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CAP04

  • 0:01 - 0:04
    Capítulo 4
  • 0:04 - 0:10
    Desenvolvimento da L1: 12 a 18 meses.
  • 0:13 - 0:18
    Observe um panorama das temáticas abordadas neste Capítulo 4.
  • 0:18 - 0:21
    O capítulo dá continuidade sobre o desenvolvimento fonológico continuado,
  • 0:21 - 0:25
    que teve uma introdução básica no Capítulo 3
  • 0:25 - 0:30
    e será mais aprofundado no Capítulo 4, com pormenores a respeito da constituição dos sinais,
  • 0:30 - 0:34
    locação, movimento, configurações de mãos.
  • 0:35 - 0:41
    Abordam-se as pesquisas que questionam se a locação do sinal é mais facilmente identificada.
  • 0:41 - 0:45
    Bem como, se a configuração de mão é mais difícil.
  • 0:45 - 0:48
    Posteriormente serão apresentados os motivos.
  • 0:49 - 0:54
    Além disso, apresenta-se pesquisas sobre fonologia dos sinais produzidos por crianças
  • 0:54 - 1:00
    que passam a copiar a configuração de mão (C.M) de uma das mãos para a outra, chamado de simpatia.
  • 1:01 - 1:08
    Outro tópico a ser discutido é a aproximação, como o bebê produz a locação do sinal.
  • 1:08 - 1:12
    Além de sinais que apresentam movimento uma vez apenas,
  • 1:12 - 1:18
    mas que algumas crianças o fazem por várias vezes, a repetição.
  • 1:18 - 1:22
    Este capítulo também abordará o desenvolvimento lexical,
  • 1:23 - 1:27
    bem como a iconicidade
  • 1:27 - 1:36
    e como essa auxilia no desenvolvimento - "vantagem do sinal".
  • 1:38 - 1:42
    Para que se entenda o processo como um todo, perceba essa linha
  • 1:42 - 1:46
    que foi apresentada anteriormente, e que será discutida a partir de agora.
  • 1:46 - 1:54
    O enfoque atual é no período entre 6 e 12 meses e como ocorre esse processo.
  • 1:57 - 2:02
    As pesquisas indicam que na produção inicial de crianças,
  • 2:02 - 2:09
    a locação dos sinais tendem a estar no espaço neutro
  • 2:09 - 2:13
    ou ao redor da cabeça.
  • 2:13 - 2:18
    Também nota-se que cometem poucos erros na locação.
  • 2:19 - 2:24
    O que acontece são jeitos diferentes de produzir alguns sinais.
  • 2:24 - 2:30
    Por exemplo, sinais em espaço neutro, são produzidos com maior amplitude do que o usual.
  • 2:31 - 2:36
    Essa alteração encontrada no dimensão da produção é denominada saliência.
  • 2:36 - 2:40
    Ao invés de sinalizar no espaço neutro, ocupando pouco espaço,
  • 2:40 - 2:45
    a criança sempre utiliza um grande espaço, conforme verificado nas pesquisas.
  • 2:45 - 2:53
    Por exemplo, o sinal para TELEFONE, que tem a locação na bochecha,
  • 2:53 - 2:57
    a criança faz na orelha, mais saliente, conforme o exemplo:
  • 2:57 - 3:01
    Esse comportamento das crianças mostrou-se recorrente em diversos locais,
  • 3:01 - 3:06
    apresentando maior saliência na execução dos sinais nesta fase inicial de aquisição.
  • 3:08 - 3:12
    Com relação a aquisição do Movimento, há dois tipos de movimento na LS.
  • 3:12 - 3:20
    O movimento de percurso, o qual a mão realiza um trajeto no espaço.
  • 3:20 - 3:24
    Por exemplo, um percurso em que o movimento se direciona de A até B.
  • 3:24 - 3:30
    E o movimento interno, o qual é realizado pelos dedos.
  • 3:30 - 3:34
    Portanto, quando o sinal tem a movimentação dos dedos inclusa.
  • 3:34 - 3:40
    Esses dois tipos de movimentos podem ser encontrados nos sinais: de percurso ou interno.
  • 3:40 - 3:49
    Pesquisadores relatam que movimentos marcados são mais difíceis de serem produzidos.
  • 3:51 - 3:55
    Existem sinais com movimentos menos marcados.
  • 3:55 - 3:58
    Foi possível observar essa distinção.
  • 3:58 - 4:05
    Como por exemplo, nota-se que movimentos de percurso circulares são mais marcados.
  • 4:05 - 4:11
    Já os movimentos de percurso retilíneo são menos marcados.
  • 4:12 - 4:18
    Constatou-se que os sinais marcados por serem mais difíceis são pouco utilizados.
  • 4:19 - 4:28
    Ao invés de utilizá-los, as crianças os substituem por movimentos mais simples e mais fáceis de executar.
  • 4:31 - 4:38
    Para exemplificar, ao visualizar o sinal GOSTAR, a criança percebe que seu movimento é circular,
  • 4:38 - 4:42
    sendo assim, é marcado, mais difícil.
  • 4:42 - 4:48
    Porém, ao se expressar, a criança utiliza um movimento mais simples, retilíneo, menos marcado.
  • 4:49 - 4:55
    Além disso, foi observado que na etapa inicial de aquisição,
  • 4:55 - 5:03
    os primeiros sinais produzidos raramente são sinais com movimento interno.
  • 5:04 - 5:10
    O movimento menos marcado, como explicado anteriormente, é mais comum,
  • 5:10 - 5:16
    como o 'open-close' nesse processo de aquisição dos movimentos.
  • 5:18 - 5:26
    Pesquisadores analisaram também sinais que englobam os dois tipos de movimentos.
  • 5:26 - 5:34
    Conforme exposto anteriormente, existem sinais com movimentos de percurso e com movimentos internos.
  • 5:35 - 5:40
    No entanto, alguns sinais apresentam os dois tipos de movimentos.
  • 5:40 - 5:45
    Portanto, são sinais muito marcados, e mais complexos.
  • 5:46 - 5:52
    Os pesquisadores relatam sobre um sinal em particular na Língua Britânica de Sinais (BSL):
  • 5:52 - 5:59
    O sinal MUITOS. Esse sinal apresenta movimento de percurso lateral
  • 5:59 - 6:05
    e movimento interno simultâneo de balanço.
