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Um muro não solucionará os problemas na fronteira dos EUA

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    Anne Milgram: Deputado,
    eu ia apresentá-lo
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    e dizer um pouco mais...
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    Will Hurd: Olá, Anne. Como vai?
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    AM: Olá, como vai?
    Obrigada por se juntar a nós esta noite.
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    Temos muita sorte
    em tê-lo aqui connosco.
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    Já expliquei que o senhor
    está em Washington
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    porque está a trabalhar.
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    E ia dizer às pessoas
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    que o senhor representa
    o 23.º distrito do Texas.
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    Mas talvez nos possa falar
    um pouco mais sobre o seu distrito
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    e descrevê-lo para nós.
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    WH: O meu distrito no sudoeste do Texas
    tem 29 condados, 2 fusos horários,
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    1300 km de fronteira
    de Eagle Pass, no Texas
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    até El Paso.
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    Demoro 10 horas e meia para percorrer
    todo o meu distrito a 130 km/ hora,
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    que é o limite de velocidade
    na maior parte do distrito.
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    Descobri há umas semanas
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    que não é o limite em todo o distrito.
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    (Risos)
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    É um distrito com 71% de latinos,
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    e é o distrito que tenho representado
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    durante o meu terceiro
    mandato no Congresso.
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    Quando pensamos
    no problema da fronteira,
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    tenho mais fronteira que
    qualquer outro membro do Congresso.
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    Durante nove anos e meio
    fui agente secreto na CIA,
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    perseguindo pessoas más por todo o país.
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    Quando se trata de proteger a fronteira,
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    é algo que eu conheço bastante bem.
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    AM: Uma das coisas que eu aprendi
    recentemente e que não sabia
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    é que o seu distrito, segundo creio,
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    é do tamanho do estado da Georgia.
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    WH: Tem razão.
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    É maior que 26 estados,
    quase do tamanho do estado da Georgia
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    É muito grande.
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    AM: Então, enquanto especialista
    em segurança nacional
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    e enquanto membro do Congresso,
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    têm-lhe pedido para pensar em questões
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    relacionadas com a imigração,
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    e nos últimos anos, particularmente
    com o muro na fronteira.
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    Qual é a sua reação sobre
    a declaração do Presidente Trump
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    de que precisamos de um grande e belo
    muro que se estenda pela nossa fronteira,
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    com 5 a 9 metros de altura?
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    WH: Eu venho dizendo desde a minha
    candidatura ao Congresso em 2009
  • 2:03 - 2:05
    — não é um tópico novo —
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    que construir uma estrutura
    de betão de 9 metros de altura
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    de uma costa à outra
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    é a maneira mais cara e menos eficaz
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    de garantir a segurança na fronteira.
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    Há partes na fronteira
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    onde o tempo de resposta da
    Patrulha da Fronteira a uma ameaça
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    é medido em horas ou até dias.
  • 2:22 - 2:26
    Se o tempo de resposta
    é medido em horas ou dias,
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    um muro não é uma barreira física.
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    Devíamos ter tecnologia
    ao longo da fronteira,
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    devíamos ter operações
    de controlo da nossa fronteira,
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    o que significa sabermos tudo
    o que está a acontecer nela.
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    Podemos fazer muito com tecnologia.
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    Também precisamos de mais pessoal
    na Patrulha da Fronteira.
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    Mas, para além de fazer tudo isso,
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    uma das coisas que devíamos ser capazes
    de fazer é simplificar a imigração legal.
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    Se forem ser membros
    produtivos da sociedade,
  • 2:53 - 2:55
    vamos tê-los aqui
    o mais depressa possível,
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    mas de forma legal.
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    E se formos capazes de simplificar isso,
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    veremos algumas das pressões
    aliviadas na nossa fronteira
  • 3:02 - 3:05
    e permitiremos que homens e mulheres
    da Patrulha da Fronteira
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    se concentrem no tráfico de pessoas
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    e também nas organizações
    de tráfico de drogas.
