[Script Info] Title: [Events] Format: Layer, Start, End, Style, Name, MarginL, MarginR, MarginV, Effect, Text Dialogue: 0,0:00:07.84,0:00:11.15,Default,,0000,0000,0000,,Vivemos num amplo universo,\Nnum pequeno planeta com água, Dialogue: 0,0:00:11.21,0:00:13.22,Default,,0000,0000,0000,,onde, há milhares de milhões de anos, Dialogue: 0,0:00:13.25,0:00:16.45,Default,,0000,0000,0000,,formas de vida unicelulares\Nevoluíram a partir dos mesmos elementos Dialogue: 0,0:00:16.45,0:00:18.93,Default,,0000,0000,0000,,que constituíam todo o material\Nnão-vivo à sua volta, Dialogue: 0,0:00:18.94,0:00:23.31,Default,,0000,0000,0000,,proliferando e dando origem a um leque\Nincrível de formas de vida complexas. Dialogue: 0,0:00:23.47,0:00:27.45,Default,,0000,0000,0000,,Tudo o que existe — vivo ou inanimado,\Nmicroscópico ou cósmico — Dialogue: 0,0:00:27.48,0:00:31.33,Default,,0000,0000,0000,,é regido por leis matemáticas\Ncom constantes aparentemente arbitrárias. Dialogue: 0,0:00:31.40,0:00:33.52,Default,,0000,0000,0000,,O que nos leva à questão: Dialogue: 0,0:00:33.53,0:00:36.42,Default,,0000,0000,0000,,Se o universo é regido\Nna sua totalidade por estas leis, Dialogue: 0,0:00:36.44,0:00:39.98,Default,,0000,0000,0000,,um computador suficientemente potente\Nserá capaz de o simular na perfeição? Dialogue: 0,0:00:40.13,0:00:43.88,Default,,0000,0000,0000,,Será que a nossa realidade não passa\Nde uma simulação sobejamente detalhada Dialogue: 0,0:00:43.92,0:00:47.11,Default,,0000,0000,0000,,posta em marcha por uma civilização\Nmuito mais avançada? Dialogue: 0,0:00:47.28,0:00:49.39,Default,,0000,0000,0000,,Pode soar-nos a ficção científica, Dialogue: 0,0:00:49.44,0:00:52.09,Default,,0000,0000,0000,,mas esta ideia tem sido\Num sério objeto de estudo. Dialogue: 0,0:00:52.13,0:00:55.00,Default,,0000,0000,0000,,O filósofo Nick Bostrom propôs\Num argumento convincente Dialogue: 0,0:00:55.03,0:00:57.64,Default,,0000,0000,0000,,de que estamos provavelmente\Na viver numa simulação, Dialogue: 0,0:00:57.67,0:01:00.53,Default,,0000,0000,0000,,e há cientistas que também\Nacreditam nesta possibilidade. Dialogue: 0,0:01:00.59,0:01:03.63,Default,,0000,0000,0000,,Eles têm vindo a ponderar\Nem levar a cabo testes experimentais Dialogue: 0,0:01:03.67,0:01:06.41,Default,,0000,0000,0000,,para averiguar se o nosso universo\Né uma simulação. Dialogue: 0,0:01:06.44,0:01:10.66,Default,,0000,0000,0000,,Estão a formular hipóteses quanto\Nàs possíveis limitações desta simulação, Dialogue: 0,0:01:10.66,0:01:14.50,Default,,0000,0000,0000,,e como estas se podem traduzir\Nem sinais detetáveis pelo mundo. Dialogue: 0,0:01:14.50,0:01:17.20,Default,,0000,0000,0000,,Então, onde podemos procurar\Nestes "erros"? Dialogue: 0,0:01:17.22,0:01:20.22,Default,,0000,0000,0000,,Uma das hipóteses sugere\Nque, durante a simulação, Dialogue: 0,0:01:20.27,0:01:22.76,Default,,0000,0000,0000,,vão-se acumulados erros\Nao longo do tempo. Dialogue: 0,0:01:22.76,0:01:24.39,Default,,0000,0000,0000,,Para corrigir esses erros, Dialogue: 0,0:01:24.41,0:01:27.66,Default,,0000,0000,0000,,os simuladores podem ir ajustando\Nas constantes