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Como podemos ajudar as "pessoas medianas esquecidas" a alcançar seu potencial pleno

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    Quero falar com vocês sobre
    as pessoas medianas esquecidas.
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    Para mim, são estudantes,
    colegas de trabalho e pessoas simples
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    que geralmente são negligenciados
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    porque não são vistos nem como
    excepcionais nem como problemáticos.
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    São os jovens que achamos
    que podemos ignorar
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    porque suas necessidades de apoio
    não parecem ser particularmente urgentes.
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    São os colegas de trabalho
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    que realmente mantêm o motor
    das nossas organizações funcionando,
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    mas não são vistos como os inovadores
    que impulsionam a excelência.
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    De muitas maneiras,
    ignoramos as pessoas medianas
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    porque elas não nos mantêm
    acordados à noite
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    pensando em qual será
    a próxima coisa louca que farão.
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    (Risos)
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    A verdade é que passamos
    a depender da gentileza delas
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    e do senso de desconexão,
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    porque isso facilita o nosso trabalho.
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    Eu sei um pouco sobre as pessoas
    medianas esquecidas.
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    Eu era uma aluna mediana no ensino médio.
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    Por muito tempo, eu foi uma boa aluna.
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    Mas o sétimo ano foi o divisor de águas.
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    Passava meus dias fofocando,
    trocando bilhetinhos,
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    geralmente ficava à toa com meus amigos.
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    Gastava meu tempo de dever de casa
    ao celular, revendo cada fato do dia,
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    e, de muitas maneiras, embora fosse
    uma menina comum de 12 anos,
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    minha ambivalência sobre minha educação
    resultou em notas bem medianas.
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    Felizmente, minha mãe
    compreendeu algo importante:
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    que a minha localização
    não era o meu destino.
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    Como ex-bibliotecária
    pesquisadora e educadora,
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    minha mãe sabia que eu era capaz
    de realizar muito mais.
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    Mas, ela também compreendeu
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    que porque era uma jovem negra nos EUA,
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    eu poderia não ter
    oportunidades de me sobressair
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    se ela não tivesse a intenção de criá-las.
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    Então, ela me transferiu
    para uma escola diferente.
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    Ela me inscreveu em atividades
    de liderança em minha vizinhança.
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    E começou a conversar
    mais seriamente comigo
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    sobre a faculdade e opções de carreira
    que eu poderia almejar.
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    A fórmula da minha mãe
    para me tirar da média era simples.
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    Ela começou com altas expectativas.
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    Ela fez de tudo para entender
    como me preparar para o sucesso.
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    Ela me manteve responsável
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    e, enquanto isso, me convenceu
    de que eu tinha o poder de criar
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    a minha própria história.
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    Ela não só me ajudou a me recuperar
    da minha queda no sétimo ano.
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    Eu usei isso mais tarde,
    na cidade de Nova York,
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    quando trabalhei com alunos
    que tinham muito potencial,
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    mas não muitas oportunidades
    para ingressar e concluir a faculdade.
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    Estudantes de alto desempenho
    tendem a ter acesso a recursos adicionais,
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    como atividades de verão,
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    estágios
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    e um vasto currículo que os leva
    de além da sala de aula para o mundo
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    de forma que parece ótimo
    para uma aplicação para a faculdade.
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    Mas, não estamos dando
    essas oportunidades a todos.
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    E o resultado não é apenas
    que alguns jovens perdem com isso.
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    Acho que nós, como sociedade,
    perdemos também.
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    Tenho uma teoria doida
    sobre pessoas medianas.
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    Acho que, entre esses medianos,
    existem alguns muito afortunados.
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    Acho que a cura para o câncer
    e o caminho da paz mundial
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    pode muito bem pertencer a eles.
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    Como ex-professora de ensino médio
    não estou dizendo que,
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    como num passe de mágica,
    todos se tornarão estudantes nota A.
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    Mas, também acredito que a maioria das
    pessoas medianas é capaz de muito mais.
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    E, acho que elas permanecem medianas
    porque é onde nós as colocamos
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    e, às vezes, ficam ali só descansando,
    enquanto tentam entender as coisas.
  • 4:43 - 4:45
    Todas as nossas jornadas
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    são feitas de uma série de paradas,
    acelerações, perdas e ganhos.
