Return to Video

A rede escondida que torna possível a Internet possível — Sajan Saini

  • 0:07 - 0:12
    Em 2012, uma equipa de investigadores
    japoneses e dinamarqueses
  • 0:12 - 0:16
    estabeleceu um recorde mundial,
    ao transmitir 1 "petabit" de dados
  • 0:16 - 0:19
    — o equivalente a 10 000 horas
    de vídeo em alta-definição —
  • 0:19 - 0:22
    por um cabo de 50 quilómetros,
    num segundo.
  • 0:23 - 0:25
    Mas não era um cabo qualquer.
  • 0:25 - 0:28
    Era uma versão melhorada da fibra ótica:
  • 0:28 - 0:30
    a rede escondida
    que conecta o nosso planeta
  • 0:30 - 0:32
    e torna possível a Internet.
  • 0:32 - 0:34
    Durante décadas,
  • 0:34 - 0:37
    as comunicações de longa distância
    entre cidades e países diferentes
  • 0:37 - 0:40
    eram sustentadas por sinais elétricos,
    em cabos feitos de cobre.
  • 0:40 - 0:43
    Este processo era lento e ineficiente,
  • 0:43 - 0:46
    com os cabos a limitar a taxa
    de transferência de dados
  • 0:46 - 0:48
    e a perder energia sob a forma de calor.
  • 0:48 - 0:50
    Mas, no fim do século XX,
  • 0:50 - 0:53
    alguns engenheiros aprenderam um método
    de transmissão bem superior.
  • 0:54 - 0:55
    Em vez de metal,
  • 0:55 - 1:00
    podia-se derreter e transformar o vidro
    cuidadosamente em fios de fibra flexíveis,
  • 1:00 - 1:05
    com centenas de quilómetros de comprimento
    e tão finos ou mais do que um cabelo.
  • 1:05 - 1:07
    E, em vez de eletricidade,
  • 1:07 - 1:11
    esses fios transportam impulsos de luz,
    que representam dados digitais.
  • 1:11 - 1:16
    Mas como viaja a luz no interior do vidro,
    em vez de simplesmente o atravessar?
  • 1:16 - 1:21
    O truque baseia-se num fenómeno
    conhecido por reflexão interna total.
  • 1:21 - 1:23
    Desde a época de Isaac Newton,
  • 1:23 - 1:27
    os fabricantes de lentes e os cientistas
    sabem que a luz se curva
  • 1:27 - 1:32
    quando passa entre o ar
    e materiais como a água ou o vidro.
  • 1:32 - 1:36
    Quando um raio de luz dentro do vidro
    atinge a superfície num ângulo elevado,
  • 1:36 - 1:40
    este refrata-se, ou curva-se,
    ao sair para o ar.
  • 1:40 - 1:43
    Mas, se o raio viajar
    num ângulo superficial,
  • 1:43 - 1:48
    vai curvar-se tanto que permanece preso,
    refletindo-se dentro do vidro.
  • 1:49 - 1:51
    Nas devidas condições,
  • 1:51 - 1:53
    uma coisa que costuma
    ser transparente à luz
  • 1:53 - 1:56
    pode, em vez disso, esconder-se do mundo.
  • 1:56 - 1:58
    Em comparação
    com a eletricidade ou a rádio,
  • 1:58 - 2:00
    os sinais da fibra ótica
  • 2:00 - 2:02
    quase não se deterioram
    ao longo de grandes distâncias
  • 2:02 - 2:05
    — só se dispersa uma pequena parte,
  • 2:05 - 2:07
    e as fibras não se podem dobrar muito,
  • 2:07 - 2:09
    caso contrário, a luz escaparia.
  • 2:09 - 2:13
    Hoje, uma única fibra ótica transporta
    muitos comprimentos de onda de luz,
  • 2:13 - 2:15
    cada um deles com um conjunto de dados.
  • 2:15 - 2:19
    E um cabo de fibra ótica
    contém centenas dessas fibras.
  • 2:19 - 2:23
    Mais de um milhão de quilómetros de cabos
    atravessam o fundo dos oceanos
  • 2:23 - 2:25
    para conectar os continentes
  • 2:25 - 2:29
    — o suficiente para dar quase
    30 voltas ao Equador.
  • 2:29 - 2:33
    Com a fibra ótica, a distância
    pouco limita a transferência de dados,
  • 2:33 - 2:37
    o que permitiu a evolução da Internet
    para um computador planetário.
  • 2:37 - 2:40
    O trabalho e a diversão móvel
    cada vez dependem mais
  • 2:40 - 2:43
    de uma multitude de servidores
    de computadores sobrecarregados,
  • 2:43 - 2:47
    armazenados em centros de dados gigantes
    espalhados por todo o mundo.
  • 2:47 - 2:51
    Chama-se a isso computação na nuvem,
    e provoca dois grandes problemas:
  • 2:51 - 2:54
    perda de calor e exigência
    de largura de banda.
  • 2:54 - 2:59
