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Por que a educação é o único caminho | Tabata Amaral | TEDxUFRGS

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    A educação é o único caminho
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    pra que o Brasil se torne
    o país que queremos.
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    Quando a gente analisa 76 países,
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    o Brasil ocupa o 60.º lugar
    no ranking mundial de educação.
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    Comparando 61 países,
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    nós estamos em 56.º lugar
    em competitividade.
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    Quando a gente olha para os alunos
    brasileiros de escolas públicas,
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    apenas 23% desses alunos têm a competência
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    de que precisamos
    em leitura e interpretação de texto.
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    Esse número é de apenas
    11% na resolução de problemas.
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    O Movimento Mapa Educação é uma iniciativa
    de jovens brasileiros que se uniram
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    com o objetivo de aproximar
    a sociedade civil do debate educacional,
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    pra que a gente possa, juntos,
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    lutar por uma educação
    de qualidade no nosso país.
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    A trajetória do Mapa
    é muito próxima da minha trajetória.
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    Eu venho de uma família humilde.
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    Meu pai não chegou a terminar
    o ensino fundamental.
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    A minha mãe só terminou
    o ensino médio há poucos anos.
  • 1:21 - 1:26
    No entanto, eles se esforçaram muito
    pra que eu e meu irmão pudéssemos estudar
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    e dar o melhor de nós nos estudos.
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    Por muito tempo, eu queria
    trabalhar com artesanatos.
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    Até a quinta e a sexta série,
    eu estudei em escolas públicas,
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    e bordava e pintava
    pra ajudar a minha família em casa.
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    No entanto, na quinta série,
    participei da primeira
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    Olimpíada Brasileira de Matemática
    das Escolas Públicas, a OBMEP.
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    A OBMEP foi a primeira grande oportunidade
    que eu tive na minha vida
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    de realmente ver
    que políticas públicas simples
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    poderiam ter um impacto enorme
    na vida de milhões de pessoas.
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    Ao ser premiada na quinta série
    e na sexta série,
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    na primeira e na segunda OBMEP,
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    recebi uma bolsa de estudos em uma escola
    privada incrível de São Paulo.
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    Eu moro na periferia da Zona Sul;
    a escola fica no Centro.
  • 2:16 - 2:21
    E foi aí que eu percebi como o nosso país
    é marcado por enormes desigualdades.
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    Dois mundos completamente
    diferentes estavam ali,
  • 2:25 - 2:28
    uma hora e vinte de distância
    de ônibus e metrô.
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    Chegando no colégio, fiquei maravilhada:
    era tudo muito diferente.
  • 2:32 - 2:36
    E estudei bastante,
    consegui me destacar na minha sala,
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    mas, chegando no final do ano,
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    fui convidada pra uma cerimônia
    pra todos os alunos do colégio
  • 2:42 - 2:45
    que tinham feito olimpíadas
    e sido premiados.
  • 2:45 - 2:49
    Eu não tinha feito nenhuma olimpíada,
    mas fui convidada assim mesmo.
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    Chegando lá, eles tinham
    uma camiseta, bem simples e preta,
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    que davam pra todos os alunos
    que tinham sido premiados.
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    Eu não ganhei a camiseta,
    e fiquei muito triste.
  • 2:59 - 3:02
    Por mais que pareça bobeira,
    eu comecei a pensar:
  • 3:02 - 3:04
    "Tudo bem, tive uma oportunidade incrível
  • 3:04 - 3:08
    que todos os meus amigos
    que ficaram na escola pública não tiveram;
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    cheguei aqui e estudei,
    mas o que eu fiz de especial?
  • 3:11 - 3:15
    Eu não fiz nada além; eu fiquei
    naquela mesmice das aulas,
  • 3:15 - 3:17
    e não fiz tudo o que estava
    ao meu alcance".
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    Como sou de chorar, chorei bastante.
  • 3:20 - 3:24
    E meu pai, que estava comigo na cerimônia,
    vendo aquilo, começou a conversar comigo.
  • 3:25 - 3:26
    E foi então que eu prometi:
  • 3:27 - 3:29
    "Pai, no ano seguinte
    vou ganhar a camiseta".
  • 3:29 - 3:32
    Sei que parece bobo,
    mas isso realmente me incentivou.