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    Temos a responsabilidade de garantir
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    que a raça, o gênero e a identidade
    cultural e socioeconômica de alguém
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    jamais será motivo para negar o acesso
    a oportunidades por ele ser mediano.
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    Então, assim como a minha mãe fez comigo,
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    comecei com altas expectativas
    em relação aos meus jovens,
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    fazendo uma pergunta.
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    Parei de perguntar aos jovens:
    "Você quer fazer faculdade?"
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    Comecei perguntando a eles:
    "Qual faculdade você gostaria de fazer?"
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    (Aplausos)
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    A primeira pergunta deixa
    várias possibilidades vagas em aberto.
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    Mas a segunda pergunta
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    diz algo sobre o que eu pensava
    da capacidade dos meus jovens.
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    Basicamente, presumia que iriam se formar
    com sucesso no ensino médio.
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    E, também presumia
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    que eles teriam registros acadêmicos
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    que possibilitariam o ingresso deles
    na faculdade e na universidade.
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    E sinto-me orgulhosa de dizer
    que as altas expectativas funcionaram.
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    Enquanto estudantes negros e latinos
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    em nível nacional tendem a se formar
    na faculdade em seis anos ou menos,
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    numa porcentagem de 38,
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    fomos reconhecidos pelo College Board
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    não apenas por conseguirmos fazer
    com que os jovens entrassem na faculdade,
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    como fazer com que se formassem.
  • 6:25 - 6:28
    (Aplausos)
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    Entendo que altas expectativas são ótimas,
    mas é preciso um pouco mais do que isso.
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    Não pediríamos a um confeiteiro pra assar
    um bolo sem que ele tivesse um forno.
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    E, nós não deveríamos pedir
    às pessoas medianas para dar o salto
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    sem fornecer a elas as ferramentas,
    estratégias e o suporte que merecem
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    para progredir na vida delas.
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    Uma jovem que venho orientando
    por um longo tempo, Nicole,
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    veio ao meu escritório um dia,
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    depois que o conselheiro
    observou os registros sólidos dela
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    e expressou total choque e assombro
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    ao perceber que ela sequer mostrava
    interesse em ingressar na faculdade.
  • 7:15 - 7:20
    O que ele não sabia era
    que, através da comunidade dela,
  • 7:20 - 7:24
    Nicole tinha tido acesso
    à preparação para a faculdade,
  • 7:24 - 7:27
    exames preparatórios
    e programas internacionais de viagem.
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    Não apenas a faculdade
    fazia parte do futuro dela,
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    mas tenho orgulho de dizer
    que Nicole obteve dois mestrados
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    depois de se formar
    na Universidade de Purdue.
  • 7:39 - 7:41
    (Aplausos)
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    Também nos certificamos
    de que nossos jovens seriam responsáveis,
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    mas também de incutir neles
    um senso de responsabilidade
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    para com eles mesmos, com os outros,
    com seus familiares e suas comunidades.
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    Dobramos os recursos
    no desenvolvimento da juventude.
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    Nós fizemos retiros de liderança,
  • 8:09 - 8:13
    cursos de cordas altas e baixas,
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    e lidamos com as grandes
    questões da vida juntos.
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    O resultado foi que os jovens
    realmente entenderam a noção
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    de que eram responsáveis por completar
    esses cursos de nível superior.
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    Era gratificante ver os alunos ligando
    um para o outro e trocando mensagens
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    para dizer: "Por que está atrasado
    para o exame preparatório?"
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    "O que está preparando para o passeio
    da faculdade amanhã?"
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    Nós trabalhamos para tornar a faculdade
    algo que eles deveriam fazer.
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    Começamos a criar programas
    nos campus da faculdade
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    e eventos que permitiam aos jovens
    visualizar a eles mesmos
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    como alunos e graduandos de uma faculdade.
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    Eu e meu pessoal levamos
    nosso próprio equipamento de faculdade;
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    foi divertido, com uma competição saudável
    sobre qual era a melhor faculdade.
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    Os jovens realmente curtiram muito
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    e começaram a perceber que algo mais
    era possível na vida deles.
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    Eles também podiam olhar ao redor
    daquela comunidade universitária
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    e ver jovens que vieram do mesmo contexto,
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    das mesmas vizinhanças
    e que aspiravam pelas mesmas coisas.
