Precisamos de acompanhar a evolução dos recursos hídricos no mundo, tal como fazemos com o clima
-
0:01 - 0:04Precisamos de criar um serviço
meteorológico hídrico. -
0:04 - 0:08Entretanto, enquanto não exigirmos,
coletivamente, responsabilização -
0:08 - 0:10não deverão existir
incentivos financeiros. -
0:12 - 0:16A primeira vez que fiz uma palestra,
foi aqui no TED, há oito anos. -
0:17 - 0:19Recém-formado, eu não sabia nessa altura
-
0:19 - 0:21que, naqueles poucos minutos no palco,
-
0:21 - 0:24estava a estruturar as perguntas
que me viriam a ser feitas -
0:24 - 0:25nos 10 anos seguintes.
-
0:26 - 0:28Como muitos jovens na faixa dos 20 anos,
-
0:28 - 0:31eu esperava resolver
os problemas do mundo -
0:31 - 0:33— mais especificamente,
os problemas mundiais da água — -
0:33 - 0:35com a minha tecnologia.
-
0:36 - 0:37Eu tinha muito que aprender.
-
0:39 - 0:40Era tentador acreditar,
-
0:40 - 0:44que os nossos maiores problemas
com a qualidade da água -
0:44 - 0:47persistem porque são
muito difíceis de identificar. -
0:48 - 0:49Eu julgava
-
0:49 - 0:54que só precisávamos de sensores
mais rápidos, mais simples e acessíveis. -
0:55 - 0:56Eu estava enganado.
-
0:58 - 1:02Embora seja verdade que
a gestão futura do problema da água -
1:02 - 1:06dependerá de mais tecnologia
e de melhores dados, -
1:06 - 1:10atualmente nós mal utilizamos
os poucos dados hídricos que temos. -
1:11 - 1:15Os nossos maiores problemas hídricos
mantêm-se em função do que não fazemos -
1:16 - 1:19e dos problemas
que falhamos em reconhecer. -
1:19 - 1:21Na verdade, há pouco a discutir
-
1:21 - 1:26sobre o que os dados hídricos
nos indicam a fazer como espécie: -
1:26 - 1:28precisamos de preservar mais,
-
1:28 - 1:30e precisamos de poluir menos.
-
1:30 - 1:35Mas os dados disponíveis hoje
não ajudarão a prever riscos emergentes -
1:35 - 1:37frente a mercados e a negócios.
-
1:37 - 1:40Estão rapidamente a tornar-se
inúteis nesse aspeto. -
1:40 - 1:43Os dados costumavam adicionar mais valor,
-
1:43 - 1:46mas nunca nos disseram
com uma precisão real -
1:46 - 1:48quanta água temos
-
1:48 - 1:50ou o que ela contém.
-
1:50 - 1:54Vamos considerar as estatísticas
do uso da água na década passada -
1:54 - 1:57de cada uma das nações do G20.
-
1:57 - 1:59Agora, o que esses números não mostram
-
1:59 - 2:04é que nenhum desses países mede
diretamente quanta água consome. -
2:04 - 2:06São tudo números estimados,
-
2:06 - 2:08e baseados em modelos antigos
-
2:08 - 2:11que não consideram a crise climática,
-
2:11 - 2:15nem consideram o seu impacto sobre a água.
-
2:16 - 2:20Em 2015, Chennai,
a sexta maior cidade da Índia, -
2:20 - 2:24foi atingida pelas piores cheias
dos últimos cem anos. -
2:25 - 2:29Atualmente, os seus reservatórios de água
estão praticamente vazios. -
2:29 - 2:32Levaram três anos para chegar aqui.
-
2:32 - 2:34Três anos de chuvas abaixo da média.
-
2:35 - 2:37Isso é menos tempo
do que muitas nações demoram -
2:37 - 2:39a lançar numa tabela
os seus dados hídricos, -
2:39 - 2:41incluindo os EUA.
-
2:41 - 2:44E embora existissem prognósticos
-
2:44 - 2:48prevendo grave escassez
de água em Chennai -
2:48 - 2:52nenhuma dessas previsões dizia
exatamente quando ou onde -
2:52 - 2:53essa escassez aconteceria.
-
2:54 - 2:57Este é um novo tipo do problema da água,
-
2:57 - 3:02porque o ritmo de mudança
de cada aspeto do nosso ciclo da água -
3:02 - 3:03está a acelerar.
-
3:04 - 3:06Um aviso das Nações Unidas, neste mês,
-
3:06 - 3:08revelou que, atualmente,
-
3:08 - 3:12enfrentamos todas as semanas
uma nova emergência climática. -
3:14 - 3:17Preveem-se maiores incertezas
a respeito da qualidade da água. -
3:17 - 3:21Em muitos países, as massas de água
raramente são testadas -
3:21 - 3:24para mais do que meia dúzia
de agentes contaminantes num ano. -
3:24 - 3:27Ao invés de testar, usamos
o que chamamos de "modelo de diluição" -
3:27 - 3:29para controlar a poluição.