    A maior parte da navegação na Internet
    circula nos centros de dados,
  • 2:59 - 3:03
    onde cabos elétricos tradicionais
    interligam milhares de servidores.
  • 3:03 - 3:07
    Metade da sua potência de funcionamento
    perde-se sob a forma de calor.
  • 3:07 - 3:10
    Entretanto, a exigência de largura
    de banda sem fios continua a aumentar,
  • 3:10 - 3:14
    e os sinais de gigahertz usados
    nos nossos dispositivos móveis
  • 3:14 - 3:16
    estão a atingir os limites
    de transferência de dados.
  • 3:16 - 3:20
    Parece que a fibra ótica
    deu um passo maior que a perna,
  • 3:20 - 3:25
    alimentando as expetativas demasiado
    ambiciosas da computação móvel e em nuvem.
  • 3:25 - 3:30
    Mas uma tecnologia relacionada,
    a fotónica integrada, veio em seu auxílio.
  • 3:30 - 3:33
    A luz pode ser guiada,
    não só nas fibras óticas,
  • 3:33 - 3:36
    mas também em fios de silicone ultrafinos.
  • 3:36 - 3:40
    Os fios de silicone não guiam a luz
    tão bem como a fibra ótica,
  • 3:40 - 3:43
    mas permitem aos engenheiros
    reduzir todos os dispositivos
  • 3:43 - 3:46
    numa rede de fibra ótica
    de cem quilómetros
  • 3:46 - 3:49
    em pequenos "chips" fotónicos
    que se ligam aos servidores
  • 3:49 - 3:53
    e convertem os sinais elétricos
    em sinais óticos e vice-versa.
  • 3:53 - 3:55
    Estes "chips" de eletricidade para luz
  • 3:55 - 3:58
    permitem trocar os cabos elétricos
    desperdiçadores de energia
  • 3:58 - 4:03
    nos centros de dados
    por fibra energeticamente eficiente.
  • 4:03 - 4:06
    Estes "chips" fotónicos também podem
    ajudar a desfazer as limitações
  • 4:06 - 4:08
    da largura de banda sem fios.
  • 4:08 - 4:11
    Há investigadores a tentar substituir
    os sinais móveis de gigahertz
  • 4:11 - 4:13
    por frequências de terahertz,
  • 4:13 - 4:16
    para transportar os dados
    milhares de vezes mais rápido.
  • 4:16 - 4:18
    Mas estes são sinais de curto alcance:
  • 4:18 - 4:22
    são absorvidos pela humidade do ar
    ou bloqueados por edifícios altos.
  • 4:22 - 4:27
    Com estes minúsculos "chips" fotónicos
    transmissores, distribuídos pelas cidades,
  • 4:27 - 4:31
    os sinais de terahertz podem ser
    retransmitidos a longas distâncias.
  • 4:31 - 4:34
    Isto é possível devido
    a uma intermediária estável,
  • 4:34 - 4:39
    a fibra ótica, e assim tornar realidade
    a conectividade sem fios ultrarrápida.
  • 4:39 - 4:41
    Em toda a história da humanidade,
  • 4:41 - 4:46
    a luz deu-nos visão e calor,
    ao servir de companheiro firme
  • 4:46 - 4:49
    enquanto explorávamos
    e estabelecíamos o mundo físico.
  • 4:49 - 4:53
    Agora, transformámos a luz
    em informação e redirecionámo-la
  • 4:53 - 4:56
    para percorrer uma super
    autoestrada de fibra ótica
  • 4:56 - 4:59
    — com muitas saídas fotónicas
    diferentes integradas —
  • 4:59 - 5:03
    para criar um mundo virtual
    ainda mais abrangente.
Title:
A rede escondida que torna possível a Internet possível — Sajan Saini
Speaker:
Sajan Saini
Description:

Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/the-hidden-network-that-makes-the-internet-possible-sajan-saini

Em 2012, uma equipa de investigadores estabeleceu um recorde mundial, ao transmitir 1 "petabit" de dados — o equivalente a 10 000 horas de vídeo em alta-definição — por um cabo de 50 quilómetros, num segundo. Mas não era um cabo qualquer. Era uma versão melhorada da fibra ótica: a rede escondida que interliga o nosso planeta e torna possível a Internet possível. O que é a fibra ótica e como funciona? Sajan Saini explora esta tecnologia essencial.

Lição de Sajan Saini, realização de Artrake Studio.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:03
  • É possível retificar o título para "A rede escondida que torna a Internet possível — Sajan Saini"? Neste momento, tem um "possível" a mais. Obrigado.

Portuguese subtitles

Revisions Compare revisions