  • 3:32 - 3:35
    E não foi a única promessa
    que eu fiz no dia.
  • 3:35 - 3:39
    Durante essa mesma cerimônia,
    foi uma moça do MIT,
  • 3:39 - 3:40
    e ela falou pra gente:
  • 3:40 - 3:44
    "Alunos brasileiros podem estudar
    em escolas incríveis americanas".
  • 3:44 - 3:47
    E ela mostrou um vídeo superbacana
  • 3:47 - 3:50
    que tinha um clube de chocolate,
    tinha um clube de salsa no MIT...
  • 3:50 - 3:54
    Eu não falava inglês; não entendi nada,
    mas fiquei com os olhos brilhando.
  • 3:54 - 3:55
    E falei pro meu pai:
  • 3:55 - 3:58
    "Quer saber? Vou estudar
    numa universidade americana um dia".
  • 3:58 - 4:00
    Não sei quem era mais doido:
  • 4:00 - 4:03
    eu, que fazia um montão de promessas
    sem pé nem cabeça,
  • 4:03 - 4:04
    ou meu pai, que falava:
  • 4:04 - 4:07
    "Você vai sim, vai alcançar tudo isso".
  • 4:07 - 4:11
    No ano seguinte, estudei muito,
    tinha que ganhar a camiseta.
  • 4:11 - 4:13
    E participei de todas as olimpíadas.
  • 4:14 - 4:16
    Na oitava série, ganhei oito medalhas.
  • 4:16 - 4:18
    E fui superconfiante.
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    Chegando na cerimônia,
    adquiri um novo sonho:
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    eu vi que alunos brasileiros
    podiam representar o Brasil
  • 4:25 - 4:28
    em competições internacionais de ciências.
  • 4:28 - 4:29
    Então foi o que eu decidi:
  • 4:29 - 4:34
    um dia eu vou representar o meu país
    em uma competição internacional.
  • 4:34 - 4:36
    Estudei bastante
  • 4:36 - 4:39
    e, no segundo ano, fui pra minha
    primeira competição, na China.
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    Foi a primeira vez que eu saí do Brasil.
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    E eu representei o nosso país
  • 4:43 - 4:47
    na Quarta Olimpíada Internacional
    de Astronomia e Astrofísica.
  • 4:47 - 4:48
    Foi incrível!
  • 4:48 - 4:50
    Fiz amigos de todos os países
  • 4:50 - 4:54
    e realmente decidi que eu tinha
    que estudar nos Estados Unidos,
  • 4:54 - 4:57
    pra ter essa experiência internacional.
  • 4:57 - 5:01
    No entanto, algumas coisas começaram
    a ficar mais difíceis em casa.
  • 5:01 - 5:05
    Meu pai sempre teve muitos problemas
    com vícios, e isso foi piorando.
  • 5:05 - 5:08
    E ele também desenvolveu
    algumas doenças psicológicas.
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    Então, a situação financeira, que já não
    era muito boa, começou a complicar.
  • 5:12 - 5:15
    E a gente não tinha mais
    como pagar pela alimentação
  • 5:15 - 5:17
    ou pelo transporte pra ir pra escola.
  • 5:17 - 5:20
    E, aí, eu fui me afastando
    de algumas atividades do colégio.
  • 5:21 - 5:23
    Mas, de novo, alguém acreditou em mim.
  • 5:23 - 5:27
    Dessa vez, não foi meu pai;
    foi um professor, o professor Rubens.
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    Ele viu que eu estava
    me afastando das atividades,
  • 5:30 - 5:32
    conversou com a diretoria
  • 5:32 - 5:34
    e, no dia seguinte, ficou decidido
  • 5:34 - 5:36
    entre os diretores
    da minha escola e minha mãe
  • 5:36 - 5:38
    que eu iria morar num hotel.
  • 5:38 - 5:40
    Por mais que parecesse incrível,
  • 5:40 - 5:43
    eu moraria num hotel
    a cinco minutos do colégio,
  • 5:43 - 5:45
    teria a minha alimentação
    e o meu transporte pagos,
  • 5:45 - 5:47
    eu fiquei muito triste,
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    porque minha família estava passando
    por um momento muito difícil.
  • 5:51 - 5:54
    Eu estava simplesmente
    abandonando a minha família.
  • 5:54 - 5:56
    Mas, enfim... fui pro hotel.
