Porque é que devemos gostar da ciência nojenta
-
0:01 - 0:05Sabiam que um dos primeiros
medicamentos para a infertilidade -
0:05 - 0:09foi criado a partir da urina
de freiras católicas, -
0:09 - 0:12e que até teve o envolvimento do Papa?
-
0:12 - 0:14É totalmente verídico.
-
0:14 - 0:20Nos anos 50, os cientistas sabiam
que as mulheres que entram na menopausa -
0:20 - 0:25libertam grandes quantidades
de hormonas de fertilidade, na urina. -
0:25 - 0:27Assim, o médico Bruno Lunenfeld
-
0:27 - 0:31questionou se seria possível isolar
essas hormonas da urina -
0:31 - 0:35e usá-las para ajudar as mulheres
com dificuldades em engravidar. -
0:35 - 0:39O problema com esta ideia era que,
para poder ser testada, -
0:39 - 0:43seriam necessárias grandes quantidades
de urina de mulheres mais velhas. -
0:43 - 0:46E isso não é uma coisa fácil de encontrar.
-
0:46 - 0:51Então, Lunenfeld e os seus colegas
obtiveram uma permissão especial do Papa -
0:51 - 0:55a autorizar a recolha
de litros e litros de urina -
0:55 - 0:59de centenas de freiras católicas
de idade já avançada. -
0:59 - 1:01E, graças a isto,
-
1:01 - 1:03procedeu-se ao isolamento das hormonas
-
1:03 - 1:06que ainda hoje são utilizadas
para ajudar as mulheres a engravidar, -
1:07 - 1:09exceto que atualmente
são sintetizadas em laboratório, -
1:09 - 1:13não sendo assim necessárias
grandes quantidades de urina. -
1:13 - 1:15Então, por que razão estou eu aqui,
-
1:15 - 1:21perante um público excecionalmente
intelectual, falando de urina de freiras? -
1:21 - 1:25Eu sou jornalista cientista
e produtora de conteúdos multimédia -
1:25 - 1:28e sempre tive um fascínio
por coisas nojentas. -
1:29 - 1:33Fascínio esse que me inspirou a criar
uma série semanal no YouTube -
1:33 - 1:35chamada "Gross Science",
-
1:35 - 1:39sobre as coisas viscosas, malcheirosas,
que nos agoniam -
1:39 - 1:42na natureza, na medicina e na tecnologia.
-
1:42 - 1:44Creio que a maioria de nós concorda
-
1:44 - 1:47em considerar a urina como
uma coisa um pouco nojenta. -
1:47 - 1:50É uma coisa de que não gostamos
particularmente de falar, -
1:50 - 1:53e preferimos manter em privado.
-
1:54 - 1:57Porém, quando Lunenfeld
se aventurou no universo da urina, -
1:57 - 2:01acabou por descobrir uma coisa
deveras útil para a humanidade. -
2:01 - 2:05Ao fim de cerca de ano e meio
após o início dos meus vídeos, -
2:05 - 2:09posso dizer-vos que,
quando exploramos o lado nojento da vida, -
2:09 - 2:13obtemos perspetivas
que nunca esperaríamos encontrar, -
2:13 - 2:16e deparamo-nos com uma beleza
que não imaginaríamos existir. -
2:17 - 2:21É importante conversarmos sobre
coisas nojentas por inúmeras razões. -
2:22 - 2:24Primeiro de tudo,
falar sobre coisas nojentas -
2:24 - 2:27é uma ótima estratégia didática,
-
2:27 - 2:30e uma forma perfeita
de preservar a curiosidade. -
2:30 - 2:32Como prova disso,
-
2:32 - 2:36porque não falar-vos de mim,
quando eu era pequena? -
2:37 - 2:40Eu era o que muitos considerariam
uma criança nojenta. -
2:41 - 2:44De facto, a minha paixão
pela ciência começou -
2:44 - 2:48quando os meus pais me ofereceram
um "kit" de ciências, para fazer visco -
2:48 - 2:51e cresceu cada vez mais
-
2:51 - 2:54durante as experiências nojentas
nas aulas de biologia do 6.º ano. -
2:55 - 2:59Recolhíamos amostras
das superfícies da sala de aula, -
2:59 - 3:01e fazíamos culturas das bactérias
que recolhíamos, -
3:01 - 3:04dissecávamos egagrópilas,
-
3:04 - 3:09que são estas pequenas bolas de material
não digerido que as corujas regurgitam. -
3:09 - 3:12É um bocadinho nojento,
mas também é fixe e interessante. -
3:12 - 3:15A minha obsessão
com coisas nojentas em miúda -
3:15 - 3:17não era nada de invulgar.
