problemas.
Entre elas, pode haver
uma grande proposta que domine.
Então, transporte, por exemplo.
Poderíamos acelerar o fim do motor
de combustão interna de algum modo?
O que isso exigiria?
Esse seria um problema clássico
para esta abordagem,
porque o que os governos decidem agora
depende do que eles veem
acontecendo em outro lugar.
As decisões de executivos
de automóveis mudariam,
se eles vissem milhões de pessoas
nas redes sociais dizendo:
"Nunca comprarei um motor de combustão"?
Mudariam pelo sinal de mercado
de algumas centenas de prefeitos dizendo:
"Estamos criando uma zona
de carbono zero em nossa cidade,
e vamos expandi-la,
e faremos isso em breve"?
Mudariam por um CEO de automóveis
visionário assumindo o risco,
avançando e dizendo:
"Sabe quando dissemos que continuaríamos
com isso até 2050? Não.
Podemos ver a mensagem no muro,
queremos estar no lado certo da história,
vamos fazer isso em 2030".
Achamos que pode haver
um caminho para isso.
Em alguns desses temas,
isso vai depender de muitas discussões,
aproximando pessoas,
mostrando, você é magistral nisso,
mostrando que outras pessoas não têm
as atitudes que você pensa que teriam.
Elas estão mesmo mudando,
melhor você mudar.
E, assim, isso aumenta, mutuamente,
o nível de ambição de todos.
E esse é um ciclo que acontece,
já vimos isso acontecendo.
Assim, em cada uma das questões,
é isso que estamos procurando:
as coisas maiores e mais ousadas.
Sonhemos mais alto do que o normal
porque há mais gente na mesa
do que normalmente há,
isto é, milhões de cidadãos
engajados nisto.
Este é o processo
e, enquanto isso está acontecendo,
haverá vários outros eventos
em empresas e cidades ao redor do mundo.
Esperamos que tudo se reúna
de uma maneira emocionante em outubro
e tenhamos algo para celebrar.
Dominique Drakeford:
Meu nome é Dominique Drakeford
estou com a MelaninASS, ou mídia social
como uma forma de mídia.
No entendimento da correlação inerente
entre a acumulação de carbono na atmosfera
e a exploração cumulativa
e extração, economia extrativista,
que cria zonas de sacrifício
para comunidades negras e indígenas,
como planejamos
ou como vocês planejam
mitigar esses sistemas de opressão
como parte de suas estratégias
dentro desses cinco variados componentes,
para que possamos realmente
começar a reduzir as emissões?
CF: Se a transformação
em nossa economia e sociedade
não incluir o fim da desigualdade
e questões de justiça social,
então não estamos fazendo nada.
Porque todas essas coisas
voltarão para nos morder.
Temos que abraçar todo o pacote.
Isso não é fácil,
mas é inteiramente possível.
E essa é uma das coisas que mais me animam
sobre as mudança do clima,
porque esse tema está
na frente dessa transformação,
mas trará com ele muitos outros temas
que foram relegados à falta de atenção.
Isso trará essas questões à tona também.
Então, a transformação tem que ser
uma transformação integradora.
Ellen Maloney: Oi, Chris, oi, Christiana.
Minha pergunta é: os esforços individuais,
como abandonar canudos de plástico
ou se tornar vegano,
estão fazendo a diferença
ou são apenas gotas simbólicas no oceano?
CF: Boa pergunta.
CA: É uma boa pergunta.
CF: Eles são totalmente importantes.
Absolutamente importantes.
Porque não é apenas
sobre aquele canudo que eu uso.
É sobre eu não usar este canudo,
ir a um restaurante e dizer à garçonete
"Desculpa, não quero
um canudo de plástico porque..."
e dar a ela uma pequena aula,
então, ela vai até o gerente,
o gerente chega na mesa e diz:
"Com licença, pode me explicar isso?"
Aí você repassa a lição.
E, mais rápido do que você pensa,
você tem esse restaurante mais os outros.
Na verdade, informação é algo contagioso.