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    AM: Deputado, também tem havido
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    uma conversa de âmbito nacional
    sobre usar o fundo de emergência
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    para construir o muro na fronteira
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    e retirar estes fundos
    aos militares dos EUA.
  • 3:23 - 3:26
    Qual é a sua posição sobre esta questão?
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    WH: Eu sou um dos poucos Republicanos
    aqui que se opõem a isso.
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    Nós estamos agora a reconstruir
    as nossas forças militares,
  • 3:35 - 3:37
    e retirar-lhes fundos
    destinados a garantir
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    que irmãos e irmãs,
    mulheres e maridos
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    tenham o treino
    e o equipamento de que precisam
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    para tomarem conta de nós
    em lugares longínquos,
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    retirar-lhes dinheiro não é
    um uso eficaz dos nossos recursos,
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    especialmente se vamos construir um...
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    eu sempre digo
    que é uma solução à século IV
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    para um problema do século XXI.
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    A realidade é, que nós
    devíamos concentrar-nos
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    noutras causas fundamentais
    deste problema,
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    e muitos dos porta-vozes
    têm falado nisso.
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    Alguns desses problemas de raiz
    são a violência,
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    a falta de oportunidades económicas
    e a pobreza extrema,
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    especificamente, no triângulo do norte:
    El Salvador, Guatemala e Honduras.
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    Devíamos estar a trabalhar...
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    AM: Eu ia perguntar o que é
    que o senhor recomendaria
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    que o governo dos EUA
    faça para abordar a questão,
  • 4:32 - 4:35
    aquilo a que chamamos
    fator de pressão, ou causas de raiz
  • 4:35 - 4:37
    nesses três países da América Central.
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    WH: Uma das coisas que eu aprendi
    como agente secreto da CIA
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    é ser simpático com tipos simpáticos
    e duro com tipos duros.
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    Um dos princípios de ser
    simpático com tipos simpáticos
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    é reforçar as nossas alianças.
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    Nós temos atualmente uma série
    de programas nestes três países
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    que a USAID e o Departamento de Estado
    estão a usar para lidar com a violência.
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    Nós sabemos que, em El Salvador,
  • 5:01 - 5:04
    um dos problemas era
    a corrupção na policia.
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    Assim, temos trabalhado com
    El Salvador para limpar a polícia,
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    contratar novos agentes,
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    usar táticas de policiamento comunitário.
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    Estas são táticas que os homens
    e as mulheres, nos EUA,
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    e as forças policiais
  • 5:21 - 5:22
    usam todos os dias.
  • 5:22 - 5:24
    Quando fizemos isto em certas comunidades,
  • 5:24 - 5:26
    sabe o que aconteceu?
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    Vimos uma redução na violência
    que existia nessas comunidades.
  • 5:29 - 5:30
    E também vimos
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    uma redução no número de pessoas
    que estavam a sair dessas áreas
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    para tentar vir ilegalmente para os EUA.
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    Isto é uma fração do custo
    resolver um problema lá,
  • 5:41 - 5:44
    antes de ele acabar
    por chegar à nossa fronteira.
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    Uma das razões por que há
    violência e crime
  • 5:48 - 5:50
    é a corrupção na política
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    e a falta de governos centrais
    para proteger os seus cidadãos.
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    É algo em que devíamos
    continuar a trabalhar.
  • 5:57 - 6:00
    Não devíamos estar a diminuir
    a quantidade de dinheiro que temos
  • 6:00 - 6:02
    e que estamos a enviar
    para estes países.
  • 6:02 - 6:04
    Eu penso que devíamos aumentá-lo.
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    Acredito que a primeira coisa
    — que devíamos ter feito há meses —
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    é selecionar um representante
    especial para o Triângulo do Norte.