-
3:17 - 3:19Muitos miúdos adoram coisas nojentas,
-
3:19 - 3:24como lutar na lama ou colecionar besouros,
ou até comer macacos do nariz. -
3:25 - 3:27Qual será a razão?
-
3:27 - 3:31Eu acho que as crianças
são como pequenos exploradores. -
3:31 - 3:34Simplesmente querem
viver o máximo de experiências possíveis. -
3:34 - 3:37Não fazem a mínima ideia
de ser mais aceitável ou menos -
3:37 - 3:41tocar numa joaninha
ou num percevejo. -
3:41 - 3:43Apenas querem compreender
como tudo funciona -
3:44 - 3:46e retirar o máximo proveito da vida.
-
3:46 - 3:48É pura curiosidade.
-
3:49 - 3:51Mas depois aparecem os adultos.
-
3:51 - 3:55Dizemos-lhes para tirarem o dedo do nariz
e para não tocarem em lesmas ou sapos -
3:55 - 3:58ou outras coisas
que encontrem no quintal, -
3:58 - 4:00porque é nojento.
-
4:00 - 4:02Em parte fazemo-lo
para os proteger, não é? -
4:03 - 4:06Tirar macacos do nariz
é capaz de espalhar germes, -
4:06 - 4:09e ao tocarem em sapos
podem ficar com verrugas, -
4:09 - 4:11mesmo que eu não acredite nisso.
-
4:11 - 4:14Devemos poder tocar
em qualquer sapo que quisermos. -
4:15 - 4:19Então, a uma dada altura,
ao ficarmos mais velhos, -
4:19 - 4:21esta vontade de explorar coisas nojentas
-
4:21 - 4:23deixa de ser apenas curiosidade,
-
4:23 - 4:26e passa também a ser
uma forma de conhecer limites, -
4:26 - 4:29e testar quais os limites
do que é permitido. -
4:29 - 4:33Então, as crianças, a certa altura,
começam a ter competições de arrotos -
4:33 - 4:36ou competem para ver quem consegue
fazer a cara mais horrorosa -
4:37 - 4:40Fazem-no porque é uma forma
de transgressão, não é? -
4:41 - 4:44Mas há outro nível
da definição de coisas nojentas. -
4:45 - 4:51Enquanto seres humanos, de certa forma
alargamos o conceito de nojo à moral. -
4:52 - 4:54O psicólogo Paul Rozin diria
-
4:54 - 4:58que muitas das coisas
que classificamos como nojentas -
4:58 - 5:01são coisas que nos fazem lembrar
que somos animais. -
5:01 - 5:06São coisas como fluidos corporais e sexo
-
5:06 - 5:09e anomalias físicas e morte.
-
5:10 - 5:14A ideia de que somos animais
pode ser muito desconfortável -
5:14 - 5:18porque pode ser esse lembrete
da nossa mortalidade. -
5:18 - 5:22Isso pode fazer-nos mergulhar
numa profunda angústia existencial. -
5:23 - 5:25Rozin diria que há uma forma
-
5:25 - 5:29em que o nojento e o evitar
de coisas nojentas -
5:29 - 5:33torna-se uma forma
de proteger o nosso corpo -
5:33 - 5:36e também de proteger a nossa alma.