E querer fazer a coisa certa
também é contagioso.
Então, não olhe para isso apenas como,
você sabe: "O que é um canudo?
Estou usando o canudo
ou não estou usando sacolas plásticas,
tenho minhas bolsas à base de plantas
para fazer compras", etc., etc.
Tudo isso conta.
Conta para você, em primeiro lugar,
porque é um lembrete pessoal
de quem você é e o que você representa,
mas também é uma ferramenta
muito importante
para educar todos ao seu redor.
CA: Certo, acho que o núcleo
da nossa iniciativa é,
tudo isso importa: o que você come,
como você se locomove, etc.,
isso importa muito.
Mas os indivíduos têm outro poder
sobre o qual, talvez, não pensem tanto
e que achamos que deveriam,
nós os convidamos a isso,
que é o que podem fazer como funcionário
e como membro de uma cidade.
Há um encontro aqui,
em que, ao se organizar,
ao se conectar com outros,
achamos que existe um caminho
direto para mudar decisões
que terão um impacto
ainda maior no problema.
Então, é sim, tudo isso, mas mais também.
(Risos)
CF: Temos uma pergunta on-line,
de uma turma de crianças.
CA: De crianças?
CF: "O que os alunos podem fazer?"
Oba, amei essa pergunta!
Amei essa pergunta completamente.
Em primeiro lugar,
às sextas-feiras, às 11h, façam greve.
Quero dizer, honestamente, certo?
(Aplausos)
Vamos, vamos.
E essa pressão deve ser mantida.
Estou totalmente feliz
por ter algumas pessoas aqui
que estão fazendo isso há 52 semanas.
O problema com isso, pessoal,
é que não é uma corrida, é uma maratona.
Então, é melhor você se preparar
por muitas mais 52 semanas, certo?
E envolva mais pessoas,
porque isso não é fácil.
Se fosse fácil, teríamos feito.
Será um esforço a longo prazo.
Mas é fantástico estar lá fora nas ruas,
vocês estão recebendo
muito mais atenção da mídia,
de nós, adultos estúpidos
que não fizemos nosso trabalho,
é fantástico.
Então, façam ouvir suas vozes.
Além disso, na escola, definitivamente,
vocês podem ir e melhorar.
A pergunta que vocês
acabaram de fazer ao TED,
essa é a pergunta que todo aluno
deve fazer à sua escola:
"De onde vem minha energia?".
Vamos lá, certo?
Universitários...
como é possível que ainda tenhamos
faculdades e universidades
que não têm 100% de energia limpa
e que não mudaram
seu capital e suas doações
para baixo carbono?
É inacreditável.
(Aplausos)
E, finalmente, a coisa mais importante
que os jovens podem fazer
é perguntar aos seus pais:
"O que diabos você está fazendo
sobre o meu futuro?"
Porque aqui está uma coisa incrível.
Falei com...
Estava pensando em quantos.
Falei com pelo menos três, senão quatro,
CEOs da indústria de petróleo e gás.
Falei com três ou quatro
grandes investidores,
chefes de suas empresas de investimento,
que vêm até mim, geralmente, em privado,
e dizem: "Christiana, a razão pela qual
estou mudando o que faço nos meus negócios
é porque minha filha, ou meu filho,
me pergunta à noite: 'Que diabos
você está fazendo sobre o meu futuro?'".
Essa é uma pergunta muito poderosa,
e apenas os jovens
podem fazer essa pergunta.
Usem essa ferramenta,
perguntem aos seus pais o que eles
estão fazendo sobre o seu futuro.
Desculpe pelo linguajar.
(Aplausos)
Jo Confino: Oi,
sou Jo Confino, do HuffPost.
Christiana, uma pergunta para você,
uma das coisas em que não se falou muito,
que são as tradições espirituais
e o papel que elas desempenham,
porque o que estamos vendo
é que a velha sabedoria está emergindo
em termos de interdependência
e nada é separado de qualquer outra coisa.
Qual tradição espiritual
podemos trazer para isso
que fará, também, a diferença?
