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Como o racismo prejudica mulheres grávidas, e o que pode ajudar

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    A maioria de vocês, provavelmente,
    consegue se identificar comigo agora.
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    Meu coração está palpitando no meu peito.
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    Minhas mãos estão um pouco úmidas.
  • 0:11 - 0:12
    Estou suando.
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    E minha respiração está um pouco curta.
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    Essas sensações familiares
    são, obviamente,
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    resultado de estar de pé
    na frente de milhares de vocês
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    dando uma palestra
    que pode ser transmitida
  • 0:23 - 0:25
    a talvez mais um milhão de pessoas.
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    Mas as sensações físicas
    que estou vivenciando agora
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    são, na verdade, muito mais o resultado
    de um mecanismo mente-corpo básico.
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    Meu sistema nervoso está mandando
    uma enxurrada de hormônios,
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    como cortisol e adrenalina,
    para minha corrente sanguínea.
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    É uma resposta muito antiga e necessária,
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    que manda sangue e oxigênio
    para os órgãos e músculos
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    que posso precisar para responder
    rapidamente a uma ameaça em potencial.
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    Mas há um problema com essa resposta:
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    ela pode ser superativada.
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    Se enfrento diariamente
    esses fatores de estresse,
  • 0:57 - 1:00
    especialmente num longo período de tempo,
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    meu organismo pode ficar sobrecarregado.
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    Basicamente, se essa reposta
    não for frequente,
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    ela é supernecessária
    para meu bem-estar e sobrevivência.
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    Mas se acontecer demais,
    pode, de fato, me deixar doente.
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    Há cada vez mais pesquisas
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    que examinam a relação
    entre estresse crônico e doenças.
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    Doenças cardíacas e até mesmo o câncer
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    têm sido relacionados ao estresse.
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    E isso porque, com o tempo,
    muita ativação a partir do estresse
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    pode interferir com os processos
    corporais que me mantêm saudável.
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    Agora, imagine por um momento
    que eu estivesse grávida.
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    O que esse tipo de estresse,
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    particularmente durante a minha gravidez,
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    que tipo de impacto ele poderia causar
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    na saúde do meu feto em desenvolvimento?
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    Provavelmente você não ficará
    surpreso quando eu contar
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    que esse tipo de estresse
    durante a gravidez não é bom.
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    Ele pode até levar o corpo
    a iniciar o parto cedo demais,
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    porque, de modo geral, o estresse comunica
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    que o útero não é mais
    um lugar seguro para a criança.
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    O estresse durante a gravidez é ligado
    a coisas como hipertensão arterial
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    e baixo peso da criança ao nascer,
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    podendo causar uma série
    de desafios de saúde
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    que tornam o parto muito mais perigoso
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    tanto para os pais quanto para a criança.
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    Claro que o estresse, especialmente
    no nosso estilo de vida moderno,
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    é uma experiência
    um tanto universal, certo?
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    Talvez você nunca tenha
    dado uma palestra no TED,
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    mas enfrentou uma grande
    apresentação no trabalho,
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    uma repentina perda de emprego,
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    uma grande prova,
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    um conflito acalorado
    com um membro da família ou amigo.
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    Mas acontece que o tipo
    de estresse que vivenciamos,
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    e se estamos aptos a permanecer
    num estado relaxado por tempo suficiente
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    para manter nossos corpos funcionando bem,
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    depende muito de quem nós somos.
  • 2:43 - 2:47
    Cada vez mais pesquisas mostram
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    que pessoas que sofrem mais discriminação
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    têm mais chance de ter saúde precária.
  • 2:52 - 2:54
    Mesmo a ameaça de discriminação,
  • 2:54 - 2:58
    como a preocupação de poder ser parado
    pela polícia enquanto está dirigindo,
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    pode ter um efeito negativo na sua saúde.
  • 3:03 - 3:05
    O professor de Harvard,
    Dr. David Williams,
  • 3:05 - 3:09
    que deu início às ferramentas
    que provaram essas correlações,
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    diz que os grupos mais marginalizados
    da nossa sociedade
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    sofrem mais discriminação
    e têm mais impactos na sua saúde.
  • 3:17 - 3:20
    Eu me interesso por essas questões
    há mais de uma década.