  • 6:05 - 6:07
    Dessa maneira:
  • 6:08 - 6:12
    Os pesquisadores verificaram que as crianças não conseguiam
  • 6:12 - 6:18
    coordenar os dois movimentos presentes no sinal simultaneamente.
  • 6:18 - 6:23
    Elas tinham a percepção que existem os dois movimentos,
  • 6:23 - 6:25
    mas na execução faziam diferente.
  • 6:25 - 6:29
    Na inviabilidade de produzir os dois, um dos movimentos era suprimido.
  • 6:29 - 6:34
    Por exemplo, retirava-se o movimento de balanço.
  • 6:34 - 6:37
    Restando apenas o movimento de percurso, sendo de execução mais fácil.
  • 6:37 - 6:41
    Outro modo percebido relaciona-se a simultaneidade dos dois movimentos.
  • 6:41 - 6:47
    Como é preciso lidar com os dois movimentos diferentes coordenados ao mesmo tempo,
  • 6:47 - 6:51
    alguns jovens faziam primeiro um movimento e depois o outro.
  • 6:51 - 6:52
    Ex:
  • 6:53 - 6:58
    Iniciando com movimento de percurso e depois executa o interno, de maneira não sincronizada.
  • 7:00 - 7:05
    Vejamos agora sobre o processo de aquisição da Configuração de Mão (C.M).
  • 7:05 - 7:12
    Anteriormente apresentamos três parâmetros: movimento, locação e configuração de mão,
  • 7:12 - 7:14
    que seriam explicadas respectivamente.
  • 7:14 - 7:17
    Movimento e locação já foram explanados.
  • 7:17 - 7:24
    A partir de agora será exposto detalhadamente a respeito da aquisição da configuração de Mão.
  • 7:26 - 7:32
    É notório que as configurações de mão existem em uma quantidade expressiva.
  • 7:32 - 7:36
    Há uma variedade de configurações e posições dos dedos.
  • 7:36 - 7:43
    As mudanças geralmente são sutis, muito pequenas, difíceis de serem percebidas pelas crianças.
  • 7:43 - 7:49
    As vezes, essa dificuldade de controlar e perceber a C.M nas produções, acarretam erros
  • 7:49 - 7:52
    frequentes que foram constatados nas pesquisas.
  • 7:52 - 8:00
    Além disso, algumas crianças observam a C.M, mas a substituem por outra mais fácil em sua produção.
  • 8:01 - 8:05
    Bem, mas por que as C.M são tão difíceis?
  • 8:07 - 8:12
    Executar as C.M requer coordenação motora fina,
  • 8:12 - 8:17
    de modo que a criança mova cada dedo individualmente.
  • 8:17 - 8:21
    Portanto, complexo de se auto administrar e controlar estruturas menores do nosso corpo.
  • 8:23 - 8:32
    Também sempre há alternância de C.M, movimento e posicionamento dos dedos.
  • 8:32 - 8:37
    Todos esses detalhes envolvendo a C.M levam à um tempo maior para sua aquisição.
  • 8:39 - 8:43
    Ainda sobre a aquisição da C.M,
  • 8:43 - 8:45
    serão apresentados alguns fatores complicadores.
  • 8:46 - 8:51
    De acordo com as pesquisas a respeito, nota-se sobre a precisão na C.M.
  • 8:51 - 8:58
    Muitas crianças não conseguiam produzir a C.M corretamente.
  • 8:58 - 9:00
    O feedback visual mostrou-se muito importante.
  • 9:00 - 9:06
    Sinais em que elas conseguem visualizar bem as C.M são desenvolvidos e produzidos com mais acerto.
  • 9:06 - 9:10
    Sinais localizados na cabeça, por exemplo, onde a criança não consegue visualizar sua própria mão,
  • 9:10 - 9:14
    são mais difíceis e suscetíveis a erro.
  • 9:15 - 9:20
    Portanto, a visualização facilita a aquisição da C.M pelas crianças.
  • 9:20 - 9:28
    Outro pesquisador salienta alguns fatores que também influenciam.
  • 9:29 - 9:33
    As crianças desde cedo, conseguem soletrar com as mãos.
  • 9:33 - 9:35
    O alfabeto manual é desenvolvido rapidamente.
  • 9:35 - 9:41
    Por exemplo, soletram facilmente R-O-N,
  • 9:41 - 9:46
    pois cada letra corresponde a uma configuração de mão, realizadas linearmente uma após a outra.
  • 9:47 - 9:53
    Mas percebe-se em sinais lexicais e classificadores,
  • 9:53 - 9:56
    que pode-se pensar serem fáceis quando, na verdade, são complicados para as crianças.
  • 9:56 - 9:58
    Por exemplo, note o sinal:
  • 9:59 - 10:03
    Essa é a sinalização correta, mas a criança sinaliza diferente, de maneira imprecisa.
  • 10:03 - 10:08
    Apesar de identificar corretamente, não possui habilidade motora para reproduzi-lo.
  • 10:10 - 10:16
    Vejamos agora uma síntese sobre como a fonologia exerce influência na aquisição da C.M.
  • 10:16 - 10:20
    e a frequente ocorrência de substituições.
  • 10:20 - 10:24
    As substituições são produzidas pela maioria das crianças,
  • 10:24 - 10:30
    quando consideram necessárias e quando há semelhanças.
  • 10:31 - 10:37
    Isso acontece principalmente quando a forma da C.M é marcada e complexa.
  • 10:37 - 10:41
    Desse modo, passam a substituir e simplificar a C.M.
  • 10:41 - 10:46
    Ao perceberem uma C.M difícil, alteram e substituem para uma que consigam produzir e se comunicar.
  • 10:47 - 10:55
    Nas diferentes Línguas de Sinais constata-se que formas muito marcadas,
  • 10:55 - 11:01
    sejam elas de locação, movimento ou C.M,
  • 11:01 - 11:07
    são mais difíceis de perceber e produzir.
  • 11:07 - 11:11
    Portanto, não são adquiridos nesta fase,
  • 11:11 - 11:15
    apenas mais tarde, com uma idade maior, passam a desenvolver sinais marcados.
