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Uma câmera capaz de ver objetos ocultos por obstáculos

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    No futuro,
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    carros autônomos serão mais seguros
    e confiáveis do que seres humanos.
  • 0:06 - 0:07
    Mas, para isso acontecer,
  • 0:07 - 0:09
    precisamos de tecnologias
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    que permitam que os carros
    tenham uma reação mais rápida,
  • 0:11 - 0:15
    de algoritmos capazes de conduzir
    melhor do que seres humanos
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    e de câmeras capazes de ver
    mais do que seres humanos.
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    Por exemplo, imaginem um carro autônomo
    prestes a fazer uma curva às cegas
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    e um carro que se aproxima,
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    ou talvez uma criança
    prestes a correr para a rua.
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    Felizmente, nosso carro do futuro
    terá um superpoder:
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    uma câmera que vê por trás de obstáculos
    e detecta esses possíveis riscos.
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    Nos últimos anos,
  • 0:39 - 0:42
    como aluno de doutorado
    do Stanford Computational Imaging Lab,
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    venho trabalhando em uma câmera
    capaz de fazer isto:
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    formar uma imagem de objetos
    ocultos por obstáculos
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    ou fora da linha de visão direta.
  • 0:51 - 0:55
    Vou lhes dar um exemplo
    do que nossa câmera consegue ver.
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    Realizamos um experimento ao ar livre,
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    no qual nosso sistema de câmeras escaneia
    a lateral de um prédio com um laser,
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    e a cena que queremos capturar
  • 1:03 - 1:06
    está oculta, atrás do anteparo
    e desta cortina.
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    Nosso sistema de câmeras
    não consegue vê-la diretamente.
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    Porém, de algum modo,
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    nossa câmera ainda consegue capturar
    a geometria tridimensional desta cena.
  • 1:16 - 1:17
    Como fazemos isso?
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    A mágica acontece aqui
    neste sistema de câmeras.
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    Podemos considerá-la uma espécie
    de câmera de alta velocidade,
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    não aquela que opera
    a mil quadros por segundo,
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    nem mesmo a 1 milhão
    de quadros por segundo,
  • 1:30 - 1:32
    mas a 1 trilhão de quadros por segundo.
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    É tão rápida que consegue capturar
    o movimento da própria luz.
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    Para dar um exemplo
    da rapidez com que a luz viaja,
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    vamos compará-la com a velocidade
    de um super-herói veloz dos quadrinhos
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    capaz de se movimentar
    a até três vezes a velocidade do som.
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    Um pulso de luz leva
    cerca de 3,3 bilionésimos de segundo,
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    ou 3,3 nanossegundos,
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    para percorrer a distância de um metro.
  • 1:58 - 2:00
    Nesse mesmo tempo,
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    nosso super-herói se movimentou
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    menos do que a espessura
    de um fio de cabelo.
  • 2:05 - 2:06
    É muito rápida.
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    Mas temos que formar uma imagem
    com muito mais rapidez
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    se quisermos capturar a luz
    que percorre escalas milimétricas.
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    Nosso sistema de câmeras
    consegue capturar fótons
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    em períodos de tempo
    de apenas 50 trilionésimos de segundo,
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    ou 50 picossegundos.
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    Pegamos uma câmera
    de ultra-alta velocidade
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    e a associamos a um laser
    que envia pulsos breves de luz.
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    Cada pulso é dirigido
    a uma parede visível,
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    e parte da luz se dispersa
    de volta à câmera.
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    Mas a parede também dispersa a luz,
    que contorna o anteparo,
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    atinge o objeto oculto e volta.
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    Repetimos essa medição várias vezes
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    para capturar os tempos
    de chegada de muitos fótons
  • 2:44 - 2:46
    de diferentes locais na parede.
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    Depois de efetuarmos essas medidas,
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    podemos criar um vídeo da parede
    com 1 trilhão de quadros por segundo.
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    Embora esta parede pareça comum aos olhos,
  • 2:55 - 3:00
    a 1 trilhão de quadros por segundo,
    podemos ver algo verdadeiramente incrível.
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    Conseguimos ver ondas de luz
    refletidas voltando da cena oculta
  • 3:05 - 3:07
    e batendo contra a parede.
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    Cada uma destas ondas carrega informações
    sobre o objeto oculto que as enviou.
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    Assim podemos pegar essas medidas
  • 3:14 - 3:17
    e passá-las a um algoritmo de reconstrução
  • 3:17 - 3:20
    para então recuperar a geometria
    tridimensional da cena oculta.
  • 3:21 - 3:25
    Agora quero lhes mostrar mais um exemplo
    de uma cena interna que capturamos,
  • 3:25 - 3:28
    desta vez com uma série
    de objetos ocultos diferentes.
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    Como estes objetos
    têm aparências diferentes,
  • 3:30 - 3:32
    eles refletem a luz de modo diferente.
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    Por exemplo, a estátua polida de dragão
