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Plantas modestas que ocultam segredos surpreendentes

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    Para mim, é um grande privilégio
    estar a trabalhar
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    num dos mais importantes
    locais de biodiversidade do mundo:
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    as Ilhas Mascarenhas no Oceano Índico.
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    Estas ilhas
    — Maurícia, Rodrigues e Reunião —
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    juntamente com a ilha de Madagáscar,
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    têm a benção de ter plantas únicas
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    que não se encontram
    em mais parte nenhuma do mundo.
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    Hoje vou falar-vos de cinco dessas plantas
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    e das suas características especiais
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    e por que razão essas plantas
    são tão especiais.
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    Olhem para esta planta.
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    Chamo-lhe benjoim no vernáculo local,
  • 0:34 - 0:37
    e o nome botânico é "Terminalia bentzoe",
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    subespécie "bentzoe".
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    Esta subespécie é endémica
    na Ilha Maurícia.
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    A sua característica principal
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    é a sua heterofilia.
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    O que é que eu quero dizer
    com heterofilia?
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    É que a mesma planta tem folhas
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    que são diferentes na forma e no tamanho.
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    Estas plantas evoluíram
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    muito longe do continente,
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    dentro de ecossistemas específicos.
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    Com frequência,
    estas características especiais
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    evoluíram em resposta à ameaça
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    apresentada pela fauna local,
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    neste caso, as tartarugas herbívoras.
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    Sabe-se que as tartarugas
    têm uma visão deficiente
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    e, por isso, têm tendência
    para evitar as plantas
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    que não reconhecem.
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    Assim, estas fuga evolutiva
    salvaguarda a planta
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    contra esses animais,
    aliás, bem simpáticos,
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    protegem-na e, claro,
    garantem a sua sobrevivência.
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    Agora, provavelmente,
    vocês devem estar a pensar:
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    "Porque é que ela nos está
    a contar estas histórias?"
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    A razão é que temos tendência
    para subestimar
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    a diversidade e a variedade
    do mundo natural.
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    Estes "habitats" especiais são únicos
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    e albergam uma grande série de plantas.
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    Não temos a noção do valor
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    e da preciosidade destes recursos.
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    Mas, por causa da nossa indiferença,
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    continuamos a destruí-los.
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    Todos conhecemos bem
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    o macroimpacto da urbanização,
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    da mudança climática,
    da exploração de recursos.
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    Mas, quando esta última planta
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    — ou animal, vem a dar na mesma —
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    quando este último espécime
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    desaparecer da face da Terra,
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    teremos perdido todo
    um subconjunto
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    da biologia da Terra
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    e, com ele, desaparecerão para sempre
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    plantas importantes
    com potencial medicinal
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    ou que podem conter ingredientes
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    que interessam à cosmética,
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    à nutrição, à farmacopeia
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    e, até mesmo, a setores etno-veterinários.
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    Temos aqui o exemplo muito significativo
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    do dodó icónico, que vem da Maurícia.
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    Sabemos que é hoje um símbolo de extinção.
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    Sabemos que as plantas desempenham
    um papel fundamental.
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    Primeiro que tudo, alimentam-nos
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    e também nos dão
    o oxigénio que respiramos.
  • 2:54 - 2:56
    Mas as plantas são também a fonte
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    de importantes ingredientes
    biologicamente ativos
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    que devíamos estudar com muita atenção,
  • 3:03 - 3:07
    porque as sociedades humanas,
    ao longo de milénios,
  • 3:07 - 3:10
    desenvolveram
    um conhecimento importante,
  • 3:10 - 3:12
    tradições culturais
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    e importantes recursos medicinais,
    com base nas plantas.
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    Eis um dado:
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    Cerca de 1,4% de toda a superfície
    da Terra
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    alberga 40% das espécies
    das plantas superiores,
  • 3:27 - 3:29
    e 35% das espécies de vertebrados.
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    Estes 1,4% representam
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    os 25 pontos quentes
    da biodiversidade no mundo.
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    Estes 1,4% de toda a superfície da terra
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    já forneceram 35% dos serviços
    de ecossistema
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    de que dependem as pessoas vulneráveis.
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    Como podem ver, a ilha Maurícia
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    — onde eu trabalho e onde vivo —
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    pretence a um desses importantes
    locais de biodiversidade.
