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Sexo bom não tem a ver com saber o que estamos fazendo | Sarah Byrden | TEDxVail

  • 0:20 - 0:25
    Receio que a gente tenha virado as costas
    para o que o sexo tem a nos oferecer.
  • 0:25 - 0:29
    Receio que o sexo esteja se tornando
    uma espécie em extinção.
  • 0:32 - 0:34
    "Será que ela ainda não chegou lá?"
  • 0:34 - 0:38
    "Ainda não cheguei lá.
    Será que ele não percebeu?"
  • 0:38 - 0:40
    "Será que isso é bom?"
  • 0:40 - 0:43
    "Não acho a menor graça nisso,
    mas ele parece gostar.
  • 0:43 - 0:44
    Vamos lá então."
  • 0:44 - 0:47
    "Prenda a respiração, foco,
    pense na roupa pra lavar...
  • 0:47 - 0:50
    faça qualquer coisa, mas não goze ainda."
  • 0:50 - 0:53
    "Que isso! Não seja puritana.
    Simplesmente se jogue."
  • 0:53 - 0:55
    "Pare de agir como uma puta."
  • 0:56 - 0:58
    "Pare de sentir demais."
  • 0:58 - 1:00
    "Aja como se estivesse
    sentindo outra coisa."
  • 1:00 - 1:01
    "Simplesmente pare de sentir."
  • 1:02 - 1:04
    "Vire pro lado e finja cansaço."
  • 1:04 - 1:07
    "Mas já faz meses. Sinto sua falta."
  • 1:08 - 1:10
    "Achei que eles estavam a fim de mim."
  • 1:10 - 1:15
    "Estou tão a fim dela.
    Mas o que está havendo com meu corpo?"
  • 1:16 - 1:19
    Minha profissão é conversar sobre sexo.
  • 1:19 - 1:21
    Ouço histórias sobre
    a vida sexual das pessoas,
  • 1:22 - 1:24
    e tive a honra de escutar
    todo tipo de coisa
  • 1:24 - 1:27
    que elas nunca dividiram com ninguém.
  • 1:27 - 1:31
    Ouço de adolescentes
    e adultos, pessoas casadas,
  • 1:31 - 1:33
    solteiras, celibatárias, divorciadas,
  • 1:33 - 1:36
    pessoas que adoram sexo,
    pessoas que têm medo de sexo,
  • 1:37 - 1:38
    pessoas que nunca fizeram sexo.
  • 1:40 - 1:44
    O que ouviram no início são algumas
    das vozes que nos perseguem até a cama.
  • 1:45 - 1:48
    Mas estou aqui hoje para contar
    uma história diferente sobre o sexo.
  • 1:49 - 1:50
    Para tanto,
  • 1:50 - 1:54
    gostaria de ajudá-los a ver
    a história na qual vivemos,
  • 1:54 - 1:57
    e como ela foi construída
    para nos fazer malograr no sexo.
  • 1:58 - 2:02
    Vivemos numa cultura sexual
    extremamente confusa.
  • 2:03 - 2:05
    De um lado, pressão.
  • 2:06 - 2:08
    Conversa de vestiário, pornografia,
  • 2:08 - 2:10
    capas de revistas
    e imaginário hollywoodiano
  • 2:11 - 2:16
    nos dando uma versão totalmente
    irrealista e supersexualizada do sexo;
  • 2:16 - 2:23
    nos impondo como devem ser,
    parecer e sentir o sexo e ser sexy.
  • 2:24 - 2:27
    E, no outro lado da equação, o silêncio.
  • 2:28 - 2:30
    Silêncio, repressão e vergonha.
  • 2:31 - 2:33
    Recebemos mensagens tipo:
  • 2:33 - 2:34
    "Não deixe ninguém descobrir",
  • 2:34 - 2:36
    "Não fale disso",
  • 2:36 - 2:37
    "Não pergunte",
  • 2:37 - 2:38
    "Não seja curioso".
  • 2:39 - 2:43
    Basicamente, o sexo
    ainda é tabu e território proibido.
  • 2:44 - 2:48
    Essas histórias têm dominado
    nossos corpos e nossas camas,
  • 2:48 - 2:50
    e elas agem em segundo plano
  • 2:50 - 2:55
    ditando o que acontece e deixa
    de acontecer em nossas trocas sexuais.
  • 2:56 - 2:59
    Somos, ao mesmo tempo e sem perceber,
  • 2:59 - 3:03
    jogados contra a parede
    da pornografia e a do puritanismo.
  • 3:04 - 3:06
    Não admira o sexo ser tão complicado.