-
3:29 - 3:33Imaginem que eu agarrava
numa piscina olímpica -
3:33 - 3:36enchia-a com água doce, e depois
adicionava-lhe uma gota de mercúrio. -
3:36 - 3:39Isso diluiria o mercúrio numa taxa
de um por mil milhões, -
3:39 - 3:41o que, de acordo com a
Organização Mundial da Saúde, -
3:42 - 3:43é considerado seguro.
-
3:43 - 3:47Mas se houver uma redução imprevista
na quantidade de água disponível -
3:47 - 3:52— menos lençóis freáticos, menos caudal,
menos água na piscina — -
3:52 - 3:54a diluição passaria a ser menor
-
3:54 - 3:57e as coisas passariam a ser mais tóxicas.
-
3:57 - 4:01É desta maneira que a maioria dos países
controlam a poluição. -
4:01 - 4:04Utilizam este modelo que lhes dá
uma quantidade segura de poluição. -
4:04 - 4:06O modelo claramente tem fragilidades,
-
4:06 - 4:09mas funcionou bastante bem
enquanto tínhamos água em abundância -
4:09 - 4:12e padrões de clima consistentes.
-
4:12 - 4:16Agora que já não temos isso,
vamos precisar de investir e desenvolver -
4:16 - 4:18novas estratégias de recolha de dados.
-
4:18 - 4:22Mas antes disso, temos de começar
a agir com os dados que já temos. -
4:23 - 4:25Isto é um incêndio
com combustível de aviação. -
4:25 - 4:27Como muitos de vocês sabem,
-
4:27 - 4:30os combustíveis de aviação
têm grande impacto na mudança climática. -
4:30 - 4:34O que talvez não saibam
é que o Departamento de Defesa dos EUA -
4:34 - 4:37é o maior consumidor mundial
de combustível de aviação. -
4:37 - 4:39E, quando usam esses combustíveis,
-
4:39 - 4:43impõem o uso da espuma
de combate a incêndios ilustrada na foto -
4:43 - 4:46que contém uma classe de produtos
químicos chamados PFAS. -
4:46 - 4:50Ninguém usa tanta espuma desta
como o Departamento de Defesa dos EUA. -
4:50 - 4:54Sempre que são usados, os PFAS
acabam nos nossos sistemas hídricos. -
4:55 - 4:59Globalmente, os militares têm utilizado
esta espuma desde os anos 70. -
5:00 - 5:03Sabemos que os PFAS causam o cancro
e defeitos congénitos, -
5:03 - 5:06e estão agora tão introduzidos
no meio ambiente -
5:06 - 5:10que os encontramos em praticamente
todo os os seres vivos que testamos, -
5:10 - 5:12incluindo nós mesmos.
-
5:13 - 5:17Até agora, o Departamento de Defesa
dos EUA não foi considerado responsável -
5:17 - 5:19por contaminação por PFAS,
-
5:19 - 5:21nem foi acusado legalmente.
-
5:21 - 5:25Embora exista uma tentativa para eliminar
estas espumas de combate a incêndios, -
5:25 - 5:29eles não estão a aderir a alternativas
mais seguras e eficazes. -
5:29 - 5:32Na realidade, estão a usar
outras moléculas de PFAS -
5:32 - 5:37que, até onde sabemos, podem
causar ainda piores danos à saúde. -
5:38 - 5:45Hoje, a responsabilidade do governo
está tão desgastada que quase desapareceu, -
5:45 - 5:49e o risco da responsabilidade sobre
a poluição das águas está a desaparecer. -
5:50 - 5:54Que tipo de incentivos isso cria para
investimentos no nosso futuro hídrico? -
5:55 - 6:01Na década passada, a média
de investimentos de fase inicial -
6:01 - 6:03em companhias de tecnologias da água
-
6:03 - 6:06totalizou menos de
30 milhões de dólares por ano. -
6:07 - 6:13Isso equivale a 0,12% do capital de risco
global para novas empresas. -
6:15 - 6:20E as despesas públicas não têm aumentado
com a rapidez necessária. -
6:20 - 6:24Uma análise mais profunda revela
que a água não é uma prioridade. -
6:25 - 6:30Em 2014, o governo norte-americano
gastava 11 dólares por cidadão -
6:30 - 6:32em infraestruturas hídricas,
-
6:32 - 6:36em comparação com 251 dólares
em infraestruturas informáticas. -
6:37 - 6:40Quando não usamos os dados que temos,
-
6:40 - 6:42não encorajamos o investimento
em novas tecnologias, -
6:42 - 6:45não encorajamos mais colheita de dados,
-
6:45 - 6:50e certamente não encorajamos investimentos
para assegurar um futuro para a água. -
6:51 - 6:53Então estamos condenados?