  • 6:11 - 6:13
    Ou seja, um diplomata experiente
  • 6:13 - 6:18
    que trabalhe para garantir que usamos
    todas as nossas alavancas do poder
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    para ajudar estes três países,
  • 6:20 - 6:23
    e que fazemos isso
    num esforço coordenado.
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    Isto não é um problema
    para os EUA e o México,
  • 6:26 - 6:28
    é um problema para todo
    o hemisfério ocidental.
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    Então, onde está a Organização
    dos Estados Americanos?
  • 6:31 - 6:34
    Onde está o Banco
    Internacional de Desenvolvimento?
  • 6:34 - 6:37
    Devíamos estar a ter um plano coletivo
    para abordar estas causas de raíz.
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    Quando falamos da violência,
  • 6:39 - 6:44
    muitas vezes falamos
    dos terríveis gangues como o MS-13.
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    Mas é também a violência de uma mulher
    ser espancada pelo marido
  • 6:49 - 6:53
    e elas não têm ninguém
    a quem se dirigir.
  • 6:53 - 6:56
    São incapazes de lidar com este problema.
  • 6:56 - 6:58
    Estas são questões
  • 6:58 - 7:01
    em que devíamos estar a aumentar
    a nossa diplomacia,
  • 7:01 - 7:04
    a aumentar a nossa ajuda
    de desenvolvimento económico.
  • 7:04 - 7:07
    AM: Queria que o senhor
  • 7:07 - 7:10
    pensasse nas causas de raiz
    na América Central
  • 7:10 - 7:14
    pensasse na separação
    de crianças e famílias nos EUA.
  • 7:15 - 7:17
    A partir de abril de 2018,
  • 7:17 - 7:21
    a administração Trump começou
    a política de não tolerância
  • 7:21 - 7:24
    para imigrantes, pessoas que procuram
    o estatuto de refugiados,
  • 7:24 - 7:26
    procuram asilo nos EUA.
  • 7:26 - 7:30
    Isso levou à separação de 2700 crianças
  • 7:30 - 7:33
    no primeiro ano em que
    foi implementado esse programa.
  • 7:33 - 7:35
    Queria abordar isso consigo
  • 7:35 - 7:39
    e queria separá-lo
    em duas conversas diferentes.
  • 7:39 - 7:42
    Uma das coisas que a administração fez
  • 7:42 - 7:44
    foi apresentar documentos
    legais do tribunal,
  • 7:44 - 7:48
    dizendo que um dos principais
    objetivos da separação
  • 7:48 - 7:50
    era agir como dissuasor
  • 7:50 - 7:53
    para as pessoas que chegavam aos EUA.
  • 7:53 - 7:58
    Queria falar por instantes sobre isso
    segundo uma perspetiva moral
  • 7:58 - 8:00
    e saber qual é a sua opinião.
  • 8:01 - 8:05
    WH: Nós não devíamos estar a fazer isso,
    ponto final. É muito simples.
  • 8:05 - 8:08
    Sabe uma coisa? Isso não é um dissuasor.
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    Só assistimos a um aumento
    na imigração ilegal.
  • 8:11 - 8:15
    Quando estamos sentados,
    a debater uma estratégia,
  • 8:15 - 8:18
    se alguém aparece com a ideia
  • 8:18 - 8:22
    de arrebatar uma criança
    dos braços da mãe,
  • 8:22 - 8:24
    precisa de rever as suas ideias.
  • 8:24 - 8:28
    Isso não é o que os EUA defendem,
  • 8:28 - 8:32
    isso não é uma coisa
    Republicana ou Democrata ou independente.
  • 8:32 - 8:35
    É uma coisa de decência humana.
  • 8:35 - 8:37
    Assim, usando esta estratégia
  • 8:37 - 8:40
    não alcançámos o objetivo final.
  • 8:40 - 8:44
    Por último, a quantidade
    de pesquisa que é feita
  • 8:44 - 8:47
    e o impacto que a detenção
    de crianças tem
  • 8:47 - 8:50
    — especialmente se é mais de 21 dias —
  • 8:50 - 8:53
    no desenvolvimento e no futuro delas
  • 8:53 - 8:54
    é desastroso.