  • 3:07 - 3:08
    E a culpa não é nossa.
  • 3:10 - 3:13
    Quantos de nós já fingiram um orgasmo?
  • 3:13 - 3:15
    Suportaram desconforto físico?
  • 3:15 - 3:16
    (Risos)
  • 3:17 - 3:19
    Pensaram na lista de compras?
  • 3:20 - 3:23
    Ignoraram o parceiro
    na busca do próprio prazer?
  • 3:23 - 3:25
    Ficaram entediados?
  • 3:25 - 3:29
    Imaginaram se o parceiro estava gostando,
    mas nunca pararam pra perguntar?
  • 3:30 - 3:33
    Reprimiram uma emoção
    que surgiu, e ficaram de boa?
  • 3:34 - 3:37
    Sentiram vergonha pelo que o corpo
    estava fazendo ou não?
  • 3:38 - 3:41
    Se sentiram violados
    mesmo quando consentiram?
  • 3:42 - 3:44
    Precisaram de uma bebida pra chegar lá?
  • 3:45 - 3:49
    Acho que todos nos identificamos
    com pelo menos algumas dessas coisas.
  • 3:49 - 3:51
    Essa se tornou a norma cultural.
  • 3:52 - 3:54
    Temos abordado o sexo
  • 3:54 - 3:58
    como fazemos com um emprego,
    um esporte ou uma equação matemática.
  • 3:59 - 4:02
    Tentamos conhecer, fazer certo,
  • 4:02 - 4:04
    fazer o gestual, cumprir nosso dever,
  • 4:04 - 4:06
    fazer uma boa partida, chegar à reta final
  • 4:06 - 4:08
    e fingir.
  • 4:08 - 4:11
    E, quando fazemos isso, dói --
  • 4:18 - 4:20
    não importa se temos 16 ou 65 anos.
  • 4:21 - 4:25
    E não importa se é um novo amor
    ou o parceiro de bodas de diamante:
  • 4:25 - 4:28
    não dizemos a verdade,
    e não confiamos em nós mesmos.
  • 4:29 - 4:33
    Em vez disso, usamos uma máscara.
  • 4:33 - 4:37
    Agimos como atores
    do roteiro de outra pessoa.
  • 4:37 - 4:40
    Exigimos que nosso corpo entre no papel,
  • 4:40 - 4:42
    fingimos sentir coisas que não sentimos,
  • 4:43 - 4:46
    ignoramos emoções e coisas
    que gostaríamos de expressar,
  • 4:46 - 4:48
    ignoramos nossos instintos,
  • 4:48 - 4:51
    e tudo isso em nome daquilo
    que achamos que o sexo deva ser.
  • 4:53 - 4:56
    É verdade que estamos sentindo
    falta de alguma coisa no sexo,
  • 4:56 - 4:58
    mas não é aquilo que pensamos:
  • 4:59 - 5:01
    estamos sentindo falta de nós mesmos.
  • 5:02 - 5:05
    Acontece que olhamos
    pra fora de nós mesmos,
  • 5:05 - 5:08
    esperando que o mundo
    nos diga o que é o sexo.
  • 5:08 - 5:12
    Começamos a acreditar
    num monte de histórias sexuais falsas
  • 5:12 - 5:14
    e, em vez de dar meia-volta
    e pagar pra ver,
  • 5:14 - 5:17
    ficamos por aí achando
    que há algo de errado conosco,
  • 5:17 - 5:20
    levamos pro lado pessoal,
    imaginando o que está faltando
  • 5:20 - 5:22
    e cismando se não estamos à altura.
  • 5:22 - 5:25
    Nada mais falso do que isso.
  • 5:25 - 5:29
    Colocamos a nós mesmos e o sexo
    numa caixa pequena demais
  • 5:29 - 5:32
    e, como tudo que é colocado numa gaiola,
  • 5:32 - 5:34
    nós e o sexo queremos ser livres.
  • 5:36 - 5:41
    Como um horizonte e uma paisagem
    amplos e cheios de possibilidades,
  • 5:41 - 5:43
    ele tem as mãos abertas,
  • 5:43 - 5:45
    esperando nos alcançar,
  • 5:45 - 5:48
    esperando nos mostrar partes
    de nós mesmos que nunca vimos antes.
  • 5:49 - 5:52
    É uma aventura; é uma paisagem oculta;
  • 5:53 - 5:57
    é um horizonte aberto
    nos esperando o tempo todo;
  • 5:57 - 5:59
    e uma tela em branco
  • 5:59 - 6:03
    que depende inteiramente
    de sermos nós mesmos.
  • 6:04 - 6:08