-
6:53 - 6:55Parte do que ainda estou a aprender
-
6:55 - 6:59é como contrabalançar
o inevitável e a urgência -
6:59 - 7:00com as coisas que podemos fazer,
-
7:00 - 7:03porque a Greta Thunberg
e a Rebelião contra a Extinção -
7:03 - 7:06não querem a nossa esperança,
querem as nossas ações. -
7:06 - 7:08Então o que podemos fazer?
-
7:08 - 7:13É difícil imaginar a vida
sem um serviço meteorológico, -
7:13 - 7:15mas antes do moderno serviço de previsão
-
7:15 - 7:17não tínhamos viagens aéreas comerciais,
-
7:17 - 7:21eram vulgar os navios perderem-se no mar,
-
7:21 - 7:24e uma simples tempestade
podia causar escassez de comida. -
7:25 - 7:28Mas assim que tivemos redes
de rádio e de telégrafo, -
7:28 - 7:31tudo o que era necessário
para resolver esses problemas, -
7:31 - 7:34foi acompanhar
o movimento das tempestades. -
7:35 - 7:39Isso estabeleceu a base para criar
um trabalho de colheita de dados global, -
7:39 - 7:44de que dependem atualmente
todos os lares e todos os negócios. -
7:44 - 7:48Tudo isso resultou da colheita de dados
contínua e coordenada, -
7:48 - 7:53e também da instituição
duma cultura que valorizava -
7:53 - 7:58o acesso e a partilha aberta
de tudo o que fosse descoberto -
7:58 - 8:00sobre os riscos que enfrentamos.
-
8:01 - 8:05Um serviço meteorológico hídrico global
ajudar-nos-ia a prever a escassez da água. -
8:06 - 8:11Poderia ajudar a implementar racionamentos
antes de os reservatórios secarem, -
8:12 - 8:15ajudar-nos a detetar uma contaminação
antes de ela se espalhar. -
8:15 - 8:18Poderia proteger as cadeias de produção
-
8:18 - 8:19assegurar o nosso suprimento alimentar,
-
8:20 - 8:21e, talvez o mais importante,
-
8:21 - 8:25permitiria uma estimativa precisa
-
8:25 - 8:28do risco necessário para podermos
tomar medidas contra isso. -
8:28 - 8:31Sabemos que podemos fazer isso
porque já o fizemos com o tempo. -
8:31 - 8:34Mas serão necessários recursos.
-
8:35 - 8:37Precisamos encorajar
maiores investimentos na água. -
8:38 - 8:40Investidores, investidores
em capital de risco; -
8:40 - 8:43uma porção dos nossos fundos e capitais
deveria ser dedicado à água. -
8:44 - 8:46Nada é mais valioso,
-
8:46 - 8:49e afinal, as empresas precisarão
de entender os riscos hídricos -
8:49 - 8:53para permanecerem competitivas
no mundo em que estamos a inserir-nos. -
8:53 - 8:55Além do capital de risco,
-
8:55 - 8:59há também muitos programas
governamentais promissores -
8:59 - 9:02que encorajam desenvolvimento econômico
através de incentivos fiscais. -
9:03 - 9:05Uma nova opção nos EUA
que a minha empresa está a usar -
9:06 - 9:07chama-se "zonas de oportunidade".
-
9:08 - 9:12Oferecem tratamento fiscal favorável
para investimento em ganhos de capital -
9:12 - 9:15em áreas designadas por serem
desfavorecidas e de baixas receitas. -
9:15 - 9:18São áreas que enfrentam
um enorme risco hídrico, -
9:20 - 9:22o que cria incentivos vitais
para trabalhar diretamente -
9:23 - 9:25com comunidades que mais precisam.
-
9:25 - 9:29E se vocês não estão a pensar
fazer esse tipo de investimento -
9:29 - 9:31mas possuem terras nos EUA,
-
9:31 - 9:34sabem que podem aproveitar
as vossas terras -
9:34 - 9:37para preservar permanentemente
a qualidade da água -
9:37 - 9:40em troca de uma servidão ecológica?
-
9:40 - 9:43Podem atribuir o direito perpétuo
a um fundo local -
9:43 - 9:44para conservar a vossa terra
-
9:45 - 9:47e criar metas de qualidade da água.
-
9:47 - 9:48E se cumprirem essas metas,
-
9:48 - 9:53podem ser recompensados anualmente
com um desconto fiscal substancial. -
9:54 - 9:59Quantas áreas a nossa comunidade
global poderia proteger -
9:59 - 10:02através destes e de outros programas?