-
5:37 - 5:40Penso que, a certa altura,
os miúdos começam a interiorizar -
5:40 - 5:44este elo entre o nojo
das coisas e a imoralidade. -
5:44 - 5:50Embora eu não tenha dados concretos
para comprovar o que vou dizer, -
5:50 - 5:55penso que, para muitos de nós,
acontece por altura da puberdade. -
5:55 - 5:59Vocês sabem — eu sei.
-
6:00 - 6:03Durante a puberdade
o nosso corpo está a mudar -
6:03 - 6:06e transpiramos mais,
as raparigas começam com os períodos, -
6:06 - 6:10nós pensamos em sexo,
de uma forma que nunca pensámos, -
6:10 - 6:13E, através da capacidade humana
para a abstração, -
6:13 - 6:15esta vergonha pode instalar-se.
-
6:15 - 6:17Portanto, não pensamos propriamente:
-
6:18 - 6:21"Oh, meu deus! está a acontecer
uma coisa nojenta com o meu corpo!" -
6:21 - 6:24Pensamos: "Oh, meu deus,
estou a ficar nojento. -
6:24 - 6:29"Será que há alguma coisa
de errado comigo?" -
6:30 - 6:34O que acontece é que, se associarmos
coisas nojentas com imoralidade, -
6:34 - 6:37perdemos uma boa parte
da nossa curiosidade, -
6:37 - 6:40porque há muitas coisas no mundo
-
6:40 - 6:42que são um bocado nojentas.
-
6:42 - 6:44Pensem em ir dar um passeio pela mata.
-
6:44 - 6:48Podem prestar atenção apenas
às aves, às árvores e às flores -
6:49 - 6:50e tudo bem,
-
6:50 - 6:55mas, na minha opinião, falha-vos
uma imagem maior e mais extraordinária -
6:55 - 6:57da vida neste planeta.
-
6:57 - 7:00Há ciclos de decadência
que alimentam o crescimento da floresta -
7:00 - 7:03e há redes de fungos
por baixo dos nossos pés -
7:03 - 7:06que ligam literalmente
todas as plantas à vossa volta. -
7:06 - 7:07É uma coisa espantosa.
-
7:07 - 7:10Portanto, penso que devíamos
falar de coisas nojentas -
7:10 - 7:13desde cedo e com frequência.
com os jovens, -
7:13 - 7:16para eles sentirem que podem
falar desta imagem maior -
7:16 - 7:18da vida no nosso planeta.
-
7:19 - 7:22Felizmente, para muitos de nós
o fascínio com as coisas nojentas -
7:22 - 7:24não desaparece.
-
7:24 - 7:27Nós só fingimos que não existe.
-
7:27 - 7:31Mas, na verdade, todos passamos
uma grande parte da vida -
7:31 - 7:34a tentar não sermos nojentos.
-
7:34 - 7:36Se pensamos nisso a sério,
-
7:36 - 7:41somos como sacos de fluidos
e uns tecidos esquisitos, -
7:41 - 7:44rodeados duma fina camada de pele.
-
7:45 - 7:47Até certa medida,
-
7:47 - 7:51várias vezes por dia, quer seja
consciente quer inconscientemente, -
7:51 - 7:54preciso de ter cuidado
para não libertar gases em público. -
7:54 - 7:56(Risos)
-
7:56 - 8:00Estamos sempre a tentar
desesperadamente não sermos nojentos -
8:00 - 8:03por isso penso que muitos de nós
sentem uma espécie de gozo "voyeur" -
8:03 - 8:05em ouvir falar de coisas nojentas.
-
8:05 - 8:07Isto acontece com os miúdos.
-
8:07 - 8:08O número de professores
-
8:08 - 8:11que mostram os meus vídeos
nas suas aulas de ciências -
8:11 - 8:12é testemunho disso.