nas leis da Natureza. Dialogue: 0,0:01:27.73,0:01:30.43,Default,,0000,0000,0000,,Estes ajustes podem ser minúsculos\Ncomo, por exemplo, Dialogue: 0,0:01:30.47,0:01:33.99,Default,,0000,0000,0000,,certas constantes que temos vindo a medir\Ncom precisão de partes por milhão Dialogue: 0,0:01:34.00,0:01:36.00,Default,,0000,0000,0000,,têm-se mantido estáveis\Ndurante décadas, Dialogue: 0,0:01:36.02,0:01:39.44,Default,,0000,0000,0000,,pelo que qualquer alteração terá\Nde ocorrer a uma escala ainda menor Dialogue: 0,0:01:39.50,0:01:42.66,Default,,0000,0000,0000,,Mas à medida que a precisão das medições\Ndessas constantes aumenta, Dialogue: 0,0:01:42.70,0:01:45.52,Default,,0000,0000,0000,,poderemos detetar ligeiras alterações\Nao longo do tempo. Dialogue: 0,0:01:45.61,0:01:49.74,Default,,0000,0000,0000,,Outro local possível para procurar provém\Nda noção que o poder computacional finito, Dialogue: 0,0:01:49.74,0:01:52.87,Default,,0000,0000,0000,,por maior que seja,\Nnão consegue simular infinitos. Dialogue: 0,0:01:53.04,0:01:55.11,Default,,0000,0000,0000,,Se o espaço e o tempo forem contínuos, Dialogue: 0,0:01:55.14,0:01:58.74,Default,,0000,0000,0000,,então até a mais minúscula porção\Ndo universo contém infinitos pontos, Dialogue: 0,0:01:58.79,0:02:02.52,Default,,0000,0000,0000,,tornando-se impossível a sua simulação\Na partir do poder computacional finito. Dialogue: 0,0:02:02.54,0:02:07.11,Default,,0000,0000,0000,,Assim, uma simulação teria de representar\No espaço e o tempo em ínfimos pedaços. Dialogue: 0,0:02:07.18,0:02:10.02,Default,,0000,0000,0000,,Estes seriam quase\Nincompreensivelmente minúsculos. Dialogue: 0,0:02:10.06,0:02:12.02,Default,,0000,0000,0000,,Mas talvez seja possível procurá-los Dialogue: 0,0:02:12.04,0:02:15.16,Default,,0000,0000,0000,,ao utilizar certas partículas\Nsubatómicas como sondas. Dialogue: 0,0:02:15.24,0:02:18.39,Default,,0000,0000,0000,,O princípio básico é este:\Nquanto mais pequena for uma coisa, Dialogue: 0,0:02:18.39,0:02:20.82,Default,,0000,0000,0000,,mais sensível ela será\Na uma perturbação. Dialogue: 0,0:02:20.82,0:02:24.16,Default,,0000,0000,0000,,Pensem em passar por cima de um buraco\Ncom um "skate" ou com um camião. Dialogue: 0,0:02:24.20,0:02:26.84,Default,,0000,0000,0000,,Qualquer unidade no espaço-tempo\Nseria tão pequena Dialogue: 0,0:02:26.88,0:02:29.76,Default,,0000,0000,0000,,que a maioria das coisas viajaria por ela\Nsem perturbações, Dialogue: 0,0:02:29.86,0:02:33.12,Default,,0000,0000,0000,,não só objetos suficientemente grandes\Npara serem visíveis a olho nu, Dialogue: 0,0:02:33.16,0:02:36.44,Default,,0000,0000,0000,,mas também moléculas,\Nátomos e até eletrões Dialogue: 0,0:02:36.54,0:02:39.88,Default,,0000,0000,0000,,e a maioria das outras partículas\Nsubatómicas já descobertas. Dialogue: 0,0:02:39.96,0:02:43.09,Default,,0000,0000,0000,,A descoberta de uma partícula\Nminúscula no espaço-tempo Dialogue: 0,0:02:43.09,0:02:45.94,Default,,0000,0000,0000,,ou uma constante ajustável\Nnuma lei natural, Dialogue: 0,0:02:45.94,0:02:48.46,Default,,0000,0000,0000,,seria a prova de que o universo\Né uma simulação? Dialogue: 