-
10:03 - 10:06Têm muita força porque oferecem
acesso à propriedade real -
10:06 - 10:08necessária para estabelecer a fundação
-
10:08 - 10:11de um serviço meteorológico
global para a água. -
10:11 - 10:15Mas isso só funcionará
se usarmos esses programas -
10:15 - 10:17para aquilo que foram criados
-
10:17 - 10:20e não como meros veículos
de evasão fiscal. -
10:21 - 10:23Quanto foram criados
os incentivos à conservação, -
10:23 - 10:25ninguém podia prever até que ponto
-
10:25 - 10:29as empresas poluentes se envolveriam
nos movimentos ambientais. -
10:29 - 10:34Acostumámo-nos a ouvir as empresas
a falar sobre a crise climática -
10:34 - 10:36sem fazerem nada a esse respeito.
-
10:38 - 10:42Isso tem minado o legado
e o impacto desses programas, -
10:42 - 10:45mas também os preparou para reclamarem.
-
10:45 - 10:49Porque não utilizar
as servidões ecológicas como previsto -
10:49 - 10:52para estabelecer e alcançar
metas ambiciosas de conservação? -
10:53 - 10:57Porque não criar oportunidades
em zonas de oportunidades? -
10:57 - 11:02Porque fundamentalmente, a segurança
da água requer responsabilização. -
11:03 - 11:06Responsabilização não significa
que as empresas poluentes -
11:06 - 11:09patrocinem grupos ambientais e museus.
-
11:10 - 11:12Isso são conflitos de interesse.
-
11:13 - 11:16(Aplausos)
-
11:18 - 11:20Responsabilização é:
-
11:21 - 11:25tornar caro demais
o risco da sua responsabilidade -
11:25 - 11:29por continuarem a poluir
e a desperdiçar a nossa água. -
11:29 - 11:31Não podemos contentar-nos com palavras.
-
11:31 - 11:32É tempo de agir.
-
11:32 - 11:36E como começar melhor
do que com os nossos maiores poluidores, -
11:36 - 11:39particularmente, o Departamento de Defesa
norte-americano, -
11:39 - 11:41financiado pelos contribuintes.
-
11:41 - 11:44Quem e o quê estamos a proteger
quando os soldados americanos, -
11:44 - 11:46as suas famílias e as pessoas
que vivem no estrangeiro -
11:46 - 11:49perto das bases militares
americanas internacionais -
11:49 - 11:51estão todos a beber água tóxica?
-
11:51 - 11:55A segurança global não pode
continuar a depender do acaso -
11:55 - 11:57para proteger o nosso planeta
ou a nossa saúde coletiva. -
11:57 - 11:59A nossa sobrevivência depende disso.
-
11:59 - 12:01Analogamente,
-
12:01 - 12:03em muitos países, a agricultura depende
-
12:03 - 12:05de subsídios financiados
pelos contribuintes -
12:05 - 12:10pagos aos produtores para assegurar
e estabilizar o fornecimento de comida. -
12:10 - 12:14Esses incentivos são um ponto
crucial de influência para nós, -
12:15 - 12:17porque a agricultura é responsável
-
12:17 - 12:22pelo consumo de 70% de toda a água
que usamos anualmente. -
12:22 - 12:25O escoamento de fertilizantes e pesticidas
-
12:25 - 12:28são as duas maiores fontes
de poluição da água. -
12:28 - 12:31Temos de restruturar esses subsídios
para exigir melhor eficiência hídrica -
12:31 - 12:33e menos poluição.
-
12:34 - 12:37(Aplausos)
-
12:39 - 12:40E finalmente:
-
12:40 - 12:42não podemos esperar progresso
-
12:42 - 12:45sem estarmos dispostos a confrontar
os conflitos de interesse -
12:45 - 12:46que suprimem a ciência,
-
12:47 - 12:49que boicotam a inovação
-
12:49 - 12:51e desencorajam a transparência.
-
12:51 - 12:53É do interesse público
-
12:53 - 12:57medir e partilhar tudo
que possamos aprender e descobrir -
12:57 - 13:00sobre os riscos que enfrentamos
quanto à água. -
13:00 - 13:03A realidade só existe
quando for medida -
13:03 - 13:07e não precisa só da tecnologia
para ser medida. -
13:07 - 13:09Precisa do nosso empenho coletivo.
-
13:09 - 13:11Obrigado.
-
13:11 - 13:14(Aplausos)
- Title:
- Precisamos de acompanhar a evolução dos recursos hídricos no mundo, tal como fazemos com o clima
- Speaker:
- Sonaar Luthra
- Description:
-
Precisamos de um serviço meteorológico mundial para a água, diz o empresário e TED Fellow, Sonaar Luthra. Numa conversa sobre responsabilização ambiental, Luthra mostra como poderemos prever riscos e escassez de água com um esforço de colheita de dados global — tal como monitoramos o movimento das tempestades — e é melhor escutarmos o que a Terra nos está a dizer.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 13:29
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