  • 5:56 - 5:59
    E, pra aguentar firme,
    decidi que faria duas coisas:
  • 5:59 - 6:02
    primeiro, me dedicaria ainda
    mais aos meus estudos,
  • 6:02 - 6:05
    e, segundo, ao projeto VOA.
  • 6:05 - 6:08
    VOA significa Vontade
    Olímpica de Aprender.
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    Antes do ensino médio, eu havia cofundado
    esse projeto com alguns amigos.
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    E todos finais de semana preparamos
    alunos de escolas públicas
  • 6:16 - 6:18
    pra olimpíada de ciências.
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    Eu acho que o VOA surgiu
    de uma percepção muito grande
  • 6:21 - 6:24
    de que eu estava tendo
    oportunidades incríveis,
  • 6:24 - 6:27
    mas que isso não era verdade
    pra maioria dos brasileiros.
  • 6:27 - 6:29
    Então que eu tinha que fazer alguma coisa,
  • 6:29 - 6:32
    porque, se eu fui escolhida
    pra ser tão abençoada,
  • 6:32 - 6:34
    tinha de fazer alguma coisa sobre isso.
  • 6:35 - 6:39
    Bem, continuei estudando bastante
    e, no terceiro ano do ensino médio,
  • 6:39 - 6:43
    consegui representar o Brasil em outras
    quatro olimpíadas internacionais.
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    Conheci a Polônia, conheci a Turquia
  • 6:46 - 6:49
    e multipliquei meu sonho de representar
    o nosso país por cinco.
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    Foi uma época muito difícil,
    e muito incrível também:
  • 6:53 - 6:55
    tinha que fazer o vestibular americano,
  • 6:55 - 6:57
    tinha que fazer o vestibular brasileiro,
  • 6:57 - 6:59
    tinham as olimpíadas...
  • 6:59 - 7:01
    e muitas vezes eu quis desistir.
  • 7:01 - 7:03
    Realmente dava muito medo de tudo isso.
  • 7:03 - 7:04
    Mas tinha uma coisa:
  • 7:04 - 7:07
    tinham muitas pessoas lutando
    por aqueles sonhos comigo.
  • 7:07 - 7:10
    E já não era mais o sonho da Tabata
    de ir para os Estados Unidos.
  • 7:10 - 7:14
    Era o sonho dos professores,
    o sonho da minha família,
  • 7:14 - 7:15
    era o sonho dos meus amigos.
  • 7:15 - 7:17
    Então, continuei.
  • 7:17 - 7:20
    E, no ano seguinte,
    fui aprovada em Física na USP.
  • 7:20 - 7:24
    Comecei a trabalhar como professora
    de química e astronomia,
  • 7:24 - 7:26
    e comecei a cursar a faculdade.
  • 7:26 - 7:29
    E, no dia 8 de março de 2012,
  • 7:29 - 7:32
    recebi a melhor notícia da minha vida:
  • 7:32 - 7:36
    fui aceita na Universidade
    de Harvard, com 100% de bolsa.
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    Eu não consigo nem expressar
    como eu me senti feliz naquele dia.
  • 7:40 - 7:43
    Era a realização de um sonho
    de mais de cinco anos.
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    Fiquei superfeliz
    e liguei para os meus pais.
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    Eles tiveram duas reações
    que me marcaram muito,
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    porque representa muito como eles eram.
  • 7:53 - 7:55
    Minha mãe atende o telefone e diz:
  • 7:55 - 7:58
    "Você já comeu? Você vai passar
    mal, não? Meu Deus!",
  • 7:58 - 8:00
    superpreocupada comigo.
  • 8:00 - 8:04
    Meu pai, tranquilo do jeito dele:
    "Olha, eu sempre disse que você ia passar.
  • 8:04 - 8:07
    Você deveria me escutar mais,
    pra não ficar tão estressada".
  • 8:07 - 8:10
    Então aquele dia foi bem marcante pra mim.
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    Só que se passaram quatro dias
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    e, aí, eu recebi
    a pior notícia da minha vida:
  • 8:16 - 8:19
    todos os vícios que haviam feito
    meu pai sofrer por tanto tempo,
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    tinham matado ele.