  • 11:16 - 11:23
    No entanto, formas não marcadas, são mais fáceis de perceber e produzir.
  • 11:23 - 11:30
    São mais comuns e são adquiridas mais cedo.
  • 11:32 - 11:37
    Tendo apresentado os estudos a respeito das C.M mais complexas e marcadas,
  • 11:37 - 11:42
    como acontece a seleção das C.M mais fáceis que são utilizadas para substituição?
  • 11:42 - 11:49
    Uma pesquisadora analisou as C.M presentes nas produções de crianças sinalizantes em ASL.
  • 11:49 - 12:01
    Ela as dividiu em categorias, baseadas na dificuldade/facilidade e na anatomia da mão,
  • 12:01 - 12:05
    ou seja, como os ligamentos e ossos das mãos se comportam nos movimentos das C.M.
  • 12:05 - 12:09
    O que possibilitou classificá-los em termos de facilidade e dificuldade.
  • 12:09 - 12:14
    O estudo contempla análise dos movimentos associados a outros.
  • 12:14 - 12:22
    Observa-se que os movimentos proximais dos dedos são mais difíceis.
  • 12:22 - 12:27
    Bem como, os movimentos do polegar, os quais as crianças tinham maior dificuldade.
  • 12:27 - 12:31
    A seguir, serão expostos os resultados do estudo.
  • 12:33 - 12:38
    Nas pesquisas, os dados foram apresentados em forma de tabela,
  • 12:38 - 12:42
    por análise estatística e devidamente ordenados.
  • 12:43 - 12:50
    A primeira C.M, de 'A', facilmente produzida desde bebês.
  • 12:50 - 12:54
    Até mesmo, no período intrauterino, o bebê já pode realizar essa C.M.
  • 12:54 - 12:58
    Portanto, uma C.M classificada dentre as mais fáceis.
  • 12:58 - 13:04
    Na segunda linha da tabela, se encontra o 'S', que apresenta o posicionamento do polegar diferente de 'A',
  • 13:04 - 13:10
    A capacidade de produzir esse movimento demonstra desenvolvimento maior do bebê,
  • 13:10 - 13:15
    Desenvolvimento observado logo que esse aprendeu a movimentar o polegar, como em 'L',
  • 13:15 - 13:19
    '?', '1', '5', 'C'
  • 13:19 - 13:27
    Conseguindo realizar essas C.M, o viabiliza estruturar frases com alguns sinais menos marcados.
  • 13:27 - 13:31
    Em sequência, na tabela, são listadas todas as categorias,
  • 13:31 - 13:34
    na última linha estão as C.M mais difíceis.
  • 13:34 - 13:35
    Como essas:
  • 13:36 - 13:40
    Antes na quinta linha, a segunda C.M era essa:
  • 13:40 - 13:44
    Considerada fácil diferentemente do último grupo de C.M, em que aparece essa semelhante,
  • 13:44 - 13:47
    mas essa outra forma é considerada difícil.
  • 13:47 - 13:49
    Os bebês tem maior facilidade em produzir a primeira do que a última.
  • 13:49 - 13:51
    Por isso, essa é uma importante pesquisa,
  • 13:51 - 13:56
    que trás a categorização das diferentes C.M e o grau de dificuldade para a aquisição.
  • 13:57 - 14:02
    A identificação desses graus está atrelada às etapas de aquisição e desenvolvimento.
  • 14:02 - 14:04
    Assim, passam a ampliar a quantidade de sinais marcados.
  • 14:04 - 14:08
    No início, utilizam sinais menos marcados e gradativamente alcançam sinais marcados.
  • 14:08 - 14:12
    Por fim, conseguem ter plena desenvoltura na sua produção.
  • 14:13 - 14:23
    Com relação à afirmação: "locação é fácil, configuração de mão é difícil"
  • 14:23 - 14:27
    As pesquisas em diferentes regiões e línguas de sinais indicam
  • 14:27 - 14:31
    o padrão geral na fonologia de sinais como L1.
  • 14:31 - 14:35
    Em todas foi possível constatar o mesmo enunciado de que a locação é mais fácil e
  • 14:35 - 14:38
    que a configuração de mão é mais difícil.
  • 14:38 - 14:42
    Conforme evidenciado nas pesquisas, as C.M apresentam mais erros
  • 14:42 - 14:46
    devido a grande variabilidade existente.
  • 14:47 - 14:52
    Erros nos movimentos são menos frequentes que erros nas C.M.
  • 14:53 - 14:58
    Além disso, quando os movimentos são vinculados às C.M, apresentam mais erros na C.M,
  • 14:58 - 15:01
    os movimentos quase não apresentam erros.
  • 15:01 - 15:06
    Erros de locação são os menos frequentes.
  • 15:06 - 15:12
    Como a LS utiliza movimentação e articulação do corpo, mãos, punhos,
  • 15:12 - 15:19
    a fonologia dos sinais e sua aquisição parece ser especialmente afetada
  • 15:19 - 15:24
    pelo desenvolvimento do sistema motor do bebê.
  • 15:27 - 15:32
    Os estudos descrevem os pormenores sobre efeitos do desenvolvimento motor.
  • 15:32 - 15:36
    Primeiramente, a respeito da "Simpatia" de acordo com pesquisadores.
  • 15:36 - 15:42
    Constatou-se que os bebês têm dificuldade no controle motor.
  • 15:42 - 15:49
    Utilizam as duas mãos simultaneamente ao sinalizar.
  • 15:50 - 15:54
    Quando se deparam com sinais com apenas uma das mãos,
  • 15:54 - 15:59
    os bebês sinalizam utilizando as duas, pois têm dificuldade em inibir sua mão não dominante inativa
  • 15:59 - 16:03
    pelo desenvolvimento incipiente do sistema motor.
  • 16:03 - 16:06
    Com o tempo, o desenvolvem melhor e passam a ter independência das mãos.
  • 16:06 - 16:12
    Porém, neste estágio às vezes fazem um sinal de uma mão utilizando as duas mãos.
  • 16:13 - 16:21
    Esse equívoco, sinalizar com as duas mãos sinais de apenas uma mão,
  • 16:21 - 16:26
    pode ser exemplificado pelo sinal de LEITE, de uma mão apenas.