  • 3:20 - 3:23
    Eu me interessei pela saúde materna
  • 3:23 - 3:25
    quando uma trajetória
    fracassada na medicina
  • 3:25 - 3:29
    me levou a buscar outras formas
    de ajudar pessoas grávidas.
  • 3:29 - 3:30
    Eu me tornei uma doula,
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    uma pessoa leiga, treinada para dar apoio
    a pessoas durante a gravidez e o parto.
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    E como sou latina e falo espanhol,
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    no meu primeiro trabalho voluntário
    num hospital público na Carolina do Norte,
  • 3:41 - 3:43
    vi claramente como raça e classe social
  • 3:43 - 3:46
    impactavam as experiências
    das mulheres que eu assistia.
  • 3:47 - 3:50
    Se olharmos as taxas de enfermidade
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    durante gravidez e parto,
  • 3:52 - 3:55
    veremos claramente o padrão
    descrito pelo Dr. Williams.
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    Mulheres afro-americanas, particularmente,
  • 3:58 - 4:01
    têm uma experiência totalmente
    diferente das mulheres brancas,
  • 4:01 - 4:04
    no que diz respeito a seus bebês
    nascerem saudáveis ou não.
  • 4:04 - 4:07
    Em algumas partes dos EUA,
    especialmente no extremo sul,
  • 4:07 - 4:10
    as taxas de mortalidade materna
    e infantil para mulheres negras
  • 4:10 - 4:14
    se aproximam, de fato,
    às taxas da África subsaariana.
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    Nessas mesmas comunidades, as taxas
    para mulheres brancas são quase zero.
  • 4:21 - 4:25
    Mesmo nacionalmente, as mulheres negras
    são quatro vezes mais propensas a morrer
  • 4:25 - 4:28
    durante a gravidez e o parto
    que mulheres brancas.
  • 4:28 - 4:31
    Quatro vezes mais propensas a morrer.
  • 4:31 - 4:33
    Elas também têm duas vezes mais chances
  • 4:33 - 4:36
    de seus bebês morrerem
    antes do primeiro ano de vida
  • 4:36 - 4:37
    do que bebês brancos.
  • 4:37 - 4:39
    E têm duas a três vezes mais chances
  • 4:39 - 4:42
    de dar à luz muito cedo,
    ou de dar à luz bebês magros demais:
  • 4:42 - 4:44
    um sinal de desenvolvimento insuficiente.
  • 4:45 - 4:49
    Mulheres nativas também são mais propensas
    a terem taxas mais altas desses problemas
  • 4:49 - 4:50
    do que mulheres brancas,
  • 4:50 - 4:53
    assim como certos grupos de latinas.
  • 4:53 - 4:56
    Na última década como doula,
    tornei-me jornalista e blogueira
  • 4:56 - 4:58
    e tenho tentado alertar
  • 4:58 - 5:01
    sobre como são diferentes
    as experiências das mulheres de cor,
  • 5:01 - 5:03
    particularmente mulheres negras,
  • 5:03 - 5:05
    quando se trata de gravidez
    e nascimento nos EUA.
  • 5:05 - 5:08
    Quando conto às pessoas
    sobre essas estatísticas terríveis,
  • 5:08 - 5:10
    sou geralmente confrontada
    com o pressuposto
  • 5:10 - 5:14
    de que isso se deve à pobreza
    ou à falta de acesso a cuidados.
  • 5:14 - 5:18
    Mas acontece que nenhuma
    dessas coisas explica a história inteira.
  • 5:18 - 5:22
    Mesmo mulheres negras de classe média
    têm resultados muito piores
  • 5:22 - 5:25
    do que suas equivalentes
    brancas de classe média.
  • 5:25 - 5:28
    Na verdade, a desigualdade
    aumenta entre esse grupo.
  • 5:29 - 5:32
    Enquanto o acesso à assistência
    ainda é, definitivamente, um problema,
  • 5:32 - 5:36
    mesmo mulheres de cor que recebem
    o tratamento pré-natal recomendado
  • 5:36 - 5:37
    ainda sofrem desses índices altos.
