O significado da vida, segundo Simone de Beauvoir - Iseult Gillespie
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0:07 - 0:11Aos 21 anos, Simone de Beauvoir
tornou-se a pessoa mais jovem -
0:11 - 0:15a prestar os exames de filosofia
da universidade mais renomada da França. -
0:15 - 0:17Ela passou com louvor.
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0:17 - 0:20Mas assim que dominou
as regras da filosofia, -
0:20 - 0:21de Beauvoir quis subvertê-las.
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0:21 - 0:24Ela havia estudado
a Teoria das Formas, de Platão, -
0:24 - 0:27que considerava o mundo físico
como um reflexo imperfeito -
0:27 - 0:30de verdades superiores e ideais imutáveis.
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0:30 - 0:34Mas, para de Beauvoir, a vida terrena
era apaixonante, sensual -
0:34 - 0:36e não tinha nada de estática.
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0:36 - 0:40O desejo de explorar o mundo físico
em sua plenitude moldaria sua vida -
0:40 - 0:44e, por fim, inspiraria
uma nova filosofia radical. -
0:45 - 0:49Em debates intermináveis com seu parceiro
romântico e intelectual, Jean Paul Sartre, -
0:49 - 0:53de Beauvoir explorou o livre arbítrio,
o desejo, os direitos e responsabilidades, -
0:53 - 0:56e o valor da experiência pessoal.
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0:56 - 0:58Nos anos seguintes
à Segunda Guerra Mundial, -
0:58 - 1:01tais ideias resultariam
na escola de pensamento -
1:01 - 1:05mais intimamente associada
à obra deles: o existencialismo. -
1:05 - 1:08Enquanto as tradições judaico-cristãs
pregavam que nascemos -
1:08 - 1:10com um propósito predeterminado,
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1:10 - 1:14de Beauvoir e Sartre propunham
uma alternativa revolucionária. -
1:14 - 1:16Eles sustentavam que nascemos livres,
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1:16 - 1:20e que vivemos sem a intervenção
de um plano divino. -
1:20 - 1:24Conforme de Beauvoir admitia,
essa liberdade é uma dádiva e um fardo. -
1:24 - 1:29Em "Moral da Ambiguidade", ela alegava
que nosso grande imperativo ético -
1:29 - 1:31é criar o nosso próprio
significado da vida, -
1:31 - 1:34enquanto protegemos a liberdade
dos outros de fazerem o mesmo. -
1:34 - 1:36Como Simone de Beauvoir escreveu:
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1:36 - 1:41"Uma liberdade que está interessada apenas
em negar a liberdade deve ser renunciada". -
1:42 - 1:46Essa filosofia desafiava os alunos
a conhecerem as ambiguidades e conflitos -
1:46 - 1:50que nossos desejos produzem,
no interior e no exterior. -
1:50 - 1:52E como de Beauvoir estava
em busca de seu propósito, -
1:52 - 1:54ela começou a questionar.
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1:54 - 1:57Se todos merecem perseguir
o significado livremente, -
1:57 - 2:02por que ela era impedida pelos ideais
femininos impostos pela sociedade? -
2:02 - 2:05Apesar de sua obra prolífica,
dos ensinamentos e do ativismo, -
2:05 - 2:08de Beauvoir lutou para ser levada
a sério por seus colegas. -
2:08 - 2:12Ela repudiou sua educação católica
e as expectativas conjugais -
2:12 - 2:16para estudar na universidade,
escrever memórias, ficção e filosofia. -
2:16 - 2:19Mas os riscos que ela corria
por abraçar esse estilo de vida -
2:19 - 2:23se perdiam em muitos de seus colegas,
que desprezavam tais liberdades. -
2:24 - 2:27Eles não tinham nenhum interesse
intelectual pela obra dela, -
2:27 - 2:29que explorava a intimidade feminina,
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2:29 - 2:33bem como os relacionamentos abertos
e a bissexualidade da autora. -
2:33 - 2:35Para expressar a importância
de sua perspectiva, -
2:35 - 2:39de Beauvoir escreveu
seu livro mais desafiador. -
2:39 - 2:42Assim como havia criado
as bases do existencialismo, -
2:42 - 2:45ela redefiniria os limites de gênero.