  • 8:54 - 8:57
    Não devíamos estar a tentar
    deter crianças durante mais de 21 dias,
  • 8:57 - 9:01
    e devíamos estar a tratar as crianças,
    se elas estão à nossa guarda,
  • 9:01 - 9:03
    devíamos tomar conta delas humanamente
  • 9:03 - 9:05
    e garantir que elas estão com pessoas
  • 9:05 - 9:09
    que lhes possam proporcionar
    um ambiente seguro e carinhoso.
  • 9:09 - 9:12
    AM: Eu discutiria consigo
    mesmo esses 21 dias
  • 9:12 - 9:14
    mas, para efeitos desta conversa,
  • 9:14 - 9:17
    quero dar seguimento
    a uma coisa que o senhor disse,
  • 9:17 - 9:19
    que é que é errado deter crianças,
  • 9:19 - 9:22
    e também não é eficaz.
  • 9:22 - 9:26
    Assim a questão é: porque é
    que a administração continua a fazê-lo,
  • 9:26 - 9:29
    quando vimos mais 900 crianças
    separadas dos pais
  • 9:29 - 9:32
    a partir do verão de 2018?
  • 9:32 - 9:34
    Porque é que isto está a acontecer?
  • 9:34 - 9:38
    WH: Bem, isto é algo
    que deverá perguntar ao governo.
  • 9:38 - 9:40
    Essas são perguntas que tenho feito.
  • 9:41 - 9:44
    As instalações de Tornillo
    estão no meu distrito.
  • 9:44 - 9:50
    Estes são edifícios que não
    são concebidos para deter ninguém
  • 9:50 - 9:52
    durante muitos dias,
  • 9:52 - 9:54
    muito menos crianças.
  • 9:54 - 9:57
    Devíamos garantir que,
    se elas estão à nossa guarda
  • 9:57 - 10:00
    — muitas vezes para crianças sozinhas
  • 10:00 - 10:03
    não temos um...
  • 10:03 - 10:08
    não conhecemos um responsável ou um
    membro da família nos EUA —
  • 10:08 - 10:10
    devíamos garantir que
    elas estão em instalações
  • 10:10 - 10:12
    onde podem ir à escola,
  • 10:12 - 10:15
    têm comida apropriada
    e cuidados de saúde.
  • 10:15 - 10:18
    Se não conseguimos encontrar
    um responsável ou familiar,
  • 10:18 - 10:20
    vamos mantê-las sob custódia,
  • 10:20 - 10:24
    enquanto elas estão à espera
    do processo judicial de imigração.
  • 10:24 - 10:26
    Este é um outro problema.
  • 10:26 - 10:28
    Quando os processos estão atrasados
  • 10:28 - 10:32
    — acho que agora são 900 000 processos
    que estão atrasados —
  • 10:32 - 10:35
    devíamos ter uma audiência de imigração
  • 10:35 - 10:36
    num prazo de nove meses.
  • 10:36 - 10:39
    Penso que a maioria da comunidade legal
    acha que é tempo suficiente
  • 10:39 - 10:41
    para fazer uma coisa dessas,
  • 10:41 - 10:47
    para podermos facilitar
    se alguém, um indivíduo,
  • 10:47 - 10:48
    pode ficar nos EUA
  • 10:48 - 10:52
    ou se vai ter de regressar
    ao seu país natal,
  • 10:52 - 10:54
    em vez de ficar neste limbo
    durante cinco anos.
