Torne o cérebro mais inteligente: não é o que você pensa | Sandra Chapman, PhD | TEDxRockCreekPark

Sandra Bond Chapman, PhD, fundadora e líder do Centro de Saúde Cerebral da UT Dallas, relata novos dados científicos quanto a podermos literalmente tornar o cérebro mais inteligente e saudável. Ela desmistifica antigas crenças sobre o que é inteligência e compartilha estratégias para expandir a vida útil do cérebro, para acompanhar mais de perto o constante aumento da expectativa de vida humana. Independentemente de sermos jovens ou idosos, a Dra. Champan irá nos inspirar a testar os limites do potencial do cérebro.

O cérebro é nosso maior bem e recurso natural. É a parte mais mutável de todo o corpo. Entretanto, direcionamos muito mais atenção pessoal para melhorar a saúde física do que para fortalecer e recuperar os níveis mais altos de desempenho cerebral. A pesquisa da Dra. Chapman explora os segredos para tornar o cérebro mais inteligente, aproveitando o CEO do desempenho cerebral: o lobo frontal. Suas técnicas demonstram como acionar o lobo frontal, acender a paixão e aprender a sermos estratégicos sobre o modo como usamos a preciosa energia cerebral.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

O corpo humano viverá 100 anos.

Mas viverá para quê?

Se o cérebro tiver que acompanhar o corpo,

hoje, nossa vida útil
é o dobro da do cérebro.

Felizmente, descobertas
que estamos fazendo para o corpo

agora estão sendo realizadas
para o cérebro,

causando uma mudança crucial de paradigma

do que podemos fazer para tornar o cérebro
mais saudável e o modo como pensamos.

Pela primeira vez,

estamos descobrindo formas

de nos mantermos vibrantes e ativos
mentalmente por toda a vida,

salvo, é claro, grandes doenças
e danos cerebrais.

Esse movimento cerebral
impulsionado por evidências mostra:

sim, podemos tornar
o cérebro mais inteligente.

Quem diria?

Se alguém me dissesse isso há uma década,

eu teria dito: "De jeito nenhum.

Isso é ficção científica".

Mas as evidências são claras,
agora é fato científico.

Mas, primeiro,

preciso desmascarar alguns mitos.

Por muito tempo,

vivemos o mal-entendido
de que a inteligência é fixa

e medida por coisas
que não entendemos direito.

Por exemplo, achávamos
que nascemos com uma característica

que não pode ser melhorada
nem muito mudada.

O QI é fixo.

Ele nunca foi destinado

para medir o ponto mais alto
que o cérebro pode atingir.

Quando perguntei a executivos
de empresas do país:

"Como você contrata as pessoas
mais inteligentes e brilhantes?",

eles responderam:

"Bem, usamos QI, GPA e SAT,
ou a faculdade em que estudaram

e os títulos que têm".

Sabem de uma coisa? Vocês estão certos.

Nunca se pode prever quem terá sucesso

porque inteligência é mais do que QI.

Não é fixa.

São coisas como: engenhoso,
criativo, perspicaz, inventivo,

e muito, muito mais.

Então como tornar o cérebro
mais inteligente?

A ciência de pensar mais inteligente

é que acionamos o lobo frontal do cérebro.

O lobo frontal é o CEO,
nossa estação de comando,

onde tomamos decisões,
planejamos, resolvemos problemas.

É a parte mais ampla do cérebro,
que tem a maioria das conexões

com o corpo todo.

É a última a se desenvolver, aos 25,

e a primeira a declinar, aos 40.

Mas isso não tem que acontecer.

Podemos fazer algo
para parar e reverter isso.

Para reverter o declínio cerebral,

eis as coisas que encontramos,
e esta é, de fato, a grande estrela

para uma cientista do cérebro
e para vocês pessoalmente.

Ao mudar o cérebro,

nós o tornamos mais saudável,

quando usamos o lobo frontal.

Somos capazes de mudar o cérebro
em todos os níveis de saúde:

aumentar o fluxo sanguíneo do cérebro...

meu Deus, isso é importante
para os neurônios,

que gostam de glicose e oxigênio...

aumentar a conectividade

das diferentes redes que se intercomunicam

e até aumentar a matéria
branca que o conecta.

Considerem, por exemplo,
o fluxo sanguíneo do cérebro.

Perdemos de 2% a 3% a cada década,
começando aos 20 anos.

Com pensamentos complexos, pudemos mostrar

que pessoas podem recuperar
8%, 10% e 12% em poucas horas.

Isso é muito e, por isso, é importante.

Então vocês perguntam:

"Como faço essas mudanças no cérebro?"

Temos que pensar em formas
mais elevadas para acionar o cérebro.

Vou dar algumas estratégias
que demonstramos que funcionam.

Usando imagens do cérebro

nós o vemos mudar em tempo real

e vemos as pessoas mudarem
em uma tarefa cognitiva.

Vou dar algumas estratégias
que chamo de poderes cerebrais.

