Eu gostaria de perguntar
para todos neste auditório lindo,
exatamente como ele disse:
"Quando e alguma vez,
pensem na sua infância,
vocês foram ensinados a prestar atenção?"
Alguém já se sentou com vocês e disse:
"Passo 1. Passo 2. Passo 3.
É assim que se faz para prestar atenção".
Quero ver as mãos se levantarem
caso foram ensinados a prestar atenção
quando eram crianças.
(Risos)
Agora para aqueles que estão pensando,
que diabos eu estou dizendo?
E os que estão pensando
no próximo palestrante
ou se estou usando desodorante hoje?
(Risos)
Vocês são como eu.
Como podem ver.
Vocês são como eu!
Meu Deus do céu.
Eu lutei e continuo lutando
para prestar atenção.
E digo mais, vou levá-los de volta
ao ensino fundamental.
Vocês se lembram dos armários?
Nesta época do ano, todos usavam casacos,
e tínhamos um cubículo com armários,
deixávamos lá as coisas
que não podíamos levar à sala de aula.
Um dia, minha professora
achou uma boa ideia,
num dia que eu estava fora da terra:
"Chris, Chris".
Ela me levou até o armário
de casacos e disse:
"Acho que você vai ficar
mais focado aqui".
E fechou a porta atrás de mim.
Eu entrei, olhei ao redor
e disse: "Ah, sim".
Peguei todos os casacos,
joguei-os no chão,
uma pilha muito grande.
Peguei as folhas de desenho, arrumei-as,
e caí no sono bem em cima delas...
(Risos)
Fiquei lá deitado e dormi por três horas,
a professora me esqueceu.
(Risos)
Ela abriu a porta e acordei
e a primeira coisa que fiz foi:
"Sim, dormi na escola!
Foi incrível".
E então saí, todo feliz
e todos os meus amigos
me olhavam, dizendo:
"Cara, o que você estava fazendo lá?"
(Risos)
"O quê? Eu..."
então pensei:
"O que há de errado comigo?"
Eu era a criança do armário
de casacos, cara.
Ah, cara.
Agora avancemos mais alguns anos.
Imaginem isso: uma sala de aula,
carteiras lindas e alinhadas,
elas tinham repartições, estilo anos 70,
ficavam no canto e eram alaranjadas.
Grande e redondo, irado,
o tipo de coisa bem anos 70.
Tinha uma janelinha
pela qual era possível espiar.
Bem, foi lá que me puseram.
Eu estava sentado lá um dia,
viajando.
Alguém deixou um garoto como eu lá,
fiquei olhando e pensando
sobre o espaço, esse tipo de coisa,
fiquei olhando,
e vi o Big Brian.
O Big Brian é outro garoto
com dificuldade em manter o foco.
E o Big Brian estava
com o cofrinho totalmente à mostra,
e pensei comigo:
"Quantas bolinhas eu consigo jogar
no cofrinho do Big Brian...
(Risos)
antes que ele perceba?"
E a resposta foi 20.
(Risos)
Vinte.
Na vigésima, o Big Brian
pulou e disse, "Ei!"
Minha professora me pegou
pelo pescoço e me levou pelo corredor,
pegou mais folhas de caderno
e me deixou no corredor,
fiquei sentado lá, pensando:
"Cara, isso é muito legal".
Mas então, outra vez,
o mesmo pensamento:
"O que há de errado comigo, cara?
Por que estou aqui fora?"
Bem, sobrevivi, meu Deus do céu.
Sobrevivi ao inferno escolar,
o ensino fundamental,
e no ensino médio...
Bom, melhor nem falar do ensino médio.
Mas lá estava eu na formatura.
Formatura do ensino médio,
estava sentado lá, na fila,
todos estavam felizes,
estava suando como agora,
pois precisava tirar 94
na prova de espanhol para passar,
e fiquei sentado, pensando:
"Por favor, Deus, não quero ser
o garoto do armário de novo.
Não me faça ser o garoto
que fica na carteira com repartições.
Ah, não dessa vez, por favor".
Bem, vou dizer uma coisa.
É por isso que estou aqui hoje.
Eu gostaria de propor uma alternativa
a colocar crianças no armário
ou numa carteira reservada,
e só dizer a elas: "Prestem atenção".
Eu quero propor algo,
pois a alegria da minha vida
é a minha terapia com crianças e adultos
que têm dificuldades de atenção.
Eu quero apresentar a eles
o treinamento de consciência plena,
que te ensina a prestar atenção:
"Passo 1. Passo 2. Passo 3.
É assim que você mantém o foco".
Quem dera alguém tivesse me ensinado
a levar a atenção da minha mente
do cofrinho do Big Brian
para a chatice da matemática,
essa coisa chata que me faz
querer arrancar os cabelos.
É assim que digo: "Agora não, mente.
Olhe para os brincos
modernos da professora,
e ela achará que estou
prestando atenção nela".
E isso ajudou!
Bem, vou dizer uma coisa.
Meu presente para vocês é
uma pequena amostra da consciência plena.
Essa pequena amostra tem quatro passos,
e, em alguns minutos,
vou conduzi-los pelos quatro passos.
O primeiro passo é:
quero que todos fechem os olhos.
E o segundo passo será,
vou tocar esse sino,
quero que se concentrem
o máximo que puder,
eu sei que é difícil
para pessoas como eu,
se concentrem no som do sino.
É isso.
O terceiro passo,
se acham que estão divagando,
o que acontece comigo,
mesmo estando aqui,
se estiverem divagando,
voltem gentilmente ao som do sino.
É só voltar gentilmente.
E o quarto passo é,
quando não o escutarem mais,
abram os olhos e levantem a mão,
e iremos olhar ao redor.
É isso aí.
Aqui vamos nós.
Um. Dois. Três. Olhos fechados.
(Sino)
Olhem ao redor.
Lindo.
São 720 pessoas prestando atenção
na mesma coisa ao mesmo tempo.
Lindo.
Bem, desejo que todos aqui
espalhem as boas novas
do treinamento de consciência plena,
aprendam sobre ele, ensinem seus filhos,
apresentem o desafio a si mesmos.
Quero começar uma revolução,
pois não queremos mais perder
nossos sonhadores,
descobridores e realizadores,
mas queremos promover
nossos futuros Edisons, Einsteins,
Picassos, Louisa May Alcotts
e futuros grandes palestrantes do TED.
Muito obrigado.
(Aplausos)