  • 10:54 - 10:57
    AM: Se pensarmos
    no sistema de asilo atual,
  • 10:57 - 11:00
    em que as pessoas estão a chegar
    e a dizer que têm uma ameaça credível,
  • 11:00 - 11:02
    que serão perseguidos no país delas,
  • 11:02 - 11:04
    e nós pensamos no facto
    de que, em média,
  • 11:04 - 11:07
    demora cerca de dois anos
    conseguir uma audiência para asilo,
  • 11:07 - 11:12
    que muitas pessoas não são representadas
    enquanto passam por esse processo,
  • 11:12 - 11:13
    isso leva-me a pensar numa coisa
  • 11:14 - 11:16
    que estão sempre a dizer
    no sistema de saúde
  • 11:16 - 11:19
    ou seja, que cada sistema
    está perfeitamente concebido
  • 11:19 - 11:21
    para conseguir o resultado que obtém.
  • 11:21 - 11:23
    Quando pensamos nisso
  • 11:23 - 11:26
    e pensamos em como devíamos
    voltar a conceber o sistema
  • 11:26 - 11:28
    para não fazer o que fazemos,
  • 11:28 - 11:33
    isto é, anos e anos de detenção,
    de separação e de privações
  • 11:33 - 11:35
    para as pessoas que procuram
  • 11:35 - 11:39
    e, repito, sendo o asilo um processo legal
    do governamento dos EUA
  • 11:39 - 11:42
    para as pessoas que procuram
    entrar no nosso país legalmente,
  • 11:42 - 11:44
    o que é que nós devemos fazer?
  • 11:44 - 11:47
    WH: Eu tentei aumentar
    para 4000 milhões de dólares
  • 11:47 - 11:50
    a quantidade de recursos
    que a Segurança Social tem
  • 11:50 - 11:54
    para lidar, especificamente, com crianças
  • 11:54 - 11:57
    Acho que precisamos
    de mais juízes de imigração
  • 11:57 - 12:00
    a fim de dar andamento a estes processos,
  • 12:00 - 12:05
    e penso que precisamos de garantir
    que as pessoas tenham representação.
  • 12:05 - 12:10
    Eu tenho trabalhado com uma série
    de advogados por toda a fronteira
  • 12:10 - 12:14
    para garantir que eles consigam
    ter acesso às pessoas
  • 12:14 - 12:17
    que estão a ter estes problemas.
  • 12:17 - 12:20
    Isto é algo que nós devíamos
    conseguir projetar.
  • 12:21 - 12:23
    Por último, quando se trata de crianças,
  • 12:23 - 12:27
    devíamos fazer tudo o que podemos
    quando elas estão sob a nossa custódia,
  • 12:27 - 12:29
    para tomarmos conta delas.
  • 12:29 - 12:31
    AM: Tenho mais duas perguntas a fazer
  • 12:31 - 12:33
    antes de o deixar voltar ao trabalho.
  • 12:33 - 12:37
    A primeira é sobre o nosso
    foco aqui nos EUA
  • 12:37 - 12:39
    nas questões da imigração.
  • 12:39 - 12:41
    Se olharmos para certas estatísticas,
  • 12:41 - 12:46
    vemos que, em relação às pessoas
    que não têm documentos, nos EUA,
  • 12:46 - 12:49
    a maior parte das que têm ficado
    para além do limite de estadia dos vistos,
  • 12:49 - 12:51
    não chegaram pelas fronteiras.
  • 12:51 - 12:54
    Se olharmos para as pessoas
    que tentam entrar no país
  • 12:54 - 12:56
    que estão na lista de terroristas.
  • 12:56 - 12:59
    elas entram esmagadoramente
    pelos aeroportos
  • 12:59 - 13:00
    e não pelas fronteiras.
  • 13:00 - 13:02
    Se olharmos para as drogas
    que entram nos EUA,
  • 13:03 - 13:05
    e que têm feito parte desta conversa,
  • 13:05 - 13:08
    a vasta maioria dessas drogas
    entra pelos portos
  • 13:08 - 13:10
    e através de outros pontos de entrada,
  • 13:10 - 13:14
    não nas mochilas das pessoas
    que cruzam as fronteiras.