  • 5:38 - 5:40
    Então voltamos ao caminho
  • 5:40 - 5:44
    da discriminação para o estresse,
    para a saúde precária.
  • 5:44 - 5:49
    Isso começa a pintar um cenário que muitas
    pessoas de cor sabem que é verdade:
  • 5:49 - 5:51
    o racismo está, de fato,
    nos deixando doentes.
  • 5:52 - 5:54
    Ainda soa como exagero?
  • 5:54 - 5:58
    Considere isto: imigrantes,
    particularmente negros e latinos,
  • 5:58 - 6:02
    possuem, na realidade, uma saúde melhor
    logo que chegam aos EUA.
  • 6:02 - 6:06
    Mas quanto mais tempo eles permanecem
    neste país, pior se torna a saúde deles.
  • 6:06 - 6:08
    Pessoas como eu,
  • 6:08 - 6:11
    nascida nos Estados Unidos
    de pais imigrantes cubanos,
  • 6:11 - 6:14
    na verdade têm mais chance de ter
    saúde pior do que a dos avós.
  • 6:15 - 6:17
    É o que pesquisadores chamam
    de "paradoxo dos imigrantes"
  • 6:17 - 6:20
    e ilustra bem que há algo
    no meio ambiente dos EUA
  • 6:20 - 6:22
    que está nos deixando doentes.
  • 6:23 - 6:24
    Veja bem:
  • 6:24 - 6:27
    o problema de o racismo estar
    deixando pessoas de cor doentes,
  • 6:27 - 6:30
    especialmente mulheres negras
    e bebês, é vasto.
  • 6:30 - 6:32
    Poderia passar todo meu tempo
    com você falando sobre isso,
  • 6:32 - 6:36
    mas não vou, porque quero
    contar uma solução.
  • 6:36 - 6:40
    E as boas novas são: é uma solução
    que não é particularmente cara,
  • 6:40 - 6:43
    e não requer nenhum tratamento caro
    com fármacos ou novas tecnologias.
  • 6:43 - 6:46
    A solução é chamada de "O jeito de JJ".
  • 6:47 - 6:49
    Conheçam Jennie Joseph.
  • 6:49 - 6:52
    Ela é uma parteira em Orlando
    e arredores, na Flórida,
  • 6:52 - 6:55
    que tem atendido mulheres
    grávidas por mais de uma década.
  • 6:55 - 6:58
    Naquilo que ela chama
    de clínica de fácil acesso,
  • 6:58 - 7:02
    Jennie e seu time provêm cuidado pré-natal
    para mais de 600 mulheres por ano.
  • 7:03 - 7:08
    Suas clientes, cuja maioria
    é negra, haitiana e latina,
  • 7:08 - 7:09
    dão à luz no hospital local.
  • 7:10 - 7:14
    Mas, ao prover cuidado
    pré-natal acessível e respeitoso,
  • 7:14 - 7:16
    Jennie conseguiu algo notável:
  • 7:16 - 7:21
    quase todas as suas clientes dão à luz
    bebês saudáveis e a termo.
  • 7:21 - 7:24
    Seu método é enganadoramente simples.
  • 7:24 - 7:27
    Jennie diz que todas as suas consultas
    começam no balcão de recepção.
  • 7:27 - 7:31
    Cada membro do seu time, em todo o tempo
    em que uma mulher está na sua clínica,
  • 7:31 - 7:33
    é tão acolhedor quanto possível.
  • 7:33 - 7:36
    Ninguém é rejeitado
    devido à falta de recursos.
  • 7:36 - 7:40
    O jeito de JJ é fazer a verba dar certo,
    não importando os obstáculos.
  • 7:40 - 7:43
    Ninguém é castigado
    por chegar tarde às suas consultas.
  • 7:43 - 7:45
    Ninguém é denegrido ou menosprezado.
  • 7:46 - 7:50
    A sala de espera de Jennie parece mais
    a sala da sua tia do que uma clínica.
  • 7:50 - 7:53
    Ela chama esse espaço
    de "uma sala de aula disfarçada".
  • 7:54 - 7:56
    Com as cadeiras felpudas
    arranjadas em círculo,
  • 7:56 - 7:58
    mulheres esperam pelas consultas
  • 7:58 - 8:00
    em conversas individuais
    com um educador da equipe,
  • 8:00 - 8:02
    ou em aulas de pré-natal em grupo.