  • 16:26 - 16:29
    Embora a criança saiba que é executado com uma das mãos,
  • 16:29 - 16:32
    a segunda mão sinaliza junto.
  • 16:32 - 16:35
    Isso se caracteriza como erro de simpatia.
  • 16:35 - 16:38
    No erro de simpatia, apesar de estar ciente de como é o sinal,
  • 16:38 - 16:42
    a criança não consegue ter controle motor e independência das mãos
  • 16:42 - 16:44
    para inibir a mão inativa.
  • 16:44 - 16:47
    Talvez em casa, a criança esteja acostumada a diariamente
  • 16:47 - 16:52
    nas brincadeiras e interações, a esticar as duas mãos,
  • 16:52 - 16:56
    e esse comportamento se repete na sinalização, como no exemplo do sinal LEITE.
  • 16:57 - 17:01
    A medida em que os bebês crescem, eles gradualmente aprendem
  • 17:01 - 17:05
    e os erros de simpatia diminuem.
  • 17:07 - 17:12
    Ainda sobre as pesquisas a respeito do desenvolvimento motor e simpatia,
  • 17:13 - 17:21
    existem alguns sinais que possuem base em uma mão,
  • 17:21 - 17:26
    como o sinal INTÉRPRETE, um exemplo de sinal com base.
  • 17:26 - 17:31
    Esses sinais, por terem C.M diferentes em cada mão,
  • 17:31 - 17:39
    tendem a ser substituídos ou omitidos pelas crianças. Majoritariamente omitidos.
  • 17:40 - 17:46
    No exemplo citado do sinal INTÉRPRETE, a criança omite a base.
  • 17:47 - 17:50
    Por que ocorre essa omissão?
  • 17:50 - 17:54
    Geralmente nesses sinais, uma mão apresenta movimento, a outra (base) não.
  • 17:54 - 17:59
    O que é difícil para a criança coordenar, portanto, omite a base para conseguir se expressar.
  • 17:59 - 18:03
    Outro exemplo, o sinal BISCOITO em ASL,
  • 18:03 - 18:10
    feito com C.M diferentes em cada mão e acrescido de movimento.
  • 18:10 - 18:14
    Pela dificuldade, a criança pode assimilar a base na mão dominante, omitindo a base com a outra mão.
  • 18:14 - 18:23
    Pode sinalizar com as duas mãos, C.M diferentes, mas com o mesmo movimento.
  • 18:23 - 18:28
    Ou ainda, sinalizar com C.M e movimento iguais nas duas mãos.
  • 18:28 - 18:33
    Irá depender da produção de cada criança.
  • 18:34 - 18:38
    Para demonstrar os efeitos do desenvolvimento motor,
  • 18:38 - 18:44
    as pesquisas elencaram sinais realizados ao longo dos braços.
  • 18:44 - 18:51
    Como mostra o desenho, inicia em articulações proximais (mais próximas ao tronco),
  • 18:51 - 18:56
    portanto, ocorre aproximação, quando o sinal é produzido perto do tronco.
  • 18:56 - 19:04
    Por exemplo, sinais que movimentam a articulação do ombro, como em ASA.
  • 19:04 - 19:10
    Na articulação do cotovelo, como em OBRIGADO.
  • 19:10 - 19:17
    Mais abaixo, na rádio-ulna, PARABÉNS.
  • 19:17 - 19:24
    Na articulação do punho, movimentos de flexão e extensão.
  • 19:24 - 19:28
    E mais localizado na extremidade, articulações distais,
  • 19:28 - 19:34
    que são mais complexas de controlar.
  • 19:34 - 19:40
    E também as junções, articulações dos dedos.
  • 19:41 - 19:44
    Vejamos detalhadamente sobre cada articulação.
  • 19:46 - 19:51
    Pode-se inferir, pelas pesquisas, que as crianças tiveram resultados semelhantes
  • 19:51 - 19:53
    com relação à produção de sinais.
  • 19:53 - 19:58
    Dentre eles, que as crianças comumente fazem movimentos maiores.
  • 19:58 - 20:03
    Movimentos de menor amplitude são mais complexos para elas.
  • 20:03 - 20:06
    O que requer maior desenvolvimento motor para conseguir.
  • 20:06 - 20:11
    Anteriormente, apresentou-se as diferentes articulações envolvidas nos sinais.
  • 20:11 - 20:16
    Quanto a sinais de articulação distal, as crianças geralmente aproximam,
  • 20:16 - 20:20
    realizando em uma articulação proximal, mais fácil.
  • 20:20 - 20:25
    Como no exemplo citado de ASA, que é de fácil execução,
  • 20:25 - 20:28
    pois está localizado numa articulação superior do braço.
  • 20:28 - 20:35
    Em conjunto com a articulação proximal, pode haver as junções.
  • 20:35 - 20:40
    Também na articulação distal com junções dos dedos.
  • 20:40 - 20:44
    Nessa última, observou-se maior ocorrência de erros.
  • 20:45 - 20:50
    Para exemplificar, o sinal em ASL para INSETO.
  • 20:50 - 20:58
    Esse sinal é realizado na articulação distal mais movimento na junção dos dedos.
  • 20:58 - 21:02
    As crianças por não terem habilidade ainda para realizar o movimento corretamente,
  • 21:02 - 21:07
    aproximam a articulação, realizando na articulação do punho que é mais fácil.
  • 21:08 - 21:12
    Outro exemplo, o sinal de CAVALO,
  • 21:12 - 21:16
    o qual possui movimento na junção dos dedos,
  • 21:16 - 21:20
    é sinalizado articulando o punho.
  • 21:20 - 21:24
    Por não conseguirem realizar o movimento na junção, aproximam a articulação para o punho.
  • 21:24 - 21:28
    Diversos erros de articulação por sua aproximação foram encontrados
  • 21:28 - 21:30
    durante o processo de aquisição.
  • 21:33 - 21:39
    As pesquisas também focaram no aspecto repetição.
  • 21:39 - 21:44
    Nota-se que as crianças têm uma forte preferência por sinais e os repetem.
  • 21:44 - 21:52
    Observa-se padrões repetidos de movimentos em sua produção.