  • 13:14 - 13:15
    Algo que sempre pergunto
  • 13:15 - 13:17
    e sempre me preocupo com o governo,
  • 13:17 - 13:21
    é que nos concentramos
    muito numa coisa,
  • 13:21 - 13:24
    e a minha pergunta
    é se estamos concentrados
  • 13:24 - 13:26
    nessa conversa nacional
    sobre as fronteiras,
  • 13:26 - 13:29
    todos os dias e em cada minuto
    de cada dia,
  • 13:29 - 13:33
    se estamos a olhar
    completamente na direção errada,
  • 13:34 - 13:36
    WH: Eu concordaria com a sua premissa.
  • 13:37 - 13:40
    Comecemos pelos benefícios económicos.
  • 13:40 - 13:43
    Quando temos 3,6% de desemprego,
    o que é que isso significa?
  • 13:43 - 13:45
    Significa que precisamos
    de pessoal nas indústrias,
  • 13:45 - 13:48
    quer seja na agricultura
    ou na inteligência artificial.
  • 13:48 - 13:51
    Então porque é que não estamos
    a facilitar a imigração legal?
  • 13:51 - 13:53
    Devíamos conseguir fazê-lo
    com base no mercado
  • 13:53 - 13:56
    a fim de as pessoas entrarem
  • 13:56 - 13:58
    e serem membros produtivos
    da nossa sociedade.
  • 13:58 - 14:01
    Quando se trata da questão das drogas,
    de que falou,
  • 14:01 - 14:03
    sim, está nos portos de entrada,
  • 14:03 - 14:05
    mas está também a entrar pela costa.
  • 14:05 - 14:07
    A guarda costeira só consegue agir
  • 14:07 - 14:11
    em 25% das informações que tem
  • 14:11 - 14:13
    sobre as drogas que entram no nosso país.
  • 14:13 - 14:17
    A métrica que devíamos usar
  • 14:17 - 14:22
    é vermos a diminuição
    das mortes por " overdose" de drogas,
  • 14:22 - 14:25
    vermos a diminuição na imigração ilegal.
  • 14:25 - 14:31
    Não é quantos quilómetros de vedações
    temos construído.
  • 14:31 - 14:35
    Assim, temos beneficiado
    da fuga de cérebros de cada país
  • 14:35 - 14:36
    nas últimas décadas.
  • 14:37 - 14:38
    Eu quero que isso continue,
  • 14:38 - 14:41
    e quero que isso continue
    com o trabalho duro.
  • 14:41 - 14:42
    Posso contar isto:
  • 14:42 - 14:47
    no último Congresso, Pete Aguilar,
    um Democrata da Califórnia, e eu
  • 14:47 - 14:49
    apresentámos um projeto de lei
    chamado Lei EUA:
  • 14:49 - 14:53
    uma forte segurança na fronteira,
    uma linha de fluxo de imigração legal,
  • 14:53 - 14:56
    retificar a DACA — Ação Diferida
    para a Chegada de Crianças —
  • 14:56 - 14:58
    1,2 milhões de crianças
    só conhecem os EUA como o seu lar.
  • 14:58 - 15:01
    Estas crianças, ou melhor,
    estes rapazes e raparigas,
  • 15:01 - 15:02
    já são americanos.
  • 15:02 - 15:06
    Não deixemos que eles passem
    por mais incertezas
  • 15:06 - 15:08
    e façamos que isso finalmente aconteça.
  • 15:08 - 15:12
    Tivemos 245 pessoas dispostas
    a assinar este projeto de lei,
  • 15:12 - 15:16
    mas ele não foi permitido avançar
    por um "speaker" Republicano,
  • 15:16 - 15:20
    e o atual "speaker" Democrata
    também não transformou este projeto
  • 15:20 - 15:23
    numa coisa que conseguiríamos aprovar.