  • 8:03 - 8:05
    Quando, por fim, você
    é chamada para a consulta,
  • 8:05 - 8:09
    é cumprimentada pela Alexis ou Trina,
    duas das assistentes médicas da Jennie.
  • 8:09 - 8:13
    Ambas são jovens, afro-americanas e mães.
  • 8:13 - 8:15
    A abordagem delas é casual e amigável.
  • 8:15 - 8:17
    Durante uma visita,
  • 8:17 - 8:20
    observei Trina conversando
    com uma jovem que em breve seria mãe,
  • 8:20 - 8:22
    enquanto media sua pressão arterial.
  • 8:22 - 8:26
    Essa mãe latina estava tendo dificuldade
    de se alimentar por causa da náusea.
  • 8:26 - 8:29
    Enquanto Trina esvaziava
    o insuflador, ela dizia:
  • 8:29 - 8:31
    "Vamos avaliar uma mudança
    da sua medicação, certo?
  • 8:31 - 8:33
    Não podemos deixá-la sem comer".
  • 8:34 - 8:38
    Esse "nós" é, de fato, um aspecto
    realmente crucial do modelo da Jennie.
  • 8:38 - 8:40
    Ela vê sua equipe
    como parte de um time
  • 8:40 - 8:44
    que, em conjunto com a mulher
    e sua família, têm um objetivo:
  • 8:44 - 8:47
    levar a mulher a uma gravidez
    a termo com um bebê saudável.
  • 8:47 - 8:51
    Jennie diz que Trina e Alexis
    são o centro do seu modelo de cuidado
  • 8:51 - 8:55
    e que o papel dela como profissional
    da saúde é apenas apoiar o trabalho delas.
  • 8:55 - 8:57
    Trina passa grande parte
    do dia no celular,
  • 8:57 - 9:00
    trocando mensagens com clientes
    sobre todo tipo de coisas.
  • 9:00 - 9:04
    Uma mulher perguntou se a medicação
    que lhe foi prescrita no hospital
  • 9:04 - 9:06
    podia ser tomada durante a gravidez.
  • 9:06 - 9:08
    A resposta era não.
  • 9:08 - 9:12
    Outra mulher mandou mensagem com fotos
    de um bebê nascido sob cuidados da Jennie.
  • 9:13 - 9:16
    Por fim, quando você finalmente é chamada
    para ver a profissional da saúde,
  • 9:16 - 9:18
    você já tirou o peso das costas
    na sala de espera,
  • 9:18 - 9:21
    e já fez seu próprio teste
    de urina no banheiro.
  • 9:21 - 9:24
    Isso é uma grande mudança
    do modelo tradicional de medicina,
  • 9:24 - 9:29
    porque coloca a responsabilidade
    e informação de volta nas mãos da mulher.
  • 9:29 - 9:32
    Em vez de um contexto médico,
    no qual você possa ser castigada
  • 9:32 - 9:35
    por não estar seguindo
    as recomendações do profissional,
  • 9:35 - 9:38
    o tipo de contexto frequente
    a mulheres de baixa renda,
  • 9:38 - 9:41
    o modelo da Jennie
    é tão acolhedor quanto possível.
  • 9:41 - 9:44
    E esse apoio provê
    um amortecedor essencial
  • 9:44 - 9:49
    ao estresse do racismo e da discriminação
    que confrontam essas mulheres todo dia.
  • 9:50 - 9:53
    Mas aqui está a melhor
    coisa sobre o modelo da Jennie:
  • 9:53 - 9:56
    ele tem sido incrivelmente bem-sucedido.
  • 9:56 - 9:58
    Lembra-se das estatísticas que mostrei,
  • 9:58 - 10:01
    que mulheres negras têm mais
    chance de dar à luz muito cedo,
  • 10:01 - 10:03
    de dar à luz bebês
    com baixo peso ao nascer,
  • 10:03 - 10:07
    e até de morrer devido
    a complicações da gravidez e parto?
  • 10:07 - 10:11
    Bom, o método de JJ eliminou quase
    que por completo esses problemas,
  • 10:11 - 10:13
    começando com o que Jennie
    chama de "bebês magros".
