O que é suficiente? | Mike Dickson | TEDxExeter

Mike Dickson fala sobre o benefício de ajudar o próximo. Ele acredita que precisamos viver de maneira simples para que o próximo possa simplesmente viver. Mike nos relembra que precisamos nos preparar para criar um mundo, não adquiri-lo, para construir um mundo de você e eu, não você ou eu.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

Olá.

(Música tema do Superman)

Estou aqui para falar com vocês
durante 15 minutos cheios de diversão

sobre o que é suficiente para se viver
uma vida feliz e próspera,

e vou contar tudo sobre como
vocês podem se tornar o Superman.

E vou tecer isso perfeitamente
em uma história

e espero passar a coisa toda numa só peça.

Esse é Charles Handy.

Em nenhuma ordem particular,

ele é um dos líderes mundiais de gestão,

inacreditavelmente um ótimo homem,

ele é muito sábio, escreveu muitos livros.

E em primeiro de janeiro,
um dia de ano novo,

cinco anos atrás,

ele veio me visitar em minha casa
com a esposa dele, Elizabeth.

E receber um dos líderes
mundiais de gestão

na sua casa no dia de ano novo

pode colocar uma luz totalmente nova
na comemoração do ano novo.

(Risos)

Eu já estava na cama à meia-noite.

Charles foi uma das pessoas
que criou a existência do portfólio:

o próprio pensamento de que poderíamos
fazer diferentes trabalhos

ao longo de nossa vida.

E ele também estava escrevendo
um livro sobre filantropia,

e eu estava escrevendo um livro
sobre como fazer doação de forma eficaz.

E nos demos muito bem.

Mas foi uma das coisas que tínhamos
conversado a respeito que deixou

uma forte impressão
em meu cérebro, minha mente

e, na verdade, na minha vida,
que é: o que é suficiente?

E Charles e a esposa dele, Elizabeth,

decidiram que iriam ter a vida
que eles queriam ter.

Então, todos anos, eles se sentavam
e decidiam quanto dinheiro

precisariam para financiar
o estilo de vida simples deles por um ano.

Charles adicionava 20%
porque ele se preocupa.

(Risos)

E então, eles dividiam o ano em três.

Um terço do ano, Charles trabalha,

oferecendo consultoria de gestão,
dando palestras e ele cobra por isso.

Um terço de sua vida, ele escreve livros;

já escreveu vários best-sellers
sobre gestão.

E outro terço do ano, ele ajuda
pessoas por caridade.

Ele faz trabalho para o bem.

E como ele me explicou,

ele fazia isso porque queria encontrar
a outra parte de sua vida e seu caráter

que poderá ser desenvolvido.

Em suas lindas palavras,
ele queria maximizar a vida

e não a renda dele.

E, claro que nem todos nós podemos viver
como Charles, que reorganizou a vida dele,

mas podemos decidir
o que é suficiente para nós.

Podemos todos pensar e decidir o quanto
precisamos para se viver uma vida feliz.

E ficarão interessados em saber:
o que é suficiente?

Não existe definição do que é suficiente.

Não existe uma resposta certa.

Por exemplo, uma família vivendo
em uma vila rural do Quênia

teria necessidades
completamente diferentes

de uma família vivendo numa cidade
como Exeter ou Londres.

Apesar disso,

ter uma conversa consigo mesmo
sobre o que é suficiente

pode ter um efeito profundo
e transformador na sua vida.

Para começar,

você não terá que gastar
enormes quantidades de dinheiro

comprando coisas que você não precisa.

Você vai poder descansar,

não vai precisar trabalhar muito.

Você provavelmente não vai passar
tanto tempo trabalhando,

pode fazer o que Charles fez.

Pode começar a otimizar
sua vida, não sua renda.

Talvez você possa ajudar
uma instituição de caridade.

Vamos pegar três ideias
sobre o que é suficiente.

O tempo médio de vida
de um motorista é de 60 anos.

Se você compra um carro a cada dois anos,

será o orgulhoso dono
de 30 carros totalmente novos.

Se trocar de carro a cada seis anos, será
o orgulhoso dono de apenas dez carros.

Todos sabemos que um carro de seis anos
nos leva perfeitamente do ponto A até B.

Mas vejamos, são 20 carros a menos.

Menos recursos exigidos
do nosso já desgastado planeta.

Vejamos as pessoas presentes.

Essa é a hora de se envolver.

Levantem a mão quem, todo ano,
ganha coisas que não faz questão de ter.