-
8:12 - 8:15Mas penso que é a pura verdade
também para os adultos. -
8:15 - 8:18Penso que todos adoramos
ouvir anedotas nojentas -
8:18 - 8:23porque é uma forma socialmente aceite
de explorar o lado nojento de nós mesmos. -
8:24 - 8:26Mas há outra razão
-
8:26 - 8:29por que penso que falar
de coisas nojentas é tão importante. -
8:29 - 8:33Há uns tempos, fiz um vídeo
de pedras nas amígdalas — desculpem — -
8:34 - 8:39que são umas bolas de muco,
de bactérias e alimentos -
8:39 - 8:42que se alojam nas amígdalas
e têm um cheiro horrível, -
8:42 - 8:45por vezes saem quando tossimos
e é mesmo horrível. -
8:46 - 8:49Muita gente já sofreu disso.
-
8:49 - 8:52Mas muitas das pessoas que sofreram disso
-
8:52 - 8:54nunca foram a um fórum falar disso.
-
8:54 - 8:58Hoje, este vídeo que eu fiz
é o meu vídeo mais popular. -
8:58 - 9:01Tem milhões de visualizações.
-
9:01 - 9:03(Risos)
-
9:04 - 9:09A secção dos comentários para este vídeo
são uma espécie de secção de auto-ajuda -
9:09 - 9:12em que as pessoas falam da sua experiência
com as pedras nas amígdalas -
9:12 - 9:14e há dicas e truques
pare nos vermos livres delas. -
9:14 - 9:18Penso que há hoje esta forma ótima
de as pessoas falarem duma coisa -
9:18 - 9:21de que nunca se sentiram à vontade
para falar em público. -
9:21 - 9:24O que é maravilhoso,
quando se trata de uma coisa -
9:24 - 9:26tão pateta como pedras nas amígdalas,
-
9:26 - 9:30mas é triste quando um vídeo
pode ter um efeito destes -
9:30 - 9:34quando se trata de uma coisa
tão vulgar como os períodos, -
9:34 - 9:38Em fevereiro passado, publiquei
um vídeo sobre a menstruação -
9:38 - 9:41e até hoje
continuo a receber mensagens -
9:41 - 9:46de pessoas de todo o mundo
que me fazem perguntas sobre os períodos. -
9:46 - 9:52Há muitos jovens
— e outros não tão jovens — -
9:52 - 9:54que estão preocupados
se o que acontece ao seu corpo -
9:55 - 9:56é uma coisa normal.
-
9:56 - 10:00Claro que eu digo-lhes sempre
que não sou médica -
10:00 - 10:02e que, se possível,
devem falar com um médico. -
10:03 - 10:06Mas a verdade é que todos
se devem sentir à vontade -
10:06 - 10:08para falar com um médico
sobre o seu corpo. -
10:08 - 10:11É por isso que eu penso
que é muito importante para nós -
10:11 - 10:14começar este diálogo sobre coisas nojentas
desde tenta idade, -
10:14 - 10:15para que as crianças saibam
-
10:15 - 10:18que está certo agir sobre o nosso corpo
-
10:18 - 10:20e sobre a nossa saúde.
-
10:20 - 10:23Há outra razão
para falarem com o médico -
10:23 - 10:24sobre a saúde e coisas nojentas.
-
10:24 - 10:26É porque é muito importante.
-
10:26 - 10:30Os médicos e a comunidade científica
só podem tratar de problemas -
10:30 - 10:33quando sabem que há
alguma coisa a tratar. -
10:33 - 10:35Uma das coisas interessantes
que aprendi -
10:35 - 10:37enquanto fazia o vídeo sobre os períodos
-
10:37 - 10:40é que eu estava a falar
com um cientista que me disse -
10:40 - 10:44que ainda há muita coisa
que não sabemos sobre os períodos. -
10:44 - 10:48Há muita investigação básica
que ainda não foi feita. -
10:48 - 10:53Em parte porque não havia
muitas cientistas mulheres no terreno -
10:53 - 10:55para fazer perguntas sobre isso.
