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Porque é que o azeite e a água não se misturam? — John Pollard

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    Porque é que o sal se dissolve
    na água, mas o azeite não?
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    Numa só palavra: química.
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    Mas isso não satisfaz, pois não?
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    A razão por que o sal se dissolve
    e o azeite não,
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    reduz-se a dois princípios importantes
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    para tudo o que acontece:
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    a energética
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    e a entropia.
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    A energética trata principalmente
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    das forças de atração entre as coisas.
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    Quando olhamos para o azeite
    ou o sal na água,
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    concentramo-nos nas forças
    entre partículas
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    numa escala muitíssimo pequena,
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    a nível molecular.
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    Para dar uma ideia desta escala,
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    num copo de água, há mais moléculas
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    do que as estrelas
    que conhecemos no universo.
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    Todas essas moléculas
    estão em constante movimento,
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    movendo-se, vibrando e girando.
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    O que impede que essas moléculas
    voem para fora do copo
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    são as interações de atração
    entre as moléculas.
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    A força das interações
    entre a água e outras substâncias
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    é aquilo a que nos referimos
    quando falamos em energética.
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    Podemos imaginar as moléculas da água
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    envolvidas numa dança permanente,
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    uma espécie de dança da quadrilha,
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    em que estão sempre a mudar
    de par, ao acaso.
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    Em palavras simples,
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    a capacidade das substâncias
    em interagir com a água,
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    equilibrada com a forma como se alteram,
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    como a água interage consigo mesma,
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    desempenha um papel importante
    para explicar
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    porque é que certas coisas
    se misturam bem na água
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    e outras não.
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    A entropia descreve, basicamente,
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    a forma como as coisas e a energia
    se organizam
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    com base no movimento aleatório.
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    Por exemplo, pensem no ar duma sala.
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    Imaginem todos os diversos
    arranjos possíveis no espaço
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    para os biliões de partículas
    que compõem o ar.
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    Alguns desses arranjos podem ter
    todas as moléculas de oxigénio aqui
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    e todas as moléculas de azoto ali,
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    em separado.
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    Mas são muitos mais os arranjos possíveis
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    que misturam essas moléculas
    umas com as outras.
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    Assim, a entropia favorece a mistura.
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    A energética lida
    com as forças de atração.
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    Assim, se estão presentes
    forças de atração,
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    é possível reforçar
    a probabilidade de alguns arranjos
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    quando as coisas são atraídas
    umas para as outras.
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    É sempre o equilíbrio destas duas coisas
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    que determina o que acontece,
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    A nível molecular,
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    a água é formada por moléculas de água,
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    compostas por dois átomos de hidrogénio
    e um átomo de oxigénio.
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    Enquanto água líquida, estas moléculas
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    executam uma dança de quadrilha
    permanente e aleatória
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    a que se chama a rede
    de ligação de hidrogénio.
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    A entropia favorece a continuação
    permanente dessa dança.
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    Há sempre mais formas
    de todas as moléculas da água
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    se organizarem numa dança da quadrilha,
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    do que se as moléculas de água
    executassem uma dança em linha.
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    Assim, a dança de quadrilha
    continua permanentemente.
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    O que acontece quando
    deitamos sal na água?
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    A nível molecular,
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    o sal é feito de dois iões diferentes,
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    o cloro e o sódio,
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    que estão organizados
    como uma parede de tijolo.
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    Aparecem no salão de baile
    como um grande grupo em formação
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    e, a princípio, sentam-se aparte,
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    tímidos e um pouco relutantes
    em se separarem em iões individuais,
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    para se juntarem à dança.
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    Mas, lá no fundo, esses bailarinos tímidos
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    só querem que alguém
    os convide para dançar.
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    Quando uma molécula de água
    esbarra num deles, por acaso,
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    e o puxa para a dança,
    afastando-o do grupo,
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    lá vão eles.
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    Depois de entrarem na dança
    já não voltam atrás.
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    A adição de mais iões de sal
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    acrescenta mais passos possíveis
    na dança da quadrilha,
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    por isso é melhor para eles
    continuar a dançar com a água.
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    Agora, vejamos o azeite.
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    Com o azeite, as moléculas
    estão interessadas em dançar com a água,
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    por isso, a entropia favorece
    a sua entrada na dança.
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    O problema é que as moléculas do azeite
    usam vestidos de baile gigantescos
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    e são muito maiores do que
    as moléculas da água.
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    Por isso, quando uma molécula
    de azeite é puxada,
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    o seu tamanho é prejudicial para a dança
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    e para a troca aleatória de pares
    realizada pelas moléculas da água,
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    uma parte da dança muito importante.
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    Além disso, não são grandes bailarinas.
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    As moléculas da água tentam envolver
    as moléculas do azeite na dança,
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    mas estão sempre a tropeçar
    nos vestidos delas
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    e a ocupar todo o espaço
    do salão de baile.
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    Há muito mais formas
    de as moléculas da água dançarem
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    quando o azeite sai da pista de dança,
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    por isso a água rejeita o azeite
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    empurrando-o para o banco
    para o pé das outras.
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    Em breve, depois de postas de lado
    uma série de moléculas de azeite,
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    elas juntam-se para se lamentarem
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    de as moléculas da água
    serem tão injustas
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    e unem-se enquanto grupo.
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    Assim, é esta combinação
    das interações entre as moléculas
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    e as configurações
    que lhes estão disponíveis
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    quando se movimentam ao acaso
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    que dita se se misturam ou não.
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    Por outras palavras,
    a água e o azeite não se misturam
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    porque não constituem bons pares de dança.
Title:
Porque é que o azeite e a água não se misturam? — John Pollard
Description:

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/why-don-t-oil-and-water-mix-john-pollard

O sal dissolve-se na água; o azeite não. Porquê? Pensemos num copo de água como um grande salão de baile onde as moléculas de água estão sempre à procura de pares para dançar — e dançam muito com iões de sal. John Pollard explica como dois princípios da Química, a energética e a entropia, estabelecem as regras no salão de baile.

Lição de John Pollard, animação de Andrew Foerster.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:03

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