(Risos)

Inacreditável, não? Quase toda a plateia.

Infelizmente, isso não para aí:

vocês também presenteiam, todo ano,
coisas que as pessoas não querem.

(Risos)

Dar bons presentes é algo
maravilhoso de se fazer.

Dar presentes ruins é, simplesmente,
um grande desperdício de dinheiro.

Acho que o eBay,
há mais ou menos dois anos,

tinha algo como 1 milhão de presentes
disponíveis no site no dia de Natal...

(Risos)

muitos deles às dez da manhã.

Isso desafia a descrição.

Falando agora sobre um tema
um pouco mais sério: comida.

Existem 1 bilhão de pessoas
famintas no mundo

que não sabem hoje

como elas vão conseguir
sobreviver até o final da semana

ou até o final do mês.

Ao mesmo tempo, existem
1 bilhão de pessoas no mundo,

de acordo com a Organização
Mundial da Saúde,

obesas ou acima do peso,
e provavelmente de dieta

ou correndo em academias feito hamsters.

Há vários anos, no maravilhoso
vídeo da Make Poverty History,

eles corretamente salientaram

que alguém morre de fome
e inanição a cada três segundos.

(Estala o dedo três vezes)

Ao mesmo tempo que isso acontece,

nos Estados Unidos e na Europa,

jogamos fora três vezes
a quantidade de comida

que seria necessária para
alimentar os mais famintos.

Só no Reino Unido,

jogamos fora um terço
da comida que compramos.

Não dá pra compensar.

Tem comida suficiente para todo mundo.

Ela simplesmente não circula.

Então, acho que precisamos
viver de forma mais simples,

para que outros possam
simplesmente viver.

Precisamos nos empenhar para criar
um mundo e não comprá-lo.

Criar um mundo eu e você,

não um mundo eu ou você.

De volta ao Superman.

O objetivo de vida
do Superman era corrigir erros

e lutar por justiça social.

"E o que isso tem a ver comigo?",
vocês podem perguntar.

Bom, a conclusão é
que cada pessoa neste teatro hoje,

pode, nesta semana, ser o Superman para
alguém da camada mais pobre do mundo.

Você pode proporcionar uma educação
para uma menina de uma vila em Bihar

que, se não terminar o colégio,

irá trabalhar nos campos

ou, ainda pior, será traficada
para a prostituição infantil.

Você pode dar ajuda médica e comida
para uma família de uma vila no Quênia.

Você pode fazer um pequeno
empréstimo, entre 50 e 100 libras,

para ajudar um grupo de mulheres
a começar um negócio,

e com isso ajudar a família delas
a sair da pobreza.

Um grupo daqui poderia
se juntar na hora do almoço

e decidir arrecadar dinheiro suficiente

para comprar um poço
para uma vila na Etiópia

que iria proporcionar água potável
para cerca de 500 pessoas.

Se vocês fizerem a conta,

1,5 mil libras para 500 pessoas,

significa dar água fresca para
uma pessoa ou criança de uma vila

pelo preço de um café com leite.

É realmente extraordinário.

Nos últimos dois ou três anos,
eu tive muita sorte

de conseguir dar início
a algumas instituições de caridade.

Conheci, literalmente, milhares
de pessoas simplesmente impressionantes

que estão fazendo coisas maravilhosas
para mudar o mundo de diferentes formas.

Das formas mais simples possíveis

até pessoas de muita coragem
que estão fazendo coisas fantásticas.

Na verdade, algumas dessas pessoas

vocês vão conhecer
e ouviram falar a respeito hoje.

E acho que descobri o propósito da vida.

Isso é bom, não é? Sempre.

(Risos)

Esta é uma palestra TED muito rica.

(Risos)

O propósito da vida é
ajudar outras pessoas.

Ajudar sua família, seus amigos,

ajudar pessoas que vocês
normalmente ignorariam

e ajudar pessoas
que vocês não conhecem.

Martin Luther King concorda.

Ele chegou a essa conclusão antes de mim:

"A mais urgente pergunta
a ser feita nesta vida é:

O que você está fazendo
pela vida dos outros?"

Então, a missão de vocês para as próximas
semanas, o dever de casa de vocês,

é ir para casa e descobrir
o que é suficiente para você.

Parar de comprar coisas que vocês
não fazem questão de ter ou não vão usar,

se controlar,

(Risos)

e se transformarem no Superman
ou na Superwoman

e ajudar algumas das pessoas
mais pobres no mundo,

e ajudar os outros.

Muito obrigado.

(Aplausos)