  • 8:21 - 8:24
    E, aí, eu acho que quem já perdeu
    alguém da família entende
  • 8:24 - 8:26
    que tudo deixa de fazer sentido:
  • 8:26 - 8:33
    a universidade americana, os meus sonhos,
    os meus estudos... [inaudível]
  • 8:34 - 8:36
    E foi então que eu saí da faculdade,
  • 8:36 - 8:38
    porque minha mãe
    tinha ficado desempregada,
  • 8:38 - 8:39
    então comecei a trabalhar mais,
  • 8:39 - 8:42
    e desisti daquela história
    de ir para os Estados Unidos:
  • 8:42 - 8:44
    "O que é isso, sabe?
    Não faz mais sentido".
  • 8:44 - 8:46
    E, bem, passou-se um tempo
  • 8:46 - 8:52
    e, num mês, eu tinha que dar a decisão
    para as universidades - se eu iria ou não.
  • 8:53 - 8:54
    Eu estava decidida que não,
  • 8:54 - 8:57
    mas, outra vez, uma pessoa
    importante na minha vida,
  • 8:57 - 9:01
    a Silvinha, que era da minha escola,
    falou: "Você não vai fazer isso".
  • 9:01 - 9:05
    Comprou uma passagem pra ir
    para os Estados Unidos às pressas e falou:
  • 9:05 - 9:07
    "Nesse final de semana,
    você vai, e você vai entender
  • 9:07 - 9:09
    o tamanho da tua decisão.
  • 9:09 - 9:12
    E se, chegando lá, você falar
    que não quer, tudo bem.
  • 9:12 - 9:15
    Mas você não vai desistir tão fácil não".
  • 9:15 - 9:17
    Fui às pressas visitar
    as seis universidades.
  • 9:17 - 9:20
    No final, eu tinha sido aceita
    em seis com bolsa completa.
  • 9:20 - 9:22
    Chegando lá, eu fiquei maravilhada.
  • 9:23 - 9:27
    Era tudo tão incrível, e as oportunidades
    que eu teria tão maravilhosas,
  • 9:27 - 9:29
    como dizer não pra aquilo?
  • 9:29 - 9:31
    E aí eu percebi que, indo pra lá,
  • 9:31 - 9:34
    seria a minha maneira de mudar
    a educação do meu país,
  • 9:34 - 9:37
    seria minha maneira de mudar
    a vida da minha família.
  • 9:37 - 9:40
    Então, eu decidi que sim,
    que eu iria para os Estados Unidos,
  • 9:40 - 9:42
    e ia escolher a Universidade de Harvard.
  • 9:42 - 9:46
    E, no dia primeiro de maio de 2012,
    mandei a minha decisão.
  • 9:47 - 9:50
    Desde então, muitas coisas aconteceram.
  • 9:50 - 9:53
    Tenho estudado bastante,
    trabalhei ainda mais.
  • 9:54 - 9:57
    Comecei estudando Astrofísica,
    porque eu queria ser cientista,
  • 9:57 - 9:59
    depois mudei pra Ciências Políticas.
  • 9:59 - 10:01
    Astrofísica virou meu curso secundário.
  • 10:01 - 10:04
    Visitei e conheci muitos países.
  • 10:04 - 10:06
    Já fiz um montão de coisas.
  • 10:06 - 10:08
    E, nesse tempo, eu descobri
    o meu sonho grande.
  • 10:08 - 10:10
    E o meu sonho grande
  • 10:10 - 10:14
    é que um dia o Brasil tenha
    a melhor educação pública do mundo.
  • 10:14 - 10:17
    E é isso mesmo: não é uma
    das melhores não, é a melhor.
  • 10:17 - 10:19
    E, aí, eu tinha esse sonho grande.
  • 10:19 - 10:21
    Mas o que você faz com ele?
  • 10:21 - 10:24
    Conversando com um grande
    mentor, o Daniel Vargas,
  • 10:24 - 10:28
    eu falei: "Olha, quero mudar
    a educação do Brasil, mas...
  • 10:28 - 10:29
    o que que eu faço?"
  • 10:29 - 10:31
    E, aí, ele me deu duas dicas muito boas.
  • 10:31 - 10:36
    A primeira: que todo mundo que ele tinha
    visto tendo um impacto muito bacana
  • 10:36 - 10:41
    não tinha esperado ter 40, 50 anos,
    tinha começado muito cedo,
  • 10:41 - 10:43
    quando você acha
    que não consegue fazer nada.