  • 21:52 - 21:57
    Já no início da aquisição, nos primeiros gestos e balbucio,
  • 21:57 - 22:00
    geralmente apresentam repetição.
  • 22:00 - 22:03
    É uma característica notável nas línguas de sinais.
  • 22:03 - 22:07
    No estudo realizado sobre ASL, o pesquisador Meier
  • 22:07 - 22:11
    contabilizou que 24% dos sinais apresentavam repetição.
  • 22:11 - 22:17
    Em outro país, sobre BSL, a repetição aparecia em 47% dos sinais, um número mais expressivo.
  • 22:19 - 22:25
    Além disso, as crianças produzem sinais com formas de citação reduplicadas.
  • 22:25 - 22:30
    Existem sinais reduplicáveis e sinais que não necessitam de reduplicação,
  • 22:30 - 22:34
    porém, mesmo nesses, as crianças repetem o movimento, por exemplo.
  • 22:34 - 22:38
    O que também foi constatado na Língua Espanhola de Sinais.
  • 22:38 - 22:44
    Repetição é uma característica dos sinais direcionados às crianças (CDS).
  • 22:44 - 22:49
    A crianças podem utilizar a repetição demonstrando um esforço no ato comunicativo.
  • 22:49 - 22:55
    Também, pode ser em decorrência de sempre visualizarem os adultos sinalizando
  • 22:55 - 23:00
    em contação de histórias, com maior amplitude, repetição.
  • 23:00 - 23:05
    Então, a repetição infantil pode ser reforçada pelo insumo.
  • 23:05 - 23:10
    Vejamos o que mais as pesquisas trazem sobre como acontece a repetição.
  • 23:12 - 23:18
    Resumidamente, elenca-se alguns aspectos sobre efeitos de modalidade e se há diferenças específicas.
  • 23:18 - 23:26
    Sabe-se que as Línguas Orais e Línguas de Sinais são modalidades diferentes.
  • 23:27 - 23:35
    A Língua de Sinais é articulada usando duas mãos, atrelada ao movimento do corpo.
  • 23:35 - 23:41
    A qual se difere das línguas orais, que não utilizam as mãos.
  • 23:42 - 23:51
    Isto significa que a aquisição de sinais está sujeita a efeitos motores
  • 23:51 - 23:54
    não observados em línguas faladas.
  • 23:54 - 24:02
    Portanto, nas LS, efeitos motores como a simpatia e aproximação estão presentes,
  • 24:02 - 24:07
    conforme apresentado anteriormente, diferente das LO.
  • 24:08 - 24:15
    Todas as pesquisas e estudos sobre o desenvolvimento fonológico das LS
  • 24:15 - 24:25
    são cruciais para desenvolver uma teoria abrangente de aquisição de linguagem.
  • 24:27 - 24:31
    Primeiros passos no aprendizado lexical.
  • 24:31 - 24:36
    Como se dá o input na aquisição lexical do bebê?
  • 24:36 - 24:44
    Como acontece o processo de assimilação e separação das diferentes palavras e sinais?
  • 24:45 - 24:54
    Percebe-se que um bebê utiliza várias pistas, principalmente prosódicas,
  • 24:54 - 24:59
    que auxiliam na identificação e segmentação do léxico.
  • 24:59 - 25:07
    Além de pistas fonotáticas, que consiste em saber quais letras são possíveis de associar
  • 25:07 - 25:10
    e quais não combinam.
  • 25:10 - 25:14
    Logo, a prosódia auxilia no desenvolvimento da produção da criança, a qual já passa a assimilar o som.
  • 25:14 - 25:19
    Assim como nas LS, em que a criança capta se determinada C.M não é usada.
  • 25:19 - 25:22
    Assim, começam a desenvolver e ampliar o léxico.
  • 25:23 - 25:29
    Também é importante que a criança inicie a separação dos sinais no seu léxico,
  • 25:29 - 25:33
    e com isso vá aprendendo e se desenvolvendo.
  • 25:35 - 25:42
    O bebê precisa mapear os significados de cada sinal vinculados ao objeto no seu léxico.
  • 25:44 - 25:49
    O bebê, no processo de aprendizagem das palavras ou sinais,
  • 25:49 - 25:54
    vincula determina palavra/sinal ao objeto em questão.
  • 25:54 - 25:58
    De que maneira?
    Conseguem associar o nome ao objeto.
  • 25:58 - 26:03
    Porém, às vezes, podem confundir.
  • 26:03 - 26:07
    Por exemplo, quando conhecem um objeto por um determinado nome,
  • 26:07 - 26:09
    mas lhe é apresentado outro nome,
  • 26:09 - 26:12
    confundem por ter um nome anterior em mente.
  • 26:12 - 26:14
    Faz parte do seu desenvolvimento.
  • 26:14 - 26:17
    O rótulo dado a um objeto não envolve
  • 26:17 - 26:24
    apenas uma parte do objeto como sua forma ou cor.
  • 26:24 - 26:28
    Os detalhamentos do objeto ainda não são incluídos, visto que os bebês vem a confundir essas informações.
  • 26:28 - 26:33
    São limitações do momento de aprendizado.
  • 26:33 - 26:40
    Também, cada objeto terá apenas um único rótulo assimilado pelo bebê.
  • 26:42 - 26:46
    Dentre as limitações apresentadas pelas crianças,
  • 26:46 - 26:51
    há a limitação de visualizar um objeto e concluir que todos sejam iguais.
  • 26:51 - 26:58
    Por exemplo, o bebê vê um animal, no caso, um coelho.
  • 26:58 - 27:02
    Um adulto o chama de "Gavagai",
  • 27:02 - 27:08
    então o bebê escuta esse nome e associa ao coelho.
  • 27:08 - 27:16
    A partir dessa informação, o bebê pressupõe que "Gavagai" se referia ao animal como um todo, ou seja,
  • 27:16 - 27:24
    às suas longas orelhas, à sua cor escura,
  • 27:24 - 27:28
    à textura macia do pelo e ao seu movimento de pular,
  • 27:28 - 27:32
    que não são associados e diferenciados por nome.
  • 27:33 - 27:38
    Note outra limitação no processo de aprendizado das palavras e rótulos.
  • 27:38 - 27:45
    Os bebês presumem que existe uma relação única entre um objeto e um rótulo.