  • 15:23 - 15:24
    AM: Quero terminar,
  • 15:24 - 15:29
    e o senhor talvez seja mais conhecido
    — não sei se isso é justo —
  • 15:29 - 15:31
    mas fez uma viagem com Beto O'Rourke
  • 15:31 - 15:34
    do seu distrito até Washington, DC,
  • 15:34 - 15:37
    e tornou-se conhecido
    por fazer acordos
  • 15:37 - 15:40
    e promover estas
    conversas bipartidárias.
  • 15:40 - 15:43
    Uma das coisas que eu tenho
    visto o senhor dizer repetidamente
  • 15:43 - 15:46
    é como somos todos unidos
  • 15:46 - 15:49
    e acho que, quando pensamos
    na linguagem da imigração,
  • 15:49 - 15:53
    e começamos a ouvir palavras
    sobre inimigos e militarização,
  • 15:53 - 15:58
    a real questão é:
    Como convencemos todos os americanos
  • 15:58 - 16:00
    a perceberem o que o senhor diz
  • 16:00 - 16:03
    que há mais coisas que nos une
    do que as que nos separam?
  • 16:04 - 16:07
    WH: Percorrer um distrito
    como o meu, que é 50-50
  • 16:07 - 16:09
    — 50% Democrata, 50% Republicano —
  • 16:09 - 16:11
    tem-me tornado muito claro
  • 16:11 - 16:13
    que há muito mais que nos une
    do que o que nos separa.
  • 16:13 - 16:16
    Se nos concentrarmos naquilo
    em que concordamos,
  • 16:16 - 16:17
    todos seremos melhores.
  • 16:17 - 16:20
    Eu não vou conseguir
    um prémio de presença perfeito
  • 16:20 - 16:21
    por ir à igreja,
  • 16:21 - 16:24
    mas lembro-me,
    quando Jesus estava no segundo templo
  • 16:24 - 16:28
    e os fariseus lhe perguntaram
    qual era o mandamento mais importante,
  • 16:28 - 16:31
    ele disse: "Amem o próximo com
    todo o vosso coração, mente e alma"
  • 16:31 - 16:34
    mas as pessoas esquecem
    que ele também disse:
  • 16:34 - 16:37
    "E tão importante amar o próximo
    quanto a nós mesmos".
  • 16:37 - 16:40
    Se nos lembrarmos disso
    e percebermos o que isso significa,
  • 16:40 - 16:42
    e o que teríamos de estar a passar
  • 16:42 - 16:45
    se vivêssemos numa situação
  • 16:45 - 16:49
    em que enviássemos um filho nosso
    numa viagem arriscada de 5000 km,
  • 16:50 - 16:53
    porque pensávamos que era
    a única coisa para o futuro dele,
  • 16:53 - 16:57
    a única coisa que podíamos fazer
    para lhe garantir um futuro brilhante,
  • 16:57 - 16:59
    se todos nós nos lembrarmos disso,
  • 16:59 - 17:02
    e pensarmos no que faríamos
    nessa situação,
  • 17:02 - 17:04
    acho que também seríamos melhores.
  • 17:04 - 17:07
    AM: Obrigada, deputado. Muito obrigada
    por se juntar a nós esta noite.
  • 17:07 - 17:10
    (Aplausos)
Title:
Um muro não solucionará os problemas na fronteira dos EUA
Speaker:
Will Hurd e Anne Milgram
Description:

"Construir uma estrutura de betão de 9 metros de uma costa a outra é a forma mais cara e menos eficaz de garantir a segurança na fronteira", diz o congressista Will Hurd, um Republicano do Texas cujo distrito engloba dois fusos horários e partilha uma fronteira de 1300 km com o México.
Falando de Washington, DC numa entrevista por vídeo com a antiga procuradora geral Anne Milgram, Hurd discute a politica do governo na fronteira e a sua controversa detenção e práticas de separação de crianças — e aponta passos na direção a um futuro melhor na fronteira.
(Gravado no TED World Theater de Nova Iorque em 10 de setembro de 2019)

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:23

Portuguese subtitles

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