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    Eu estudo as plantas únicas da ilha
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    quanto às suas aplicações biomedicinais.
  • 4:01 - 4:04
    Voltemos um pouco atrás
    para a primeira planta que vos mostrei,
  • 4:04 - 4:08
    a que tem folhas com formas
    e tamanhos diferentes,
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    a "Terminalia bentzoe",
    subespécie "bentzoe",
  • 4:11 - 4:14
    uma planta só encontrada na Ilha Maurícia.
  • 4:14 - 4:16
    A população local
  • 4:16 - 4:18
    usava uma decocção das folhas
  • 4:18 - 4:20
    contra as doenças infeciosas.
  • 4:20 - 4:22
    O nosso trabalho, ou seja,
  • 4:22 - 4:26
    a validação científica
    desta informação tradicional,
  • 4:26 - 4:28
    demonstrou que, de facto,
  • 4:28 - 4:32
    o extrato desta folha
    mostra uma atividade poderosa
  • 4:32 - 4:35
    contra uma série de bactérias
  • 4:35 - 4:37
    que podem ser patogénicas
    para os seres humanos.
  • 4:38 - 4:40
    Poderá esta planta ser a resposta
  • 4:40 - 4:42
    para a resistência aos antibióticos?
  • 4:43 - 4:45
    A resistência aos antibióticos
    está a provar
  • 4:45 - 4:47
    ser um grande problema, globalmente.
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    Embora não tenhamos a certeza,
    há uma coisa que é certa:
  • 4:50 - 4:53
    não queremos que esta planta desapareça.
  • 4:53 - 4:55
    Mas a dura realidade
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    é que esta planta, em especial,
  • 4:57 - 5:00
    é considerada vulnerável
  • 5:00 - 5:02
    no seu "habitat" natural.
  • 5:02 - 5:04
    Isso leva-me a outro exemplo.
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    Este arbusto é conhecido
    por "baume de l'île plate"
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    no vernáculo local.
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    O nome botânico é "Psiadia arguta".
  • 5:12 - 5:14
    É uma planta que é rara
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    que é endémica na Ilha Maurícia.
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    Costumava crescer no continente
  • 5:18 - 5:20
    mas, dada a forte pressão da urbanização,
  • 5:20 - 5:23
    foi empurrada do continente.
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    Conseguimos salvá-la da quase extinção
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    criando plantas "in vitro"
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    que estão agora
    a desenvolver-se na Natureza.
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    Tenho que esclarecer já uma coisa:
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    nem todas as plantas
    podem ser criadas "in vitro".
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    Tal como nós, os seres humanos,
  • 5:40 - 5:42
    nos sentimos contentes
    na nossa zona de conforto,
  • 5:42 - 5:44
    também estas precisam
  • 5:44 - 5:46
    que os seus ecossistemas
    sejam preservados.
  • 5:46 - 5:49
    As plantas endémicas
  • 5:49 - 5:52
    não reagem às mudanças
    muito profundas no seu ecossistema
  • 5:52 - 5:54
    e, no entanto,
    sabemos quais são os perigos
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    — a alteração climática, por exemplo —
  • 5:56 - 5:58
    que estas plantas enfrentam.
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    A população local também usa estas folhas
  • 6:00 - 6:02
    na medicina tradicional
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    contra problemas respiratórios.
  • 6:04 - 6:06
    O nosso trabalho preliminar de laboratório
  • 6:06 - 6:08
    sobre o extrato das folhas,
  • 6:08 - 6:12
    mostrou que, de facto,
    estas folhas contêm ingredientes
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    que são muito próximos,
    em termos de estruturas,
  • 6:15 - 6:18
    de estruturas químicas, dos medicamentos
  • 6:18 - 6:20
    que se vendem nas farmácias,
    contra a asma.
  • 6:22 - 6:23
    Portanto, quem sabe
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    o que a Humanidade poderia beneficiar,
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    se esta planta decidisse revelar
    todos os seus segredos.
  • 6:30 - 6:33
    Eu venho do mundo em desenvolvimento
  • 6:33 - 6:36
    em que estamos sempre
    a ser desafiados com esta questão
  • 6:36 - 6:38
    da explosão da população.
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    África é o continente
    que está a ficar mais novo.
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    Sempre que se fala
    sobre a explosão populacional,
  • 6:44 - 6:47
    fala-se sobre a questão
    da segurança alimentar
  • 6:47 - 6:50
    como sendo o outro lado da mesma moeda.
  • 6:50 - 6:52
    Esta planta aqui, o imbondeiro,
  • 6:52 - 6:54
    pode ser uma parte da resposta.
  • 6:54 - 6:57
    É uma planta alimentícia,
    subaproveitada, negligenciada.
  • 6:57 - 7:00
    Define a paisagem da África Ocidental,
  • 7:00 - 7:02
    onde é conhecida como a árvore da vida.
  • 7:02 - 7:04
    Já vos vou dizer
  • 7:04 - 7:07
    porque é que os africanos
    a consideram como a árvore da vida.
  • 7:08 - 7:09
    Curiosamente, há muitas lendas
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    que estão associadas a esta planta.
  • 7:12 - 7:13
    Por causa do seu grande tamanho,
  • 7:13 - 7:16
    considerava-se que dominava
    as plantas mais pequenas.
  • 7:16 - 7:18
    Então Deus não gostou dessa arrogância,
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    desenraizou-o e plantou-o
    de pernas para o ar.
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    Daí a sua forma peculiar.
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    Se olharem de novo para esta árvore,
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    dentro do contexto africano,
  • 7:28 - 7:32
    na África Ocidental,
    é conhecido como a árvore das palavras
  • 7:32 - 7:35
    porque desempenha
    importantes funções sociais.
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    Se houver um problema na comunidade,
  • 7:37 - 7:39
    reunir à sombra da árvore das palavras
  • 7:39 - 7:41
    com os chefes ou os homens da tribo,
  • 7:41 - 7:44
    é sinónimo de tentar encontrar
    uma solução para esse problema,
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    e também de reforçar
    a confiança e o respeito
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    entre os membros da comunidade.
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    Do ponto de vista científico,
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    há oito espécies de imbondeiros no mundo.
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    Uma é de África,
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    outra é da Austrália,
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    e seis são endémicas
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    na ilha de Madagáscar.
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    O que vos mostrei
  • 8:05 - 8:06
    é o de África,
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    "Adansonia digitata".
  • 8:08 - 8:10
    A flor, esta bela flor branca,
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    abre-se à noite,
    é polinizada pelos morcegos
  • 8:13 - 8:16
    e dá origem ao fruto
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    que, curiosamente,
    é conhecido por "maçã do macaco".
  • 8:18 - 8:20
    Os macacos não são animais estúpidos.
  • 8:20 - 8:22
    Sabem o que é bom para eles.
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    Se abrirmos o fruto do embondeiro,
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    veremos uma polpa branca, farinhenta,
  • 8:27 - 8:29
    que é muito rica em nutrientes
  • 8:30 - 8:32
    e tem proteínas,
  • 8:32 - 8:35
    mais proteínas do que o leite humano.
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    Pois é, ouviram bem:
  • 8:37 - 8:40
    mais proteínas do que o leite humano!
  • 8:41 - 8:42
    Esta é uma das razões
  • 8:42 - 8:45
    por que as empresas mundiais de alimentos
  • 8:45 - 8:47
    andam à procura deste fruto
    para proporcionar
  • 8:47 - 8:49
    o que conhecemos
    como comida reforçada.
  • 8:50 - 8:53
    As sementes dão um óleo,
    um óleo muito estável
  • 8:53 - 8:56
    que é procurado
    pela indústria da cosmética
  • 8:56 - 8:59
    para fabricar, por exemplo.
    loções para o corpo,
  • 9:00 - 9:02
    Se repararem no tronco,
  • 9:02 - 9:04
    o tronco conserva a água
  • 9:04 - 9:08
    que é, com frequência,
    colhida por um viajante sedento.
  • 9:08 - 9:10
    As folhas são usadas
    na medicina tradicional
  • 9:10 - 9:11
    contra as doenças infeciosas.
  • 9:11 - 9:14
    Podem ver agora porque é
    que os africanos a consideram
  • 9:14 - 9:16
    a árvore da vida.
  • 9:16 - 9:18
    É uma planta completa.
  • 9:18 - 9:20
    Na verdade, o grande tamanho
    destas árvores
  • 9:20 - 9:22
    esconde um enorme potencial,
  • 9:22 - 9:26
    não só para a indústria farmacêutica,
    como a alimentar e a cosmética.
  • 9:26 - 9:27
    O que aqui vos mostrei
  • 9:27 - 9:30
    é apenas a espécie de África,
  • 9:30 - 9:32
    a "Adansonia digitata".
  • 9:32 - 9:35
    Em Madagáscar temos seis espécies,
  • 9:35 - 9:38
    e não sabemos qual é
    o potencial desta planta,
  • 9:38 - 9:39
    mas há uma coisa que sabemos,
  • 9:39 - 9:43
    é que se considera que a flora
    está ameaçada de extinção.
  • 9:43 - 9:46
    Vou levar-vos a África de novo,
  • 9:46 - 9:49
    e apresentar-vos a uma
    das minhas plantas preferidas,
  • 9:49 - 9:50
    a planta da ressurreição.
  • 9:51 - 9:54
    Vão ver que, aqui,
    até Jesus tinha competição.
  • 9:54 - 9:56
    (Risos)
  • 9:56 - 9:58
    Esta planta aqui desenvolveu
  • 9:58 - 10:01
    uma enorme tolerância à seca,
  • 10:01 - 10:04
    que lhe permite aguentar
  • 10:04 - 10:07
    até 98% de desidratação
    durante o período de um ano
  • 10:08 - 10:09
    sem sofrer danos.
  • 10:10 - 10:14
    Mas consegue regenerar-se quase totalmente
  • 10:14 - 10:17
    de um dia para o outro,
    em 24 horas e dar flor.
  • 10:18 - 10:20
    Nós, os seres humanos,
  • 10:20 - 10:23
    andamos sempre
    à procura do elixir da juventude.
  • 10:23 - 10:25
    Não queremos envelhecer e temos razão.
  • 10:25 - 10:28
    Porque não, principalmente
    se pudermos consegui-lo?
  • 10:28 - 10:31
    Isto dá-nos uma indicação
  • 10:31 - 10:33
    do aspeto que a planta
    tinha anteriormente.
  • 10:34 - 10:37
    Se formos um jardineiro inexperiente,
  • 10:37 - 10:39
    o que faremos, quando formos ao jardim,
  • 10:39 - 10:41
    é arrancar esta planta, porque está morta.
  • 10:41 - 10:44
    Mas, se a regarmos, é isto que obtemos.
  • 10:46 - 10:48
    Espantoso!
  • 10:48 - 10:50
    Se olharmos para o nosso envelhecimento,
  • 10:50 - 10:53
    o processo de envelhecimento,
    de facto, é a perda de água
  • 10:53 - 10:56
    da epiderme superior,
    que resulta nas rugas,
  • 10:56 - 10:58
    como todos sabemos,
    em especial as mulheres.
  • 10:58 - 11:00
    Todas temos consciência disso.
  • 11:00 - 11:04
    Esta planta está a dar
    aos químicos da cosmética
  • 11:04 - 11:06
    ingredientes muito importantes
  • 11:06 - 11:09
    que, na verdade, estão a encontrar formas
  • 11:09 - 11:12
    de abrandar o processo de envelhecimento
  • 11:12 - 11:14
    e, ao mesmo tempo, de reforçar as células
  • 11:14 - 11:17
    contra o massacre das toxinas ambientais.
  • 11:18 - 11:21
    Estes quatro exemplos
  • 11:21 - 11:24
    que acabei de vos dar
  • 11:24 - 11:27
    são apenas um alerta muito superficial
  • 11:27 - 11:33
    sobre como a nossa saúde
    e a nossa sobrevivência
  • 11:33 - 11:35
    estão estreitamente ligadas
  • 11:35 - 11:37
    à saúde e à resiliência
  • 11:37 - 11:39
    do nosso ecossistema.
  • 11:39 - 11:41
    É um alerta para que
    tenhamos o maior cuidado
  • 11:41 - 11:43
    em preservar a biodiversidade.
  • 11:44 - 11:47
    Sempre que se deita abaixo uma floresta,
  • 11:47 - 11:50
    sempre que se drena um pântano,
  • 11:50 - 11:54
    é um laboratório potencial que desaparece,
  • 11:54 - 11:57
    e que nunca, mas nunca mesmo,
    voltamos a recuperar.
  • 11:57 - 11:58
    Sei do que estou a falar,
  • 11:58 - 12:01
    porque venho da Ilha Maurícia
    e sinto a falta do dodó.
  • 12:02 - 12:04
    Vou acabar com um último exemplo.
  • 12:06 - 12:08
    As questões da conservação, normalmente,
  • 12:08 - 12:12
    são orientadas
    para plantas raras, endémicas,
  • 12:12 - 12:15
    mas aquilo a que chamamos
    plantas exóticas,
  • 12:15 - 12:16
    ou seja, as que crescem
  • 12:16 - 12:19
    em muitos "habitats" diferentes
    por todo o mundo,
  • 12:19 - 12:21
    também têm que ser consideradas.
  • 12:21 - 12:22
    Sabem porquê?
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    Porque o ambiente desempenha
    um papel muito importante
  • 12:26 - 12:28
    na modificação da composição dessa planta.
  • 12:29 - 12:32
    Vejamos esta planta aqui,
    a "Centella asiatica".
  • 12:32 - 12:34
    É uma erva daninha.
  • 12:34 - 12:35
    Chamamos-lhe uma erva daninha.
  • 12:35 - 12:39
    Mas, a "Centella asiatica".
    cresce em todo o mundo
  • 12:39 - 12:41
    em muitos "habitats" diferentes
    — em África, na Ásia —
  • 12:41 - 12:43
    e esta planta foi fundamental
  • 12:43 - 12:46
    para arranjar uma solução
    para essa terrível doença
  • 12:46 - 12:50
    chamada lepra em Madagáscar,
    nos anos 40.
  • 12:51 - 12:54
    Ora bem, embora a "Centella asiatica".
    cresça em todo o mundo
  • 12:54 - 12:56
    — em África, na Ásia —
  • 12:56 - 12:59
    a "Centella" de melhor qualidade
    vem de Madagáscar,
  • 12:59 - 13:04
    porque essa "Centella" contém
    os três ingredientes vitais
  • 13:04 - 13:08
    procurados pelas empresas
    farmacêuticas e de cosméticos.
  • 13:08 - 13:11
    As empresas de cosméticos
    já estão a usá-la
  • 13:11 - 13:13
    para fabricar cremes de regeneração.
  • 13:14 - 13:16
    Há um ditado antigo que diz:
  • 13:18 - 13:20
    "Para cada doença conhecida da Humanidade,
  • 13:20 - 13:22
    "há uma planta que a cura".
  • 13:23 - 13:25
    Podemos não acreditar em ditados antigos.
  • 13:25 - 13:26
    Podemos pensar que eles são obsoletos
  • 13:26 - 13:29
    agora que a nossa ciência e tecnologia
    são tão poderosas.
  • 13:29 - 13:31
    Podemos olhar para a "Centella"
  • 13:31 - 13:35
    como uma erva daninha
    tão insignificante, tão humilde
  • 13:35 - 13:37
    que, se for destruída,
    ninguém dará pela sua falta.
  • 13:38 - 13:40
    Mas, sabem uma coisa?
    Não há ervas daninhas.
  • 13:41 - 13:42
    É uma planta.
  • 13:42 - 13:45
    É um laboratório biológico vivo
  • 13:45 - 13:47
    que talvez tenha respostas
  • 13:47 - 13:49
    às perguntas que podemos ter.
  • 13:49 - 13:51
    Mas temos que garantir
  • 13:51 - 13:53
    que ela tem o direito a viver.
  • 13:53 - 13:55
    Obrigada.
  • 13:55 - 13:58
    (Aplausos)
Title:
Plantas modestas que ocultam segredos surpreendentes
Speaker:
Ameenah Gurib-Fakim
Description:

Nesta palestra intrigante, a bióloga Ameenah Gurib-Fakim apresenta-nos espécies de plantas raras de ilhas e regiões isoladas de África. Conheçam o camaleónico benjoim; o "baume de l'île plate" que pode oferecer uma nova cura para a asma; e o icónico imbondeiro, que pode conter a solução para o futuro da comida. E ainda: a "maçã de macaco".

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:12

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