  • 27:45 - 27:50
    Ao aplicar mais rótulos ao mesmo objeto, o bebê apresenta resistência.
  • 27:50 - 27:55
    Note o exemplo, o objeto 'coelho'.
  • 27:55 - 27:58
    O bebê ouve o chamarem de "bunny",
  • 27:58 - 28:05
    mas não aceita esse rótulo porque antes ouvira e associara ao rótulo "rabbit".
  • 28:05 - 28:09
    A resistência à diferentes rótulos é um tipo de limitação.
  • 28:11 - 28:13
    Com relação a aquisição lexical,
  • 28:13 - 28:18
    existe uma ampla variação do vocabulário expressivo das crianças.
  • 28:18 - 28:22
    Não há um padrão entre elas, suas produções variam.
  • 28:22 - 28:29
    As primeiras palavras são produzidas tipicamente por volta dos 12 meses.
  • 28:29 - 28:38
    Mas a variação "normal" é ampla, de 10 a 24 meses é o período de iniciarem a produzir.
  • 28:38 - 28:41
    A seguir, exemplo de três crianças para demonstrar a variação entre as produções.
  • 28:41 - 28:45
    O primeiro menino, Felix, tem 9 meses de idade
  • 28:45 - 28:49
    e já tem um vocabulário de 10 palavras.
  • 28:49 - 28:55
    A segunda criança, Mary, tem 12 meses e acaba de dizer sua primeira palavra.
  • 28:55 - 28:58
    Portanto, os dois com produções distintas.
  • 28:58 - 29:03
    A terceira criança, Edgar, tem 18 meses, mas ainda não produziu sua primeira palavra.
  • 29:03 - 29:06
    Isso não quer dizer que ele tenha algum tipo de problema.
  • 29:06 - 29:09
    É comum ter variação entre as produções.
  • 29:09 - 29:13
    Ainda sobre a variação da aquisição lexical,
  • 29:13 - 29:16
    como é o desenvolvimento do vocabulário receptivo?
  • 29:16 - 29:20
    Sabe-se que um bom vocabulário receptivo precede à produção.
  • 29:20 - 29:22
    Portanto, se ainda não há produção,
  • 29:22 - 29:25
    é devido ao vocabulário receptivo que ainda precisa se desenvolver.
  • 29:25 - 29:29
    Aqueles que já apresentam vocabulário expressivo
  • 29:29 - 29:31
    são aqueles que anteriormente desenvolveram o vocabulário receptivo.
  • 29:31 - 29:35
    Novamente, dentro de uma variação ampla de idade.
  • 29:35 - 29:37
    Note dois exemplos.
  • 29:37 - 29:47
    Aos 10 meses, este bebê entende entre 11 e 154 palavras,
  • 29:47 - 29:50
    mesmo que ainda não tenha produzido nenhuma palavra.
  • 29:50 - 29:54
    E, eventualmente, produzirá esses vocábulos que já era conhecidos.
  • 29:54 - 29:58
    Outro bebê, também com 10 meses,
  • 29:58 - 30:03
    compreende entre 92 e 321 palavras.
  • 30:03 - 30:07
    Consegue produzir entre 10 e 180 palavras.
  • 30:07 - 30:11
    Uma quantidade inferior de vocábulos mas condizente com sua etapa de desenvolvimento.
  • 30:13 - 30:20
    Quais são os padrões comuns na aprendizagem lexical dos bebês?
  • 30:20 - 30:27
    - Os bebês normalmente começam pelos rótulos dos objetos,
  • 30:27 - 30:34
    ou por expressões sociais como "oi", "obrigado", "por favor".
  • 30:34 - 30:39
    Palavras frequentes entre os meios sociais em que a criança está inserida.
  • 30:39 - 30:45
    - Normalmente, os verbos aparecem mais tarde.
  • 30:45 - 30:49
    Isso acontece naturalmente por ver o uso social ao interagir,
  • 30:49 - 30:53
    portanto, adquirido e desenvolvido com o passar do tempo.
  • 30:53 - 31:03
    - Com relação aos rótulos, as crianças fazem generalizações.
  • 31:03 - 31:07
    Também porque percebem os adultos.
  • 31:07 - 31:13
    Por exemplo, a criança aprendeu o sinal PAPAI
  • 31:13 - 31:18
    quando lhe foi mostrado seu pai,
  • 31:18 - 31:23
    e relacionou esse rótulo a homem, forte, adulto.
  • 31:23 - 31:28
    Passa a utilizar o sinal PAPAI para todos os homens.
  • 31:28 - 31:34
    Pois ainda não consegue distinguir e saber para qual adulto se aplica o rótulo papai.
  • 31:34 - 31:38
    Sendo assim, uma palavra específica é generalizada.
  • 31:38 - 31:43
    Ou ainda, quando a família tem um cachorro, por exemplo,
  • 31:43 - 31:48
    a criança assimila o rótulo "cachorro' para apenas o seu,
  • 31:48 - 31:53
    enquanto que para outros cachorros, a criança não aplica o rótulo.
  • 31:53 - 31:57
    Portanto, restringe o uso da palavra para um caso apenas ao invés de generalizar.
  • 31:57 - 32:01
    Esses foram os dois tipos de ocorrência encontrados.
  • 32:01 - 32:05
    Explosão de vocabulário
  • 32:05 - 32:14
    A princípio, a criança adquire vocabulário vagarosamente e cotidianamente.
  • 32:14 - 32:19
    É comum que aprende cerca de 12 palavras diariamente,
  • 32:19 - 32:25
    chegando a ter por volta 50 palavras no seu vocabulário expressivo.
  • 32:25 - 32:29
    A partir desse momento, tem um impulso na aquisição de vocabulário.
  • 32:29 - 32:35
    Os estudos indicam que as crianças aprendem essas palavras com bastante facilidade e agilidade.
  • 32:35 - 32:44
    Ao ser exposta as palavras e sinais, já consegue relacionar e compreender o sentido dos mesmos.
  • 32:44 - 32:51
    A criança pode conhecer um objeto, interagir com ele e entender o seu propósito sem saber o seu nome,
  • 32:51 - 32:55
    mas ao ser ouvir o seu rótulo, imediatamente faz a relação entre a palavra e o objeto.