0,0:02:48.50,0:02:51.48,Default,,0000,0000,0000,,Não. Seria apenas o primeiro\Nde muitos passos. Dialogue: 0,0:02:51.58,0:02:54.46,Default,,0000,0000,0000,,Pode haver outras razões\Npara cada uma dessas descobertas. Dialogue: 0,0:02:54.52,0:02:58.31,Default,,0000,0000,0000,,E seriam necessárias muito mais provas\Npara estabelecer a hipótese da simulação Dialogue: 0,0:02:58.31,0:03:00.32,Default,,0000,0000,0000,,como uma teoria preliminar da Natureza. Dialogue: 0,0:03:00.32,0:03:02.10,Default,,0000,0000,0000,,Por mais testes que sejam criados, Dialogue: 0,0:03:02.14,0:03:05.08,Default,,0000,0000,0000,,estamos limitados por algumas hipóteses\Ncomuns a todos eles. Dialogue: 0,0:03:05.12,0:03:08.48,Default,,0000,0000,0000,,A nossa atual perceção\Ndo mundo natural a um nível quântico Dialogue: 0,0:03:08.50,0:03:11.46,Default,,0000,0000,0000,,decompõe-se em algo conhecido\Ncomo escala de Planck. Dialogue: 0,0:03:11.52,0:03:14.26,Default,,0000,0000,0000,,Se a unidade do espaço-tempo\Npertencer a esta escala, Dialogue: 0,0:03:14.30,0:03:17.72,Default,,0000,0000,0000,,não a conseguiríamos observar\Ncom o nosso conhecimento científico atual. Dialogue: 0,0:03:17.76,0:03:19.64,Default,,0000,0000,0000,,Há ainda uma vasta gama de coisas Dialogue: 0,0:03:19.68,0:03:22.28,Default,,0000,0000,0000,,que são mais pequenas do que é\Natualmente observável, Dialogue: 0,0:03:22.30,0:03:25.12,Default,,0000,0000,0000,,mas maiores do que a escala\Nde Planck, para investigar. Dialogue: 0,0:03:25.12,0:03:29.46,Default,,0000,0000,0000,,Do mesmo modo, ajustes nas constantes\Nda lei natural ocorreriam tão lentamente Dialogue: 0,0:03:29.48,0:03:32.69,Default,,0000,0000,0000,,que apenas seriam observáveis\Nao longo da vida do universo. Dialogue: 0,0:03:32.77,0:03:35.32,Default,,0000,0000,0000,,Por isso, podem existir\Nmesmo se não as detetarmos Dialogue: 0,0:03:35.37,0:03:38.22,Default,,0000,0000,0000,,durante centenas ou milhares\Nde medições. Dialogue: 0,0:03:38.28,0:03:42.37,Default,,0000,0000,0000,,Somos também parciais ao pensar que\No simulador do nosso universo, se existir, Dialogue: 0,0:03:42.37,0:03:44.66,Default,,0000,0000,0000,,faz cálculos da mesma forma que nós, Dialogue: 0,0:03:44.66,0:03:47.29,Default,,0000,0000,0000,,com limitações computacionais semelhantes. Dialogue: 0,0:03:47.29,0:03:49.22,Default,,0000,0000,0000,,Na verdade, não temos forma de saber Dialogue: 0,0:03:49.25,0:03:52.50,Default,,0000,0000,0000,,quais seriam as restrições e métodos\Nde uma civilização alienígena, Dialogue: 0,0:03:52.50,0:03:54.68,Default,,0000,0000,0000,,mas temos de começar por algum lado. Dialogue: 0,0:03:54.69,0:03:57.48,Default,,0000,0000,0000,,Poderá nunca ser possível provar,\Nde modo conclusivo, Dialogue: 0,0:03:57.48,0:04:00.26,Default,,0000,0000,0000,,que o universo é, ou não, uma simulação, Dialogue: 0,0:04:00.29,0:04:03.11,Default,,0000,0000,0000,,mas estaremos sempre\Na impulsionar a ciência e a tecnologia Dialogue: 0,0:04:03.11,0:04:04.90,Default,,0000,0000,0000,,atrás desta pergunta: Dialogue: 0,0:04:04.96,0:04:07.42,Default,,0000,0000,0000,,Qual é a natureza da realidade?