Não tem como você reclamar sobre meu corpo, tem? Frequência Feminina Clichês X Mulheres: em Vídeo Games Toda a Diversidade Corporal nas Garotas Magras Em seu evento anual BlizzCon de 2014, a famosa empresa de games Blizzard revelou um novo jogo em produção chamado de Overwatch. E desde o início ficou claro que o atrativo de Overwatch está em seus diversificados personagens: uma vasta seleção de heróis, com atributos e habilidades únicas. Os personagens revelados na BlizzCon incluíam homens, mulheres, robôs, e gorilas super inteligentes. No entanto, mesmo com a aparente variedade e diversidade dos heróis Blizzard na apresentação do jogo, não teve muita diversidade a ser vista nos tipos corpóreos representados nas heroínas. Os personagens masculinos apresentados naquele dia incluíam o cavaleiro Reinhardt, O forte engenheiro Torbjorn, o ágil arqueiro Hanzo, e um cientista a lá Hulk, Winston, entre outros. As 5 personagens femininas introduzidas consistem na magra aventureira Tracer, uma magra curadora, Mercy, a magra personagem de suporte Symmetra, A magrela atiradora, Widowmaker E a magra, porém bem armadurada chefe de segurança, Pharah. Overwatch não está sozinho quando se trata de ter as personagens femininas dividindo o mesmo corpo físico. Em Ultra Street Fighter IV, personagens como Dhalsim, Hakan, E. Honda, Rufus e Vega representam um significativo alcance de corpos diferentes. Porém ao observarmos a variedade de corpos das personagens femininas enquanto algumas possam ser um pouco mais altas, ou ter quadris um pouco mais largos, nenhuma representa uma diferença notável ao magro corpo que foi estabelecido como padrão de beleza para as mulheres. Da mesma forma, quando olhamos para os campeões no popular jogo MOBA, League of Legends, vemos designers aplicarem uma variedades em formas corporais e proporções em diversos personagens masculinos. Desde o guerreiro muscular de Taric a barriga de chope de Gragas, ao desproporcionado e animado corpo de Dr. Mundo. Não há um só corpo humano apresentado como padrão para os personagens masculinos e o valor desses personagens não são conectado ao desejo sexual de seus corpos. Mas quando olhamos para as heroínas, não há nada próximo da diversidade que vemos nos heróis masculinos. No entanto, há algumas notáveis diferenças nos padrões. Illao é um pouco mais muscular do que muitas personagens femininas, Jinx possui peitos menores e há a bonitinha gnoma Tristana. Mas a grande maioria das personagens femininas deixa claro que um corpo magro com peitos exuberantes é visto como padrão para o design das personagens femininas. Da mesma forma, os heróis de Dota 2 são bonitos ou cômicos, estranhos ou grotescos, enquanto que as heroínas são em sua maioria presas ao padrão de personagens humanoides com convenientes atrativos faciais. Onde estão todas as mulheres de pedra, sacerdotisas esqueléticas, e... seja lá o que for isso? Isso não se limita apenas aos jogos de luta, MOBAs e outros títulos que dão ao jogador personagens a escolher. Personagens femininas sempre são limitadas ao mesmo específico tipo de corpo. "Eu deveria mata-lo." "Tudo bem por aí?" "Se afaste dela!" "Certeza que quer deixa-lo ir?" "ahhh, você é..." "E esse cara quer que eu confie nele..." É como se os personagens masculinos fossem livres para encorporar o físico que comunicam melhor com suas personalidades e habilidades. Mas quando é o design das personagens femininas, esse tipo de imaginação e criatividade não parece existir. Ao invés de ter uma ampla diversidade de personagens femininas, temos o mesmo tipo de corpo, de novo e de novo: um feito para ser sexualmente atrativo para os jogadores masculinos e héteros. Depender deste mesmo tipo de corpo em tantas personagens femininas não é apenas chato; mas ofensivo. Associa nos valores como seres humanos dentro da cultura como um objeto de desejo do homem, e reforça nossas ideias influenciadas culturalmente sobre qual mulher deve se sentir desejada e qual não deve. O problema é maximizado pelo fato de que quando vemos representações femininas com tipos de corpos diferentes, elas geralmente são apresentadas como uma piada, como em "Fat Princess", (sons de peidos) ou então são categorozadas como transgressores doentias do ideal feminino estabelecido como no caso da má, lésbica e psicopata, Jo Slade em Dead Rising. "Vamos ver o quão descarada você é, sua vagabunda suja! Diga olá para minha pequena amiga!" "Ah não.. de novo não!" Quando a maioria das mulheres que populam estes jogos são feitas do mesmo modelo padrão de magreza, não vemos o problema apenas nos jogos: Mas também onde não vemos. O fato de que mulheres gordas, e com diferentes tipos corpóreos não são incluídas nesses mundos, reforça a falsa noção de que essas mulheres possuem menos valor ou reconhecimento do que as mulheres com corpos que encaixem nos padrões de beleza estabelecidos. Essas limitações em criatividade nas personagens femininas não para no modelo corporal. Também não vemos a mesma variedade de idades comumente representadas nos personagens masculinos. Não é estranho ver homens soldados, lutadores e heróis que parecem ter seus 40, 50 anos ou mais velhos. "Você está certo." Personagens femininas no entanto, são em sua maioria jovens; e pela mesma razão que tantas delas possuem o mesmo modelo corporal. A intenção é que elas sejam sexualmente atrativas para jogadores masculinos heterossexuais. O resultado é que temos muitas representações de personagens masculinos que mantém a ideia de que o homem pode continuar ativo, vital e poderoso durante o curso de suas vidas. Porém, na abstinência de personagens femininas mais velhas sugere que o valor da mulher é atrelado a suas belezas e idade, e quando ficam mais velhas, esse valor se perde. Não há muitos exemplos de representações positivas e proeminentes de mulheres com tipos de corpos diferentes na maioria dos jogos contemporâneos. Há, em "Life is Strange", Alyssa, colega de Max, a protagonista. "Eu não sabia que você era nerd por filmes de ficção como nós. Qual o seu favorito?" Em Assassin's Creed Syndicate, há Agnes MacBean, dona do trem na qual se torna a base dos heróis. "Apresento a vocês, Agnes e Bertha: a garota locomotiva." E em Star Wars: Guerreiros da velha republica 2, Kreia é um ótimo exemplo de personagem de idade e capacidade feminina. "Sou Kreia, e sou a sua salvação. assim como você é a minha." Voltamos para Overwatch por um momento. Desde a revelação inicial, poucas heroínas foram adicionadas ao time de personagens. Há Mei e Zarya, ambas com corpos notavelmente diferente daqueles anunciados inicialmente. "Ana, se apresentando para o dever." E recentemente, Blizzard anunciou a próxima heroína, Ana, personagem feminina de idade e negra. Estas personagens são bem vindas e são adições encorajadoras, mas ainda é apenas um início. Desenvolvedores de jogos precisam trabalhar em criar a mesma diversidade de corpos nas personagens femininas que tanto vemos nos personagens masculinos. Quando os corpos das personagens femininas são libertados da necessidade de se manter "finos", limitando culturalmente os padrões de beleza, o resultado não faz os jogos apenas mais interessantes, mas também nos encoraja em ver todas as mulheres como desejadas, valorosas, autônomas e como indivíduos únicos como nós somos.