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Desmontar os mitos do TOC — Natascha M. Santos

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    Há a ideia errada
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    de que, se gostamos de organizar
    meticulosamente as coisas,
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    de manter as mãos limpas
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    ou de planear o fim de semana
    ao mais pequeno pormenor,
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    podemos sofrer de TOC.
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    Na verdade, o TOC, que significa
    transtorno obsessivo-compulsivo,
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    é uma doença psiquiátrica grave
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    que é frequentemente
    mal compreendida pela sociedade
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    e também pelos profissionais
    de saúde mental.
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    Comecemos então
    por desmontar alguns mitos.
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    Mito um: "Os comportamentos repetitivos
    ou ritualistas são sinónimo de TOC".
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    Como sugere o nome,
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    o transtorno obsessivo-compulsivo
    tem dois aspetos:
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    pensamentos, imagens ou impulsos
    incomodativos, conhecidos por obsessões
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    e as compulsões comportamentais
    em que as pessoas incorrem
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    para libertar a ansiedade
    que as obsessões provocam.
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    O tipo de ações que as pessoas
    associam habitualmente com o TOC,
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    como lavar as mãos excessivamente,
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    ou verificar as coisas repetidas vezes,
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    podem ser exemplos de tendências
    obsessivas ou compulsivas
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    que muitos de nós exibem
    de vez em quando.
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    Mas a doença em si é muito mais rara
    e pode ser muito debilitante.
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    As pessoas afetadas
    têm pouco ou nenhum controlo
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    sobre os seus pensamentos obsessivos
    e comportamentos compulsivos,
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    que têm tendência a fazer perder
    muito tempo
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    e a interferir com o trabalho,
    com a escola ou com a vida social
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    ao ponto de provocar
    uma angústia significativa.
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    Este conjunto de critérios de diagnóstico
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    é o que separa as pessoas
    que sofrem de TOC
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    das que podem ser apenas
    um pouco mais meticulosas
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    ou mais obcecadas com a higiene
    do que é habitual.
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    Mito dois: "O principal sintoma do TOC
    é a excessiva lavagem de mãos".
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    Embora a lavagem de mãos seja a imagem
    mais vulgar do TOC na cultura popular,
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    as obsessões e compulsões
    podem assumir muitas formas diferentes.
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    As obsessões podem manifestar-se
    como o medo de contaminação e de doenças,
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    a preocupação em prejudicar terceiros,
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    ou a preocupação com números,
    padrões, moral ou identidade sexual.
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    As compulsões podem variar
    da higiene excessiva
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    ou a verificação repetida,
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    à fastidiosa disposição dos objetos
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    ou a caminhar de modo pré-determinado.
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    Mito três:
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    "Os indivíduos com TOC não percebem
    que estão a agir irracionalmente".
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    Muitos indivíduos com TOC
    compreendem perfeitamente
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    a relação entre as suas obsessões
    e as suas compulsões.
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    Serem incapazes de impedir
    esses pensamentos e ações
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    apesar de saberem que são irracionais,
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    é uma das razões por que o TOC
    é tão angustiante.
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    Os que sofrem de TOC
    dizem que se sentem enlouquecer
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    por sofrerem de ansiedade
    com base em pensamentos irracionais
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    e terem dificuldade em controlar
    as suas reações.
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    Então, qual é a causa do TOC?
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    A resposta frustrante é que não sabemos.
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    Mas temos pistas importantes.
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    O TOC é considerado
    uma perturbação neurobiológica.
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    Por outras palavras, a investigação sugere
    que o cérebro dos que sofrem de TOC
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    está programado para se comportar
    de determinada maneira.
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    A investigação distinguiu
    três regiões do cérebro
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    envolvidas, de diversos modos,
    no comportamento social
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    e no complexo planeamento cognitivo,
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    nos movimentos voluntários,
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    e nas reações emocionais e motivacionais.
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    A outra peça do quebra-cabeças
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    é que o TOC está associado
    a baixos níveis de serotonina,
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    um neurotransmissor que comunica
    entre as estruturas cerebrais
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    e ajuda a regular os processos vitais,
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    como a disposição, a agressão,
    o controlo dos impulsos,
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    o sono, o apetite, a dor
    e a temperatura corporal.
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    Mas a serotonina e a atividade
    nestas regiões cerebrais
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    serão a origem do TOC?
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    Ou serão sintomas de uma causa
    subjacente desconhecida da doença?
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    Provavelmente, só o saberemos
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    quando tivermos um conhecimento
    muito mais íntimo do cérebro.
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    Felizmente, há tratamentos eficazes
    para o TOC,
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    que incluem medicamentos,
    que aumentam a serotonina no cérebro,
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    limitando a sua reabsorção
    pelas células cerebrais;
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    a terapia comportamental
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    que reduz a sensibilidade
    do doente às suas ansiedades;
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    e, nalguns casos, a terapia
    por eletrochoques ou a cirurgia,
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    quando o TOC não reage
    a outras formas de tratamento.
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    Saber que o nosso cérebro
    está a enganar-nos
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    e não poder resistir às suas ordens
    pode ser uma agonia.
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    Mas, o conhecimento e a compreensão
    dão a possibilidade de procurar ajuda
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    e a futura investigação sobre o cérebro
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    poderá vir a fornecer
    as respostas que procuramos.
Title:
Desmontar os mitos do TOC — Natascha M. Santos
Speaker:
Dr. Natascha M. Santos
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/debunking-the-myths-of-ocd-natascha-m-santos

Há a ideia errada de que, se gostamos de organizar meticulosamente as coisas, de manter as mãos limpas ou de planear o fim de semana ao mais pequeno pormenor, podemos sofrer de TOC. Na verdade, o TOC, (transtorno obsessivo-compulsivo) é uma doença psiquiátrica grave que é frequentemente mal compreendida pela sociedade e também pelos profissionais de saúde mental. Natascha M. Santos desmonta os mitos que rodeiam o TOC

Lição de Natascha M. Santos, animação de Zedem Media.

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English
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closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:51
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Debunking the myths of OCD
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Debunking the myths of OCD
Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for Debunking the myths of OCD
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for Debunking the myths of OCD
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Debunking the myths of OCD
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Debunking the myths of OCD

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