-
10:55 - 10:59E também porque não é um tópico
de que as mulheres falem em público. -
10:59 - 11:02Há assim uma lacuna naquilo que sabemos
-
11:02 - 11:05porque não havia ninguém
para fazer perguntas. -
11:05 - 11:09Há uma última razão para eu pensar
que é importante falar de coisas nojentas. -
11:10 - 11:13É porque nunca sabemos
o que vamos encontrar -
11:13 - 11:16quando retiramos todas
as camadas nojentas. -
11:17 - 11:21Reparem na lebre-do-mar da Califórnia.
-
11:21 - 11:25É uma lesma marinha que esguicha
esta tinta roxa viva, adorável, -
11:25 - 11:27a qualquer criatura que tente comê-la.
-
11:28 - 11:31Mas também acontece que é
uma das criaturas mais depravada -
11:31 - 11:33no reino animal.
-
11:33 - 11:35Estes tipos são hermafroditas
-
11:35 - 11:38ou seja, têm genitais
masculinos e femininos. -
11:38 - 11:40Quando chega a altura de acasalarem,
-
11:40 - 11:45juntam-se 20 indivíduos
numa espécie de comboio, -
11:45 - 11:48e acasalam todos juntos.
-
11:48 - 11:50(Risos)
-
11:51 - 11:55Uma lebre-do-mar insemina
o parceiro em frente -
11:55 - 11:57e recebe o esperma
do que está atrás dela, -
11:57 - 11:59o que é uma poupança de tempo espantosa,
-
11:59 - 12:01quando pensamos nisso.
-
12:01 - 12:03(Risos)
-
12:05 - 12:08Mas se os cientistas tivessem
visto isto e dissessem: -
12:08 - 12:11"OK, não vamos mexer nisto
nem com pinças", -
12:11 - 12:14teriam perdido o mais importante
das lebres-do-mar -
12:14 - 12:15o que as torna realmente notáveis.
-
12:16 - 12:19Acontece que estas lebres-do-mar
-
12:19 - 12:22têm um pequeno número
de neurónios muito grandes -
12:22 - 12:26o que as torna excelentes
para a investigação da neurociência. -
12:26 - 12:31Com efeito, o cientista Eric Kandel
usou-as na sua investigação -
12:31 - 12:34para perceber como se guardam as memórias.
-
12:34 - 12:36E sabem que mais?
-
12:36 - 12:38Ganhou um Prémio Nobel
pelo seu trabalho. -
12:39 - 12:42Por isso, saiam para a rua e apanhem
besouros, brinquem na porcaria -
12:42 - 12:44e façam perguntas.
-
12:44 - 12:47Mantenham o vosso fascínio
pelas coisas nojentas -
12:47 - 12:49e não tenham vergonha disso
-
12:49 - 12:51porque nunca se sabe
o que é que vamos encontrar. -
12:51 - 12:54Como digo no fim de todos os meus vídeos:
-
12:54 - 12:55"Blhec"."
-
12:55 - 12:56Obrigada.
-
12:57 - 12:59(Aplausos)
- Title:
- Porque é que devemos gostar da ciência nojenta
- Speaker:
- Anna Rothschild
- Description:
-
O que é que podemos aprender com o lado viscoso, malcheiroso da vida? Nesta palestra divertida, a jornalista científica Anna Rothschild mostra-nos a sabedoria oculta das "coisas nojentas" e explica porque é que fugir da medicina e da tecnologia nojenta e assustadora da Natureza, nos isola de importantes fontes de conhecimento sobre a nossa saúde e o mundo. "Quando exploramos o lado nojento da vida, descobrimos coisas que nunca imaginámos que íamos descobrir, e com frequência revelamos a beleza que não pensávamos que houvesse", diz Rothschild.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
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- 13:12
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