  • 10:13 - 10:16
    Ela tem conseguido levar
    quase todas suas clientes a termo
  • 10:16 - 10:19
    com bebês saudáveis
    e corpulentos como este.
  • 10:20 - 10:22
    Audiência: Oh!
  • 10:22 - 10:27
    Miriam Zoila Pérez: Esta menina nasceu
    junho passado, de uma cliente de Jennie.
  • 10:28 - 10:31
    Uma população similar
    de mulheres na área de Jennie
  • 10:31 - 10:33
    que deu à luz no mesmo hospital
    em que as clientes dela deram
  • 10:33 - 10:36
    tinha três vezes mais chance de dar à luz
  • 10:36 - 10:39
    um bebê abaixo de um peso saudável.
  • 10:39 - 10:42
    Jennie está fazendo progresso
    no que tem sido visto por décadas
  • 10:42 - 10:44
    como um problema quase que intrátavel.
  • 10:45 - 10:47
    Alguns de vocês podem estar pensando
  • 10:47 - 10:49
    que toda a atenção individual
    que o Jeito de JJ requer
  • 10:49 - 10:52
    deve ser muito cara
    para ser aplicada em escala.
  • 10:52 - 10:53
    Bom, você estaria errado.
  • 10:53 - 10:57
    A consulta com o profissional da saúde
    não é o centro do modelo de Jennie,
  • 10:57 - 10:58
    e por uma boa razão.
  • 10:58 - 11:01
    Essas consultas são caras,
    e a fim de manter seu modelo,
  • 11:01 - 11:04
    ela tem que atender muitas clientes
    para cobrir os custos.
  • 11:04 - 11:07
    Mas Jennie não tem que passar
    muito tempo com cada mulher,
  • 11:07 - 11:12
    se cada membro do seu time puder
    providenciar o apoio, informação
  • 11:12 - 11:14
    e cuidado de que suas clientes precisam.
  • 11:15 - 11:18
    A beleza do modelo de Jennie
    é que ela acredita, de fato,
  • 11:18 - 11:21
    que ele pode ser implementado
    praticamente em qualquer centro de saúde.
  • 11:21 - 11:24
    É uma revolução no atendimento
    só esperando para acontecer.
  • 11:25 - 11:28
    Esses problemas que compartilhei
    com vocês são grandes.
  • 11:28 - 11:31
    Eles vêm de longas histórias
    de racismo e preconceito social,
  • 11:31 - 11:34
    de uma sociedade baseada em raça
    e estratificação de classes.
  • 11:34 - 11:38
    Eles envolvem mecanismos psicológicos
    elaborados destinados a nos proteger,
  • 11:38 - 11:41
    que, quando superestimulados,
    na verdade, nos deixam doentes.
  • 11:41 - 11:44
    Mas se há uma coisa que aprendi
    do meu trabalho como doula,
  • 11:44 - 11:48
    é que um pouquinho de apoio
    incondicional pode realmente ir longe.
  • 11:48 - 11:50
    A história mostra que as pessoas
    são incrivelmente resilientes,
  • 11:50 - 11:52
    e embora não possamos erradicar o racismo
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    ou o estresse que resulta
    dele de um dia para o outro,
  • 11:55 - 11:58
    nós podemos justamente
    criar ambientes que aliviam
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    o que pessoas de cor
    vivenciam diariamente.
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    E durante a gravidez, esse alívio
    pode ser uma ferramenta incrível,
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    para mudar o impacto do racismo,
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    para as futuras gerações.
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    Obrigada.
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    (Aplausos)
Title:
Como o racismo prejudica mulheres grávidas, e o que pode ajudar
Speaker:
Miriam Zoila Pérez
Description:

O racismo está deixando as pessoas doentes, especialmente mulheres negras e bebês, diz Miriam Zoila Pérez. A doula que se tornou jornalista fala sobre a relação entre raça, classe e doença e nos conta sobre um programa de cuidados pré-natais extremamente compassivo que pode aliviar mulheres grávidas do estresse que pessoas de cor sofrem todos os dias.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:25

Portuguese, Brazilian subtitles

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