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2:45 - 2:49Publicado em 1948,
"O Segundo Sexo" sustenta que, -
2:49 - 2:53assim como o significado da nossa vida,
o gênero não é predestinado. -
2:53 - 2:58Conforme as célebres palavras de Beauvoir:
"Ninguém nasce mulher: torna-se mulher". -
2:58 - 3:03Segundo ela, "tornar-se" mulher
significava tornar-se o "Outro". -
3:03 - 3:06De Beauvoir definiu a "outrificação"
como o processo de rotular as mulheres -
3:06 - 3:09como inferiores aos homens,
os quais, historicamente, -
3:09 - 3:13se definiram e foram definidos
como os sujeitos humanos ideais. -
3:13 - 3:17O Outro significava que as mulheres
eram consideradas inferiores aos homens, -
3:17 - 3:21e, portanto, sistematicamente impedidas
de buscarem a liberdade. -
3:22 - 3:25O Segundo Sexo se tornou
um tratado feminista essencial, -
3:25 - 3:28oferecendo uma história detalhada
da opressão feminina -
3:28 - 3:30e uma riqueza de relatos ocasionais.
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3:30 - 3:35A combinação de experiência pessoal
e intervenção filosófica de O Segundo Sexo -
3:35 - 3:38proporcionou uma nova linguagem
para discutir a teoria feminista. -
3:38 - 3:41Atualmente, aquelas discussões
ainda são informadas -
3:41 - 3:45pela insistência de de Beauvoir de que,
em busca da igualdade, -
3:45 - 3:49não há separação
entre a filosofia e a vida. -
3:49 - 3:52Obviamente, como qualquer
obra de referência, -
3:52 - 3:55as ideias de O Segundo Sexo
se disseminaram desde sua publicação. -
3:55 - 3:59Muitos pensadores modernos têm explorado
outras maneiras de outrificação, -
3:59 - 4:01além das referidas por de Beauvoir.
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4:01 - 4:04Isso inclui identidades
raciais e econômicas, -
4:04 - 4:07bem como o espectro mais amplo
de gênero e identidades sexuais -
4:07 - 4:09que compreendemos hoje.
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4:09 - 4:14Seu legado se acentua ainda mais
pelas acusações de má conduta sexual -
4:14 - 4:16feitas por duas
de suas alunas universitárias. -
4:16 - 4:18Diante das acusações,
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4:18 - 4:22sua licença de professora foi revogada
por abusar de sua posição. -
4:22 - 4:26A vida de de Beauvoir é controversa
quanto a esse e outros aspectos, -
4:26 - 4:31e seu trabalho representa um momento
polêmico no surgimento do feminismo. -
4:31 - 4:35Ela participou daquelas discussões
ininterruptamente, -
4:35 - 4:40escrevendo ficção, filosofia
e memórias até sua morte, em 1986. -
4:40 - 4:43Atualmente, sua obra proporciona
uma linguagem filosófica -
4:43 - 4:46a ser repensada, revisitada e contestada,
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4:46 - 4:50uma reação que esta pensadora
revolucionária teria apoiado.
- Title:
- O significado da vida, segundo Simone de Beauvoir - Iseult Gillespie
- Speaker:
- Iseult Gillespie
- Description:
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Veja a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/the-meaning-of-life-according-to-simone-de-beauvoir-iseult-gillespie
Aos 21 anos de idade, Simone de Beauvoir tornou-se a pessoa mais jovem a prestar os exames de filosofia da universidade mais conceituada da França. Mas assim que dominou as regras da filosofia, de Beauvoir quis subvertê-las. O desejo de explorar o mundo físico em sua plenitude moldou sua vida e, por fim, inspirou novas filosofias radicais. Iseult Gillespie explora a vida desta pensadora revolucionária.
Lição de Iseult Gillespie, dirigido por Sarah Saidan.
- Video Language:
- English
- Team:
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- TED-Ed
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- 04:50
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