  • 10:43 - 10:47
    Então ele falou: "Você vai começar
    antes de sair de Harvard".
  • 10:47 - 10:52
    A segunda coisa é que toda boa ideia
    tinha um time ainda melhor por trás.
  • 10:53 - 10:56
    Então ele falou: "Mesmo que você
    não saiba o que fará exatamente,
  • 10:56 - 10:59
    monta seu time que as ideias vão surgir".
  • 10:59 - 11:02
    E aí eu convidei dois grandes
    amigos: a Lígia e o Renan,
  • 11:02 - 11:05
    e falei: "Ó, pessoal, a gente tem
    que mudar a educação no Brasil,
  • 11:05 - 11:07
    vamos fazer alguma coisa".
  • 11:07 - 11:11
    E a gente falou: "Então, tudo bem.
    Não somos especialistas da educação.
  • 11:11 - 11:13
    Vamos fazer uma pesquisa.
  • 11:13 - 11:15
    Vamos estudar e ver
    o que a gente pode fazer,
  • 11:16 - 11:20
    como que a gente vai convencer
    essa juventude toda a lutar pela educação
  • 11:20 - 11:22
    e entender a importância da educação".
  • 11:22 - 11:27
    Primeiro, fizemos uma pesquisa:
    entrevistamos mais de 100 pessoas,
  • 11:27 - 11:30
    estudamos diversos documentos
    por meses, pra gente entender
  • 11:30 - 11:34
    qual era o cenário da educação no Brasil
    e o que deveria ser feito.
  • 11:35 - 11:39
    Bem, essa pesquisa ficou tão grande
    que acabou virando um manifesto.
  • 11:39 - 11:42
    E, no ano passado, lançamos
    o manifesto "O Mapa do Buraco",
  • 11:42 - 11:46
    apontando os principais problemas
    da educação no Brasil,
  • 11:46 - 11:49
    e o que alguns lugares estavam fazendo
    que estava dando certo.
  • 11:50 - 11:53
    Como era época de eleições,
    lançamos o desafio "O Mapa do Buraco".
  • 11:53 - 11:57
    Nele, a gente convidava
    candidatos do Brasil inteiro
  • 11:57 - 11:59
    a responderem através de um vídeo:
  • 11:59 - 12:03
    "Se você for eleito, o que fará
    pela educação do Brasil?"
  • 12:03 - 12:07
    Esses candidatos mandaram os vídeos,
    desafiando no final três outras pessoas
  • 12:07 - 12:09
    a fazerem o mesmo.
  • 12:10 - 12:14
    Também realizamos, em parceria
    com a Avaaz Brasil e com a FGV,
  • 12:14 - 12:19
    o único debate que houve
    entre a Dilma e o Aécio sobre educação.
  • 12:19 - 12:22
    A gente sabe que a educação
    não decidiu as eleições,
  • 12:22 - 12:25
    e que cada vez está
    mais abandonada em nosso país.
  • 12:25 - 12:28
    Então, a gente decidiu mudar de nome.
  • 12:28 - 12:31
    Em vez de ser o Mapa do Buraco,
    viramos o Movimento Mapa Educação.
  • 12:31 - 12:36
    O objetivo ficou o mesmo: engajar
    a sociedade civil, engajar o jovem,
  • 12:36 - 12:39
    para lutar por uma educação
    de maior qualidade.
  • 12:39 - 12:44
    Hoje, o Movimento Mapa Educação,
    ou o Mapa, tem três objetivos:
  • 12:44 - 12:49
    o primeiro é engajar e informar
    as pessoas através das redes sociais.
  • 12:49 - 12:52
    Então, diariamente,
    em nossa página no Facebook,
  • 12:52 - 12:57
    divulgamos notícias
    sobre a educação, resumo de artigos,
  • 12:57 - 13:00
    pegamos leis que estão sendo votadas
    em Brasília e que afetam a educação,
  • 13:00 - 13:04
    colocamos pro nosso público votar
    na página do Facebook,
  • 13:04 - 13:08
    pra que realmente a pessoa entenda
    que a nossa educação não está bem.
  • 13:08 - 13:11
    E é a única coisa que a gente
    pode fazer com segurança
  • 13:11 - 13:14
    pra garantir um futuro melhor pro país.