    E se pudéssemos vir para o sexo
    e sermos nós mesmos ali mais
  • 6:08 - 6:10
    do que em qualquer outro lugar do mundo?
  • 6:11 - 6:15
    E se o sexo fosse um lugar aonde fôssemos
    para nos conhecer, para despertar?
  • 6:15 - 6:18
    E digo isso tanto no caso
    da transa de uma noite
  • 6:18 - 6:21
    ou do décimo ou vigésimo ano de casamento.
  • 6:21 - 6:24
    Porque sexo não tem a ver
    com saber o que estamos fazendo;
  • 6:24 - 6:29
    tem a ver com saber o que estamos sentindo
    e aprender a confiar nisso.
  • 6:29 - 6:31
    Então, o que temos aqui?
  • 6:31 - 6:34
    Começamos por confiar em três coisas:
  • 6:34 - 6:36
    a realidade do nosso corpo,
  • 6:36 - 6:37
    o papel das nossas emoções
  • 6:37 - 6:40
    e a sabedoria do nosso prazer.
  • 6:41 - 6:46
    Nosso corpo sexual é bem maior
    do que imaginamos.
  • 6:46 - 6:50
    Nós, todos nós, este corpo inteiro,
  • 6:50 - 6:52
    esta é nossa paisagem sexual,
  • 6:52 - 6:56
    e geralmente passamos por ela como se sexo
    tivesse a ver apenas com os genitais.
  • 6:56 - 6:59
    E, quando chegamos aos genitais,
    temos todo o tipo de ideia
  • 6:59 - 7:03
    sobre o que eles deveriam
    estar fazendo ou sentindo.
  • 7:04 - 7:09
    E se deixássemos nosso corpo
    ser verdadeiramente como ele é
  • 7:09 - 7:11
    em qualquer momento do sexo?
  • 7:12 - 7:16
    E se não exigíssemos de nós mesmos
    sentir prazer onde não há?
  • 7:16 - 7:20
    E se não tentássemos sentir
    duro ou macio, ou outra coisa qualquer,
  • 7:21 - 7:23
    mas tentássemos ampliar
    nossa definição de sexo
  • 7:23 - 7:27
    para incluir tudo o que estivesse
    acontecendo de verdade?
  • 7:28 - 7:32
    Nosso coração e nosso corpo
    estão intimamente conectados.
  • 7:33 - 7:34
    De alguma forma, chegamos à conclusão
  • 7:34 - 7:37
    de que sexo e emoção não combinam,
  • 7:37 - 7:40
    e que, quando andam juntos, dá problema.
  • 7:41 - 7:44
    Nossas emoções são incríveis mensageiras
  • 7:44 - 7:47
    que surgem para nos informar,
  • 7:47 - 7:48
    para nos guiar,
  • 7:48 - 7:51
    para nos dizer o que desejamos,
  • 7:51 - 7:54
    para nos dizer o que precisamos,
    o que queremos dar e receber.
  • 7:54 - 7:56
    Elas são parte
    da nossa experiência sexual
  • 7:56 - 7:59
    e, se reprimirmos nossas emoções,
  • 7:59 - 8:02
    nosso corpo vai reprimir o prazer...
  • 8:03 - 8:05
    e nossa capacidade de nos conectar.
  • 8:06 - 8:08
    Temos um conceito muito bitolado
  • 8:08 - 8:12
    do que sexo, prazer e orgasmo
    sejam realmente.
  • 8:12 - 8:15
    Geralmente passamos o tempo no sexo
  • 8:15 - 8:18
    pensando que o orgasmo seja
    essa destinação e esse evento singular
  • 8:18 - 8:20
    que estamos, no fundo da nossa mente,
  • 8:20 - 8:24
    tentando descobrir como chegar lá
    ou como evitar chegar lá antes da hora.
  • 8:25 - 8:30
    Se deixássemos o prazer e a sabedoria
    do prazer serem nossos guias,
  • 8:30 - 8:32
    estaríamos interessados
  • 8:32 - 8:37
    em deixar toda sensação durar
    enquanto pudéssemos aguentá-la.
  • 8:38 - 8:42
    E isso mudaria nossa forma de fazer sexo.
  • 8:42 - 8:44
    E isso nos faria voltar
  • 8:44 - 8:47
    à sabedoria do nosso corpo
    e ao papel das nossas emoções,
  • 8:47 - 8:51
    porque então realmente começaríamos
    a entrar em contato com essa capacidade.
  • 8:51 - 8:55