  • 32:57 - 33:06
    A aquisição de vocabulário e o período de mapeamento rápido.
  • 33:06 - 33:11
    No caso de um adulto que interaja com a criança e, por exemplo,
  • 33:11 - 33:17
    solicita que esta traga a bandeja cromada e não a vermelha.
  • 33:17 - 33:23
    A criança observa a presença das duas bandejas, sendo uma vermelha.
  • 33:23 - 33:30
    Por conhecer a cor vermelha, logo a criança conclui que a outra só pode ser a cromada
  • 33:30 - 33:34
    e realiza a solicitação do adulto corretamente.
  • 33:34 - 33:38
    Automaticamente essa palavra é mapeada e passa a compor o vocabulário da criança.
  • 33:40 - 33:45
    Existe uma "vantagem dos sinais"?
  • 33:46 - 33:51
    Diversos estudos relatam sobre como ocorrem as primeiras produções da criança.
  • 33:51 - 33:56
    Tanto dos primeiros sinais quanto das primeiras palavras.
  • 33:57 - 34:02
    Esses estudos demonstram que bebês surdos, por volta de 8 meses de idade,
  • 34:02 - 34:05
    já produzem seus primeiros sinais.
  • 34:05 - 34:14
    Já bebês ouvintes, produzem as primeiras palavras entre 10 e 13 meses.
  • 34:14 - 34:17
    Portanto, as primeiras palavras aparecem mais tarde.
  • 34:17 - 34:20
    Os primeiros sinais aparecem mais cedo.
  • 34:20 - 34:25
    O que leva a pensar a respeito da iconicidade presente em muitos sinais.
  • 34:25 - 34:32
    Devido a iconicidade frequente, a assimilação e produção dos primeiros sinais pode ser facilitada
  • 34:32 - 34:37
    e haver alguma vantagem no aprendizado, como seu adiantamento.
  • 34:39 - 34:48
    Então, surge a pergunta: Como a iconicidade pode facilitar a aquisição?
  • 34:49 - 34:54
    Existem dois níveis: fonológicos e lexicais.
  • 34:54 - 34:58
    Pode-se depreender alguns fatores em ambos os níveis.
  • 34:58 - 35:06
    Primeiramente, para a produção dos sinais utiliza-se articuladores maiores do corpo, como as mãos.
  • 35:06 - 35:13
    Diferentemente da emissão da voz em crianças ouvintes, que é mais complexa.
  • 35:13 - 35:19
    Na sinalização, através de brincadeiras a criança passa a produzir os sinais com facilidade e desenvolve-se.
  • 35:19 - 35:26
    Além disso, o processo de mapeamento de rótulos e seus significados correspondentes
  • 35:26 - 35:35
    a associação rótulo-objeto é mais transparente para sinais icônicos.
  • 35:35 - 35:40
    O que pode facilitar a aquisição e posterior produção pela criança.
  • 35:40 - 35:44
    Rótulos associados a iconicidade podem ser
  • 35:44 - 35:49
    mais fáceis de mapeamento do que palavras arbitrárias,
  • 35:49 - 35:52
    as quais são mais difíceis de associar, conforme descrevem as pesquisas.
  • 35:52 - 35:56
    Sendo assim, a iconicidade pode facilitar a aquisição.
  • 35:58 - 36:02
    Ainda respondendo como a iconicidade pode facilitar a aquisição?
  • 36:02 - 36:06
    Pode-se citar que no nível sintático
  • 36:06 - 36:10
    o sistema de pronomes das LS se assemelha a ícones
  • 36:10 - 36:14
    que o bebê presencia desde cedo.
  • 36:14 - 36:18
    Esta etapa faz parte do desenvolvimento sintático.
  • 36:19 - 36:24
    Um segundo aspecto, alguns sinais não manuais (NMS),
  • 36:24 - 36:33
    se assemelham a gestos, expressões faciais afetivas (choro, alegria, sorriso).
  • 36:33 - 36:38
    O que pode ser vantajoso no aprendizado da LS e sua gramática.
  • 36:40 - 36:43
    O que leva a outro questionamento:
  • 36:43 - 36:47
    As crianças que aprendem sinais adquirem pronomes e NMS
  • 36:47 - 36:53
    facilmente por causa das suas características gestuais icônicas?
  • 36:55 - 36:59
    Pesquisadores acerca de vantagem dos sinais
  • 36:59 - 37:04
    compararam o desenvolvimento de crianças ouvintes e surdas.
  • 37:04 - 37:10
    Analisaram suas produções iniciais e catalogaram alguns resultados.
  • 37:10 - 37:16
    Dentre as produções de crianças ouvintes e surdas, desde bebês com meses de idade.
  • 37:16 - 37:23
    Constatou-se que crianças usuárias de sinais produzem antes que crianças falantes de LO.
  • 37:23 - 37:32
    Também, o primeiro vocabulário de 10 palavras é anterior ao de crianças ouvintes.
  • 37:32 - 37:42
    Por último, as primeiras combinações são produzidas mais cedo pelas crianças surdas do que pelas ouvintes.
  • 37:42 - 37:50
    Sabe-se que nas LS também incorporam-se gestos.
  • 37:50 - 37:56
    Nas produções das crianças, os gestos estão assimilados aos sinais e
  • 37:56 - 38:02
    não distingui-se claramente sinais dos gestos das crianças.
  • 38:02 - 38:08
    Pode ser que os gestos auxiliem na aquisição rápida da criança.
  • 38:09 - 38:17
    Os pesquisadores podem ter contabilizado toda ação comunicativa das crianças surdas,
  • 38:17 - 38:25
    o que inclui sinais e também gestos.
  • 38:25 - 38:34
    Porém, crianças ouvintes também gesticulam, o que pode não ter sido contabilizado pelas pesquisas.
  • 38:36 - 38:40
    Essa é uma crítica feita por pesquisadores.
  • 38:40 - 38:48
    Pois se os gestos não foram levados em conta igualmente, a vantagem dos sinais pode ser refutada.
  • 38:48 - 38:57
    Portanto, se nas pesquisas os gestos forem contados em ambos os grupos,
  • 38:57 - 39:01
    uma análise comparativa pode ser feita de maneira igualitária.