O poder cerebral de um.

É quando você foca firmemente uma coisa

e evita a tarefa de fazer
duas coisas ao mesmo tempo,

não permite que distrações apareçam.

O poder cerebral de dois.

É quando você olha para sua longa
lista de coisas a fazer,

decide quais são as duas mais importantes

que farão maior diferença em seu dia

e usa o horário nobre do cérebro
para fazer essas coisas.

Uma das coisas que eu usava para ajudar
as pessoas a se lembrarem disso era:

quando você está caçando elefantes,
não se distraia perseguindo coelhos

porque os coelhos tomam todo o nosso dia.

E o poder cerebral da profundidade.

É quando,

e isto é o mais transformador,

requer o maior esforço,

é quando você traz informações
de todas as fontes,

as mistura com o rico
conhecimento que já está lá

e forma ideias abstratas, gerais,

sintetizadas constantemente,
10, 20, 30 vezes por dia,

programas de entrevistas,
programas de TV, conversas, sintetizados:

saia do piloto automático.

O poder cerebral do menos:
reduza a quantidade de informações.

Muitos dados paralisam o cérebro.

O poder cerebral do raciocínio inovador.

O cérebro é programado para ser inspirado.

As conexões acontecem mais rápido
quando você está inspirado pelo que faz.

Ele odeia o status quo
e o piloto automático.

O cérebro retrocede assim.

Acrescente hábitos saudáveis:
comer, dormir, mexer os pés.

Tudo bem, parece bem simples, não é?

Coisas que fazem sentido
e que poderíamos fazer?

E por que não as estamos fazendo?

Porque não sabíamos.

Não sabíamos que podíamos
tornar o cérebro mais inteligente

e, como não sabíamos,

fazíamos essas coisas
que considerávamos boas para o cérebro,

mas que são tóxicas;

e precisamos parar.

Por exemplo: tarefas múltiplas,
o veneno de nossa sociedade.

A ciência mostra que isso destrói
o cérebro em todos os níveis de saúde,

nos deixa mais doentes fisicamente
e aumenta nosso estresse.

Pensávamos: vamos nos esforçar
para ter memória quase perfeita,

mentalmente robusta.

Memorização não é igual a entendimento.

Vejam o que está acontecendo
em nosso sistema educacional.

Quanto mais fazemos esse regurgitar
robótico e mecânico de informações,

adivinhem...

menor é nosso pensamento
em nível profundo e raciocínio avançado.

E pensamos: "Bem,
exercitar constantemente,

se eu mantiver a memória ativa,
isso deve ser bom, certo?"

Errado.

Acontece que o cérebro
precisa de um tempo de pausa.

Precisa de surpresas para ter mais energia

e ser mais produtivo.

Será que isso não soa grande,

para o cérebro ser mais ativo e produtivo

num momento em que trabalhamos tão rápido
que mal acompanhamos o ritmo da vida

ou pensamos em algo novo
no final das contas?

Precisamos achar tempo
para pensar mais profundo

e também achar tempo para nos inspirar
pelo que podemos fazer.

Não podemos mais aceitar o destino

que o cérebro viva a vida inteira

após atingir o ápice.

Vejam Luke:

ele não aceitou esse destino,

veio a mim para participar
de um treino de alto desempenho

e passou uma semana, 12 horas.

Ao final da semana, ele disse:

"Sinto que experimentei
uma ressurreição cognitiva".

Ele disse: "Eu sabia
que podia ficar mais forte

e trabalhar milhares de horas
superando todos os medos.

Não tinha ideia

que podia tornar o cérebro mais forte
e inteligente, e mais decisivo".

Ele disse: "Queria ter conhecido
isso 20 anos atrás.

Sabe, a maior nota que já tive foi seis.

Daria tudo para poder ir para a faculdade

e ser cientista do cérebro
para ajudar minhas tropas

porque elas precisam de saúde cerebral".

Olhei para ele e disse:

"Luke, não aceite essas noções
ultrapassadas de GPA.

Defina sua inteligência agora".

E adivinhem.

Ele aceitou o desafio, candidatou-se,

foi aceito no ensino superior

e vai ter sucesso

porque sabe trabalhar duro.

E quanto a vocês?

Vocês querem se posicionar

e dizer: "Vamos, cérebro,

vou brilhar neste caminho e garantir
que meus melhores anos cerebrais

estão por vir".

Acredito que vocês nem começaram
a explorar o potencial

do cérebro.

Se começarem a usar
o lobo frontal do cérebro...

Acredito que, se cada pessoa aqui

começar a abraçar o poder extraordinário

que tem dentro da cabeça,

esse talento surpreendente que recebeu,

teremos muito a dar para o mundo.

Pensem nisso.

O cérebro é o bem e o recurso
mais importante que temos.

É a fonte de poder
por trás de tudo o que fazemos.

Garantam que seus melhores anos cerebrais,
mais inteligentes e saudáveis,

estejam a sua frente.

Obrigada.

(Aplausos)