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-[Alex] Na última conversa
sobre monopólios,
vamos discutir
os custos do monopólio,
mas também os benefícios potenciais.
Os maiores custos de monopólios
são que, comparado à competição,
o monopólio é ineficiente.
Ele leva a uma perda em ganhos
de troca ou perdas de peso morto.
Vamos nos lembrar
dos ganhos de uma troca
em competição
e, então, poderemos comparar
com o monopólio.
Vamos simplificar
com uma curva de oferta reta,
uma indústria com custos constantes.
Nesse caso, o ganho total
do comércio com consumidores
está nesta área azul aqui.
Agora, vamos ver os ganhos totais
da troca ou welfare total
em um monopólio.
Escolhemos exatamente
a mesma curva de demanda
e a mesma curva de custo constante.
Encontramos o preço que maximiza o lucro
e a quantidade normalmente.
Consumidores, como previsível,
obtêm menos em um monopólio
já que o preço é mais alto.
Uma parte do que o consumidor perde
é transferido para o monopolista
em termos de lucro, e
até onde sabe um economista,
ao menos um
lucrará com uma troca.
Então, a transferência é neutra.
O que é ruim, porém,
é que o welfare total está
em um monopólio,
porque ninguém obtém o que há nessa área,
isto é, o peso morto.
Essas são trocas que, desde uma
perspectiva social, são benéficas.
Demandantes estão dispostos a pagar
mais do que seria o custo
de produzir os artigos.
Essas trocas, porém,
não acontecem.
Embora sejam socialmente
benéficas, elas não acontecem
porque não são lucrativas,
não são exclusivamente benéficas.
Pense em um cinema
que está meio lotado.
Decerto há pessoas, por aí,
que gostariam
ver o filme a um preço a mais
que o custo marginal, cerca de zero.
Por que o cinema não diminui o preço
para essas pessoas?
Por que isso o obrigaria a diminuir
o preço para todos
e isso reduziria
os lucros totais.
Então, a lição básica nisso:
Consumidores compram um artigo
a menos que o valor deles
ultrapasse o preço.
Em uma competição, o preço
é igual ao custo marginal,
os consumidores comprarão
cada unidade cujo valor
seja maior
que o custo marginal.
Isso é eficiente.
Em um monopólio, consumidores
também compram a menos que o valor
seja maior que o preço,
mas já que o preço é maior
que o custo marginal,
obtemos pouquíssimas unidades produzidas.
Obtemos uma perda
em ganhos na troca.
Lembremos como
um peso morto
é na prática.
GSK vende Combivir
a $12,50 por pílula.
O custo marginal é 50 centavos.
O peso morto é o valor
das trocas que não ocorrem
porque o preço é maior
que o custo marginal.
Algumas pessoas estariam dispostas
e poderiam comprar $10 por pílula
ou $4, ou até $1 por pílula
e esses preços mais que cobririam
o preço de produção dessas pílulas.
Mas essas trocas não ocorrem,
porque não são
lucrativas para a GSK.
Muitos monopólios pelo mundo
são nascidos de corrupção governamental.
Na Indonésia, Tommy Suharto,
o filho do presidente
recebeu o monopólio de cravo-da-índia
altamente lucrativo.
Ele usou os lucros desse
monopólio
para comprar Lamborghini.
Não uma Lamborghini.
Ele comprou a empresa inteira.
Esses tipos de monopólios
não são amortizados.
Eles têm custos,
mas não têm benefícios sociais.
Alguns monopólios, porém,
têm benefícios em compensação.
Considere o que aconteceria
se os EUA eliminassem patentes
para a indústria farmacêutica.
A competição
diminuiria o preço
de drogas existentes até o custo marginal,
como acontece hoje,
assim que as patentes expirassem,
em uns 10 ou 15 anos
depois de a droga ter entrado
no mercado.
Mas custa cerca de
um bilhão de dólares
para trazer uma droga nova comum
para o mercado nos Estados Unidos,
e custos de pesquisa não estão inclusos
no custo marginal.