  • 39:01 - 39:05
    Contabilizando gestos, palavras e sinais produzidos por cada grupo.
  • 39:06 - 39:15
    Uma pesquisadora centrou seus estudos em distinguir gestos e sinais.
  • 39:17 - 39:21
    O estudo foi realizado com crianças italianas.
  • 39:21 - 39:31
    Uma criança bilíngue ouvinte (koda), aprendendo italiano e Língua Italiana de Sinais (LIS).
  • 39:31 - 39:38
    E uma criança monolíngue aprendendo italiano.
  • 39:38 - 39:42
    Comparou-se as suas produções iniciais elencando-as,
  • 39:42 - 39:46
    o que foi feito cuidadosamente pelos pesquisadores,
  • 39:46 - 39:52
    para poder distinguir entre fala, sinal e gesto.
  • 39:53 - 40:00
    Os gestos foram definidos quando presentes na produção da criança koda e da ouvinte e listados.
  • 40:00 - 40:07
    Assim como os sinais e palavras produzidos por ambas.
  • 40:09 - 40:14
    Com base na listagem e, na sequência, na análise,
  • 40:14 - 40:20
    Capirici et al. não encontraram um diferença significativa entre as produções dos estudados.
  • 40:20 - 40:24
    A produção das crianças foi equivalente.
  • 40:24 - 40:29
    Essa conclusão teve como consideração a diferença de modalidade das línguas.
  • 40:29 - 40:34
    No caso da criança bilíngue (koda), havia uma combinação bimodal entre os gestos e as palavras.
  • 40:34 - 40:39
    No caso de uma criança que falasse duas língua orais, seria impossível produzí-las simultaneamente.
  • 40:39 - 40:46
    No caso das crianças monolíngues, observou-se também o uso da combinação com gestos.
  • 40:46 - 40:53
    O estudo demonstrou a dificuldade de combinar conceitos não equivalentes,
  • 40:53 - 40:57
    especialmente em apenas uma modalidade.
  • 40:57 - 41:02
    Estudos anteriores demonstravam uma vantagem e precocidade das línguas de sinais, o que foi refutado.
  • 41:04 - 41:08
    Aspectos icônicos da gramática das Línguas de Sinais:
  • 41:08 - 41:10
    aquisição pronominal na ASL.
  • 41:10 - 41:17
    Petitto (1987) demonstra que as crianças se utilizam de gestos para apontar, ou seja,
  • 41:17 - 41:23
    fazem uso do sistema pronominal na ASL.
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    Essa estrutura também compõe a ASL.
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    A pesquisadora observou, então, como decorriam as fases de aquisição desse sistema.
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    Na primeira fase,
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    as crianças se utilizam de gestos para apontar pessoas e objetos.
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    A partir do momento em que começam aprender a estrutura gramatical da ASL,
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    passando do apontamento gestual para o pronominal,
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    observou-se que produzem mais erros.
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    De modo que, na segunda fase há um declínio na produção por conta dos erros e,
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    com observação e prática,
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    vão para a terceira fase, a qual os erros reduzem e a criança incorpora as estruturas corretamente.
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    Reiley et al (1990) estudaram os NMS, enquanto aspectos icônicos, na gramática da ASL e
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    a sua aquisição por crianças surdas
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    Os pesquisadores observaram que as crianças surdas adquirem os sinais não manuais e
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    buscaram compreender como decorria a aquisição e a concordância gramatical dos NMS.
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    Sendo essa a motivação da sua investigação.
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    Observe as duas figuras ilustrativas.
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    A primeira exemplifica os NMS afetivas.
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    Nesse caso a expressão de "perplexa".
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    Na segunda figura, tem-se um exemplo de NMS gramatical.
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    Nesse caso, trata-se da marcação de interrogação.
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    As pesquisas compreenderam que, por mais que os NMS fossem conhecidas e utilizadas pelas crianças,
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    ainda não articulavam corretamente de acordo com a gramática.
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    A produção dos NMS com concordância acontece um pouco mais tarde no desenvolvimento.
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    A iconicidade das LS não confere vantagem na aquisição.
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    Petitto e Reily concluíram que
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    a iconicidade do léxico e da gramática das LS não facilitam a aquisição,
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    tendo esforço e prática, tentativa e erro por parte das crianças.
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    Portanto, crianças usuárias de LS enfrentam os mesmo desafios que crianças falantes de LO.
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    Por meio da observação das crianças surdas em processo de aquisição de LS,
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    concluíram que essas abordam a língua com um sistema linguístico e abstrato.
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    Por essa razão, enfrentam os mesmo desafios das crianças ouvintes falantes de LO.
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    Além disso, analisando o sistema dos sinais e o sistema dos gestos,
  • 44:30 - 44:35
    diferentemente do que se dizia sobre a contribuição dos gestos para aquisição dos sinais,
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    compreendeu-se que tratam-se de sistemas distintos e independentes.
  • 44:41 - 44:45
    Reconsiderando Gestos e Iconicidade.
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    Há uma nova evidência que pauta-se na contribuição
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    que os gestos teriam na fase inicial de aprendizagem de linguagem.
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    Crianças ouvintes no estágio de produção de palavra,
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    inicia dizendo palavras isoladas e, subsequentemente, combinando as palavras.
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    Observou-se, desde a fase inicial, a presença de gestos.
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    Bem como a relação dos gestos com as palavras produzidas oralmente.
  • 45:29 - 45:35
    Com o passar do tempo, a quantidade de palavras aumenta e os gestos reduzem.
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    Isto sugere que os gestos facilitam a inserção da criança no primeiro estágio da sintaxe.
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    Estudo recentes da área, que estudaram crianças e adultos,
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    compreenderam a relevância de retomar o debate sobre
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    os gestos e as LS como sistemas totalmente separados.
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    Novas teorias oferecem uma perspectiva diferente para aprofundar as pesquisas
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    no que diz respeito aos gestos e a iconicidade no desenvolvimento precoce das LS.
  • 46:19 - 46:33
    Estudos são necessários para esclarecer o papel dos gestos no desenvolvimento linguístico da criança.
Title:
CAP04
Video Language:
American Sign Language
Duration:
46:35
Stephanie Vasconcelos edited Portuguese, Brazilian subtitles for CAP04
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