  • 13:14 - 13:17
    O segundo objetivo era criar
    uma rede de pessoas,
  • 13:17 - 13:20
    com ideias e projetos
    pra mudar nossa educação,
  • 13:20 - 13:24
    que pudessem se conectar
    entre si e com outras pessoas.
  • 13:24 - 13:29
    Lançamos o "Desafio Mapa Educação",
    e recebemos 170 inscrições
  • 13:29 - 13:33
    de jovens do Brasil inteiro
    que tinham ideias maravilhosas.
  • 13:33 - 13:36
    Selecionamos os 100 projetos
    com maior impacto,
  • 13:36 - 13:42
    e, no dia 29 de agosto de 2015, teremos
    a Primeira Conferência Mapa Educação,
  • 13:42 - 13:47
    reunindo esses 100 jovens do Brasil
    inteiro com empresários, com o ministério
  • 13:47 - 13:51
    e com as fundações que realmente
    fazem a educação acontecer.
  • 13:51 - 13:57
    Um dos objetivos mais importantes do Mapa,
    e o terceiro, é escutar a voz do jovem,
  • 13:57 - 14:00
    e saber o que o jovem
    pensa sobre a educação,
  • 14:00 - 14:03
    o que funciona, o que o motiva,
    o que o desmotiva.
  • 14:04 - 14:06
    Por isso, estamos
    com uma pesquisa on-line,
  • 14:06 - 14:09
    pra realmente escutar a voz do jovem
    e poder amplificá-la.
  • 14:10 - 14:13
    Hoje, o Mapa conta
    com mais de 40 coordenadores
  • 14:13 - 14:16
    e tem apoiadores
    pelo Brasil e pelo mundo inteiro.
  • 14:16 - 14:19
    O nosso objetivo é o mesmo.
  • 14:19 - 14:22
    E eu acho que tudo o que eu aprendi
    com o Mapa e com a minha trajetória
  • 14:22 - 14:27
    me mostraram que realmente
    a educação é a arma mais poderosa
  • 14:27 - 14:31
    que você pode usar para mudar o mundo,
    como dizia Nelson Mandela.
  • 14:31 - 14:34
    E lembram aquele dia que eu fui
    pra segunda cerimônia dos medalhistas
  • 14:34 - 14:37
    com as minhas oito medalhas, toda feliz?
  • 14:37 - 14:39
    Lá, eu descobri que, naquele ano,
  • 14:39 - 14:42
    você não precisava de uma medalha
    pra ganhar a camiseta,
  • 14:42 - 14:44
    ou seja, se eu não tivesse
    feito as olimpíadas,
  • 14:44 - 14:46
    teria ganhado a camiseta igualmente.
  • 14:46 - 14:50
    E foi então que eu descobri que,
    muitas vezes, o caminho que você trilha
  • 14:50 - 14:53
    é muito mais importante
    do que aonde você chega.
  • 14:53 - 14:57
    E é por isso que eu realmente acredito
    que a educação é o único caminho
  • 14:57 - 15:00
    pra que o Brasil se torne
    o país que a gente quer.
  • 15:00 - 15:03
    Essa é a única maneira da gente
    romper todas as desigualdades
  • 15:03 - 15:05
    que temos pelo Brasil afora,
  • 15:05 - 15:09
    pra que todo brasileiro, independentemente
    de quem seja e de onde more,
  • 15:09 - 15:11
    tenha uma educação de qualidade.
  • 15:11 - 15:13
    Muito obrigada.
  • 15:13 - 15:16
    (Aplausos)
Title:
Por que a educação é o único caminho | Tabata Amaral | TEDxUFRGS
Description:

O que é necessário para transformar a realidade de um país? Mais além: o que é mais essencial para essa transformação? Nesta palestra, Tabata defende a educação como a resposta para essas perguntas, compartilhando sua história com o público.

Após conquistar mais de 30 medalhas em olimpíadas escolares – de física até linguística –, Tabata recebeu uma bolsa de estudos em Harvard, onde hoje estuda Ciência Política e Astrofísica. É uma das autoras do manifesto "Mapa do Buraco" – um projeto de alta repercussão que propõe mudanças para a educação no Brasil.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
Portuguese, Brazilian
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:22

Portuguese, Brazilian subtitles

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