    reflete a luz de modo diferente
  • 3:36 - 3:38
    do globo espelhado
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    ou da estátua branca do lançador de disco.
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    Conseguimos ver as diferenças
    na luz refletida
  • 3:44 - 3:47
    visualizando-a como um volume
    tridimensional,
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    em que apenas pegamos
    os quadros de vídeo e os empilhamos.
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    O tempo aqui é representado
  • 3:52 - 3:55
    como a dimensão
    de profundidade deste cubo.
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    Estes pontos brilhantes que vemos
  • 3:58 - 4:02
    são reflexos da luz de cada uma
    das facetas espelhadas do globo,
  • 4:02 - 4:04
    que se dispersam contra a parede
    ao longo do tempo.
  • 4:04 - 4:08
    As faixas brilhantes de luz que vemos
    chegando mais prontamente
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    são da estátua polida de dragão
    que está mais próxima à parede,
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    e as outras faixas vêm de reflexos de luz
    da estante e da estátua.
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    Também podemos visualizar essas medidas
    quadro a quadro, como um vídeo,
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    para ver diretamente a luz dispersa.
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    Novamente vemos aqui, primeiro,
    reflexos de luz do dragão,
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    mais próximo à parede,
  • 4:30 - 4:34
    seguidos por pontos brilhantes do globo
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    e outros reflexos da estante.
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    Finalmente, vemos as ondas
    refletidas de luz da estátua.
  • 4:42 - 4:45
    Estas ondas de luz que iluminam a parede
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    são como fogos de artifício
    que duram apenas trilionésimos de segundo.
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    Mesmo que estes objetos
    reflitam a luz de maneira diferente,
  • 4:57 - 5:00
    ainda conseguimos reconstruir suas formas.
  • 5:00 - 5:02
    Isso é o que podemos ver
    do que está atrás do anteparo.
  • 5:04 - 5:07
    Quero lhes mostrar mais um exemplo
    que é um pouco diferente.
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    Neste vídeo, estou vestindo
    um traje refletor,
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    e o sistema de câmera escaneia a parede
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    a uma velocidade
    de quatro vezes por segundo.
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    Como o traje é refletor,
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    conseguimos capturar fótons suficientes
  • 5:19 - 5:23
    para que possamos ver onde estou
    e o que estou fazendo,
  • 5:23 - 5:26
    sem que a câmera forme
    uma imagem direta de mim.
  • 5:26 - 5:30
    Ao capturar fótons que se dispersam
    da parede para meu traje refletor,
  • 5:30 - 5:32
    de volta para a parede e para a câmera,
  • 5:32 - 5:36
    conseguimos capturar
    um vídeo indireto em tempo real.
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    Achamos que esse processamento
    de imagens prático e sem linha de visão
  • 5:40 - 5:44
    pode ser útil para aplicações
    e inclusive carros autônomos,
  • 5:44 - 5:46
    mas também para processar
    imagens biomédicas,
  • 5:46 - 5:50
    em que precisamos ver
    as estruturas minúsculas do corpo.
  • 5:50 - 5:53
    Talvez também possamos colocar
    sistemas semelhantes de câmeras
  • 5:53 - 5:56
    nos robôs que enviamos
    para explorar outros planetas.
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    Vocês já devem ter ouvido falar
    de visão de objetos ocultos,
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    mas o que mostrei a vocês hoje
    seria impossível apenas dois anos atrás.
  • 6:03 - 6:04
    Agora podemos formar imagens
  • 6:04 - 6:07
    de grandes cenas ocultas ao ar livre
    do tamanho de uma sala
  • 6:07 - 6:09
    em tempo real
  • 6:09 - 6:14
    e fizemos avanços significativos
    para tornar isso uma tecnologia prática
  • 6:14 - 6:16
    que podemos ver em um carro algum dia.
  • 6:16 - 6:19
    Mas é claro que ainda restam desafios,
  • 6:19 - 6:21
    como: será que é possível formar imagens
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    de cenas ocultas a longas distâncias,
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    em que coletaremos pouquíssimos fótons,
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    com lasers de baixa potência
    e seguros para os olhos?
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    Ou: será que é possível
    criar imagens de fótons
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    que se dispersam muito mais vezes
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    do que apenas uma única reflexão
    por trás do obstáculo?
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    Será que é possível pegar o protótipo
    deste sistema, hoje grande e volumoso,
  • 6:41 - 6:45
    e miniaturizá-lo em algo útil
    para processar imagens biomédicas
  • 6:45 - 6:48
    ou talvez um sistema aprimorado
    de segurança residencial,
  • 6:48 - 6:51
    ou pegar essa nova modalidade
    de processamento de imagem
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    e usá-la para outras aplicações?
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    É uma tecnologia nova e interessante,
  • 6:56 - 6:59
    e pode haver outras coisas para as quais
    ainda não pensamos em usá-la.
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    Um futuro com carros autônomos
  • 7:02 - 7:05
    pode parecer distante para nós agora.
  • 7:05 - 7:06
    Já estamos desenvolvendo as tecnologias
  • 7:06 - 7:09
    que podem tornar os carros
    mais seguros e inteligentes.
  • 7:10 - 7:13
    Com o ritmo acelerado
    das descobertas e inovações científicas,
  • 7:13 - 7:16
    nunca se sabe quais recursos
    novos e interessantes
  • 7:16 - 7:18
    podem estar prestes a surgir.
  • 7:18 - 7:20
    (Aplausos)
Title:
Uma câmera capaz de ver objetos ocultos por obstáculos
Speaker:
David Lindell
Description:

Para funcionar com segurança, carros autônomos devem evitar obstáculos, inclusive aqueles que estão fora do alcance da visão. Para que isso aconteça, precisamos de uma tecnologia capaz de ver melhor do que o homem, diz o engenheiro elétrico David Lindell. Prepare-se para uma demonstração tecnológica breve e inovadora, em que Lindell explica o potencial significativo e versátil de uma câmera de alta velocidade capaz de detectar objetos ocultos por obstáculos.

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
07:34

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