CF: O que eu acho muito poderoso
sobre compreensão,
quer você seja uma pessoa espiritual
que busca meditação e atenção plena
ou quer você seja
uma pessoa religiosa ou não,
o que eu acho muito poderoso
sobre a compreensão espiritual
da presença humana neste planeta,
é entender que não estamos separados.
Não é como: "Lá está o planeta Terra
e os seres humanos estão aqui".
Estamos totalmente interconectados
com todas as outras espécies
e com todos os outros seres vivos,
e fazer algo responsável por eles
é fazer algo responsável por nós.
E vice-versa.
Essa interconexão vem
das tradições espirituais,
mas você não precisa ser religioso
ou espiritual para entender isso.
Você sabe, cada gota de água
que bebemos vem da natureza.
Cada pedacinho de comida que comemos
vem da natureza.
E temos que curar essa conexão.
CA: Todo empenho é bem-vindo.
(Aplausos)
Kaley Roshitsh: Oi, Kaley Roshitsh
do Women's Wear Daily.
A indústria da moda é responsável
por grande parte da produção de carbono,
então, me perguntava qual a visão de vocês
sobre o consumo consciente?
CA: O principal objetivo aqui
é alinhar, ao mesmo tempo,
mudar de opinião sobre
o que as empresas fazem,
o que os funcionários fazem,
o que os consumidores fazem.
São as transformações acontecendo
ao mesmo tempo que podem fazer mudanças.
Agora, outra pessoa é sempre o problema.
"Nossos investidores
não permitiriam isso."
"Não há mercado para este produto
melhor e mais sustentável".
Assim, todas as peças precisam
acontecer ao mesmo tempo.
Essa é a nossa esperança.
E, assim, a liderança nisso não somos nós,
são funcionários e CEOs
e equipes de liderança
trabalhando nessa indústria.
Reúnam-se, façam algo acontecer.
E surfem na maré de mudança
do zeitgeist que está acontecendo.
Vai funcionar do ponto de vista
comercial também.
CF: Posso entrar nisso também?
Porque, por anos, por séculos,
tivemos uma mentalidade
de extração e consumo.
O modo como vivemos nossa vida
e o modo como as empresas são criadas
é extrair, usar, descartar,
extrair, usar, descartar.
Isso é uma simplificação,
mas, honestamente, é simples assim.
E entender que essa linearidade
de extrair para descartar
não pode mais ocorrer,
agora isso precisa ser circular,
temos que entrar em uma economia circular
que use todos os recursos que extraímos,
porque vamos continuar a extrair,
que use não uma vez, mas duas,
três, quatro, cinco, dez vezes,
de novo e de novo, em círculos.
Isso é uma economia circular.
E temos que chegar a esse ponto,
porque, francamente, estamos ficando
sem recursos para continuar a extrair.
Jodi Xu Klein: Oi,
meu nome é Jodi Xu Klein.
Sou do South China Morning Post,
uma publicação de Hong Kong aqui nos EUA.
Estamos cobrindo a guerra comercial
há mais de um ano,
e, na verdade, estamos vivendo em um mundo
onde os países estão
se desacoplando uns dos outros.
Como superar essa tendência e unir todos?
CA: Não sabemos, são questões
realmente desafiadoras.
O que sabemos é que temos
que trazer todos para a mesa
e ter a discussão.
Há tantas pessoas na China,
inclusive, em muitas ocasiões,
o governo chinês tomou medidas ousadas
para resolver esta questão.
O Ocidente pode aprender muito
com o que está acontecendo na China.
CF: Eu diria que, em um mundo em que vemos
uma onda de nacionalismo e populismo,
a forma de abordar isso é realmente
expandir a amplitude do engajamento
para não deixar a responsabilidade
de se envolver com o clima
apenas nas mãos dos governos nacionais.
Sim, eles têm um papel importante,
mas também podemos descer
para um nível diferente de engajamento
que é o de todo ser humano.