    O que aconteceria se começássemos a dizer
    a verdade e a confiar em nós mesmos
  • 8:55 - 8:57
    quando se tratasse de sexo?
  • 8:57 - 8:58
    O que aconteceria
  • 8:58 - 9:02
    se disséssemos a verdade sobre nosso
    desejo de ter um tipo de sexo diferente?
  • 9:02 - 9:04
    Esse tipo de sexo.
  • 9:04 - 9:06
    Não conseguimos fazer isso sozinhos.
  • 9:06 - 9:08
    O sexo é uma revolução que vai viajar,
  • 9:08 - 9:11
    e viaja de um corpo para outro,
  • 9:11 - 9:13
    de respiração para respiração,
  • 9:13 - 9:14
    de toque para toque.
  • 9:15 - 9:18
    O sexo não começa no quarto;
  • 9:18 - 9:21
    ele começa antes mesmo de qualquer toque.
  • 9:21 - 9:22
    O sexo começa agora mesmo,
  • 9:23 - 9:25
    em como nos relacionamos conosco mesmos,
  • 9:25 - 9:28
    em como nos conectamos emocionalmente
    com o mundo, com nossos parceiros,
  • 9:28 - 9:31
    em como vemos a nós mesmos.
  • 9:32 - 9:35
    Felizmente, não tem a ver
    com aprender algo novo;
  • 9:35 - 9:37
    Tem a ver com voltar pra casa.
  • 9:37 - 9:41
    Tem a ver com saber que este é o lugar
    da nossa experiência sexual
  • 9:41 - 9:42
    e confiar nisso.
  • 9:43 - 9:47
    Quando o sexo fica só à flor da pele,
    sabemos que falta algo.
  • 9:47 - 9:50
    Vamos para o sexo para tocar
    o que está além da flor da pele,
  • 9:50 - 9:53
    e essa é a verdadeira beleza do sexo.
  • 9:54 - 9:56
    Da próxima vez que estivermos
    na cama com o parceiro,
  • 9:56 - 9:59
    no limiar de uma experiência sexual,
  • 9:59 - 10:02
    vejam se conseguem estar realmente lá,
  • 10:02 - 10:05
    no que realmente estiver
    acontecendo com vocês,
  • 10:05 - 10:07
    sem um roteiro em mente,
  • 10:07 - 10:11
    sem passar pelo simples gestual
    e sem qualquer tipo de piloto automático.
  • 10:11 - 10:16
    Vocês conseguem confiar no que está
    acontecendo em seu corpo e deixar rolar?
  • 10:16 - 10:21
    Conseguem sentir curiosidade pelo que
    surgir no seu mundo emocional e interno?
  • 10:22 - 10:24
    Conseguem confiar no prazer, ouvi-lo
  • 10:24 - 10:27
    e deixar que ele os guiem?
  • 10:28 - 10:31
    O sexo não é um lugar para conhecermos.
  • 10:31 - 10:34
    É um lugar de despertar
    para a vida e de descobertas.
  • 10:35 - 10:38
    Afinal, nós temos a chave dessa gaiola.
  • 10:39 - 10:42
    O sexo, como qualquer espécie
    em extinção, depende de nós
  • 10:43 - 10:44
    para ser salvo.
  • 10:45 - 10:47
    Obrigada.
  • 10:47 - 10:49
    (Aplausos) (Vivas)
Title:
Sexo bom não tem a ver com saber o que estamos fazendo | Sarah Byrden | TEDxVail
Description:

Sexo bom tem a ver com aprender a sentir e a ser honesto sobre esse sentimento". - Sarah Byrden.

Sarah é uma icônica professora de sexualidade/educadora sexual, que tem trabalhado com centenas de estudantes na faixa dos 15 aos 80 anos de idade. Ela trabalha com estudantes universitários oferecendo a eles um espaço para se conectarem com sua humanidade e vulnerabilidade no que tange ao sexo, ajudando a construir uma ponte sobre o abismo entre a educação para o prazer e a prevenção ao assédio sexual no campus.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite: http://ted.com/ted

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
11:11
  • Below, instead of:

    4:01.52 "go through the emotions",

    I think she said: "go through the motions".

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions