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Títol:
Desbloqueando o ADN: O Centro para a Genómica Comparativa | Academia de Ciências da Califórnia
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Descripció:
A Academia das Ciências da Califórnia é o único local do planeta com um aquário, um planetário, um museu de história natural e uma floresta tropical de quatro andares, debaixo dum só teto.
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Para mim, a parte mais aliciante
foi talvez poder responder
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às perguntas
que eu fazia desde miúdo.
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A biologia evolutiva ajuda-nos
a perceber a Natureza à nossa volta.
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Aquilo que mais me interessa
são as questões da evolução.
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Estou muito interessada
na biodiversidade que existe na Terra.
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Tudo, desde a identificação de espécies
até às profundas questões da evolução
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pode ser estudado através do ADN
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e o CCG proporciona
todos os recursos necessários.
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Se alguém andar por aí a apanhar
aves ou répteis ou o que seja,
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e os trouxer ao laboratório,
extraímos-lhe o ADN.
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Purificamos o ADN e retiramos
todo o material da célula do ADN.
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Ficamos assim com ADN puro.
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Com ADN puro, podemos
fazer todo o tipo de coisas.
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Podemos sequenciar um gene
para muitos organismos diferentes,
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compará-los uns com os outros
e criar uma história da evolução
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ou uma "árvore genealógica"
para genes e espécies.
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A principal plataforma
para a sequenciação,
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nos últimos 30 anos,
é a sequenciação Sanger.
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Com esse método, olhamos
para uma secção do genoma de cada vez.
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Com os métodos de sequenciação
da geração seguinte,
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podemos obter muitos mais dados
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porque podemos fazer
muitas sequenciações em paralelo.
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Temos aqui a máquina de sequenciação MiSeq
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e podemos produzir 25 milhões
de sequências numa só leitura.
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Mais recentemente, há
uma sequenciação de terceira geração.
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Temos aqui uma máquina
Oxford Nanopore MinION.
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Através da leitura destes sinais elétricos
podemos ler o ADN.
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Cabe no meu bolso, é fantástico!
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Matt Van Dam está agora a trabalhar
em gorgulhos,
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usando esta nova tecnologia,
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para tentar compreender
a história da evolução dos gorgulhos.
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Os gorgulhos são uma família
particular de coleópteros.
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Um dos problemas na montagem de um genoma
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é que temos todos estes
pedacinhos de informações.
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E, por vezes, é muito complicado
juntá-los da forma correta.
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A Nanopore funciona muito bem
para estas leituras compridas.
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Há aqui na Academia um grupo
que está a sequenciar
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o genoma completo
do peixe-anjo anão
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que inclui todos os cromossomas,
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todas as mitocôndrias, tudo.
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É um trabalho muito interessante.
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Lauren está a tentar observar
quais os genes ativos ou não
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e que tipo de combinações
se podem produzir
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ligando ou desligando
esses diferentes genes.
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Uma das coisas mais loucas
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é que ainda só caracterizámos
cerca de 1% dos venenos dos escorpiões.
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Um único escorpião pode ter
150 tipos diferentes de veneno
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na glândula venenosa.
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Portanto, tem genes para criar
todos esses venenos diferentes
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e esses venenos são altamente específicos.
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Há uma investigação ativa
para usar o veneno de escorpião
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no tratamento do cancro,
da artrite e da esclerose múltipla.
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Por isso, ela usa uma coisa
chamada ARN-Seq ou transcriptomia.
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O que se faz é a sequenciação
de todas as proteínas.
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É uma certa forma de ultrapassarmos
a sequenciação de todo o genoma
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e concentrarmo-nos apenas no ARN
que é o que produz as proteínas.
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O projeto do cavalo-marinho
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é uma coisa em que estou envolvido
há muitos anos.
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Temos tentado compreender
este grupo muito complexo.
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Segundo parece, evoluíram
muito rapidamente
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e criaram muitas formas diferentes.
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Temos cavalos-marinhos,
peixes-cachimbo, dragões-marinhos,
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todos estes peixes de aspeto estranho
e ninguém sabe ao certo qual a relação
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porque evoluíram e diferenciaram-se
muito rapidamente
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num período de tempo muito curto.
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Usamos uma nova tecnologia
chamada elementos ultra-conservados,
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que são partes do genoma
que se mantiveram inalterados
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ao longo de centenas de milhões
de anos, para reconstruir esses ramos.
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As nossas exposições têm imensos anfíbios,
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por isso, quando vêm para aqui,
temos que garantir
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que não espalham fungos Chytridiomycota
para os outros anfíbios.
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Se os puséssemos junto dos outros
anfíbios das exposições,
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provavelmente morreriam todos.
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Criamos estas sondas de teste,
que são pedaços de ADN
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que correspondem a marcadores
especiais dos fungos Chytridiomycota.
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Se a sonda corresponde,
é porque existe esse fungo.
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Se não há correspondência,
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ficamos com a certeza
de que não há infeção de fungos.
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Penso que o papel do CCG
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é ajudar todos os cientistas
a responder às suas questões
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e há muito poucas questões
que possamos abordar sem dados genéticos.
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Temos toda esta informação
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que cientistas e naturalistas
acumularam durante décadas
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e estão a ser utilizadas na nossa coleção
com dados ecológicos muito bons
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com ela associados.
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É muito importante podermos
desbloquear todo esse conhecimento.
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Tradução de Margarida Ferreira