  • 9:30 - 9:34
    Aquele senso de pertencimento
    foi realmente importante
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    e se fez presente um dia,
    de maneira memorável e linda,
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    quando aguardávamos no aeroporto
    de Joanesburgo para passar na alfândega,
  • 9:43 - 9:45
    em nosso caminho à Botswana
    para uma viagem educativa.
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    Vi um grupo de jovens, juntos, num círculo
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    e, normalmente, com adolescentes
    isso significa que algo está acontecendo.
  • 9:53 - 9:54
    (Risos)
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    Então, caminhei por trás deles
    para descobrir o que estavam conversando.
  • 10:00 - 10:02
    Eles estavam comparando
    os carimbos nos passaportes.
  • 10:02 - 10:04
    (Risos)
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    E estavam sonhando alto,
    falando sobre todos os outros países
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    que planejam visitar no futuro.
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    Ver esses jovens da cidade de Nova York
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    não apenas se tornando
    estudantes universitários,
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    mas participando de programas no exterior
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    e depois conseguindo empregos pelo mundo
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    era incrivelmente gratificante.
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    Quando penso nos meus alunos
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    e todos os doutores, advogados,
    professores, assistentes sociais
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    jornalistas e artistas
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    que vieram de nosso cantinho
    da cidade de Nova York,
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    odeio pensar no que teria acontecido
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    se não tivéssemos investido nos medianos.
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    Pensem em tudo que as comunidades deles
    e o mundo teriam perdido.
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    Essa fórmula para os medianos
    não funciona apenas com jovens.
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    Ela pode transformar
    nossas organizações também.
  • 11:02 - 11:04
    Nós podemos ser mais corajosos
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    em trazer e articular uma missão
    que inspire a todos.
  • 11:09 - 11:14
    Podemos autenticamente convidar
    nossos colegas à mesa
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    para criarmos uma estratégia
    para alcançarmos essa missão.
  • 11:18 - 11:22
    Podemos dar uma resposta significativa
    às pessoas ao longo do caminho.
  • 11:23 - 11:26
    E, às vezes, o mais importante,
  • 11:26 - 11:32
    nos certificarmos de estar compartilhando
    o crédito às contribuições de cada um.
  • 11:33 - 11:38
    Quando o meu pessoal projetou
    altas expectativas para si mesmos,
  • 11:38 - 11:41
    eles foram capazes de fazer pelos jovens
  • 11:41 - 11:43
    algo muito transformador.
  • 11:44 - 11:49
    E tem sido maravilhoso olhar para trás
    e ver todos os meus antigos colegas
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    que conseguiram o doutorado deles
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    e assumiram um papel de liderança
    em outras organizações.
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    Nós temos o que é preciso para inspirar
    e elevar as pessoas medianas.
  • 12:03 - 12:08
    Podemos estender amor às pessoas medianas.
  • 12:08 - 12:15
    Podemos desafiar nossos preconceitos
    sobre quem merece uma mão, e como.
  • 12:16 - 12:21
    Podemos estruturar nossas organizações,
    comunidades e instituições
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    de maneiras que sejam inclusivas
    e apoiem princípios de igualdade.
  • 12:27 - 12:33
    Numa análise final, o que é muitas vezes
    confundido com um ponto final
  • 12:33 - 12:36
    é, na verdade, apenas uma vírgula.
  • 12:36 - 12:38
    Obrigada.
  • 12:38 - 12:39
    (Aplausos)
Title:
Como podemos ajudar as "pessoas medianas esquecidas" a alcançar seu potencial pleno
Speaker:
Danielle R. Moss
Description:

Você conhece as "pessoas medianas esquecidas": são estudantes, colegas de trabalho e pessoas comuns que são frequentemente ignorados porque não são considerados nem excepcionais nem problemáticos. Como podemos capacitá-las para alcançar seu potencial pleno? Compartilhando o trabalho dela ajudando jovens a ingressar e a se formar na faculdade, a ativista social Danielle R. Moss nos desafia a pensar mais profundamente sobre quem merece ajuda e atenção, e nos mostra como incentivar essas pessoas medianas a sonhar alto.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:58

Portuguese, Brazilian subtitles

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