E ao entendermos
que somos todos seres humanos
e que todos temos um futuro em comum,
não haverá mais isso
de estarmos todos em um barco
e apenas os mais próximos
do buraco afundarem.
Não, todos afundamos
ou todos flutuamos juntos.
Justine Calma: Meu nome é
Justine Calma, sou do The Verge,
muito obrigada por isso.
Minha pergunta é sobre as próprias
pegadas de carbono do TED e do YouTube.
O "streaming" de vídeos consome
uma enorme quantidade de energia,
e estou curiosa para saber
o que o TED e o YouTube
podem estar fazendo para reduzir
suas emissões de gases do efeito estufa
relacionadas a isso.
CA: Não posso falar
pelo YouTube, obviamente.
Vou dizer que, citando
uma frase de George Monbiot,
todos somos hipócritas neste movimento.
Se você já comprou algo
ou está vestindo roupas
ou está comendo comida,
você é hipócrita, está criando emissões.
É parte da vida.
E acho que a perfeição é...
Existe o risco de que a perfeição,
que uma busca excessiva por perfeição,
e o julgamento que vem com isso
possam atrasar todo mundo.
Queremos que seja uma coalizão de pessoas
dispostas a aceitar que não são perfeitas,
mas que estão dispostas a agir.
Agora, todo esse processo provocou
uma enorme conversa no TED
sobre como agir com mais responsabilidade
e isso vai continuar.
Certamente, não vamos parar
de fazer streaming de vídeos.
Achamos que, certa hora,
você tem que fazer as contas,
é assim: dê ao planeta
mais do que você tira dele.
Acho que é a regra de ouro
em que eu realmente acredito.
Então, se uma ideia alimentada
por um pouco de eletricidade
pode ativar algo no cérebro de alguém,
eu apostaria na ideia
em vez de economizar energia.
Mas não há perfeição nisso.
E, definitivamente, precisamos
melhorar muitas coisas.
Vamos aqui, depois no fundo.
Lane Florsheim: Oi, sou Lane Florsheim
da The Wall Street Journal Magazine.
Chris, gostei muito do que você disse
sobre a indústria da moda
e o que podem fazer para mudar
e como isso exige
que funcionários e CEOs se reúnam
porque quem entende um negócio
melhor do que quem trabalha nela
e seus processos e infraestrutura,
mas estou me perguntando:
"E as empresas com grandes pegadas?"
E duas que me vieram à mente
primeiro são Amazon e Zara,
nas quais, como se sabe,
os funcionários não têm muito poder,
e os CEOs não têm muito incentivo
para mudar agora.
O que você diria
sobre esse tipo de empresa?
CA: Esta será uma conversa
muito importante mais adiante
porque estamos na posição irônica
em que as pessoas que mais podem fazer
para resolver este problema
são as pessoas que, atualmente,
são os piores infratores.
Então, o que fazemos?
Os incluímos na conversa ou não?
Eu digo que devemos
incluí-los na conversa,
desde que vejamos um compromisso sério.
A Amazon, por exemplo.
Jeff Bezos realmente ouviu
o que muitos de seus funcionários falaram.
Os funcionários de lá
têm sido bem vigorosos
em relação às pegadas de carbono.
Ouviu, se engajou
com vocês e com os demais.
E anunciaram, acho que é correto
dizer "anunciaram"...
CF: É, sim.
CA: ... uma aceleração
de seu próprio compromisso
para chegar a uma faixa de emissão zero
até 2040, se eu estiver certo.
São empresas com dezenas
de milhares de caminhões,
embalagem e todo o resto.
É assim que este problema será resolvido.
Então, eu digo que convidemos
esses CEOs para fazer parte disso,
e insistamos que levem a sério
e que sejam rápidos, talvez mais rápidos
do que seria completamente confortável.
Mas acho que é isso que temos que fazer.
Não difamar, denunciar,
antes de, pelo menos,
ter uma conversa séria a respeito:
"Está na hora,
seus funcionários querem isso,
seus clientes querem isso,
seus investidores querem,
cada vez mais, fazer isso,
vamos fazer isso".
É a nossa esperança.
CF: E a coisa maravilhosa sobre empresas
do tamanho da Amazon ou Walmart,
quando elas fizeram isso,
é que elas têm uma influência enorme.
Porque quando Jeff Bezos disse:
"Vou tornar a Amazon neutra
em carbono até 2040."...
O Acordo de Paris diz 2050,
claro que ele quer fazer melhor que isso,
então, para a Amazon, é 2040.
Bem, vamos mantê-lo nisso.
Agora, a coisa incrível sobre isso
é que, para que a Amazon
seja neutra em carbono até 2040,
eles têm que trabalhar
com toda a sua cadeia de suprimentos.
Têm que trabalhar com todas essas empresas
que fornecem serviços e mercadorias a eles
para que sejam neutros
em carbono o quanto antes.
Caso contrário, não vão cumprir
seu próprio compromisso.
As grandes empresas são um fator
muito, muito chave e instrumental nisso,
porque não se trata
apenas das pegadas delas,
trata-se das pegadas incorporadas
que herdam em sua cadeia de suprimentos.
E essa transformação é realmente enorme.
CA: Última pergunta.
Jackie Padilla: Meu nome é Jackie,
sou do NowThis News.
Todos os dias trabalho
com jovens ativistas do clima
como as que ouvimos hoje,
mas quando fazemos notícias sobre eles,
incluindo Greta Thunberg,
vejo que enfrentam críticas ferozes,
em grande parte,
devido a uma lacuna geracional.
Não sei se você conhece
a frase "OK, Boomer", mas...
(Risos)
parece que há muita culpa
ou responsabilidade
que alguns buscam,
e, por outro lado, estamos vendo
falta de educação
ou só ignorância sobre o tema.
Então, qual o seu conselho para os jovens
responderem a essas críticas
para promover conversas construtivas?
CF: Deveríamos perguntar a eles.
XB: Oi, obrigada pela sua pergunta.
CA: Venha aqui.
(Aplausos)
XB: É verdade que, cada vez mais,
enfrentamos críticas,
e não só quando falamos com quem nega
as mudanças do clima ou coisas do tipo,
mas também nas mídias sociais.
Essa é uma ferramenta
para espalhar informações,
organizar nossas greves
e divulgá-las,
mas também é uma ferramenta
para pessoas que querem nos prejudicar,
nos atacar pessoalmente.
E a maneira de nos mantemos resilientes
é que, quando construímos
uma comunidade uns com os outros,
quando nos organizamos,
imitamos o mundo que queremos ver.
Não há hierarquia em nossa organização,
estamos todos trabalhando
para o mesmo objetivo de modo construtivo,
escolhendo nossas paixões
para tornar a greve a melhor possível.
Tivemos 300 mil pessoas
fazendo greve em Nova York,
montamos um show inteiro,
as pessoas o chamaram
de "Climchella", foi ótimo.
(Risos)
Mas o ponto é que não vão nos parar.
A crítica não vai nos parar.
E mesmo sabendo que somos crianças
e não estamos aqui para contar a vocês
todas as soluções que já existem,
nós vamos fazer isso,
porque toda criança
que se importa com esta crise
vai crescer e estudar
através de um prisma ambiental
e mudar o mundo por meio disso.
Então, estamos aqui para lhe dizer,
pessoalmente, os ativistas climáticos
que conheço não usam "OK Boomer",
porque nos esforçamos
para a cooperação intergeracional.
E acho que procurar
culpados e criar divisões
não nos levará a lugar algum.
É por isso que não a usamos,
e não acho que deva ser usada,
e, realmente, quero agradecer
a todos que estão fazendo algo,
porque ação inspira ação.
Vocês nos inspiram, e estamos felizes
por inspirarmos vocês também.
(Aplausos) (Vivas)
(Aplausos)
CA: Uau!
(Aplausos)
CF: Aí está.
(Vivas) (Aplausos)
(Aplausos)
CA: Não há melhor maneira de encerrar.
Obrigado.
(Aplausos)