Como diz o ditado,
são necessários um bilhão de dólares
para criar a primeira pílula;
mas, 50 centavos para a segunda.
50 centavos é o custo marginal,
o custo de uma pílula adicional,
mas trazer a primeira pílula
para o mercado custa
em torno de um bilhão.
Se o preço fosse rapidamente
abaixado para o custo marginal,
as empresas não poderiam
recuperar os custos de pesquisa,
e o resultado seria
menos drogas no mercado.
Uma vez criada a droga,
a patente, o monopólio,
cria uma ineficiência,
obtemos pouquíssimas unidades.
Mas a patente aumenta
o incentivo para produzir novas drogas.
Então, há um trade-off.
Mais monopólios
reduz eficiência estática,
a quantidade produzida,
mas pode aumentar
a eficiência dinâmica, o incentivo
para pesquisa e desenvolvimento.
Esse trade-off se aplica
a outros artigos
com custo de de desenvolvimento alto,
não só farmacêuticos.
Artigos de informação,
artigos como música, filmes,
programas de computador,
produtos químicos, materiais, tecnologias.
Eles tipicamente têm
grande custo de produção
e baixo custo marginal
de produção.
Isso sugere possíveis
benefícios em patentes
ou proteção de copyright.
Mais geralmente, para tais artigos,
há um trade-off de política
o qual vamos querer
sempre considerar.
Isto é: diminuir os preços hoje
pode gerar menos ideias no futuro.
O ganhador do Nobel
o historiador econômico, Douglas North,
por exemplo, defende que
" A falha em desenvolver
direitos de propriedade sistemáticos
em inovação
até tempos modernos
foi uma grande fonte
do ritmo lento
de mudança tecnológica."
Há alguma maneira melhor
de navegar por esse trade-off?
Talvez.
Suponha que o governo
compre uma patente farmacêutica
pelos lucros totais de monopólio
e então abrisse mão da patente.
Competidores entrariam e
abaixariam o preço da droga
até o custo marginal,
portanto teríamos
eficiência estática.
Ao mesmo tempo,
já que o governo
pagasse para as firmas
os lucros de monopólios delas,
teríamos ainda muitos
incentivos para pesquisa
e desenvolvimento:
eficiência dinâmica.
Portanto poderíamos ter
o melhor de ambos os mundos.
Claro, pode haver
desvantagens também.
Impostos mais altos para pagar
pelas patentes também
têm seu próprio peso morto,
e pode ser difícil
dizer exatamente
quanto vale uma patente.
E pode haver possivelmente
corrupção.
Ainda assim, essa é uma ideia
que estamos pensando,
e talvez vale a pena
experimentar.
Os prêmios são outras maneiras
navegar pelo trade-off.
Tal com compras de patentes,
a ideia é que, a uma firma,
é oferecido o custo de
pesquisa e desenvolvimento.
Mas o governo somente
paga à firma
se ela conseguir alcançar certo objetivo.
E se alcançado tal objetivo,
a tecnologia vai
para domínio público
e poderia ser usada por qualquer um.
SpaceShipOne, por exemplo,
ganhou $10 milhões
por ser a única a desenvolver
um foguete
capaz de de alcançar o espaço
e retornar
em um pequeno período.
E prêmios estão sendo usados
mais habitualmente.
O governo dá um preço
por melhores lâmpadas,
por exemplo,
isso segue funcionando muito bem.
Há também uma terceira via
de navegar pelo trade-off.
Você pode ter percebido, por exemplo,
que até então assumimos
que o monopólio
deve sempre cobrar o mesmo preço
para todos.
Isso é necessariamente verdade?
Por vezes , o monopolista
pode cobrar
preços diferentes
para pessoas diferentes:
preço de discriminação.
Como veremos no próximo capítulo
e palestras,
o preço de discriminação explica muito
como produtos são precificados
e como também tem custos
e benefícios
sobre os quais discutiremos.
Nós nos vemos lá, obrigado.
- [Narrador] Se você quiser se testar,
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